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RENATA MALHEIRO 1 QUEIXAS AMBULATORIAS MAIS COMUNS NA INFÂNCIA ANFILAXIA • Existem vários tipos de reações alérgicas. A anafilaxia é a reação imediata ou do tipo I, mediada pela IgE • Além das anafilaxias, existem também as reações anafilactoides que não são mediados pela IgE. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO 1. Início agudo (minutos a várias horas) com envolvimento de pele e/ou mucosas. (ex: urticaria, prurido ou “flushing”, e edema de lábios, língua, úvula) e pelo menos 1 dos seguintes: a. Comprometimento respiratório (ex: dispneia, broncoespasmo, estridor, hipoxemia) b. Hipotensão ou sintomas de disfunção circulatória (ex: hipotonia, sincope, incontinência) 2. Dois ou mais dos seguintes, que ocorrerem rapidamente após a exposição de um possível alérgeno para o paciente a. Envolvimento cutâneo-mucoso (ex: urticária generalizada, prurido “flush”, edema de lábios, língua, úvula) b. Comprometimento respiratório (ex: dispneia, broncoespasmo, estridor, hipoxemia) c. Hipotensão ou sintomas de disfunção circulatória (ex: hipotonia, síncope, incontinência) d. Sintomas gastrointestinais persistentes (ex: cólicas abdominais, vômitos) 3. Redução da pressão arterial após exposição à alérgeno conhecido (minutos a várias horas) a. Lactentes e crianças: hipotensão ou queda de 30% da PA sistólica b. Adultos: PA sistólica menor que 90 mmHg ou queda de 30% na PA de base OBS: hipotensão • < 1 mês: menor que 60 mmHg • 1 mês a 1 ano: menor que 70 mmHg • 1 ano a 10 anos: menor que 70 + 2x idade (mmHg) TRATAMENTO • Prontamente e Simultaneamente Ø Chame por ajuda (time de resposta, sala de emergência) Ø Injetar adrenalina IM, 0,01 mg/kg da solução 1:1.000 (1mg/ml – ADRENALINA pura sem diluição) até no máximo 0,3 mg (criança) e 0,5 mg (adulto ou adolescente pós- puberal), podendo ser repetida em 5 a 15 minutos se necessário Ø Em caso de choque hipotensivo ou parada cardiorrespiratória, administrar adrenalina IV (1:10000 de solução diluída; dose 0,1 mL/kg) RENATA MALHEIRO 2 Ø Colocar o paciente em DDH, ou em uma posição de conforto se houver desconforto respiratório ou vômitos; elevar os membros inferiores: morte pode ocorrer em segundos se o paciente se levantar ou se sentar rapidamente CEFALEIA • A cefaleia é um dos sintomas mais frequentes atendidos pelas equipes da atenção primaria • Cefaleias primárias e as secundárias • Cefaleia primária Ø Cefaleia tensional Ø Migrânea Ø Em salvas CEFALEIA TENSIONAL • Dor em minutos, horas ou permanecer dias • Dor em qualidade pulsátil, aperto ou pressão • Bilateral • Intensidade leve a moderada • Não piora com atividade física rotineira • Associada a dor, como fotofobia, náuseas e vômitos, é rara MIGRÂNEA • Migrânea com aura Ø 5 a 20 minutos Ø Duração 60 minutos ou menos Ø Ocorre antes da dor Ø Sintomas mais comum são os fenômenos visuais positivos (cintilações, linhas ou zigue- zague) e ou negativos (escotomas) seguido por parestesias CEFALEIA EM SALVAS • Paroxismos agudos, unilaterais e em salvas (repete de duas a seis vezes ao dia) • Intensidade lancinante • Duram em média 30 min • Localizadas geralmente na região periorbitária ou retro orbitária ou temporal anterior • Associado a rubor, sudorese facial, lacrimejamento unilateral, congestão nasal, congestão ocular, rinorreia unilateral CEFALEIA SECUNDÁRIA FLUXOGRAMA