Buscar

REO 2

Prévia do material em texto

Metabolismo tissular especializado II
1. Descreva o fluxo sanguíneo da circulação êntero-hepática
O sangue é drenado do tubo digestivo por seus leitos capilares, e são
encaminhados por meio da veia porta para os capilares sinusóides dos lobos
hepáticos, que são constituídos por uma parede endotelial, possibilitando assim
durante esse transporte, a troca de algumas substâncias para nutrição do tecido
hepático e síntese de algumas proteínas. O sangue venoso durante esse
processo também pode pela ação dos macrófados e remoção do material
metabolizado e tóxico para ser secretado junto a bile. Ademais, ele será
encaminhado para as veias centrais, que se convergem até formar a veia
hepática, e assim, ser conduzido para a cava caudal (REECE, 2017).
2. Qual o papel imunológico do fígado?
Ele possui linfócitos T, NK (específicos dos capilares sinusóides hepáticos e
representam a primeira linha de defesa contra os vírus e as células metastáticas.
Além de estimular a maturação dos linfócitos T) e NKT e alguns linfócitos B
(SATO, 2021).
3. Como é o processo transformação das toxinas que serão secretadas junto
com a bile?
Primeiramente a substância sofre uma reação de oxidação, o qual
acrescenta um ou mais grupos hidroxila a vários pontos da molécula para
modificar a sua estrutura o suficiente para que não represente mais um perigo. As
enzimas que realizam essas reações frequentemente são membros da família
das mono-oxigenases do citocromo P450. Introduzem um átomo de oxigênio na
posição alifática de uma substância orgânica, R-H, para formar R-OH.
Em seguida o composto frequentemente é conjugado a uma molécula de
glicuronídio por enzimas no hepatócito. Isso torna a molécula muito mais
hidrossolúvel e permite que ela permaneça solúvel na bile à medida que é
transportada pelos ductos biliares (REECE, 2017).
4. Descreva os processos que acontece no sistema retículo-endotelial até ser
formado a bilirrubina
A primeira etapa se baseia na destruição das células que contém heme
(fixadores de oxigênio), pelas células de Kupffer presente no endotélio, ou células
do baço e medula óssea. Após essa captação, ela vai sofrer ação da enzima
heme-oxigenase, a qual vai ter como resultado a liberação de ferro, monóxido de
carbono e biliverdina. Em seguida a biliverdina vai sofrer ação da enzima
biliverdina-redutase, o qual libera monóxido de carbono e formará a bilirrubina.
Ela se associará com a molécula de albumina, e poderá circular livremente pelo
plasma, se tornando uma molécula hidrossolúvel e instável (BARRET, 2014)
5. Quais são as vias de excreção da bilirrubina? caracterize-os.
A bilirrubina pode ter 2 vias de excreção: fezes e urina. No intestino
grosso, o diglicuronídeo de bilirrubina é hidrolisado por bactérias, formando
urobilinogênio, substância incolor e altamente hidrossolúvel, bem como
estercobilina e urobilina, responsáveis pela típica cor marrom das fezes. No
entanto, cerca de 20 a 25% do urobilinogênio é reabsorvido (circulação
êntero-hepática) e cai na corrente sanguínea, sendo filtrado pelos rins (e
excretado junto com a úrina) e o restante eliminado nas fezes (BARRET, 2014;
SATO, 2021).
6. Quais são os processos de transformação que a bilirrubina é submetida no
fígado?
Quando a bilirrubina alcança o fígado, a alta permeabilidade dos capilares
sinusóides possibilita sua entrada no espaço de disse e a captação dos
hepatócitos devido a atração das proteínas citoplasmáticas fixadoras, que à
encaminha para o compartimento microssomal para a conjugação com o ácido
glicurônico. Essa reação é catalisada pela enzima UDP - glicorunil - transferase
(UGT), e se formará o diglicuronídeo de bilirrubina, sendo está, uma molécula
hidrossolúvel e possibilitando seu transporte até a bile, sem uma molécula
carreadora (BARRET, 2014).
7. Como se dá o processo de ejeção do leite? Que fenômenos se deve ficar
atento em uma ordenha?
