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História como Ciência: Fundamentos e Escolas

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O conceito de história
APRESENTAÇÃO
A história pode ser melhor compreendida enquanto disciplina científica a partir do seu desenvol
vimento ao longo do tempo. As primeiras tentativas no sentido de uma virada científica ocorrera
m no início do século XIX. No entanto, esses primeiros passos, embora tivessem avançado nas q
uestões metodológicas, ao exigir maior rigor no trato das fontes, eram insuficientes em termos d
e filosofias ou teorias da história. E não é possível para o historiador exercer a sua tarefa sem ref
letir sobre a natureza dela e elaborar hipóteses sobre os seus objetos de estudo.
Contudo, após esses primeiros momentos, deu-se início uma evolução contínua nos estudos hist
oriográficos que, ao longo dos séculos XIX e XX, com as escolas positivista e marxista, ganhou 
densidade tanto em termos metodológicos quanto teóricos e sobre os novos problemas de pesqui
sa que se apresentaram. A partir da década de 1960 ocorre uma nova guinada no campo históric
o com a ascensão da terceira geração da Escola dos Annales, que investiu em novos objetos de e
studo.
Uma das grandes conquistas da história, enquanto ciência, foi determinar a importância do conte
xto histórico, de maneira que o historiador não incorra em anacronismos. Junto com o estudo do
s fatos e da cultura dos povos, deve-se considerar as condições materiais e a organização dos gru
pos por épocas históricas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer o contexto em que a história passa a se torn
ar uma ciência e, os seus fundamentos, as principais características de três grandes escolas histór
icas: a positivista, a marxista e a chamada Nova História. Por fim, você poderá reconhecer a imp
ortância do contexto histórico para a compreensão dos fatos estudados.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Apontar os fundamentos da história como ciência.•
Descrever as correntes historiográficas do Positivismo, Marxismo e Nova História.•
Reconhecer a importância do contexto histórico para a análise dos fatos. •
DESAFIO
Atualmente, no âmbito da história, são muito vivos os debates acerca dos fundamentos científic
os dessa. De um lado, historiadores vinculados às correntes pós-modernas defendem que a histór
ia não pode ser considerada uma ciência. Em outra via, historiadores que são partidários da histó
ria científica argumentam que esta tem teorias próprias e metodologias científicas. Outros histori
adores tentam ajustar um meio termo, afirmando que a história é sim uma ciência, porém uma ci
ência de tipo peculiar.
Você, como historiador, está participando de um congresso. 
Baseado nesta situação, responda:
a) Quais argumentos você utilizaria para comprovar o seu ponto de vista, caso você precisasse d
efender a história ciência?
b) Quais argumentos você utilizaria para comprovar o seu ponto de vista, caso você precisasse d
efender a não cientificidade da história?
INFOGRÁFICO
O desenvolvimento da história como ciência foi um longo processo iniciado no início do século 
XIX. De lá para cá, grandes escolas históricas surgiram, influenciando gerações de historiadores 
e permitindo a construção de trabalhos históricos dos mais diversificados.
Dessas escolas, três se destacam, principalmente: a positivista, a marxista e a chamada de Nova 
História. O positivismo, como doutrina influente no século XIX, teve papel importante na forma
ção da história enquanto ciência. Praticamente contemporâneos a ela, os trabalhos de Karl Marx 
foram os responsáveis pela formação de uma escola histórica própria, muito influente no século 
XX. Por fim, a Nova História diferenciando-se das duas anteriores em seus métodos e temas, ta
mbém exerce influência até hoje nos meios acadêmicos da história. 
Veja, no Infográfico, informações sobre essas três grandes escolas históricas. 
CONTEÚDO DO LIVRO
A discussão sobre se a história é uma ciência, ou não, é algo que precisa ser confrontado pelos h
istoriadores como parte de seu trabalho. Desde o início do século XIX, quando pela primeira vez 
esse debate surgiu – e mais que um debate, uma imposição dos tempos sobre o fazer histórico – 
o tema continua sendo pautado nas discussões a respeito do ofício do historiador.
A importância desse diálogo reside no fato de que é fundamental para o profissional da história r
efletir sobre a sua prática. Indo além: determinar os fundamentos científicos da história é essenci
al para que a produção do conhecimento histórico seja racionalizada.
Em meio a diversas tendências historiográficas, o historiador deve buscar incessantemente conh
ecê-las, compreender os seus métodos, dominar as suas teorias e filosofias, enfim, apreender a hi
stória como ciência. Afinal, montando esse instrumental metodológico e esse arcabouço teórico, 
o historiador terá muito mais capacidade em compreender os diversos contextos históricos a fim 
de evitar o “pecado” do anacronismo.
No capítulo, O conceito de história, da obraTeoria da História e Historiografia, você encontrará 
uma discussão sobre os fundamentos da história e a sua cientificidade, bem como as característi
cas de três grandes escolas históricas: positivista, marxista e a Nova História. Você também irá a
prender a importância do contexto histórico e dos conceitos para o trabalho do historiador.
Boa leitura.
TEORIA DA HISTÓRIA 
E HISTORIOGRAFIA 
Eduardo Pacheco Freitas
O conceito de história
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Apontar os fundamentos da história como ciência.
  Descrever as correntes historiográficas do positivismo, marxismo
e nova história.
  Reconhecer a importância do contexto histórico para a análise
dos fatos.
Introdução
Definir se a história é ou não é uma ciência faz parte de um debate 
aparentemente eterno dentro do campo da história. Nenhum historiador 
poderá ficar indiferente a esta discussão, devendo confrontar o pro-
blema mais cedo ou mais tarde. A importância de realizar essa reflexão 
é que, a partir dela, o trabalho do historiador pode ganhar contornos 
mais precisos, auxiliando sua tarefa como produtor de conhecimento 
histórico. Em um ramo do conhecimento que possui tantas tendências 
relevantes e diversos paradigmas, conhecê-los e estar apto a fazer sua 
crítica é outra característica essencial para um bom historiador. Ademais, 
o domínio dos conceitos e a sua correta aplicação para evitar o erro 
do anacronismo são fundamentais para o correto desenvolvimento de 
um trabalho histórico.
Neste capítulo, você vai conhecer a discussão sobre a cientificidade 
da história e quais os principais fundamentos da história como ciência. 
Além disso, vai aprender sobre as principais correntes historiográficas 
surgidas a partir do século XIX. Por fim, você vai refletir sobre a impor-
tância do contexto histórico e do uso dos conceitos para a análise dos 
fatos históricos.
Afinal, a história é uma ciência?