CRISES CONVULSIVAS RENATA MALHEIRO 3 CAUSAS CRISES E DROGAS DE ESCOLHA HIPOGLICEMIA (<60mg/dL) • Os sintomas clínicos, entretanto, usualmente ocorrem quando a glicose plasmática é < 50mg/dl Criança convulsionando à fazer a glicemia capilar (destro) HIPERGLICEMIA • A hiperglicemia grave é, em geral, causada por deficiência absoluta de insulina • Cuidado com a hiperglicemia de estresse (aumento cortisol) • Orientações familiares 1. Ter uma rotina de monitoramento da glicemia capilar e cumpri-la. 2. Entender como o equilíbrio entre a insulinização, ingesta alimentar, atividade física, estresse, uso de glicocorticoides ou diuréticos, cirurgias e outras doenças agudas, sobretudo as infectocontagiosas, afetam o controle glicêmico. 3. Não deixar de usar insulina nos dias de doença (resfriado, diarreia e vômitos, por exemplo), mesmo que não queira comer. 4. No caso de alguma das situações acima, testar a glicemia capilar de 4h/4h. 5. Se possível, pesquisar a cetonúria, se a glicemia permanecer alta (> 250mg/dl) em testes consecutivos. 6. De acordo com o resultado da glicemia/cetonúria, serão necessárias doses extras de insulina regular, conforme preconizado pelo médico assistente 7. Beber um copo de água de h/h. 8. Procurar uma unidade de saúde mais próxima se: RENATA MALHEIRO 4 – Precisar de duas doses extras de insulina regular em 24h. – Se a glicemia capilar se mantiver acima de 400mg/dl por 12h. – Se houver febre alta, vômitos ou diarreia e o usuário não conseguir ingerir nem líquidos. 9. Procurar uma unidade de emergência se houver: – Vômitos, fraqueza muscular, dor abdominal, sinais de desidratação (boca seca e olhos encovados), respiração difícil (taquipneia ou respiração de Kussmaul, consequentes à acidose), hipotensão, hálito cetônico e alteração do estado mental. SUSPEITA CLÍNICA DE CETOACIDOSE • Quadro clínico que é uma evolução lenta e progressiva dos sinais e sintomas do diabetes, com polidipsia, vômitos, perda de peso, sonolência, torpor, que finalmente pode levar ao coma. DIARREIA E VÔMITO DIARREIA • A diarreia consiste na alteração da função intestinal com perda excessiva de água e eletrólitos pelas fezes e/ou vômitos. Sinais de desidratação TRATAMENTO • Plano A à pode ser tratado em domicílio. SRO • Plano B à sinais de desidratação, porém sem gravidade, mas deve ser na UBS, Terapia de Reidratação Oral (TRO) com SRO Ø Contraindicação de TRO: perda ou ganho insuficiente de peso após as primeiras horas de TRO; vômitos persistentes; recusa persistente da solução; distensão abdominal grave íleo paralitico; alteração de consciência; evolução para choque hipovolêmico • Plano C àdificuldade de injestão de líquidos devido à hiperêmese, quadro de desidratação grave ou colapso circulatório (choque). Emergência médica. Expansão ou manutenção VÔMITOS RENATA MALHEIRO 5 • No exame físico, deve-se investigar distensão abdominal, presença de ruídos hidroaéreos, dor abdominal, presença de massas, dor à descompressão brusca dolorosa, contração abdominal involuntária, icterícia. Sempre realizar exame neurológico e avaliar sinais de desidratação. TRATAMENTO • SRO, plano A ou B DISPNEIA PNEUMONIA EM CRIANÇAS • Indicação de internação de PAC Ø Idade < 2 meses Ø Tiragem subcostal Ø Convulsões (crise febril) Ø Sonolência Ø Estridor em repouso Ø Desnutrição grave Ø Impossibilidade de ingestão de líquidos Ø Sinais de hipoxemia