Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Apg 23: 1. compreender A FECUNDACAO E NIDACAO 2. EXPLICAR A MORFOFISIOLOGIA DO CORPO MATERNO DURANTE A GESTACAO 3. ENTENDER COMO SE CALCULA A IDADE GESTACIONAL E EMBRIONARIA 4. REVISAR A ESPERMATOGENEGESE E A OVOGENESE Gametas são derivados das células germinativas primordiais (CGPs), formadas durante a segunda semana, movem-se pela estria primitiva durante a gastrulação e migram para a parede da vesícula vitelínica. Na quarta semana, essas células começam a migrar da vesícula vitelínica em direção às gônadas em desenvolvimento, aonde chegam até o fim da quinta semana. Em uma preparação para a fertilização, as células germinativas sofrem gametogênese, que inclui a meiose, para reduzir seu número de cromossomos, e citodiferenciação, para completar sua maturação. OOGÊNESE A maturação a partir de uma célula germinativa primitiva até o gameta maduro, começa antes do nascimento; As CGPs formam oogônias/ovogônias. No 3 mês de gestação, após repetidas divisões mitóticas, algumas delas entram em meiose e param na prófase da meiose I (diplóteno) para formar os oócitos/ovócito primários. (só voltam na puberdade) Por volta do sétimo mês, muitas oogônias remanescentes sofrem atresia, e apenas os oócitos primários permanecem cercados por uma camada de células foliculares pavimentosas derivadas do epitélio superficial do ovário. Juntos, formam o folículo primordial. (oócito primário + células foliculares) Na puberdade, um conjunto de folículos em crescimento é recrutado e mantido a partir de uma reserva finita de folículos primordiais. Assim, a cada mês, de 15 a 20 folículos começam a crescer e, conforme amadurecem, passam por três estágios: • Primário ou pré-antral: quando o oócito aumenta de tamanho e as células foliculares pavimentosas se tornam cubicas. À medida que cresce, o oócito secreta proteínas específicas, que são organizadas em um revestimento extracelular denominado zona pelúcida As células foliculares sofrem estratificação e formam a camada granulosa do folículo primário. À medida que as células da granulosa proliferam, as células do estroma, que circundam imediatamente o folículo, formam uma bainha de células de tecido conjuntivo conhecida como teca folicular, cuja localização é imediatamente externa à lâmina basal Teca interna: vascularizada de células secretoras cuboides, produtoras de esteroides, com receptores de LH, o que em resposta à estimulação do LH, essas células sintetizam e secretam os androgênios que são os precursores dos estrogênios Teca externa: células musculares lisas e feixes de fibras colágenas • Vesicular/Secundário ou antral: surgem cavidades repletas de líquido (liquido folicular – ácido hialurônico) entre as células da granulosa – forma o antro (cavidade em forma de simi-lua) Folículo secundário aumenta de tamanho, o antro, revestido por várias camadas de células da granulosa, também aumenta Células da granulosa formam uma região espessada ao redor do oócito, o cúmulo oóforo – após a ovulação forma a cora radiada • Folículo vesicular maduro/dominante ou folículo de De Graaf: À medida que o folículo se aproxima de seu tamanho máximo, a atividade mitótica das células da granulosa diminui – granulosa mais delgada e teca mais espessa Oócito e as células do cúmulo são gradualmente afastados do restante das células da granulosa, preparando-se para a ovulação **Quando o folículo secundário está maduro, um pulso de LH induz a fase de crescimento pré-ovulatória. A meiose I se completa - duas células-filhas de tamanho desigual, cada uma com 23 cromossomos de estrutura dupla. Uma célula, o oócito secundário, recebe a maior parte do citoplasma; a outra, o primeiro corpo polar, recebe praticamente nada. O primeiro corpo polar fica entre a zona pelúcida e a membrana plasmática do oócito secundário no espaço pré-vitelínico. A célula entra, então, na meiose II, mas fica parada na metáfase aproximadamente 3 horas antes da ovulação. A meiose II se completa apenas se o oócito for fertilizado; caso contrário, a célula degenera aproximadamente 24 horas após a ovulação. O primeiro corpo polar pode sofrer uma segunda divisão ESPERMIOGÊNEGE No homem, as células primordiais permanecem dormentes até a puberdade e apenas então se diferenciam em espermatogônias. Essas células-tronco dão origem aos espermatócitos primários, que passam por duas divisões meióticas sucessivas para produzir quatro espermátides As espermátides passam por uma série de mudanças (espermiogênese), incluindo: (1) a formação do acrossomo; (2) a condensação do núcleo; (3) a formação do colo, da porção média e da cauda; (4) a perda da maior parte do citoplasma. O tempo necessário para que uma espermatogônia se torne um espermatozoide maduro é de aproximadamente 74 dias. Fusão dos gametas femininos e masculinos – geralmente na ampola da tuba uterina O movimento dos espermas do colo do útero para a tuba uterina ocorre pelas contrações musculares do útero e da tuba uterina, e muito pouco por sua própria propulsão. - 30 min ou até 6 dias. Após alcançarem o istmo, os espermatozoides se tornam menos móveis e param sua migração. Na oocitação, eles se tornam móveis novamente, talvez por causa das substâncias quimiotáticas produzidas pelas células do cúmulo que cercam o oócito e nadam pela ampola, onde a fertilização normalmente ocorre. Os espermatozoides não são capazes de fertilizar o oócito imediatamente após a chegada ao sistema genital feminino; em vez disso, eles devem sofrer capacitação e reação acrossômica para adquirirem essa capacidade. • Capacitação: é um período de condicionamento no sistema genital feminino que (7 horas). A maior parte acontece na tuba uterina e envolve as interações epiteliais entre os espermatozoides e a superfície mucosa da tuba. Durante esse período, uma camada de glicoproteínas e proteínas plasmáticas seminais é removida da membrana plasmática que recobre a região acrossômica do espermatozoide. Apenas os espermatozoides capacitados podem passar pelas células da coroa radiada e sofrer a reação acrossômica. • Reação acrossômica: ocorre após a ligação à zona pelúcida, é induzida por proteínas da mesma. Essa reação culmina na liberação das enzimas necessárias para a penetração da zona pelúcida, incluindo substâncias semelhantes à acrosina e à tripsina Fases da fecundação: • Fase 1: penetração da coroa radiada: os espermatozoides capacitados atravessam livremente as células da coroa • Fase 2: penetração da zona pelúcida: A zona pelúcida é uma camada de glicoproteínas que cerca o oócito, facilita e mantém a ligação do espermatozoide e induz a reação acrossômica. - mediadas pelo ligante ZP3, uma proteína da zona. A liberação das enzimas acrossômicas (acrosina) possibilita que os espermatozoides penetrem a zona, entrando em contato com a membrana plasmática do oócito. A permeabilidade da zona pelúcida se altera quando a cabeça do espermatozoide contata a superfície do oócito - liberação das enzimas lisossomais dos grânulos corticais que estão alinhados na membrana plasmática do oócito. Por sua vez, essas enzimas alteram as propriedades da zona pelúcida (reação da zona), para evitar a penetração do espermatozoide e inativar os locais de receptores específicos de espécies para o espermatozoide na superfície da zona. Outros espermatozoides são encontrados imersos na zona pelúcida, mas parece que apenas um é capaz de penetrar o oócito • Fase 3: fusão entre as membranas do oócito e do espermatozoide: A adesão inicial do espermatozoide ao oócito é mediada parcialmente pela interação de integrinas do oócito com seus ligantes, desintegrinas, no espermatozoide. Após a adesão, as membranas plasmáticas do espermatozoide e do oócito se fundem Como a membrana plasmática que cobre a cabeça acrossômicadesaparece durante a reação acrossômica, a fusão de fato é alcançada entre a membrana do oócito e a membrana que recobre a região posterior da cabeça do espermatozoide - tanto a cabeça quanto a cauda do espermatozoide entram no citoplasma do oócito, mas a membrana plasmática é deixada para trás, na superfície do oócito. Tão logo o espermatozoide entre no oócito, este responde de três maneiras: › Reações cortical e de zona: Como resultado da liberação dos grânulos corticais dos oócitos, que contêm enzimas lisossomais, a membrana do oócito se torna impenetrável a outros espermatozoides, e a zona pelúcida altera sua estrutura e sua composição para evitar a ligação e a penetração do espermatozoide. Essas reações evitam a poliespermia (penetração de um ou mais espermatozoides no oócito) › Continuação da segunda divisão meiótica: O oócito termina sua segunda divisão meiótica imediatamente após a entrada do espermatozoide. Uma das células-filhas, que recebe pouco ou nenhum citoplasma, é conhecida como segundo corpúsculo polar; a outra é o oócito definitivo ou óvulo. Seus cromossomos (22 mais X) se dispõem em um núcleo vesicular conhecido como pró- núcleo feminino › Ativação metabólica do óvulo: O fator de ativação provavelmente é