Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 1 APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA E SUBJETIVO DO PROCESSO CIVIL NO DIREITO DO TRABALHO INTRODUÇÃO Conceito: aplicação subsidiária e supletiva do processo civil ao processo do trabalho. Não há um código processual do trabalho, sendo aplicada a consolidação das leis trabalhistas, contudo, a CLT possui lacunas, e as assume em seu artigo 769 eu que autoriza a aplicação subsidiária do processo comum (processo civil) ao processo do trabalho. OBSERVAÇÕES GERAIS Conceito: essa aplicação subsidiária depende do preenchimento de dois requisitos, a saber: I. Lacuna na consolidação das leis trabalhistas, que seria a omissão; II. Compatibilidade de princípios e regras. Exemplo: artigo 229 do Código de Processo Civil que traz os prazos em dobro, em havendo: litisconsortes com diferentes procuradores em escritórios de advocacia distintos. Sobre este assunto, a consolidação das leis trabalhistas é omissa, contudo de acordo com a OJ 310 da SDU- TST, não será aplicado tal dispositivo, por incompatibilidade com a celeridade trabalhista, assim, não será aplicado o prazo em dobro. Observação: o estudo do artigo 15 do Código de Processo Civil que autoriza a aplicação subsidiária e supletiva do Código de Processo Civil ao processo do trabalho na omissão da CLT, trata-se de uma exceção prevista no artigo 889 da Consolidação das Leis Trabalhistas, em havendo lacuna quanto a execução trabalhista, este dispositivo autoriza a aplicação subsidiária da Lei de Execução Fiscal (6.830/1980). ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO INTRODUÇÃO Fundamento legal: artigos 111 a 116 da Constituição Federal e 643 e seguintes da Consolidação das Leis Trabalhistas. Conceito: a justiça do trabalho é uma justiça especial ou especializada. São justiças especializadas: Trabalhista; Eleitoral; Militar. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 2 ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO Fundamento legal: artigo 111 da Constituição Federal. Conceito: são divididos em 3 graus de jurisdição, a saber: PRIMEIRO GRAU: Juízes do trabalho vinculados às varas trabalhistas; SEGUNDO GRAU: Tribunais Regionais do Trabalho, sendo 24 tribunais regionais; TERCEIRO GRAU: Tribunal Superior do Trabalho, com sede em Brasília e competência em todo território nacional. JUÍZES DE DIREITO INVESTIDOS EM MATÉRIA TRABALHISTA EM JURISDIÇÃO OU COMPETÊNCIA TRABALHISTA Fundamento legal: artigos 112 da Constituição Federal e 668 e 669 da Consolidação das Leis Trabalhistas. Conceito: é possível um juiz estadual julgar questões trabalhistas, se único apto para tanto naquela localidade. Sendo proferida sentença por este juiz de direito em matéria trabalhista, o recurso cabível é o recurso ordinário (apelação trabalhista), no prazo de 8 dias perante o respectivo TRT, tratando-se da primeira vista, conforme disposição dos artigos 112 da Constituição Federal e 895, inciso I da Consolidação das Leis Trabalhistas. 8 COMPETÊNCIA TERRITORIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO Comentários: também chamada de competência em razão do lugar (ex. ratione loci). Fundamento legal: artigos 62 a 65 do Código de Processo Civil. Conceito: sendo uma competência relativa, ou seja, não pode ser reconhecida de ofício e se não alegado pelas partes, o juiz que era antes incompetente, passa a ser competente. Estudo do artigo 651 da Consolidação das Leis Trabalhistas, sendo que, o caput dispõe da regra geral e os parágrafos tratam das exceções, vejamos: Caput: em regra a ação trabalhista deve ser ajuizada no local de prestação de serviços, independentemente do local da contratação, sendo o empregado reclamante ou reclamado; DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 3 Observação: empregado reclamante ou reclamado. O empregado reclamante é a regra do polo ativo, porém, ele estando no polo passivo, de forma excepcional (exemplo: inquérito judicial para apuração de falta grave e ação de consignação em pagamento). Parágrafo primeiro: estudo do empregado agente ou viajante comercial. MACETE: empresa fixa + empregado móvel. A Consolidação das Leis Trabalhistas traz uma ordem para ajuizamento de ação, sendo a ordem de preferência: O local em que a empresa tenha agência ou filial e a está o empregado esteja subordinado; Na falta de agência, filial ou subordinação, a ação deverá ser ajuizada no domicílio do empregado ou localidade mais próxima. ATENÇÃO: trata-se de uma ordem de preferência, ou seja, apenas iremos para a segunda regra, se faltar requisitos da primeira regra. Parágrafo segundo: trata da competência ou jurisdição internacional da justiça do trabalho; Exemplo: o empregado foi contratado no Brasil, para prestar serviços no Paraguai, lá sofreu lesões trabalhistas, retornou ao Brasil e aqui ajuizou a reclamação. A justiça brasileira e competente para tanto, não podendo o juiz alegar a sua incompetência. Parágrafo terceiro: trata-se do empregador que promove a realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho. MACETE: empresa viajante. Exemplo: circos; feiras de negócios; empresas de entretenimento. Comentários: neste caso, a Consolidação das Leis Trabalhistas traz uma faculdade para o reclamante, que poderá ajuizar a reclamação no lugar da contratação ou no local de prestação de serviços.
Compartilhar