Ø Doença de base debilitante (ex: cardiopatia, pneumopatia crônica, doença falcêmica) Ø Derrame pleural, abscesso pulmonar, pneumatocele Ø Falha terapêutica ambulatorial Ø Apoio familiar não favorável ao tratamento domiciliar da criança • Tratamento Ø Bebês < 2 meses: ampicilina + ceftriaxone; ampicilina + amicaina; oxacilina + amicaina; ceftriaxone sozinho Ø 2 meses a 5 anos: Amoxicilina 50mg/kg/dia, 8h/8h por 7-10 dias Ø > 5 anos e adolescentes: claritromicina 15mg/kg/dia; amoxicilina – crianças; quinolonas respiratórios (levofloxacino, moxifloxacino, gatifloxacino) – adolescentes e adultos ASMA • São indicativos de asma um ou mais dos sintomas: Ø Dispneia. Ø Tosse crônica. Ø Sibilância. Ø Aperto no peito ou desconforto torácico, particularmente à noite ou nas primeiras horas da manhã. Ø Melhora espontânea ou pelo uso de medicações específicas para asma (broncodilatadores, anti-inflamatórios esteroides). Ø Três ou mais episódiosde sibilância no último ano. Ø Variabilidade sazonal dos sintomas e história familiar positiva para asma ou atopia. Ø Diagnósticos alternativos excluídos. RENATA MALHEIRO 6 • Fatores de risco para exacerbação Ø História prévia de asma quase fatal, necessitando de intubação endotraqueal. Ø Utilização atual ou recente de corticoide oral. Ø Interrupção do uso de corticoide inalatório. (tratamento preventivo p/ asma) Ø Três ou mais visitas a serviços de pronto- atendimento ou duas ou mais hospitalizações por asma aguda nos últimos 12 meses. Ø Uso de dois ou mais tubos de aerossol dosimetrado (bombinha) de broncodilatador/mês. Ø História de doença psiquiátrica ou psicossocial, incluindo uso de sedativos. Ø Comorbidades: rinite alérgica não tratada, outras doenças pulmonares e cardiovasculares. Ø História de má adesão ao tratamento de anti-inflamatório de manutenção. DISÚRIA • Os principais eventos clínicos onde a disúria pode estar presente são: Ø Infecção do trato urinário baixo (bacteriúria assintomática, cistite, prostatites, uretrites). Ø Infecções do trato urinário alto (pielonefrite aguda). Ø Litíase renal. Ø Vaginites. Ø Traumatismo genitourinário. Ø Irritantes uretrais. Ø Reação alérgica. Ø Câncer vesical. QUADROS DE ITU DOENÇAS DE PELE IMPETIGO OU PIODERMITE • Infecção bacteriana superficial, observada mais frequentemente em crianças, e tem como principais agentes o Staphylococcus aureus e o Streptococcus beta-hemolítico do grupo A. inoculação é facilitada por escoriações, picadas de inseto e traumas. • No impetigo não bolhoso, observam-se pápulas eritematosas, as quais evoluem para vesículas e pústulas, que se rompem facilmente, deixando crostas melicéricas. Áreas expostas como face e extremidades são mais afetadas. à pyogenes • Já o impetigo bolhoso, relacionado principalmente ao Staphylococcus aureus, caracteriza-se por bolhas flácidas, mais duradouras, que ao se romperem deixam restos na sua periferia. ESCABIOSE • É causada pela infestação do ácaro Sarcoptes scabiei var. hominis • A distribuição das lesões, o prurido intenso, que piora à noite, e sintomas semelhantes em contato íntimos sugerem o diagnóstico. • Em crianças, as lesões predominam principalmente na face, couro cabeludo, pescoço, região palmar e plantar. SARAMPO • Causada por vírus da família Paramyxoviridae, o contágio ocorre por via respiratória, por meio de secreções nas ofaríngeas de indivíduo infectado. RENATA