carregado pelo espermatozoide. A ativação inclui eventos moleculares e celulares associados ao início da embriogênese. Enquanto isso, o espermatozoide se move para frente até que fique próximo do pró-núcleo feminino. Seu núcleo se torna aumentado e forma o pró-núcleo masculino; a cauda se desprende e degenera. Durante o crescimento dos pró-núcleos masculino e feminino (ambos haploides), cada pró-núcleo deve replicar seu DNA. Se isso não ocorrer, cada célula do zigoto no estágio de duas células terá apenas metade da quantidade normal de DNA. Imediatamente após a síntese de DNA, os cromossomos se organizam no fuso em preparo para a divisão mitótica normal. Os 23 cromossomos maternos e os 23 paternos (duplicados) separam-se longitudinalmente no centrômero, e as cromátides-irmãs se movem para polos opostos, fornecendo às duas primeiras células do zigoto a quantidade diploide de cromossomos e de DNA Conforme as cromátides-irmãs se movem para polos opostos, aparece um sulco profundo na superfície da célula, dividindo o citoplasma gradualmente em duas partes Os principais resultados da fertilização são: › Restauração da quantidade diploide de cromossomos, metade do pai e metade da mãe. Assim, o zigoto contém uma nova combinação cromossômica diferente da mãe e do pai › Determinação do sexo do novo indivíduo: Um espermatozoide carregando um X produz um embrião feminino (XX), e um espermatozoide carregando um Y produz um embrião masculino (XY). Assim, o sexo cromossômico do embrião é determinado na fertilização › Início da clivage:. Sem a fertilização, geralmente o oócito degenera 24 h após a oocitação. A clivagem é uma série de divisões mitóticas que resultam no aumento da quantidade de células, os blastômeros, os quais se tornam menores a cada divisão. Após três divisões, eles sofrem compactação, para se tornarem uma bola celular altamente agrupada com camadas interna e externa. Os blastômeros compactados se dividem para formar uma mórula de 16 células. Conforme a mórula entra no útero no terceiro ou no quarto dia após a fertilização, começa a aparecer uma cavidade, e se forma o blastocisto. A massa celular interna, que se forma por volta do período da compactação e que se desenvolverá no embrião em si, aloja-se em um dos polos do blastocisto. A massa celular externa, que envolve as células internas e a cavidade blastocística, formará o trofoblasto. O útero está na fase secretória no período da implantação, e o blastocisto se implanta no endométrio ao longo da parede anterior ou posterior. Se a fertilização não ocorrer, então começa a fase menstrual, e as camadas endometriais esponjosa e compacta são liberadas. A camada basal permanece para regenerar as outras durante o ciclo seguinte Depois de atingir o útero, o blastocisto em desenvolvimento, geralmente, permanece na cavidade uterina por mais 1 a 3 dias antes de se implantar no endométrio; assim, a implantação normalmente ocorre em torno do quinto ao sétimo dia depois da ovulação. Antes da implantação, o blastocisto obtém sua nutrição das secreções endometriais uterinas, denominadas “leite uterino”. A implantação resulta da ação de células trofoblásticas que se desenvolvem na superfície do blastocisto - secretam enzimas proteolíticas que digerem e liquefazem as células adjacentes do endométrio uterino. Parte do líquido e dos nutrientes liberados é transportada ativamente pelas mesmas células trofoblásticas no blastocisto, dando mais sustento ao crescimento. Uma vez tendo ocorrido a implantação, as células trofoblásticas e outras células adjacentes (do blastocisto e do endométrio uterino) proliferam rapidamente, formando a placenta e as diversas membranas da gravidez. Placenta forma: gonadotropina coriônica humana (causa persistência do corpo lúteo e evita a menstruação, secretado pelas células trofoblásticas sinciciais) - estrogênios, progesterona e somatomamotropina coriônica humana Aumento de tamanho dos vários órgãos sexuais (útero, mamas, vagina) Além disso, os diversos hormônios podem causar mudanças acentuadas na aparência da gestante, às vezes resultando no desenvolvimento de edema, acne e traços masculinos ou acromegálicos • Ganho de peso: cerca de 11 kg a 15 kg, e grande parte desse ganho de peso ocorre nos últimos dois trimestres. Desse peso adicional, cerca de 3,5 kg são do feto e 2 kg do líquido amniótico da placenta e das membranas fetais. O útero aumenta perto de 1,3 kg, e as mamas outro 1 kg, ainda restando aumento médio de peso de 3,4 kg a 7,8 kg. • Metabolismo: consequência de maior secreção de muitos hormônios (tiroxina, hormônios adrenocorticais e hormônios sexuais), o metabolismo basal aumenta cerca de 15% na última metade da gravidez - sensações de calor excessivo. • O fluxo de sangue através da placenta e o débito cardíaco materno aumentam durante a gravidez. • O volume de sangue materno aumenta durante a gravidez – devido aldosterona e aos estrogênios - maior retenção de líquido pelos rins. • A Respiração aumenta - Devido ao aumento do metabolismo basal - ventilação minuto da mãe aumente - altos níveis de progesterona elevam a ventilação minuto ainda mais, já que a progesterona aumenta a sensibilidade do centro respiratório ao dióxido de carbono • Formação de urina geralmente é maior, devido ao aumento da ingestão de líquido e à maior carga de produtos excretores. • Pré-eclâmpsia/toxemia gravídica: se caracteriza por retenção excessiva de sal e água pelos rins maternos e pelo ganho de peso e desenvolvimento de edema e hipertensão na mãe • Eclâmpsia é um grau extremo de pré-eclâmpsia, caracterizada por espasmo vascular por todo o corpo; convulsões clônicas na mãe, às vezes seguidas por coma; grande redução do débito renal; disfunção hepática; geralmente hipertensão grave; e toxemia generalizada. Geralmente, ocorre pouco antes do nascimento do bebê. • Idade gestacional: é vagamente definida como o número de semanas entre o primeiro dia do último período menstrual normal da mãe e o dia do parto. Mais precisamente, a idade gestacional é a diferença entre 14 dias antes da data da concepção e o dia do parto. A idade gestacional não é a idade embriológica real do feto, mas é o padrão universal entre obstetras e neonatologistas para discutir a maturação fetal. Estimativas da idade gestacional podem basear-se em › Data da concepção › Primeiro dia do último período menstrual e duração do ciclo › Ultrassonografia fetal › Parâmetros físicos após o nascimento (p. ex., usando a classificação de Ballard) Data provável do parto (DPP) é adata de nascimento esperada. Pode-se calcular a como: › A data da concepção + 266 dias › A data da última menstruação (DUM) + 280 dias (40 semanas) para mulheres com ciclos menstruais regulares de 28 dias › O DUM + 280 dias + (duração do ciclo – 28 dias) para mulheres com ciclos menstruais regulares com duração de 28 dias Medições ultrassonográficas do feto no 1º trimestre fornecem a estimativa mais precisa da idade gestacional quando não há outras informações. Nos casos em que a data provável do parto é calculada com base em dados do ciclo menstrual, ele recomenda utilizar a data ultrassonográfica se ela diferir da data calculada por > 5 dias: até 8 6/7 semanas da idade gestacional > 7 dias: por 9 a 13 6/7 semanas da idade gestacional Como as estimativas ultrassonográficas são menos precisas no final da gestação, raramente deve-se usar os resultados ultrassonográficos nos 2º e 3º trimestres para revisar aqueles feitos durante o 1º trimestre. Achados no exame físico do recém-nascido também permitem que os médicos estimem a idade gestacional usando o novo classificação de Ballard - baseia-se na maturidade física e neuromuscular do neonato e pode ser utilizado até 4 dias após o nascimento. Como a classificação de Ballard só é precisa em mais ou menos 2 semanas, deve-se usá-lo para atribuir a idade gestacional apenas quando não há informações obstétricas confiáveis sobre a DPP ou há uma grande discrepância entre a idade gestacional definida de maneira obstétrica e os achados no exame físico. Com base na idade gestacional, classifica-se cada neonato como Prematuro: < 34 semanas de gestação Pré-termo tardio: 34 a < 37 semanas A termo precoce: 37 0/7 semanas a 38 6/7 semanas A termo completo: 39 0/7 semanas a 40 6/7 semanas A termo tardio: 41 0/7 semanas a 41 6/7 semanas Pós-termo: 42 0/7 semanas e além Pós-termo: > 42 semanas • Idade embriológica: é o tempo decorrido desde a data da concepção até a data do parto e é 2 semanas menor que a idade gestacional - pode estimar a data da concepção com base no período de ovulação como identificado por testes hormonais em casa e/ou medições da temperatura corporal basal. Contudo, a data da concepção só é conhecida de modo definitivo quando a fertilização in vitro ou outras técnicas de reprodução assistida são usadas SADLER, T.W. Langman Embriolog ia Médica. 13. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Kooga n, 2016 GUYTON, A.C. e Hall J.E. – Tratado de Fisiologia Médica. Editora E lsevier. 13ª ed., 2017
Compartilhar