Em seus estudos, você descobrirá que até hoje existem historiadores que 
debatem se seu ramo do conhecimento humano se trata de uma ciência ou 
não. Essa discussão envolve sobretudo o questionamento das possibilidades 
de se conhecer objetivamente o passado. Isso signifi ca que, de uma certa 
perspectiva, o uso de teorias e métodos permite que a história seja uma ciência; 
sob outra ótica, pode-se dizer que a escrita da história é apenas um discurso 
autorreferente. Nesta primeira seção, você conhecerá as características de 
ambas as correntes, bem como historiadores que representam cada uma delas. 
Além disso, você conhecerá os fundamentos da história enquanto ciência.
Os primórdios da história científica
A história, como ramo independente do conhecimento humano, existe desde 
a Antiguidade. Os gregos foram os primeiros a produzir trabalhos envol-
vendo a sua própria história e a de outros povos. Nesse sentido, Heródoto de 
Halicarnasso (séc. V a.C.) frequentemente é tido como o “pai” da história. 
Suaobra mais conhecida, Histórias, traz relatos de suas viagens e conversas 
com habitantes de lugares distantes, possibilitando ao autor discorrer sobre 
costumes tanto de gregos quanto de outros povos. Contudo, esse tipo de fazer 
historiográfi co carecia de métodos precisos e de um instrumental teórico. 
Portanto, não se tratava ainda de uma história científi ca. 
A história científica irá surgir somente na virada do século XVIII para o 
século XIX, momento em que a ciência como um todo passa a avançar con-
sideravelmente em pouco tempo. Na história científica, que aparece após a 
Revolução Francesa, exige-se rigor no trato das fontes, cuja autenticidade deve 
ser verificada, e a teoria passa a ocupar papel fundamental para a interpretação 
dos acontecimentos do passado narrado pelo historiador, agora profissiona-
lizado. Portanto, foi somente nos últimos 200 anos que os pesquisadores da 
história buscaram traçar fronteiras mais nítidas entre o discurso narrativo 
histórico e a narrativa literária ou poética. De acordo com Moscateli (2005, 
documento on-line): “[...] o século XIX assistiu ao esforço dos historiadores 
para institucionalizar sua área de estudos por meio de uma ruptura da história 
em relação à arte e à filosofia”.
O nome mais importante na institucionalização da história como ciência foi 
o do alemão Leopold von Ranke (1797–1886). Assim como Heródoto foi o “pai” 
da história, Ranke é considerado o “pai” da história científica, e isso se deve ao 
fato dele ter posto em marcha uma verdadeira revolução no modo de produzir 
O conceito de história2
conhecimento histórico. Em primeiro lugar, Ranke determinou a importância do 
uso das fontes primárias para o trabalho do historiador. Até então, não havia essa 
preocupação, o que acabava afetando a credibilidade dos trabalhos históricos. 
No entanto, deve-se ressaltar que, apesar deste ter sido um importante passo 
na criação da história científica, Ranke dava atenção especial somente aos 
documentos produzidos pelo Estado, de forma que pudesse escrever sua história. 
Por outro lado, Ranke acreditava na total separação entre o historiador 
(sujeito) e o passado (objeto), defendendo que o seu trabalho deveria ser exe-
cutado de forma neutra, com o historiador deixando de lado suas vivências, 
preferências e características pessoais, formando assim um processo de com-
pleta objetividade. Os fundamentos para essa perspectiva estavam no seu 
método. De acordo com os princípios metodológicos de Ranke, não caberia 
ao historiador julgar o passado, devendo se ater, em vez disso, ao relato do 
que de fato havia acontecido, sem juízos de valor. Isso só seria possível se 
o historiador escapasse de todos os condicionamentos sociais capazes de 
interferir no objeto sobre o qual se ocupa em seu ofício. Para produzir sua 
narrativa científica, o historiador deveria efetuar a crítica rigorosa das fontes 
(documentos escritos), organizados cronologicamente e sem especulações 
filosóficas sobre seus conteúdos. Ao obedecer a essas regras, surgiria a história 
como ciência (BOURDÉ; MARTIN, 1983)
Contudo, apesar de suas pretensões, isso ainda não garante uma história 
plenamente científica, justamente por descartar a utilização de teorias e, desse 
modo, a formulação de hipóteses. No entanto, Ranke deu os primeiros passos 
na formulação de uma história-ciência, que seriam seguidos pela chamada 
Escola Metódica, influenciada pelo positivismo e fundada por Gabriel Mo-
nod (1844–1912), Charles Seignobos (1854–1942) e Charles-Victor Langlois 
(1863–1929), no final do século XIX. Tal tradição científica prosseguiu com 
o marxismo e a Escola dos Annales no século XX.
Os fundamentos da história como ciência
Ao refl etir sobre as relações entre o historiador e seu objeto de pesquisa (o 
passado), face à lógica específi ca de que os fatos históricos devem ser tratados 
a partir de uma perspectiva científi ca, Reis (2010, p. 26) afi rma:
O historiador não está condenado a registrar fatos, a constatá-los. Ele raciocina 
sobre eles, busca a sua inteligibilidade, atribuindo-lhes sentido, pensando 
as possibilidades objetivas e os seus desdobramentos. Afinal, pensar não é 
registrar, mas considerar caminhos possíveis, alternativas.
3O conceito de história
Portanto, é fundamental que na pesquisa histórica, muito mais do que 
elencar nomes, datas e fatos, o historiador desenvolva hipóteses a respeito dos 
processos históricos. Dessa forma, é possível estabelecermos que o conheci-
mento histórico é eminentemente racional, pois, ao produzi-lo, o historiador 
busca determinar sentidos, criando uma razão histórica, que tem por base 
teorias da história. Assim, são construídas análises racionais sobre os objetos 
de estudo. 
O historiador e filósofo alemão Jörn Rüsen (1938–) é um dos autores de 
maior destaque dentro do pensamento contemporâneo a respeito da cientifi-
cidade da história. Para Rüsen, só é possível pensar a história como ciência 
se levarmos em consideração os métodos que devem ser aplicados às fontes. 
Segundo essa perspectiva, que torna relevante a reflexão do historiador so-
bre o trato que dá ao conjunto de suas fontes, é a partir deste momento que 
a construção do conhecimento científico passar a acontecer no âmbito da 
história. Em síntese, a definição de um método preciso é um pressuposto 
para a ciência histórica.
