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Ana Carolina Simões – MED 105 – PAPM III Síndromes Parenquimatosas Síndrome de Consolidação A condensação do parênquima pulmonar caracteriza-se pela ocupação dos espaços alveolares por células inflamatórias ou neoplásicas, transudato, sangue, material estranho e exsudato (líquido com alto teor de proteínas séricas e leucócitos, produzido como reação a danos nos tecidos e vasos sanguíneos) Fornece um aumento da densidade da parte afetada levando a estrutura anatômica pulmonar a se transformar na de um órgão sólido, como o fígado O linfoma pulmonar primário e o carcinoma bronquíolo-alveolar são as neoplasias que, tipicamente, se apresentam como consolidações Há preservação do volume pulmonar, ou seja, o tórax permanece simétrico, pois ocorreu apenas uma substituição do ar por outra substância Caso haja uma retração do hemitórax comprometido (perda de volume pulmonar), significa que não é mais uma consolidação pura Principais causas são pneumonias, infarto pulmonar e tuberculose, mas também pode ocorrer devido a edema, hemorragia pulmonar, proteinose alveolar e carcinoma bronquioloalveolar As principais manifestações clínicas são dispneia, tosse, que pode ser seca ou produtiva, e dor torácica Além da sensação de desconforto retroesternal, quando há comprometimento da pleura surge dor localizada em um dos hemitórax com as características de dor pleurítica Os principais achados de exame físico são aumento do FTV (frêmito toracovocal), murmúrio vesicular diminuído, submacicez ou macicez à percussão, presença de som bronquial e estertoração/crepitação fina (menor duração, agudas e pouco intensas) Quando há expectoração, é comum a presença de sangue misturado com muco ou pus (expectoração hemoptoica) – na tuberculose as hemoptises são frequentes Atelectasia Têm como elemento principal o desaparecimento de ar dos alvéolos sem que o espaço alveolar seja ocupado por células ou exsudato, ou seja, ocorre colapso do parênquima pulmonar pelo esvaziamento dos espaços aéreos parenquimatosos e, consequentemente, perda do volume pulmonar Os principais achados são redução do FTV e macicez Uma combinação indistinguível do exame físico do derrame pleural, pois na maior parte dos casos de derrame pleural não é possível demonstrar redução do FTV e macicez móveis As causas mais comuns são as neoplasias e os corpos estranhos que ocluem o lúmen de brônquios Ana Carolina Simões – MED 105 – PAPM III Se a oclusão for em um brônquio principal, ocorre atelectasia do pulmão inteiro; se estiver em brônquios lobares ou segmentar, a atelectasia fica restrita a um lobo ou a um segmento pulmonar Quanto maior a área comprometida, mais intensas serão as manifestações clinicas representadas por dispneia, sensação de desconforto e tosse seca Pode ser: Total Parcial Laminares – faixas de opacidade perpendiculares à pleura, geralmente nas bases e paralelas ao diafragma provocadas pela perda do surfactante Obstrutiva Central Obstrução do brônquio lobar ou principal Causa atelectasia lobar ou pulmonar total Sinais físicos mais importantes são os sons respiratórios abolidos e a retração do hemitórax comprometido O desvio inspiratório da traqueia e do impulso cardíaco apical para o lado comprometido mostram o desvio das estruturas mediastinais para compensar a perda de volume Obstrutiva Periférica Obstrução dos brônquios segmentares ou sub-segmentares No geral não causa atelectasia por causa da ventilação colateral através dos outros segmentos do mesmo lobo (poros alveolares e canais de Lambert) que permanecem desobstruídos, porém, nos casos de uma obstrução bronquiolar generalizada, como nas bronquiectasias, o efeito final seria o mesmo ao de uma obstrução central Ocorre perda de volume pulmonar com retração do hemitórax comprometido associado ao som bronquial e crepitações graves inspiratórias e expiratórias (fechamento e reabertura dos brônquios) Parênquima adquire uma estrutura sólida, uma mistura de atelectasia e consolidação, devido à obstrução dos brônquios periféricos Não-Obstrutiva ou Fibroatelectasia Frequentemente processos granulomatosos crônicos, como a tuberculose, curam por fibrose, que pode ser extensa Os espaços aéreos tornam-se reduzidos, colapsados e preenchidos por tecido de cicatrização, que invade também os espaços intersticiais Encontra-se dilatações brônquicas, característica de bronquiectasias Quando ocorre o acometimento de todo o pulmão, configura-se um quadro de pulmão destruído, com perda de volume acentuada e retração do hemitórax comprometido Na ausculta predominam crepitações graves profusas e som bronquial na região interescapulovertebral em virtude do desvio da traqueia para o lado comprometido O parênquima, de arquitetura sólida, pode gerar o som braquial em outras regiões do hemitórax lesado Síndrome de Hiperareação Observada no enfisema pulmonar Resulta de alterações anatômicas caracterizadas pelo aumento anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, acompanhadas de modificações estruturais das paredes alveolares. A manifestação clínica mais importante é a dispneia, que se agrava lentamente. No início ocorre apenas aos grandes esforços, mas, nas fases avançadas, aparece até em repouso. Na fase final surgem as manifestações de insuficiência respiratória Ana Carolina Simões – MED 105 – PAPM III Nas fases iniciais, ao exame físico do tórax encontram-se apenas redução do murmúrio vesicular e expiração prolongada Com a evolução da doença somam-se tórax em tonel, FTV diminuído e hipersonoridade Congestão Passiva dos Pulmões As principais causas são a insuficiência ventricular esquerda e a estenose/estreitamento mitral/bicúspide O líquido se acumula no interstício, causando dispneia de esforço, dispneia de decúbito e dispneia paroxística noturna, além de tosse seca ou com expectoração rósea (congestão aguda), estertores finos nas bases e, às vezes, sibilância. No exame físico, pode-se notar Inspeção: expansibilidade normal ou diminuída Palpação: expansibilidade normal ou diminuída e FTV normal ou aumentado Percussão: submacicez nas bases pulmonares Ausculta: estertores finos nas bases dos pulmões e ressonância vocal normal Escavação ou Caverna Pulmonar Consequência de eliminação de parênquima em uma área que sofreu necrobiose (degeneração dos tecidos vivos do organismo) Pode ocorrer nos abscessos, neoplasias e micoses, mas a causa principal ainda é a tuberculose. As manifestações clínicas são muito variáveis, predominando tosse produtiva e vômica fracionada ou não Obs.: Vômica = eliminação não-usual e mais ou menos brusca, através da glote, de uma quantidade abundante de secreção muco-purulenta de odor pútrido, podendo ser única, como ocorre no abscesso pulmonar, ou fracionada, como nas bronquiectasias, proveniente do tórax ou do abdome. Para ser detectada ao exame físico, é necessário que a caverna esteja próxima à periferia do pulmão e que tenha diâmetro mínimo de mais ou menos 4 cm
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