MALHEIRO 7 RUBÉOLA • É causada por vírus da família togaviridae, transmitida pelo contato com secreções nasofaríngea de pessoas infectadas, ou por meio da placenta de mães infectadas, podendo levar à síndrome da rubéola congênita. Tem período de incubação de 2-3 semanas. VARICELA • É causada pelo vírus varicela-zoster, transmitido pelo contato com secreção das vesículas ou respiratória de indivíduo infectado. O período de incubação é de 14 a 21 dias. • O pródromo é caracterizado por febre baixa e mal-estar. ERITEMA INFECCIOSO • É causado pelo parvovírus B19 e transmitido por via respiratória ou por meio da placenta de mães infectadas, podendo levar à hidropsia fetal. Tem período de incubação de aproximadamente 14 a 21 dias. EXANTEMA SÚBITO – ROSÉOLA • É causado pelo herpes vírus 6 e 7 e a transmissão ocorre pelo contato com secreções de um portador assintomático. O período de incubação é de 10 dias e o quadro clínico prodrômico é de febre e irritabilidade, e dura de três a quatro dias. ESCARLATINA • É causada pelas toxinas do Streptococcus beta-hemolítico do grupo A. Tem período de incubação de dois a cinco dias e a transmissão pode ocorrer desde o início dos primeiros sintomas até 24 a 48 horas da introdução da antibioticoterapia. • Vem junto com uma infecção de garganta Forma da amidalite na pele • Evolui com febre alta, mal-estar, adenomegalia cervical e submandibular, logo após surge exantema difuso, papular, áspero, deixando a pele, à palpação, com aspecto de lixa, centrífugo. Em geral, poupa a região palmar e plantar. • O exantema desaparece em cinco a sete dias, iniciando a descamação até as extremidades. • Palidez perioral (sinal de Filatov) • Linhas marcadas nas dobras flexoras (sinal de Pastia). • Na língua, papilas edemaciadas e eritematosas sobressaem (língua em framboesa). DOR ABDOMINAL • Fatores que indicam alto risco: Ø Comorbidades importantes (câncer, doença diverticular, pancreatite, insuficiência renal). Ø Cirurgia prévia ou manipulação gastrointestinal recente (risco de obstrução e perfuração). Ø Gravidez recente (risco de gravidez ectópica). Ø Início súbito e intenso. Ø Dor seguida de vômito. Ø Dor constante e com duração menor que dois dias. Ø Sinais de choque. Ø Abdome tenso ou rígido. Ø Sinal de defesa ao exame. Ø Posição antiantálgica. Ø Equimose periumbilical (sinal de Cullen) ou em flanco (sinal de Grey-Turner). Ø Distensão abdominal e/ou rigidez da parede abdominal. Ø Piora da dor abdominal às seguintes manobras: RENATA MALHEIRO 8 Ø Descompressão brusca (sinal de Blumberg). à apendicite DISMENORREIA • Normalmente apresenta-se em mulheres jovens como dor tipo cólica, em baixo ventre, relacionada ao período menstrual, durando até 72 horas, cuja intensidade varia consideravelmente e pode trazer outros sintomas, como: náuseas, vômito, diarreia, cefaleia, mastalgia, alterações do humor e raramente episódios de síncope. DISPEPSIA • dor epigástrica, normalmente recorrente ou persistente, associada a sintomas de refluxo gastroesofágico (azia, pirose, eructação, plenitude pós-prandial, náusea, distensão abdominal etc.). • sinais de alert: Ø idade maior que 50 anos Ø emagrecimento Ø vômitos persistentes Ø disfagia Ø anemia Ø hematêmese Ø massa abdominal palpável Ø história familiar de câncer gastrointestinal Ø cirurgia gástrica prévia.
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