É isso que irá, primeiramente, diferenciar a narrativa histórica de qualquer 
outra forma de narrativa. De acordo com Rüsen (2001, p. 97), a “[...] história 
como ciência é a forma peculiar de garantir a validade que as histórias, em geral, 
pretendem ter. Histórias narradas com especificidade científica são histórias 
cuja validade está garantida mediante uma fundamentação particularmente 
bem feita”. Esta “garantia” que Rüsen menciona, que torna científico o conhe-
cimento produzido pelo historiador, reside especificamente na utilização de 
teorias para elaborar a experiência do passado em forma de história. Por isso, 
tanto quanto o método, a teoria é indispensável na produção historiográfica.
Outro nome importante na fundamentação da história como ciência foi 
Marc Bloch, um dos fundadores da Escola dos Annales. Em seu livro Apologia 
da História ou o ofício do historiador, ele apresenta suas concepções sobre a 
história científica. É nesta obra que Bloch cunha a sua célebre definição de que 
a história é “[...] uma ciência dos homens no tempo” (BLOCH, 2001, p. 67). 
Decorre desse entendimento o fato de que o conhecimento histórico deve ser 
compreendido como produção científica, com suas próprias especificidades 
teórico-metodológicas.
Uma das grandes ressalvas feitas pelos autores que não consideram possível 
a cientificidade da história é a de que o historiador não tem acesso direto ao 
seu objeto (REIS, 2010). No entanto, para Bloch (2001), as ciências não são 
definidas única e exclusivamente por seus objetos de estudo. O mais importante, 
segundo o autor, é a posição do historiador no processo de investigação, já que 
é ele quem determinará seus limites, ou seja, criando os recortes necessários 
O conceito de história4
para o estudo sistemático do objeto. É nesse sentido que assume particular 
relevância a definição dos métodos adequados para sua pesquisa e posterior 
escrita e comunicação dos resultados. Cabe ressaltar que a aproximação que o 
historiador faz dos diversos objetos cria a necessidade de diferentes formas de 
abordagem metodológica. Uma metodologia que serve para pesquisar acervos 
escritos do século XX possivelmente não servirá para um historiador que 
estude a história da pintura renascentista. Dessa forma, estão caracterizados 
os procedimentos formais para a construção do conhecimento histórico.
A contestação da história enquanto ciência
Embora grande parte dos autores considere que o conhecimento histórico é 
fruto da pesquisa científi ca rigorosamente metódica, existem historiadores 
que apresentam uma perspectiva diversa. Paul Veyne (1930–), em Como se 
escreve a história: Foucault revolucionaa história, uma obra do início dos 
anos 1980, foi categórico em sentenciar que a história, em hipótese alguma, 
pode ser considerada uma ciência.
Para o autor (VEYNE, 1982), os historiadores apresentam pretensões 
científicas, mas não teriam condições de revelar qual seu método quando 
questionados a respeito. Dessa forma, a história não explicaria nada. Portanto, 
ao não possuir método e não apresentar modelos explicativos convincentes, a 
ciência histórica dos últimos dois séculos seria uma farsa, existindo somente 
na cabeça dos historiadores. Nesse sentido, Veyne (1982, p. 8) coloca a questão 
“o que é a história?”, para em seguida responder: “[...] os historiadores narram 
fatos reais que têm o homem como ator; a história é um romance real”. Portanto, 
a história na visão de Veyne nada mais é do que uma mera narrativa, devido 
à sua incapacidade de conhecer objetivamente o passado.
O ataque de Veyne (1982) aos historiadores, deslocando-os do campo cien-
tífico e colocando-os no campo narrativo, não foi isolado. Logo após ser aberto 
este novo caminho, outro historiador o seguiu: Hayden White (1928-2018).
White (2008), seguindo na mesma linha de Veyne, contesta o caráter 
científico da história e a coloca no campo da literatura. Para o autor de Meta-
-história, o historiador é incapaz de reconstruir os fatos da mesma forma que 
ocorreram, devendo, portanto, se afastar dos pendores científicos, de forma a 
se aproximar do campo literário, com uma escrita mais livre. De acordo com 
White (2008), a linguagem é um fator determinante nos sentidos do texto. 
Assim, a racionalidade buscada pelo historiador, com o objetivo de produzir 
um conhecimento lógico e estruturado, dá lugar ao estilo literário que estará 
na base do discurso histórico. Portanto, na impossibilidade, segundo White 
5O conceito de história
(2008), de se atingir objetivamente o passado, a narrativa histórica se aproxima 
dos outros gêneros de narrativas, sendo autorreferente.
Como visto, o debate dos fundamentos científicos da história permanece 
em aberto, com disputas entre duas correntes. No entanto, é crucial que os 
historiadores compreendam que essa problemática sobre a natureza do conhe-
cimento históricos deve ser confrontada permanentemente.
Positivismo, marxismo e nova história
Desde as primeiras tentativas de criação de uma história científi ca, nos primór-
dios do século XIX, o fazer histórico passou por profundas transformações. 
A partir deste longo século — que testemunhou o fi m do Antigo Regime, a 
ascensão da burguesia como classe dominante, a consolidação dos Estados 
nacionais, a expansão imperialista, o rápido desenvolvimento das ciências, tanto 
as naturais quanto as humanas, e o surgimento de poderosas ideologias — um 
novo mundo foi criado. A partir de então, novas formas de encarar a sociedade 
e a história surgiram, determinando os rumos das ciências humanas até hoje. 
Assim, novas e importantes teorias apareceram, infl uenciando sobremaneira a 
ciência histórica, sendo as mais importantes delas o positivismo, o marxismo 
(século XIX) e a nova história (século XX).
Positivismo
O francês Auguste Comte (1798–1857) é geralmente referido como o “pai” da 
sociologia. Esse campo do conhecimento não existia até a primeira metade 
do século XIX, tendo algumas de suas bases lançadas por Comte. Além 
disso, Comte foi o responsável pela criação de uma nova doutrina, chamada 
por ele de positivismo. Dentre suas principais características, podemos nos 
referir à concepção de que o pesquisador (sujeito) nas ciências humanas pode 
posicionar-se de maneira absolutamente neutra perante seu objeto de estudo, 
tal qual nas ciências naturais.
Como nos lembram Bourdé e Martin (1983), a ciência positivista era calcada 
na ideia da “lei dos três estados”, que seriam as etapas pelas quais o conheci-
mento humano havia passado pela história. A primeira “lei” diz respeito ao 
“estado teológico”, no qual o ser humano atribuía os eventos históricos a seres 
sobrenaturais; no estado seguinte, o metafísico, os seres sobrenaturais seriam 
substituídos pelas abstrações de modo a explicar a história; finalmente, no “es-
tado positivo”, o ser humano busca explicar a realidade pelo método científico.
