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Utilização de selantes oclusais → Introdução: Os benefícios alcançados por medidas como o advento dos tratamentos à base de fluoretos, juntamente c/ a conscientização da população c/ respeito a adequada higiene da cavidade oral e possibilidade de dietas menos cariogênicas foi possível a diminuição do índice de cárie, principalmente nas regiões de superfície lisa dos dentes. A morfologia complexa da superfície oclusal dificulta a remoção mecânica da placa bacteriana e confere uma reduzida efetividade do flúor no processo de remineralização. Esse fato determina a necessidade de uma proteção especifica da superfície oclusal p/ evitar o desenvolvimento da cárie. → Cárie: Região de cicatrícula e fissura. → Histórico: Em 1923, HYATT apresentou a técnica da Odontomia profilática, como medida preventiva da cárie, que consistia no preparo cavitário e restauração com amálgama de prata das fóssulas e fissuras (na época, esse procedimento não foi bem aceito pela comunidade odontológica, por implicar em corte de estrutura dentaria sadia) Por outro lado, BODECKER (1929) sugeriu a erradicação das fissuras como alternativa da técnica proposta por HYATT. Essa era obtida pelo alisamento ou arredondamento dos sulcos e fóssulas profundas, c/ auxílio de brocas esféricas em baixa rotação, possibilitando sua própria limpeza. Como esse procedimento poderia levar a remoção de camadas protetoras de esmalte dental, c/ consequente exposição da junção amelodentinária e posterior aparecimento de sensibilidade dentinária, não obteve grande aceitação, menos sendo um método + conservador que HYATT. Da mesma forma, outros métodos preventivos foram surgindo, como a aplicação de nitrato de prata, por KLEIN e KNUTSON (1942), do cloreto de zinco e ferrocianeto de potássio, por AST (1950), no entanto, mesmo promissores, não tiveram sucesso. BLACK e geração de autores, preconizavam p/ lesões de cicatrículas e fissuras, mesmo aquelas incipientes, um tratamento c/ base no princípio da “extensão p/ a prevenção”, onde a ideia básica era prevenir a recidiva de cárie, englobando-se c/ o preparo cavitário, tanto as cicatrículas e fissuras cariadas como aquelas livres de cárie. Com o aprimoramento dos instrumentos cortantes rotatórios, c/ o advento do condicionamento ácido do esmalte, c/ o surgimento de novos mateirais restauradores e a constatação que as restaurações executadas por procedimentos restauradores clássicos falharam, necessitando sua substituição em pouco tempo. Vários autores passaram a defender procedimentos + conservadores e biológicos p/ o tratamento das regiões de cicatrículas e fissuras. O material adequado p/ o selamento de fóssulas e fissuras seria aquele que apresentasse: Ótima adesividade à superfície do esmalte; Método de aplicação simples; Biocompatibilidade; Baixa viscosidade – penetrando em fissuras + estreitas; Baixa solubilidade no meio bucal; → Selantes: A primeira alternativa p/ prevenir o surgimento de caries nas superfícies oclusais, é o uso de selantes. Como o próprio nome sugere, o selante é uma resina líquida que preenche os espaços dessas cicatrículas e fissuras, dificultando o acúmulo de placa e facilitando a higienização do dente. “Selamento p/ prevenção” Os selantes oclusais foram desenvolvidos por CUETO e BUONOCORE (1965), especialmente p/ prevenir a carie nas regiões de cicatrículas e fissuras profundas e os mesmos tem se demonstrado eficazes. Os efeitos dos selantes são: 1. Selar mecanicamente as cicatrículas e fissuras c/ um material ácido/resistente; 2. Anular o habitat preferido pelo S. mutans e outros microrganismos cariogênicos; 3. Permitir uma melhor limpeza das regiões de cicatrículas e fissuras; → Tipos de selantes: Os selantes são polímeros de BIS-GMA ou diacrilato de uretano, os quais podem ser autopolimerizáveis ou foto polimerizáveis. Alguns são resinas s/ carga, enquanto outros são constituídos por resinas c/ uma porcentagem de carga inorgânica que pode variar de 20 a 50%. As partículas de carga oferecem aos selantes