A lactação é controlada por um complexo hormonal, sendo a ocitocina é
necessária à remoção ou à ejeção do leite. A fêmea tem uma participação
biologicamente ativa (embora totalmente inconsciente) na ordenha para forçar o
leite dos alvéolos para as cisternas. Isso é feito por contração ativa das células
mioepiteliais que circundam os alvéolos, que se contraem quando são
estimuladas pela ocitocina, um hormônio liberado pela neuro-hipófise, devido a
um reflexo neuroendócrino. A parte aferente do reflexo inclui estímulos visuais ou
auditivos, bem como nervos sensoriais provenientes das glândulas mamárias,
sobretudo nos mamilos ou tetos. As informações aferentes chegam ao
hipotálamo, que regula a liberação de ocitocina pela neuro-hipófise.
2
O reflexo de ejeção do leite pode ser condicionado a estímulos associados
à rotina de ordenha, como alimentação, ruídos do celeiro ou a visão dos filhotes
sendo amamentados. O reflexo de ejeção do leite também pode ser inibido por
estímulos perturbadores do ponto de vista emocional, como cães latindo, outros
ruídos incomuns e altos, atividade muscular excessiva e dor. Estímulos
estressantes elevam a atividade do sistema nervoso simpático, que também pode
inibir o reflexo de ejeção de leite. Essa inibição ocorre tanto no hipotálamo (via
inibição da liberação de ocitocina) quanto na glândula mamária, onde a
estimulação simpática consegue reduzir o efeito da ocitocina nas células
mioepiteliais (FAILS, 2019)
8. Quais são as etapas e os principais hormônios envolvidos na maturação e
desenvolvimento da funcionalidade das células da glândula mamária?
O período entre o crescimento até o pico da produção de leite pela
glândula mamária é dividido em 3 etapas. A primeira é a mamogênese,
caracterizando o crescimento e desenvolvimento da glândula mamária, podendo
se estender desde o período pré-natal, até durante a lactação, acontecendo o
proliferamento e condensamento das células. Entre os hormônios envolvidos,
estão o hormônio de crescimento e os esteróides adrenais, além de fatores locais
como os fatores de crescimento semelhantes à insulina (IGFs) – todos envolvidos
no metabolismo das células e dos nutrientes. Grande parte do crescimento
parenquimatoso caracteriza-se por alongamento e/ou ramificação do sistema
ductal, e sofre influência do estrogênio (por isso a proliferação em fêmeas é
maior). Além disso, esse crescimento requer as secreções simultâneas de
prolactina (PRL) e hormônio do crescimento (GH) e é potencializado ainda mais
pelo lactogênio placentário – um hormônio derivado da placenta de algumas
espécies, que exerce atividade semelhante à PRL e ao GH. A insulina e os IGFs
também estão envolvidos na mitose celular mamária durante a gestação.
A próxima etapa é a lactogênese, o processo de diferenciação, por meio
do qual as células alveolares mamárias adquirem capacidade de secretar leite. O
estrogênio tem efeito estimulador na secreção de PRL (prolactina). Os
glicocorticoides diminuem sua taxa de ligação às globulinas proteínas e o
complexo PRL-glicocorticoides inicia a diferenciação e as atividades enzimáticas
iniciais necessárias à produção e à secreção do leite. Outros hormônios
envolvidos são GH, IGF, insulina e hormônios tireóideos. No início da lactação, as
células alveolares passam por maturação notável do retículo endoplasmático
rugoso, do retículo endoplasmático liso e do aparelho de Golgi sob a influência da
PRL e dos glicocorticoides, resultando na capacidade celular de sintetizar e
secretar proteína, gordura e lactose.