O conceito de história6
É importante lembrarmos que os avanços científicos da Revolução Industrial 
tiverem forte impacto sobre o imaginário social e sobre a produção intelectual, 
como fica evidente na fé depositada por Comte na ciência. A questão é que 
essa nova forma de conceber a sociedade teve influência sobre a produção 
das ciências humanas, que nesse período passavam a se institucionalizar. É 
dessa maneira que surge uma história positivista. Portanto, como nos informa 
Fonseca (2009, documento on-line): 
Esta história positivista será uma história que, exatamente por acreditar que os 
fatos podem ser isolados do sujeito que os confronta (o historiador) e podem 
ser percebidos em seus contornos precisos, terá a capacidade de descrever a 
verdade sobre os fatos históricos (que a este ponto constituem, para o positi-
vismo, a própria História), pois a análise do objeto pode ser assimilada pela 
ciência (aquela ciência que é metodologicamente bem informada — isto é, a 
ciência positivista) sem que haja qualquer perda ou redução: o saber histórico 
tem a capacidade de reproduzir fielmente os fatos históricos.
Como fica evidente nessa passagem, a história positivista tem pretensões de 
objetividade total do historiador frente ao seu objeto, como se ele, o historiador, 
pudesse desaparecer por detrás de suas fontes e de sua escrita, sem imprimir 
qualquer traço subjetivo de sua personalidade. É precisamente esta busca 
pela total neutralidade do historiador que conduzirá os trabalhos de Leopold 
von Ranke, um dos primeiros e mais importantes historiadores positivistas.
Ranke foi o criador dessa nova corrente historiográfica conhecida como 
científica e/ou positivista. Seus pressupostos advêm do positivismo, buscando 
utilizar os métodos das ciências naturais nas ciências humanas, particularmente 
na história. No entanto, o autor reduzia muito o seu campo de pesquisa, ao 
aceitar somente documentos escritos e oficiais como fontes dignas de créditos. 
Dessa forma, a pesquisa histórica de Ranke, embora com pretensões cientí-
ficas, acaba elaborando apenas uma história do Estado. Contudo, esse foco 
nos documentos oficiais fundamentou a crítica rigorosa de tal material. Esse 
modo de fazer história atravessou as fronteiras da Alemanha e influenciou 
uma das mais importantes escolas históricas francesas: a Escola Metódica.
Fundada em torno da Revista Histórica, a Escola Metódica teve como seus 
maiores expoentes Charles Seignobos e Charles-Victor Langlois. Ambos pu-
blicaram um trabalho que tinha como objetivo estabelecer os métodos a serem 
utilizados na ciência histórica. Essa obra, intitulada Introdução aos Estudos 
Históricos, exerceu larga influência sobre as gerações seguintes de historiadores. 
Contudo, completamente imbuídos pelo espírito positivista, não conseguiram 
superar suas amarras metodológicas e teóricas, já que prosseguiram com o 
7O conceito de história
credo na total separação entre sujeito e objeto. Da mesma forma, permaneceram 
impassíveis em relação ao uso exclusivo de fontes oficiais, fixando-se assim 
como objeto de suas pesquisas os fatos e os grandes vultos históricos. 
Marxismo
Na primeira metade do século XIX, com a publicação do Manifesto Comunista 
(1848), Karl Marx (1818–1883) e Friedrich Engels (1820–1895) inauguraram 
uma nova e radical concepção da história, conhecida posteriormente por 
materialismo histórico-dialético. No Manifesto, redigido sob encomenda em 
1847 para a Liga dos Justos, como programa da organização, Marx e Engels 
afi rmaram que “[...] a história de todas as sociedades até hoje existentes é a 
história da luta de classes” (MARX; ENGELS, 2010, p. 40). A partir dessa 
simples, mas poderosa frase, todo um novo horizonte teórico se abriria, que 
mais tarde seria chamadode marxismo. Segundo a concepção dos autores, 
ao longo dos séculos todas as sociedades apresentaram um confl ito principal 
entre duas grandes classes principais. Na Antiguidade, a oposição se dava entre 
senhores e escravos; no período medieval, a contradição social ocorria entre 
nobres e plebeus; já na modernidade, com a ascensão da burguesia, que no 
seu seio criava o proletariado, o confl ito se tornava ainda mais simples, com 
uma pequena parcela de burgueses contra a vasta população de proletários.
Para o marxismo, as lutas de classes são o motor da história, pois é a partir 
delas que as novas sociedades surgem, suplantando as sociedades anteriores. 
Isto ocorre pelos modos como uma sociedade se organiza em relação ao tra-
balho e à produção. Quando um determinado modo de produção se exaure, a 
classe que o comandava é destruída por uma nova classe, que estabelece uma 
nova forma de produção e circulação de mercadorias. Assim, cada vez que 
o modo de produção de uma sociedade é revolucionado, toda a sociedade é 
transformada radicalmente. 
Para o marxismo, portanto, são as condições concretas da vida, o modo 
como os homens reproduzem a sua existência (estrutura), que determinam 
em última análise a consciência social e suas instituições política, jurídicas, 
religiosas etc. (superestrutura). Segundo essa óptica, toda forma de Estado 
é uma ditadura de classe, pois esse Estado é um reflexo da exploração e da 
opressão que a classe dominante exerce sobre a classe dominada. O marxismo, 
portanto, é uma corrente intelectual materialista, em oposição ao idealismo 
alemão originado em Hegel.
O conceito de história8
No contexto em que Marx (2017) produziu seus escritos, com destaque 
para O Capital, uma obra monumental de crítica à economia política, na qual 
o funcionamento do capitalismo é dissecado minuciosamente, a burguesia — 
que outrora fora uma classe revolucionária, responsável por derrubar o Antigo 
Regime — agora encontrava-se plenamente assentada sobre o poder, tornando-se 
assim uma classe conservadora e contrarrevolucionária. Portanto, o objetivo da 
burguesia seria o de manter seu controle sobre o proletariado, de forma que esse 
não se organizasse e viesse, eventualmente, a tomar o seu lugar como classe 
dominante, no que o marxismo conceitua como “ditadura do proletariado”. 
Para superar sua condição de classe explorada e oprimida, os proletários 
deveriam se organizar politicamente, tendo em vista a conquista do poder. 