maior resistência ao desgaste. Os selantes podem conter pigmentos – selantes coloridos ou não – selantes incolores Selantes c/ ou s/ flúor → Selante ionômero: Mais recentemente surgiu no mercado cimento ionomérico, desenvolvido especialmente p/ o tratamento de cicatrículas e fissuras. → Selante que não precisa de condicionamento ácido: Lançamento americano. Não precisa fazer o condicionamento ácido. → Vantagens do selante: Preservação da estrutura do dente molar, evitando cáries e suas complicações. Aplicação simples e rápida. Valor de investimento muito baixo. Manutenção da saúde bucal. → Indicações e contra- indicações: 1. Dentes recém irrompidos c/ cicatrículas e fissuras profundas, clinicamente livres de cárie, de restauração e de difícil higienização; 2. Dentes de pacientes que apresentam dificuldades motoras p/ adequada higienização e pacientes c/ alto risco a cárie; 3. Algumas vezes poderá ser estratégico o selamento de dentes de pacientes adultos, especialmente quando os mesmos estiverem sob tratamento médico e este implica numa acentuada diminuição do fluxo salivar; Segundo a ADA (1987), admitisse o uso do selante em dentes c/ cárie incipiente, ou seja, limitada ao esmalte dental. Momento atual é baseado em evidências e na filosofia minimamente invasiva (indicação dos selantes parece estar mudando da prevenção primaria p/ decisão terapêutica no manejo da cárie, em lesões de esmalte e dentina superficial). → Qual a função real dos selantes? São claramente efetivos, mas sobre lesões de cárie, não sobre dentes sadios. Tem função terapêutica. → Técnica de aplicação: Simples e direta, contudo é extremamente sensível à manipulação do material e à contaminação salivar. A literatura relata que uma perda de adesão de até 100% pode ocorrer c/ uma contaminação salivar não + duradoura que 60 seg.. Assim, sempre que possível, deve se utilizar o isolamento absoluto. Profilaxia: Por tradição advoga-se que a limpeza dos dentes selados deve ser realizada c/ a taça de borracha ou escova de Robinson, utilizando pedra pomes como agente abrasivo, ou pasta profilática. Isolamento: Passo crucial na utilização dos selantes. Um bom isolamento deve ser obtido p/ assegurar o sucesso do procedimento. O indicado é a utilização do isolamento absoluto, no entanto, alguns tipos de isolamentos relativos podem ser utilizados. Ataque ácido: O ácido + utilizado p/ isso é o ortofosfórico a 37%, que é disponível nas formas de gel e líquido. Ambos tipos são adequados, contudo os dentistas quase sempre preferem o gel por ser visível, devido a sua cor e proporcionar um maior controle. Deve ser aplicado sobre todas as superfícies suscetíveis e estendido nas inclinações das cúspides. O ácido deve ficar em contato c/ os dentes de 15 a 20 seg em ambas as dentições. Remoção do ácido: O tempo de 1 seg é tão efetivo quanto o tempo de 20 seg, no que diz respeito à força de adesão e microinfiltração. No entanto, a lavagem deve ser longa o suficiente p/ permitir a remoção de todo ácido. Depois de lavado, o esmalte deve ser completamente seco e mostrar em toda extensão do ataque ácido, uma aparência opaca. → Aplicação do selante: Deve ser aplicado em toda a superfície atacada. De preferência c/ um pincel, embora não exista recomendações científicas a respeito. A polimerização do material deve ser realizada o + rápido possível, pelo tempo recomendado pelo fabricante. Após a polimerização, o selante deve ser checado c/ o uso de um explorador afim de que degraus e bolhas sejam detectados. Finalmente o lençol de borracha deve ser removido e a oclusão verificada. Estudos recentes mostram que o “uso do adesivo dentinário melhora a adesividade dos selantes” Avaliação periódica: Os selantes devem ser avaliados regularmente, porque sua taxa de reaplicação é maior nos primeiros 6 meses e porque os sulcos vestibular e lingual apresentam uma maior taxa de perda. O normal é recomendar uma verificação semestral dos selantes, especialmente daqueles aplicados c/ dentes em erupção.
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