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PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CIRURGIA INTRODUÇÃO • Os procedimentos médicos, intra e extra-hospitalares, e principalmente as intervenções cirúrgicas, exigem precauções quanto ao risco de transmissão de infecções, pois estas causam um grave problema de saúde pública que gera custo social e econômico. DESCONTAMINAÇÃO • É um processo que, em alguns, casos, antecede a limpeza de objetos e materiais contaminados por sangue, pus e secreções. LIMPEZA • É a remoção da sujeira e dos detritos. É um procedimento básico que quase sempre antecede todos os métodos anti-infecciosos. ASSEPSIA OU DESINFECÇÃO • É um processo de destruição de microorganismos patogênicos na forma vegetativa, presentes em superfícies inertes, mediante aplicação de agentes químicos e físicos. • É classificada baseando-se no nível da ação germicida do desinfetante. São 3 categorias de desinfecções ou assepsias: o Nível alto: deve incluir a eliminação de alguns esporos, o bacilo da tuberculose, todas as bactérias vegetativas, fungos e todos os vírus. É indicada para laringoscópios, fibroboncoscópicos, aparelhos de anestesia e endoscópios flexíveis. As substâncias mais utilizadas são o Glutaraldeído e Ácido Peracético. Precisa ser realizado quando ocorre contato com a mucosa. o Nível médio: eliminação de todas as bactérias vegetativas, sem ação com esporos, ação parcial com vírus. São utilizados o cloro, iodóforos, compostos fenólicos e álcoois. Utilizados em materiais que entrarão em contato apenas com a pele íntegra ou para desinfecção de superfícies. Precisa ocorrer quando há contato com a pele íntegra. o Nível baixo: elimina a maioria das bactérias em forma vegetativa. São utilizados os compostos quaternários de amônia. Um exemplo é o detergente, que pode ser usado no chão, locais onde não é possível fazer desinfecção/assepsia. ANTISSEPSIA • É um método de resultado transitório, permitindo que em tecidos vivos, principalmente na pele, no limite de sua tolerância, os microorganismos presentes no momento da cirurgia sejam eliminados ou mortos e os vírus sejam inativados. O objetivo é reduzir drasticamente o número de microorganismos presentes na superfície do corpo. ESTERILIZAÇÃO • É classicamente conceituada como um processo de destruição de todas as formas de vida microbiana, ou seja, bactérias nas formas vegetativa e esporulada, fungos e vírus, mediante a aplicação de agentes físicos e químicos. É realizada por métodos físicos como calor, radiação ionizante e filtração, por produtos químicos nas formas líquida e gasosa. OBS: a limpeza em seres vivos é feito pela antissepsia, e para diminuir risco de infecção, em seres inertes faz-se a assepsia. INSTRUMENTAÇÃO • É a técnica através da qual um membro da equipe cirúrgica, o instrumentador, passa os instrumentos, previamente dispostos em mesa apropriada, para as mãos do cirurgião e seus auxiliares. A instrumentação é um livro aberto de técnica cirúrgica. • Reconhecimento instrumental, sua classificação é de acordo com a função no ato cirúrgico. PRINCÍPIOS BÁSICOS • Diérese: procedimento cirúrgico que consiste na interrupção da continuidade dos tecidos. • Hemostasia: é o conjunto de manobras que visam prevenir e/ou estancar a hemorragia. • Síntese: é a união cirúrgica dos tecidos. • Esses três procedimentos técnicos fundamentais estão presentes em todos os atos cirúrgicos, isoladamente ou em associação. Sutura é uma das formas de síntese e, será discutida separadamente. DIÉRESE • É o procedimento cirúrgico que consiste na interrupção da continuidade dos tecidos. É o corte. Toda manobra destinada a criar descontinuidade de tecidos. A simples introdução da agulha implica a separação de tecido constituindo-se numa punção. Quando implica a retirada de um órgão é chamado de exérese. • Ressalta-se que diérese é a interrupção da continuidade dos tecidos orgânicos, quando realizada com fins terapêuticos e/ou propedêuticos. • Os instrumentos de diérese são: bisturi, bisturi-elétrico, tesouras, serras, raios laser. • A diérese é dividida de acordo com a imagem ao lado: • Incisão: descontinuidade de tecidos, porém sem separar totalmente. • Secção: descontinuidade de tecidos, quando houver separação do tecido em dois cotos/partes/extremidades. Ex: houve secção completa da artéria/veia/nervo. Seccionou ao meio e ficou com duas bordas. • Divulsão: separação dos tecidos, porém sem secção. Ex: divulsão de músculo, afastar o músculo, sem romper. • Punção: exemplo é a biópsia. • Dilatação: víscera oca. Ex: estenose de uretra faz uma dilatação da uretra para melhorar. • Serração: serração de ossos. • Os princípios da diérese são: o Seccionar toda a espessura de um plano anátomo- cirúrgico com um só movimento do instrumento cortante. o Não biselar a incisão, não fazendo a incisão em vários níveis (ondulada/irregular). o Não afunilar a incisão. Não ir com o bisturi oblíquo, ir para dentro. o Quando possível, seccionar os planos subjacentes em maior extensão que os planos superficiais. Ex: fazer um corte de 5cm na pele, coloca o afastador e na aponeurose ou próximo plano fazer uma incisão de 8cm. HEMOSTASIA • É o conjunto de procedimentos que visam prevenir e/ou estancar a hemorragia após a secção vascular, seja esta cirúrgica ou traumática. • Instrumentos usados para hemostasia: compressas, gases, pinças hemostáticas, pinças intestinais, pinças vasculares, eletrocautério, substâncias esclerosantes, clipes metálicos, fios cirúrgicos, cera para osso, êmbolos, dedos, etc. • Toda manobra destinada a evitar ou a estancar a hemorragia. É de suma importância, visa impedir que a perda sanguínea comprometa a volemia do operado, mantendo limpo o campo operatório e evitando a formação de coleções sanguíneas e de coágulos que favorecem as infecções. • Os princípios fundamentais dos diferentes tipos de hemostasia são: o Hemostasia por compressão: ▪ Empregar o método de maneira definitiva apenas para pequenos vasos da pele e tela subcutânea. ▪ Empregar o método como técnica transitória em algumas situações especiais de emergência. ▪ Empregar o método nas chamadas hemorragias em lençol. o Hemostasia com pinças: ▪ Pinçar quantidade mínima de tecido. ▪ Nunca pinçar às cegas. ▪ Transfixar o tecido junto à ponta ad pinça, em algumas situações. o Hemostasia com bisturi elétrico: ▪ Empregar a voltagem mais baixa para alcançar o fim desejado. ▪ Usar o equipamento apenas em vasos de pequeno calibre. ▪ Não usar o método em tecidos ou estruturas delicadas. ▪ Ser prudente ao usá-lo em cavidades, principalmente a abdominal. • Os instrumentos de hemostasia são: pinças hemostáticas curvas, pinças hemostáticas retas, pinça mixter, pinças intestinais, pinça de Satinsky e Bulldog. SÍNTESE • É a união cirúrgica das bordas dos tecidos e tem por finalidade manter as mesmas em íntimo contato, até que a cicatrização se complete. • Ajuda na diminuição do tempo de cicatrização. • Os instrumentos utilizados são: agulhas, porta-agulhas, fios, instrumentos auxiliares, etc. • Os métodos de síntese são classificados em: aproximação das bordas por meio de ataduras e fitas adesivas, colas biológicas, aparelhos gessados, hastes, placas e parafusos e suturas. • Os princípios fundamentais da síntese são: o Usar instrumental e material adequado a cada tecido ou órgão. o Usar a menor quantidade possível de corpo estranho ao organismo, desde que respeitada a segurança. o Não permitir que as bordas da ferida fiquem sob tensão. o Não suturar em plano único estrutura com espessura superior a 1cm. o Não deixar espaço morto. O termo certo é espaço vazio. o Não apertar excessivamente os nós nem os torcer. SÍNTESE - SUTURA • Sutura é o método de síntese em que se empregam pontos. É largamente utilizada, sendo empregada por todos os cirurgiões, independentemente de suas especialidades, e também por praticamente todos os médicos, daí sua grande importância. • A suturaé classificada quanto a estrutura anatômica (o órgão envolvido) e quanto a aspectos técnicos. • Classificação quanto ao tipo de ponto: o Ponto simples. o Ponto à Donati. o Ponto em 8. o Ponto em X. • Classificação quanto a continuidade da sutura: o Sutura contínua. o Sutura por pontos separados. • Classificação quanto ao número de planos: o Sutura em plano único. o Sutura em dois planos. o Sutura total ou em massa. • Classificação quanto a aproximação: o Afrontamento das bordas. o Eversão das bordas. o Inversão das bordas INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA INSTRUMENTOS DE PREENSÃO • Pinça de Backaus. • Pinça Anatômica ou atraumática. • Pinça traumática ou dente de rato. • Pinça de Allis. • Pinça de Duval. • Pinça de coração – Foester. • Pinça de Pozzi. INSTRUMENTOS AUXILIARES • Vários tipos de afastadores: Farabeuf, Volkmann, Balfour, Finochietto, Gosset, Deaver, Doyen, etc. • Preensão fica junto com hemostasia. • A sutura da pele é feita por afrontamento das bordas e constitui um dos procedimentos cirúrgicos mais realizados e mais importantes. São poucas as pessoas que nunca se submeteram a uma sutura de pele.
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