Chegando lá, de acordo com o marxismo, haveria uma etapa de transição, que 
é o socialismo, no qual os meios de produção são expropriados, caracterizando 
assim a referida ditadura do proletariado. Ou seja, o Estado ainda existe, e 
pelo simples fato de sua existência, trata-se de uma ditadura de classe. Porém, 
o objetivo final é atingir o comunismo, uma sociedade em que as classes 
sociais deixam de existir e, devido a isso, ocorre o definhamento do Estado, 
que acabar por sumir. Dessa forma, o marxismo é frequentemente descrito 
como uma historiografia “teleológica”, isto é, que visa um fim em um futuro 
ainda incerto: a destruição do capitalismo, abrindo o caminho para a sociedade 
comunista. Devido a isso, a produção intelectual marxista é praticamente 
indissociável da luta política.
Os trabalhos marxistas, em geral, são divididos em humanistas e estrutura-
listas. No marxismo humanista, aquele que se aproxima mais do pensamento 
de Marx, o ser humano está no centro de tudo, pois a libertação da humanidade 
defendida por Marx visa à realização integral do ser humano. Porém, de acordo 
com Marx (1969, p. 17), existem condições pré-determinadas nas quais os 
homens se situam na história:
Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não 
a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se 
defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradição de 
todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos.
Marx reconhece que os seres humanos agem dentro de estruturas herdadas 
do passado, e que isso limita a atuação livre de cada um ou de uma sociedade. 
No entanto, ao contrário dos estruturalistas, que basicamente fazem uma 
9O conceito de história
história sem o ser humano, levando em consideração apenas as estruturas 
sociais, Marx afirma que são os homens que, no fim das contas, fazem a sua 
própria história. 
Para Althusser (2017, p. 17), célebre pensador marxista do ramo estrutu-
ralista, Marx em O Capital, sua magnum opus, fez a descoberta de um novo 
“continente” científico:
Esta obra gigantesca que é O Capital contém simplesmente uma das três 
grandes descobertas científicas de toda a história humana: a descoberta do 
sistema de conceitos (portanto, da teoria científica) que abre ao conhecimento 
científico aquilo que podemos chamar de “Continente-História”. Antes de 
Marx, dois “continentes” de importância comparável já haviam sido “abertos” 
ao conhecimento científico: o Continente-Matemática, pelos gregos do século 
V a.C., e o Continente-Física, por Galileu.
Dessa forma, é possível percebermos a grande contribuição do marxismo 
às mais diversificadas áreas do conhecimento humano, como economia, psica-
nálise, sociologia, filosofia, geografia e artes. Na história, talvez a influência 
marxista tenha sido ainda maior, com alguns dos maiores historiadores do 
século XX tendo se inscrito nas fileiras do marxismo, como Gordon Childe, 
Eric Hobsbawm, Perry Anderson, E. P. Thompson dentre outros. No Brasil, 
Caio Prado Júnior, Nelson Werneck Sodré e Ciro Flamarion Cardoso são 
alguns dos mais importantes historiadores marxistas.
Desde que Karl Marx publicou seus primeiros trabalhos, no século XIX, o marxismo 
esteve no centro dos debates acadêmicos e políticos. Por conta disso, ainda hoje existe 
muita confusão sobre o significado dessa corrente intelectual e política conhecida como 
marxismo. No podcast a seguir, você irá encontrar um debate entre professores doutores 
com visões distintas a respeito do termo, explicando o que é e o que não é marxismo.
https://qrgo.page.link/z2qmd
Nova história
A chamada “nova história” é uma corrente historiográfi ca que surge em fi ns 
da década de 1960, vinculada à terceira geração da Escola dos Annales. Esta 
O conceito de história10
geração apresentou grandes mudanças em relação às que a precederam. Até 
então, por exemplo, mulheres nunca haviam integrado o grupo dos Annales, 
mas a partir da terceira geração, diversas historiadoras passaram a compô-lo, 
como Christiane Klapisch (especializada em história da família na Idade Média 
e Renascimento), Mona Ozouf (que estudou os festivais ocorridos durante a 
Revolução Francesa) e Arlette Farge (pesquisadora do mundo social de Paris 
no século XVIII) (BURKE, 1997).
Outra diferença importante é que a terceira geração se mostrou mais re-
ceptiva às ideias vindas de outros lugares, com vários de seus membros tendo 
estudado nos Estados Unidos, sendo, portanto, capazes de produzir em inglês, 
algo que não acontecia com as gerações anteriores. Porém, é no campo dos 
novos objetos de estudo histórico que a terceira geração dos Annales fará 
uma revolução dentro da já tradicional, àquela altura, escola histórica. Isto é, 
novos problemas foram colocados diante dos historiadores.
As inovações se deram sobretudo no campo da história das mentalidades 
e no emprego de metodologia quantitativa na história cultural. Dessa forma, a 
orientação intelectual de diversos historiadores, de acordo com Burke (1997, p. 
81) “[...] transferiu-se da base econômica para a ‘superestrutura’ cultural, ‘do 
porão ao sótão’”. Isto significa uma ruptura com o marxismo, que, ao contrário, 
vê a estrutura material da sociedade como a base da qual se irradiam os outros 
elementos que a constituem. Portanto, ocorre uma transição importante da 
história econômica para a história cultural, sendo essa passagem umas das prin-
cipais contribuições historiográficas da terceira geração da Escola dos Annales.
Essamudança de foco, de acordo com Burke (1997), ocorreu como uma 
reação a Braudel, mais especificamente contra o determinismo histórico. 
Assim, historiadores como Philippe Ariès (1914–1984) voltaram-se para as 
relações entre a natureza e a cultura, produzindo estudos de grande quali-
dade que perscrutavam as conexões entre fenômenos sociais e fenômenos 
naturais, tais como a infância, por exemplo. Ariès chegou a conclusões bas-
tante interessantes, ao afirmar, por exemplo, que na Idade Média não havia a 
noção de infância tal como a percebemos hoje, com as crianças sendo vistas 
como adultos em miniatura, que participavam de todas as situações sociais. 
É uma contribuição valiosa para a compreensão da importância do contexto 
no trabalho do historiador, que deve evitar incorrer no erro do anacronismo. 
É evidente que, sempre que investigamos o passado, nossos valores e nosso 
tempo, de maneira mais ou menos intensa, exercerão alguma influência em 
nossas conclusões. Contudo, devemos ter em mente que ideias como indivi-
dualidade, privacidade, infância e trabalho não são as mesmas em todos os 
lugares e no decorrer do tempo histórico.
11O conceito de história
Phillipe Ariès foi um dos grandes nomes da terceira geração da Escola dos Annales. 
Ariès dedicou seus estudos às questões envolvendo família e infância. Confira no vídeo 
a seguir uma pequena biografia deste historiador.
https://qrgo.page.link/9q25M
Outro historiador importante da terceira geração é Jean Delumeau (1923–). 
