Buscar

Himenolepíase: Verminose causada por Hymenolepis nana

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Parasito 22/02/2022 
Heminolepíase 
Visão Geral 
 Filo: Platyhelminthes 
 Classe: Cestoda - corpo formado por segmentos. 
 Ordem: Cyclophilida 
 Família: Hymenolepididae 
 Espécie: Hymenolepis nana 
 Verminose produzida por um verme achatado dorso-ventralmente 
 São hermafroditas, assim como todos os cestódeos 
 Ao longo da evolução, degeneraram o aparelho digestivo, e por conta disso, 
só conseguem viver em locais do organismo do hospedeiro em que haja 
disponibilidade de nutrientes como o intestino delgado, principalmente o íleo 
 Usam como fonte energética carboidrato e lipídios, o que consequentemente, 
causa perda de peso no hospedeiro. 
 A maioria dos cestódeos são heteroxênicos, porém o hymenolepis é monoxênico, o que lhe confere uma 
vantagem, pois consegue infectar muitas pessoas em ambientes coletivos, como creches, escolas, pacientes 
internados e residências de poucos cômodos, porém, eles também conseguem ser heteroxênico em certos 
momentos 
 É uma verminose exclusivamente humana, e quando possui ciclo heteroxênico, o humano é seu 
hospedeiro definitivo. 
 Esses cestódeos hipertrofiaram seu aparelho reprodutor, o que lhe conferiu grande capacidade 
reprodutiva, produzindo milhares de ovos ao longo da vida. 
 
Anatomia 
 Possui de 2 a 10 cm de comprimento e seu corpo é formado por 3 regiões, a 
cabeça/escólex ponte-agudo, o colo/pescoço e o estróbilo (composto de 
proglotes) 
 Sua pequena cabeça possui 4 ventosas, 2 no primeiro plano e 2 no segundo; e uma 
coroa de ganchos, que servem para ajudá-lo a se fixar no intestino do hospedeiro. 
 Ao se fixar, ele lesiona o tecido epitelial, podendo chegar até a lâmina própria 
e consequentemente nos vasos sanguíneos, por isso, podem ter traços de 
sangue vivo nas fezes do hospedeiro. 
 
 O colo/pescoço é uma região proliferativa – caso ele perca seu corpo e fique 
apenas com o colo e a cabeça, ele consegue fazer regeneração de todo o corpo. 
 Os estróbilos são o segmento mais longo desse verme, e neles estão presentes as 
proglotes, que são a parte que se destaca do corpo do helminto carregando os ovos com elas, sendo esse o 
mecanismo de proliferação. 
 A proglote é pequena, retangular, bem alongada, delimitada nas suas laterais por 
membranas 
 Contém em seu interior o aparelho reprodutivo masculino e feminino 
 Dependendo da quantidade e do tamanho dessas proglotes, elas podem ser identificadas 
a olho nu, conduzindo ao provável diagnóstico. 
 O paciente pode apresentar a proglote ao médico, dizendo que apareceu nas fezes ou na 
roupa de cama, e por meio da observação da morfologia pode-se chegar ao diagnóstico 
 
 Quando a proglote amadurece, ela fica repleta de ovos, destaca-se do corpo do helminto 
e é levada pelo movimento peristáltico do intestino até sair do corpo, dispersando os ovos e propagando 
a doença 
 As proglotes do final do corpo são chamadas de grávidas, por estarem repletas de ovos. 
 A proglote pode se romper ainda no intestino e seus ovos acabarem espalhados no lúmen, causando 
grave problema (auto-infecção, pelo fato de ser monoxênico) 
 
 
Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Parasito 22/02/2022 
 O ovo desse verme, chamado de chapéu mexicano, é bem arredondado (mais ou menos 40 a 50 µm), 
possui uma membrana externa e uma interna, e é preenchido por um espaço que contém filamentos 
polares. 
 As larvas/oncosfera do ovo, possuem ganchos cuja função é se instalar na mucosa intestinal quando o 
ovo eclode no intestino delgado 
 Isso acaba promovendo uma destruição das células epiteliais com consequente invasão a lâmina 
própria, causando um trauma que pode evoluir para ulceração, se forem muitas larvas 
 
 
 
 
 Quando a larva penetra na mucosa intestinal e entra em contato com a fisiologia da lâmina própria, ela 
muda sua conformação anatômica e se transforma em uma larva cisticercóide. (processo que leva de 10 a 
12 dias para ocorrer) 
 Após isso, ela abandona a lâmina própria e volta ao lúmen intestinal, pois é lá que ela precisa se fixar. 
 Ela abre passagem novamente no epitélio intestinal para conseguir voltar, e se fixa por meio da sua 
cabeça com as ventosas, crescendo a partir de agora como verme adulto. 
 Quando ela faz esse movimento de volta, gera mais uma lesão traumática, o que se torna muito grave 
quando a carga parasitária é alta. 
 
 
 
Ciclo Biológico 
 H.nana tem hospedeiros paratênicos – besouros e pulgas. 
 Não funcionam exatamente como hospedeiro intermediário porque a passagem do ovo por ali não é 
obrigatória, mas pode acontecer. 
 
Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Parasito 22/02/2022 
 Quando entra em contato com esses bichos, os ovos eclodem lá dentro e 
infectam os seres que entrarem em contato com eles. 
 
 O ciclo inteiro, que dura cerca de 1 mês, é realizado pelo verme no interior 
do corpo do hospedeiro 
 O verme adulto pode viver de 2 a 6 meses no organismo do hospedeiro 
 Os ovos vão ser eliminados pelas fezes humanas a partir da consolidação das 
larvas no íleo, sendo que alguns ovos podem ficar retidos no íleo 
 Podem ser ingeridos pelo mesmo humano que os liberou, ou então por outro 
 Ao serem ingeridos, passam intactos pelo estômago e ao chegarem no íleo, 
os ovos liberam as oncosferas, que penetram nos vilos intestinais 
 Após cerca de 4 dias, elas invadem a mucosa intestinal, chegando na lâmina 
própria e mudando sua forma para larva cisticercóide 
 Após cerca de 10-12 dias, essas larvas rompem novamente o epitélio, agora 
em direção ao lúmen. 
 As larvas adultas se fixam no epitélio intestinal e após cerca de 30 dias passam a eliminar ovos nas 
fezes do hospedeiro 
 Cada proglote libera cerca de 100-200 ovos 
 Fora do corpo, os ovos duram 10 dias no meio externo 
 
 Realiza o ciclo inteiro no interior do corpo do hospedeiro 
 A sua reprodução ocorre por auto-fecundação. – quando ele se 
dobra, um proglote entra em contato com outro, fazendo com 
que o material genético se misture e ocorre maior 
variabilidade genética. 
 Autoinfecção interna: quando os ovos ficam retidos no 
canal anal, voltam ao intestino e eclodem as larvas. 
 Elas seguem o ciclo e se formam como vermes 
adultos. 
 Acontece com muita frequência no hymenolepis. 
 
 Autoinfecção externa: quando o indivíduo possui maus 
hábitos de higiene e ingere as larvas que saíram nos seus 
ovos. 
 
 Transmissão coletiva: resquícios de larvas podem ficar retidas na região perianal, e contaminar outras 
pessoas em ambientes coletivos. 
 Em razão disso, quando uma pessoa é diagnosticada, é recomendado tratar todos os frequentadores 
daquele local, seja enfermaria, escola, creche, etc. 
 
 É conhecida como a doença da mão suja, pois é transmitida por vias não higienizadas. 
 Possui ciclo semelhante ao ciclo do oxiúrus 
 
Patogenia 
 A infecção é maior em crianças que em adultos, sendo a resistência aumenta depois da puberdade. 
 A resposta imunológica em adultos impede essa movimentação entre lâmina própria - lúmen intestinal. 
 Distúrbios gastrintestinais – ocorre por conta de carga parasitária alta, principalmente em crianças menores 
de 10 anos 
 Causa emagrecimento – ação espoliativa 
 Congestão e ulcerações da mucosa 
 Diarréia, dor abdominal, náuseas e vômitos – esses sintomas impedem o indivíduo de se alimentar 
normalmente, podendo levar a um quadro de anorexia. 
 O indivíduo pode vir a se tornar anêmico (mas anemia não é sintomatologia direta) 
 No caso de náuseas e vômitos, o ovo retorna e reinicia o ciclo de ativação da oncosfera em diante 
 
 O verme libera toxinas que podem levar a crises convulsivas, alterações do humor, tonturas, cefaléia, 
desequilíbrio, sono intranquilo 
 
Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Parasito 22/02/2022 
 A passagem das proglotes pelo ânus eventualmente pode gerar prurido 
 
 
Diagnóstico 
 Clínico – através da sintomatologia e anamnese 
 Sua residência possuirede de esgoto? 
 Consome frutas e legumes com frequência? Como elas são higienizadas? 
 A água consumida é potável? 
 Contato com hospedeiros paratênicos? 
 
 Laboratorial – parasitológico de fezes, por meio da presença dos ovos 
 
Tratamento 
 Praziquantel – dose única (25 mg/kg de peso)  muito usado para vermes achatados no geral 
(platelmintos) 
 Niclosamida – dose única de 2 gramas 
 Repetir o tratamento mais 2 vezes além da primeira, com 2 semanas de intervalo para combater a 
autoinfecção. 
 Esses anti-helmínticos agem apenas contra as larvas adultas, não agindo contra os ovos que estão 
eclodindo no intestino, por isso não é viável usá-los apenas uma vez 
 
Profilaxia 
 Diagnosticar e tratar todos os parasitados 
 Implementar quimioprofilaxia familiar - se houver um caso na família, trata-se todos os parentes que 
vivem juntos, além de não ser recomendado deixar os pacientes afetados em locais coletivos 
 Higienizar frutas, verduras e legumes antes do consumo 
 Higienizar as mãos após o uso do sanitário e antes das refeições 
 Descartar corretamente as fraldas 
 Cuidados com a higiene em ambientes coletivos como creches, escolas, enfermarias, etc 
 Adotar medidas de sanitização 
 Controle de insetos como besouros e pulgas

Continue navegando