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DOENÇAS INFECCIOSAS VETERINÁRIAS - TUBERCULOSE EM BOVINOS – Julia Carrah Colares INTRODUÇÃO A tuberculose é uma zoonose de evolução crônica que acomete bovinos e bubalinos. Caracterizado pelo desenvolvimento progressivo de lesões nodulares denominadas tubérculos ETIOLOGIA Mycobacterium sp. • Bastonetes curtos • Aeróbicos • Imóveis • Não capsulados • Não flagelados • Tamanho: o,5 a 7 um x 0,3 um • São organismos álcool acido resistentes Familia: mycobacteriaceae Espécies: • M. bovis É a principal espécie em bovinos Apresenta amplo espectro de patogenicidade • M. tuberculosis É a principal espécie em humanos Em bovinos não causa doença progressiva, mas torna- o sensível ao teste tuberculínico • M. avium É a principal espécie em aves e suínos Integra o complexo MAIS (M. avium, M. intracellulare, M. scrafulaceum) EPIDEMIOLOGIA Distribuida em todo o brasil Maior prevalência em países em desenvolvimento • Relação direta com saneamento básico Erradicada em vários países de Europa No brasil tem uma prevalência média de 2% Transmissão • Principal fonte de infecção é o bovino/bubalino infectado • Animais silvestres podem ser reservatórios • Homem – M. bovis Vias de transmissão • Transplacentária em bovinos/ bubalinos – rara • Sexual – depende de haver epididimite e metrite tuberculosa • Cutânea – contato com objetos contaminados Eliminação • Ar • Fezes • Urina • Leite • Outros fluidos corporais o Dependendo do órgão acometido Porta de entrada • Via respiratória – principal o Inalação de aerossóis contaminados • Trato digestivo o Bezerros de vacas com mastite tuberculosa o Água e pastagens contaminadas Resistência • Em estábulos (sem luz) = meses Manutenção da doença no rebanho Sistema de criação • Tamanho do rebanho • Densidade populacional • Manejo zootécnico e sanitário • Tipo de exploração – em rebanhos leiteiros é mais comum (animal vive mais tempo) IMPORTANCIA ECONOMICA Perdas diretas • Morte de animais • Queda no ganho de peso • Diminuição da produção de leite • Descarte precoce • Eliminação de animais de alto valor zootécnico • Condenação de carcaças ao abate PATOGENIA Porta de entrada – via respiratória inalação de aerossóis contaminados com M. bovis → alvéolo → fagocitado por macrófagos daqui, a virulência, a carga infectante e a resistência do hospedeiro vão definir se o patógeno vai ser destruído ou vai se multiplicar nos macrocitos multiplicação do M. bovis cessa (2 a 3 semanas, resposta imune celular, reação de hipersensibilidade retardada) → hospedeiro destrói seus próprios tecidos (necrose de caseificação) → LT + outras células de defesa → granulomas → mycobacterium consegue se evadir do granuloma → formação de granulomas novamente. Sobre o granuloma Apresenta uma parte central • Área de necrose de caseificação • Circundado por células epitelioides, células gigantes, linfócitos, macrófagos e fibroblastos Ocorre bastante no parênquima pulmonar → linfonodo satélite → novo granuloma = complexo primário Sobre as lesões pulmonares Iniciam na junção bronquíolo- alveolar → alvéolos e linfonodos brônquicos. Daqui pode regredir, persistir estabilizadas ou progredir É uma doença de evolução lenta MACROSCOPIA Observação de granulomas • Coloração amarela ou esbranquiçada (bovinos e bubalinos respectivamente) • Tamanho de 1 a 3 cm ou mais • Aspecto purulento ou caseoso, capsula fibrosa, necrose de caseificação no centro da lesão, calcificação (casos avançados) SINAIS CLINICOS A depender da localização das lesões Geralmente são assintomáticos Em casos avançados: • Caquexia progressiva • Hiperplasia de linfonodos superficiais e ou profundos o Pode apresentar claudicação • Dispneia • Tosse • Mastite • Infertilidade DIAGNÓSTICO Sinais clínicos • Inespecíficos • Valor relativo • Importante em casos avançados Dificuldade de isolamento do agente no animal vivo Baixo nível de Ac no início Testes mais utilizados: • Reação tuberculínica/ alérgico cutâneo – recomendada • Bacteriologia • Histopatologia Anatomopatológico • Lesões não patognomônicas • Nódulos • Animais positivos ao teste e sem lesões visíveis o Lesões em estágios iniciais • Amostra para histopatológico o Formaldeído 10% Bacteriológico • Amostras fixadas em lâminas o Coradas pelo método de ziel-neelsen • Pesquisa por bacilos ácido álcool resistentes (BAAR) o Baixa sensibilidade o Não informa a espécie (Mycobacterium e Noocardia) Alérgico- cutâneo É o instrumento básico para programa de controle e erradicação • Técnica de referência da OIE Mecanismo da reação alérgica à PPD/ tuberculina Em animal normal: sem resposta significante Em animal infectado por micobactérias • Resposta de hipersensibilidade retardada ➔ Endurecimento + edema progressivo no local ➔ Máximo: 72horas (mais ou menos 6 horas) → diminui ➔ Quantificada ➔ Pode evoluir para uma necrose central Se o animal é positivo no teste ele é encaminhado para a eutanásia Mecanismo da reação alérgica à tuberculina Inoculação → fagocitada e processada → peptídeos apresentados ao MHC tipo II dos macrófagos → resposta especifica → Linfócitos T CD4 e TH1 sensibilizados reconhecem os ag tuberculínicos → secretam citocinas IFMgama → ativam células endoteliais venulares → recrutam monócitos, macrófagos e outros monócitos Em animal infectado que não reage • Deficiencia temporária do sistema imune (dessensibilização) o Inoculações sucessivas de tuberculina o Aplicação de altas doses de tuberculina o Curta duração • Período periparto • Alimentação deficiente • Tuberculoses generalizada/ estágios finais da doença o Imunossupressão específica E QUAIS SÃO ESSES TESTES? • Teste da prega caudal (TPC) Triagem Simples e pratico Utilização apenas em bovinos de corte É feito na prega caudal (interseção da pele glabra e a com pelo), com a inoculação intradérmica da PPD. Não quantifica a resposta • Testes cervical simples (TCS) Mais sensível Menos subjetivo (medidas feitas por um cutímetro) Quantitativo Feito na região cervical (pescoço). Inoculação de uma PPD(bovina) mm sensibilidad e consistênci a outros resultado 0 a 1,9 - - - Negativo 2,0 a 3,9 Pouca dor Endurecida delimi tada inconclusivo 2,0 a 3,9 Muita dor Macia Exsud ato necro se Positivo + ou = 4 - - Positivo • Teste cervical comparativo (TCC) Teste confirmatório Único (pode fazer só ele) Quantitativo Inoculação de duas PPD (bovina e aviária) na região cervical. E compara-se a reação aos dois, visto que pode ter sido exposto à aviária (sem ter a doença) e não à bovina. Se a reação à aviária for maior que à da bovina o animal não entrou em contato com a bovina, apenas reagiu à bovina por ser semelhante Obs: as duas áreas de mensuração têm que estar de 15 a 20 cm de distância. A ppd aviária sempre fica mais cranial. As duas avaliações devem ser feitas pela mesma pessoa Novos métodos estão sendo desenvolvidos • Detecção de IFNgama após estimulação do sangue com PPD • PCR IN 10, 3 de março de 2017 – aprova o regulamento técnico do PNCEBT Marcação de animais positivos no lado direito da face com símbolo especifico: Animais positivos devem ser isolados e sacrificados em 30 dias CONTROLE Bloqueio de pontos críticos da cadeia de transmissão • Rotina de testes tuberculínicos o Identificação de fontes • Aquisição de animais de propriedades livres • Monitoramento da saúde dos trabalhadores • Instalações adequadas o Boa ventilação o Exposição direta à luz solar direta • Não utilizar leite de vacas + • Pasteurização/ Esterilização do leite • Higienizar e desinfetar instalações Desinfet ante [] Tempo Temp Uso Cal 20 %3h Ambiente Instalações solo Cresóis 5% 3h Ambiente Instalações Fenol 5% 3h 37°C Instalações Formol 7,5 % 3h Ambiente Instalações, utensílios e roupas Hipoclor ito de cálcio 5% 3h Ambiente Instalações e utensílios Hipoclor ito de sódio 5% 3h Ambiente Instalações e utensílios Soda cáustica 2- 3% 3h 30°C Instalações e utensílios • Monitoramento pela inspeção • Controle do trânsito de animais o Participação em feiras, exposições e leilões • Eliminar animais positivos
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