Antes um historiador socioeconômico, acabou se interessando pela psicologia 
histórica. Baseando-se nos estudos de psicanalistas marxistas como Wilhelm 
Reich (1897–1957) e Erich Fromm (1900–1980), e escreveu a monumental obra 
História do medo no ocidente: 1300–1800: uma cidade sitiada, em que traça 
um grande panorama dos fatores que amedrontaram as pessoas no período 
escolhido (DELUMEAU, 2009). Fantasmas, judeus, mulheres, bruxas foram 
alguns dos principais medos da população europeia entre os séculos XIV e 
XIX, com alguns deles se tornando mais fortes em determinados períodos 
e praticamente desaparecendo em outros, revelando importante dinâmica 
histórica e cultural.
Por fim, assumindo que a história é filha de seu tempo, não podemos 
desconsiderar a influência do contexto da década de 1960 sobre o apare-
cimento da terceira geração da Escola dos Annales e sobre seu modo de 
fazer histórico. No contexto em questão, isto é, da sociedade industrial de 
consumo, a percepção de aceleração do tempo se tornou cada vez mais evi-
dente. Certamente, os historiadores também se sentiram afetados por essas 
transformações. Isso levou:
[...] os intelectuais ocidentais do pós-guerra a se confrontar com a necessidade 
de revisitar sua identidade coletiva em seus aspectos cruciais, definidores. E 
isso exigiu-lhes a reafirmação de seu poder sobre o passado, para alcançar uma 
história e uma legitimidade que só podiam advir da tradição e da longevidade. 
E não temos qualquer dúvida de que devemos situar como parte desse vasto 
reexame “da identidade coletiva ocidental” por parte de seus intelectuais os 
esforços de desbravamento e inovação historiográficos levados a cabo pela 
Nouvelle Histoire (RUST, 2008, documento on-line).
O conceito de história12
Dessa forma, a aceleração do tempo ocorrida no instante em que a nova 
geração dos Annales surgiu fez com que seus historiadores buscassem amparo 
na antropologia, na sociologia e na psicologia, privilegiando temas humanos 
por excelência, como os medos, a morte, a infância, as superstições, em suma, 
as abstrações coletivas.
A importância do contexto histórico
O problema do anacronismo
Observar o contexto histórico é tarefa essencial para o historiador. Um dos pio-
res erros de abordagem que o historiador pode cometer é utilizar conceitos que 
fazem sentido na época em que produz seu texto, mas que são completamente 
estranhos à época sobre a qual se debruça. A isso chamamos de anacronismo, 
ou seja, atribuir a um determinado período histórico ideias, sentimentos, 
instituições e outras características gerais que já haviam desaparecido ou 
que surgiriam muito tempo depois. Um exemplo claro: um historiador, ao 
escrever sobre a forma como os antigos egípcios se organizavam em relação 
ao trabalho, jamais poderá utilizar categorias como burguesia ou proletariado, 
classes sociais que surgiriam muitos séculos depois. Para Febvre (1968, p. 15 
apud RIAUDEL, 2015, documento on-line), o historiador deve evitar a todo 
custo o anacronismo, sendo este “[...] o pecado dos pecados, o pecado entre 
todos irremissível”.
Para você conhecer uma importante discussão a respeito do anacronismo na história, 
leia o livro O problema da incredulidade no século XVI: a religião de Rabelais, de Lucien 
Febvre (1878–1956). Na obra, o autor procura rebater as ideias do historiador Abel Lefranc 
(1863–1952), para o qual o padre, médico e escritor François Rabelais (1494–1553) seria 
partidário de uma espécie de fé racional (ou seja, ateu). Febvre considera isso uma 
impossibilidade no século XVI, ou seja, um anacronismo por parte de Lefranc. Para 
Febvre, o conceito de ateísmo não existia no século XVI, ao menos como o entendemos 
atualmente, tornando impossível a incredulidade naquele período.
13O conceito de história
No entanto, a questão do anacronismo na história não é tão simples. Mui-
tas palavras que o historiador precisa usar para classificar elementos no seu 
objeto de estudo não existiam na época investigada. Entretanto, é necessária 
muitas vezes a utilização de vocabulário estranho ao passado, com origens 
mais recentes, mas indispensável para a correta compreensão dos fatos, fenô-
menos ou características que o historiador deseja destacar, sem incorrer em 
anacronismo. Na época do Papa Gregório (540–604 d.C.), a palavra “papa” 
não era utilizada exclusivamente para nomear os líderes da Igreja Católica. 
Contudo, é perfeitamente aceitável que, nos dias de hoje, ao nos referirmos 
à Gregório, ele seja chamado de papa. Na época em que ele viveu, a palavra 
não possuía o sentido que tem hoje, mas ao utilizá-la, o historiador age com 
correção, esclarecendo perfeitamente quem foi personagem histórico Papa 
Gregório (BARROS, 2017).
De acordo com Barros (2017, documento on-line) “[...] não há uma receita” 
que o historiador possa seguir para determinar quais palavras soam como 
anacronismo e quais não. No exemplo acima, isso parece funcionar muito 
bem, o que já não ocorreria com a palavra “guerrilheiro” ou “guerrilha” para 
caracterizar pequenos grupos beligerantes de um passado longínquo. Seria 
uma questão de feeling do historiador. Isso se dá dessa forma pois no campo 
das palavras de uso cotidiano a questão é mais simples do que no campo 
conceitual, que veremos a seguir.
Contexto histórico e o uso preciso dos conceitos
Tendo em vista os cuidados redobrados que o historiador precisa ter para não 
cair no erro do anacronismo, uma boa compreensão do contexto histórico 
sobre o qual ele dedica seus esforços de pesquisa facilitará enormemente seu 
trabalho. Para isso, é fundamental o domínio dos conceitos, de forma a não 
atribuir a uma determinada época signifi cados impossíveis. Embora na prática 
seja difícil suprimir o descompasso cronológico existente entre duas épocas, é 
absolutamente necessário que o historiador procure entender como os homens 
e mulheres do passado pensavam e entendiam a vida, para que consiga recriar 
da forma mais aproximada possível o “espírito” da época em seu texto.
A dificuldade existente quando um historiador trata de um contexto histó-
rico totalmente diverso do seu implica, de acordo com Barros (2017, documento 
on-line), em duas formas principais de anacronismo:
O conceito de história14
Em um caso, pode ocorrer o anacronismo “de ontem para hoje”. É o que ocorre 
quando lemos um texto de outra época e, de modo inaceitável, atribuímos a 
certa palavra um sentido que ela não tem hoje, comprometendo toda a inter-
pretação do texto. Em outrocaso, pode ocorrer o anacronismo “de hoje para 
ontem”. É o que se verifica quando, ao tentar analisar um texto ou processo 
histórico do passado, ou ao tentar descrever cenas e acontecimentos históricos, 
utilizo uma palavra de hoje (que não existia naquela época) e o resultado é ca-
tastrófico, produzindo incontornáveis estranhamentos e drásticas deformações.