9. Qual a importância do colostro para o animal neonato?
O colostro é a primeira secreção da glândula mamária antes do parto. Ele
3
fornece componentes importantes e, em alguns casos, essenciais à saúde e à
sobrevivência do recém-nascido. Nem sempre a transferência das
imunoglobulinas da gestante para o feto é efetiva ou considerável (vai variar de
acordo com cada espécie, seu estado fisiológico e seu tipo de placenta). No
entanto, em comparação com o leite, a composição do colostro tem teores
consideravelmente maiores de sólidos, proteínas e cinzas (especialmente zinco,
ferro, ácido fólico, colina, riboflavina evitaminas A, E e B12. Além das
imunoglobulinas e de outros nutrientes necessários ao crescimento e
desenvolvimento, o colostro contém inúmeras proteínas e células imunes
necessárias à proteção imunológica inicial (imunidade passiva), além de outros
fatores que facilitam a digestão (REECE, 2017). Essas imunoglobulinas (Ig) são
concentradas no leite por meio de transporte seletivo pelas células epiteliais que
revestem os alvéolos e conferem imunoproteção aos recém-nascidos contra
agentes infecciosos no ambiente até que seu sistema imune amadureça e se
torne funcional. O consumo de colostro é especialmente importante em animais
de produção por causa da transferência limitada de imunoglobulinas da mãe para
o feto via placenta (FAILS, 2019).
10.Descreva as proteínas presentes no leite
A maioria das proteínas do leite é sintetizada no retículo endoplasmático
rugoso a partir dos aminoácidos do sangue, que resultam da digestão da proteína
alimentar, das proteínas bacterianas formadas durante a ruminação, ou do
catabolismo limitado das proteínas corporais. O processo celular de composição
dessas proteínas é semelhante ao de outras células que sintetizam proteínas. As
duas principais classes de proteína produzidas são caseína e soro. Cada espécie
tem uma proporção específica para cada proteína, de acordo com as
necessidades fisiológicas do metabolismo do filhote.
A caseína é fosforilada no aparelho de Golgi e isto permite a ligação de
outros minerais, formando produtos quelantes orgânicos naturais. As caseínas α
e β contêm grandes quantidades de fosfato de cálcio e ligam-se para formar
colóides proteicos conhecidos como micélios de caseína. A caseína κ está
localizada fora do micélio e tem menos fosfato de cálcio, mas apresenta uma
cadeia de carboidrato que dificulta a coagulação dos micélios. O micélio é
acondicionado na vesícula secretora de Golgi. A formação das micelas é
fundamental para manter a estrutura do leite (REECE, 2017)
11. Quais são as gorduras presentes no leite? de onde elas se originam?
A gordura do leite é formada basicamente de triglicerídeos, que são
compostos de misturas variáveis originados pela síntese de ácidos graxos,
dependendo da disponibilidade dietética destes compostos; o equilíbrio dos
glóbulos de gordura é alcançado quando eles contêm diglicerídeos,
monoglicerídeos, ácidos graxos livres, fosfolipídios, colesterol e ésteres de
colesterol.
4
Existem três vias de síntese da gordura do leite na glândula mamária.
Contudo, os mecanismos de conservação da glicose e a disponibilidade dos
precursores limitam a utilização de todas estas três vias na maioria das espécies,
sendo uma parte significativa da gordura do leite é derivada diretamente da dieta
(REECE, 2017)
12.Qual a relação do leite com o equilíbrio hidroeletrolítico?
As concentrações de lactose, sódio e potássio geralmente são constantes
no leite. Junto com o cloreto, esses componentes determinam o equilíbrio
osmótico entre o leite e o sangue (que tem a mesma osmolaridade). A
manutenção do equilíbrio osmótico do leite determina o volume produzido
(REECE, 2017).
5
Referências bibliográficas
1. BARRET, Kim E. Fisiologia gastrintestinal, Grupo A, p.322, 2014. 9788580554182.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554182/.
Acesso em: 02 fev. 2022.
2. DEE, FAILS, A. Frandson - Anatomia e Fisiologia dos Animais de Produção, Grupo
GEN, p.396, 2019. 9788527735919. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527735919/. Acesso em: 03 fev.
2022.
3. REECE, William O. Dukes | Fisiologia dos Animais Domésticos, 13ª edição. Grupo
GEN, p.775, 2017. 9788527731362. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527731362/. Acesso em: 01 fev.
2022.
4. SATO, Mônica Akemi. Tratado de Fisiologia Médica. Grupo GEN, p.500, 2021,
9788527737340. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527737340/. Acesso em: 01 fev.
2022.
6

Continue navegando