Como visto, exige-se do historiador, no trato de suas fontes, uma precisão 
absoluta, tanto em termos de palavras quanto no de conceitos. Em termos 
conceituais, o trabalho do historiador apresenta suas próprias especificidades.
Na produção historiográfica, o historiador irá se deparar com dois níveis 
de conceitos. O primeiro deles consiste naqueles conceitos com origens dentro 
do próprio campo da história, ou das ciências humanas. No segundo nível, 
vamos encontrar os conceitos que surgem nas próprias fontes. Dessa forma, o 
historiador encontra-se numa posição intermediária, entre duas temporalidades 
conceituais. É importante frisar que mesmo conceitos criados pelas ciências 
humanas há séculos ainda podem ser utilizados nas pesquisas atuais, ou ao 
menos em determinadas perspectivas historiográficas, como os conceitos de 
modo de produção e ideologia, por exemplo, amplamente utilizados entre os 
historiadores marxistas.
A questão se torna mais complexa quando se trata dos conceitos expressos 
pelas fontes. A interpretação pouco precisa ou anacrônica desses conceitos pode 
comprometer totalmente a qualidade científica de um trabalho de história. A 
natureza do ofício do historiador é que está por traz dessa dupla dificuldade 
conceitual, pois a história é a ciência que tem por objeto o passado. Portanto, 
o texto do historiador, além dos conceitos que ele utiliza para entender e 
explicar o seu objeto, sempre trará os conceitos de outras épocas, expressos 
pelas fontes e pela reprodução que o historiador faz delas (BARROS, 2017).
Portanto, ao trabalhar com o tempo e com conceitos, o historiador deve 
atentar sobretudo ao contexto histórico. Um exemplo fácil de entender: o con-
ceito de Idade das Trevas, frequentemente utilizado não só pelos historiadores 
como pelo senso comum. É evidente que os homens e mulheres que viviam 
no período medieval não viam sua própria existência como dentro de uma 
“Idade das Trevas”. Portanto, quando usamos esse conceito devemos ter em 
mente que ele tem sua historicidade e surge em um determinado ponto muito 
15O conceito de história
específico do tempo, durante o Renascimento. Como houve um importante 
movimento intelectual e artístico nesse período que se voltava para a Antigui-
dade Clássica, passou-se a se considerar o período histórico imediatamente 
anterior como um período no qual o obscurantismo dominara a sociedade, 
mergulhando-a nas trevas.
Como visto, a natureza duplamente conceitual do historiador torna seu 
trabalho mais complexo, sobretudo quando consciente de que é fundamental 
compreender bem os diferentes contextos históricos. Além da consciência da 
historicidade do objeto de estudo em si, é fundamental que o historiador se 
conscientize sobre a historicidade dos conceitos também. Os conceitos servem 
para que a produção do conhecimento se torne possível; portanto, seu manejo 
deve ser hábil, de maneira que o anacronismo seja evitado e assim não seja 
comprometida a veracidade do trabalho histórico.
ALTHUSSER, L. Advertência aos leitores do Livro I d'O Capital. In: MARX, K. O capital: 
crítica da economia política: o processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo 
Editorial, 2017. Livro 1.
BARROS, J. A. Os conceitos na história: considerações sobre o anacronismo. Ler História, 
n. 71, p. 155-180, 2017. Disponível em: https://journals.openedition.org/lerhistoria/2930. 
Acesso em: 13 ago. 2019.
BLOCH, M. Apologia da história ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
BOURDÉ, G.; MARTIN, H. As escolas históricas. Lisboa: Publicações Europa-América, 1983.
BURKE, P. A escola dos annales (1929-1989): a Revolução Francesa da historiografia. São 
Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997.
DELUMEAU, J. História do medo no ocidente 1300-1800: uma cidade sitiada. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2009.
FONSECA, R. M. O positivismo, "historiografia positivista" e história do direito. Argumenta, 
n. 10, p. 143–166, 2009. Disponível em: http://seer.uenp.edu.br/index.php/argumenta/
article/view/131. Acesso em: 13 ago. 2019.
MARX, K. O 18 Brumário e cartas a Kugelmann. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1969.
MARX, K. O capital: crítica da economia política: o processo de produção do capital. 
São Paulo: Boitempo Editorial, 2017. Livro 1.
O conceito de história16
MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto comunista. São Paulo: Boitempo Editorial, 2010.
MOSCATELI, R. A narrativa histórica em debate: algumas perspectivas. Revista Urutágua, 
n. 6, 2005. Disponível em: http://www.urutagua.uem.br/006/06moscateli.htm. Acesso 
em: 13 ago. 2019.
REIS, J. C. O desafio historiográfico. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.
RIAUDEL, M. Literatura vs história: uma questão anacrônica? Literatura e sociedade, v. 20, 
n. 20, p. 157–166, 2015. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/ls/article/view/107426. 
Acesso em: 13 ago. 2019.
RÜSEN, J. Razão histórica: teoria da história: os fundamentos da ciência histórica. Brasília: 
Editora Universidade de Brasília, 2001.
RUST, L. D. A "terceira geração dos annales" e o exorcismo do tempo. BIBLOS, v. 22, 
n. 1, p. 47–60, 2008. Disponível em: http://www.brapci.inf.br/index.php/res/v/22893. 
Acesso em: 13 ago. 2019.
VEYNE, P. M. Como se escreve a história: Foucault revoluciona a história. Brasília: Editora 
Universidade de Brasília, 1982.
WHITE, H. Meta-história: a imaginação histórica do século XIX. São Paulo: EDUSP, 2008.
17O conceito de história
DICA DO PROFESSOR
Karl Marx é um dos grandes pensadores do século XIX, sobretudo pela análise crítica pioneira q
ue elaborou sobre o modo de produção capitalista. Sua obra derivou em uma tradição intelectual 
denominada marxismo, e se tornou influente politicamente desde o fim do século XIX até os dia
s de hoje, inspirando as revoluções do século XX.
No entanto, muito além de sua mera influência sobre as lutas políticas, o marxismo se tornou um
a corrente historiográfica, que encarava a história como fruto das lutas de classes, relacionando 
o seu desenrolar com as condições materiais das sociedades, no que se convencionou chamar de 
visão materialista-dialética da história. 
Nesta Dica do Professor, você conhecerá informações biográficas sobre Karl Marx e tópicos de 
sua obra que influenciaram o ofício do historiador. 
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
EXERCÍCIOS
1) A discussão sobre se a história é uma ciência, ou não, remonta há séculos. E ela não se 
encerrará tão cedo, devido à natureza peculiar do trabalho do historiador e de seu ob
jeto de estudo que é o passado. Portanto, os historiadores sempre devem estar pronto
s para confrontar essa problemática, de forma a se obter avanços sobre o tema. Muit
os historiadores utilizam um argumento específico para comprovar a cientificidade d
a pesquisa histórica, que era justamente algo que faltava na perspectiva historiográfi
ca de Leopold von Ranke. Qual seria esse elemento principal que torna a história um
a ciência?
A) 
Definir se utilizará um método ou uma teoria.
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B) 
As teorias da história, pois é a partir delas que o historiador pode produzir o conhecimento 
histórico.
C) 
A rigorosa manipulação das fontes, sobretudo as oficiais.
D) 
A criação de uma teoria específica para o objeto em estudo.
E) 
A busca de fontes que se expliquem por si só.
2) Em seu ofício, o historiador deve estar atento para não se tornar apenas um compilad
or de fatos, os quais ele busca constatar a veracidade ou não. Nesse sentido, é necessá
rio que, ao entrar em contatocom o seu objeto de estudo, ou seja, as suas fontes, o his
toriador esteja disponível para pensar sobre elas. Essa reflexão, que é feita a partir de 
seu método e da teoria escolhida para o entendimento do objeto, será fundamental pa
ra que o historiador possa escrever seu texto e proceder com a comunicação dos resul
tados. De que forma isso deve ser feito de maneira que o processo inteiro adquira sent
ido?
A) 
Buscar os sentidos ocultos fora das fontes de maneira a não contaminar a sua ótica sobre o 
processo como um todo.
B) 
Estabelecer parâmetros narrativos anteriormente às suas hipóteses.
C) 
Desenvolver novos processos dando ênfase ao grau de ineditismo do objeto.
D) 
Compilar uma base de fontes que apresentem um sentido imanente.
E) 
Elaborar hipóteses sobre os seus objetos, de forma a criar um processo racional e com senti
do.
O século XIX foi um século de grandes transformações. A Revolução Industrial fez co
m que um novo mundo surgisse, com aumento da população urbana, novas classes so
ciais, conquista de novos territórios por parte dos europeus em busca de matérias-pri
mas e novos mercados. Dessa forma, toda a sociedade europeia foi afetada em maior 
ou menor grau. Os avanços científicos do período também tiveram forte impacto no i
maginário social e na produção intelectual. O Positivismo foi uma doutrina fortement
e influenciada pelas novidades desse contexto histórico. Por sua vez, o Positivismo ta
mbém influenciou a produção historiográfica do século XIX. Quais são as principais i
3) 
nfluências do Positivismo sobre os historiadores do século XIX?
A) 
A fé na chamada religião da humanidade, criada por Auguste Comte.
B) 
A visão de que o historiador deve levar a subjetividade em conta na sua produção.
C) 
O paradigma de que o historiador deve se apresentar absolutamente objetivo perante as sua
s fontes, bem como a defesa de uma total separação entre sujeito e objeto.
D) 
A concepção de que a história não é uma ciência de fato, portanto, não devendo utilizar em 
suas pesquisas metodologias das ciências naturais.
E) 
O uso de fontes de vários tipos de forma a diversificar a produção historiográfica.
4) A chamada “terceira geração” da Escola de Annales, surgida na década de 1960, dive
rsificou enormemente os temas de pesquisa dos historiadores. Ao passarem do “porão 
ao sótão”, isto é, da historiografia materialista para uma história cultural, historiador
es como Philippe Ariès descobriram como é importante levarmos em consideração o c
ontexto histórico para descobrirmos as sensibilidades de uma determinada época e co
mo elas são diferentes de outros tempos. Da mesma forma, Jean Delumeau, em trabal
ho monumental, estudou os medos das pessoas através de vários séculos, demonstran
do uma grande variação entre eles. Ariès descobriu que na Idade Média não havia a i
deia de infância, com as crianças sendo vistas como adultos em miniatura. Que tipo d
e conexão Ariès fez para sustentar a sua descoberta?
A) 
Conexões entre a produção material e a social.
B) 
Conexões entre crenças religiosas e doutrinas econômicas.
C) 
Para os homens medievais, as crianças não tinham importância, pois não podiam guerrear.
D) 
As crianças eram vistas como um estorvo.
E) 
O autor estabeleceu conexões entre fatos naturais ( a infância ) e sociais ( o modo que a so
ciedade lidava com essa fase da vida ).
Lucien Febvre afirmou certa vez que o anacronismo, para o historiador, é o "pecado 
dos pecados", isto é, o erro mais grave que se pode cometer no estudo e na escrita da 
5) 
história. No âmbito da história, o anacronismo pode ser entendido como o uso de con
ceitos que fazem sentido na época do historiador, mas que se apresentam completame
nte estranhos à época sobre a qual o pesquisador dedica a sua investigação. Também 
poder ser compreendido como o uso de termos que na atualidade têm um determinad
o sentido e na época estudada não existiam ou tinham sentido diverso. Tendo em vista 
o exposto, como o historiador pode evitar o anacronismo?
A) 
Estudando linguística e observando as origens dos idiomas.
B) 
Observando as formas dominantes de escrita em determinada região.
C) 
Tendo domínio conceitual e redação precisa.
D) 
Evitando discussões que possam utilizar termos dúbios.
E) 
Tendo domínio do contexto histórico estudado e dos conceitos utilizados.
NA PRÁTICA
O professor de história sempre deve estar preparado para elaborar atividades que tornem o apren
dizado mais significativo e proporcione a adesão dos seus alunos. Um dos temas mais important
es a serem tratados nas aulas de história diz respeito à noção de contexto histórico, bem como a 
de anacronismo.
Compreender esses dois elementos é fundamental para se aprender história. Sem a compreensão 
deles, o estudo histórico perde o sentido, pois não será reflexivo, tornando-se apenas memorizaç
ão de fatos e datas sem as suas devidas contextualizações e reflexões. 
Conheça, Na Prática, a professora Marlene, que desenvolveu uma atividade para a educação bási
ca com o objetivo de ensinar a importância dos contextos históricos no estudo da história, de ma
neira a evitar que os estudantes incorram em anacronismo.
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