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Modulo: Alterações Gastrointestinais Comuns em Cães e Gatos Função do TGI: inclui estruturas da boca até o ânus, são responsáveis pela ingestão, propulsão, absorção e eliminação. A digestão eficaz é necessária para fornecer energia e reparar tecido. Os distúrbios gastrointestinais afetam o estômago e os intestinos, podem reduzir ou interromper a digestão, a absorção ou a passagem de alimentos, podendo até resultar em dor. Podem ser aguda (início imediato e autolimitante) ou crônica (prolongada ou recorrente e com duração de 2 a 3 semanas ou mais). Se não tratados podem levar a desidratação, desequilíbrios de eletrólitos ou desnutrição. Sinais clínicos: nenhum sinal clínico identifica uma doença específica. Dor abdominal, vômito ou diarreia, mudança de apetite, flatulência, sangue ou muco em fezes, constipação e perda de peso. Módulo: Abordagens ao Diagnóstico de Distúrbios Gastrointestinais em Cães e Gatos Muito importante coletar um histórico clínico completo, essas informações fornecem pistas sobre a origem e as causas dos sintomas gastrointestinais. Histórico e Exame Físico: saber se são distúrbios do intestino grosso ou distúrbios do intestino delgado ou misto. Histórico Alimentar: se o animal apresentar vômito e diarreia e ter a certeza de que tem todas as vacinas, anti-helmíntico tem a possibilidade ter causa alimentar ou exposição ambiental a patógenos. Recente mudança de alimentos (ex: mudança de ração seca para alimentos úmidos de alto teor de gordura), consumo de alimentos destinado a seres humanos, quando o cão come algo do lixo e exposição a carnes ou peixes crus tem sido ligada a infecções, como enterite bacteriana ou Salmonelose. Sinais e sintomas secundários: distúrbios de apetite, alteração no comportamento, desnutrição, polidipsia e/ou desidratação, pirexia (febre) ou hipotermia (baixa temperatura), alterações na pele ou pelos, ptialismo (salivação) ou engasgos, disfagia (dificuldade para engolir) e ascite (acúmulo anormal de fluido abdominal). Sinais que ajudam a decidir se uma doença do intestino de um paciente tem origem no intestino grosso ou no intestino delgado. Análise Fecal: pode ajudar a detectar a presença de parasitas, bactérias e vírus. Técnicas – esfregaço direto, flutuação fecal, endoscopia, teste de imunofluorescência, PCR. Gastroenterite Aguda Intensa: acompanhada de dor abdominal, infecções entéricas, dilatação gástrica volvo, ingestão de corpos estranhos, intussuscepção. Nesses casos pode ser necessário intervenção cirúrgica. Exames de imagem abdominais, RX gastrointestinais com contraste ou US podem ser necessárias para descartar objetos estranhos ou massas, excesso de fluidos ou bloqueios. Gastroenterite Aguda: possuem vomito de duração inferior a 3 dias, o controle nutricional será o principal tratamento. Uso de fluidoterapia para tratar desequilíbrios eletrolíticos e ácido/base. O paciente pode precisar de antibióticos, se houver envolvimento de bactérias ou hemorragia gastrointestinal. Características do alimento que devera ser fornecido: altamente digerível, menor teor de gordura e altamente palatável, precisa conter fibras solúveis e insolúveis e com níveis de eletrólitos suficientes. Diarreia Crônica Se estiver relacionado ao alimento, deve ser recomendado um alimento altamente digerível, com baixo teor de gordura, a complementação de fibras de alta qualidade é útil para pacientes com diarreia crônica do intestino grosso. Devem conter ingredientes como probióticos que aumentam as bactérias que promovem a saúde do intestino. Módulo: Soluções para Manutenção do Microbioma Gastrointestinal em Cães e Gatos O suporte nutricional ideal ajuda o paciente a melhorar mais rápido. Pode ser feito de forma enteral ou parenteral. Gatos desenvolvem aversão a alimentos consumidos durante a doença, por isso é indicado não usar alimentos habituais durante esse período. Deve-se evitar alérgenos alimentares comuns e formulações alimentícias de digestibilidade alta durante a doença. Equilibrar o microbioma gastrointestinal é feito com a nutrição ideal, influencia no bem-estar geral. A micobiota contribui para várias funções importantes: homeostase energética, metabolismo, saúde das células epiteliais do intestino e atividade do sistema imunológico. Fontes de Fibra: - Fibras de Frutas: efeito anti-inflamatórios e antioxidantes; - Lignina: fibra de volume insolúvel e sem retenção de água, com baixa capacidade de fermentação; - Linhaça: retem e absorve água para ajudar no movimento das fezes; - Polpa de Beterraba: ajuda na produção de ácidos graxos de cadeia curta e rico em energia; - Polpa Citrica: compostos anti-inflamatórios. Resultados: melhora na qualidade das fezes, resolve diarreia crônica e limita episódios futuros. Desidratação: o paciente pode ter perda de fluidos por diarreia e vomito Eletrólitos: diarreia e vômito crônico podem levar a hipocalemia (baixos níveis de potássio), por isso os níveis devem ser verificados regularmente. Gatos e cães com diarreia crônica devem receber alimentos contendo 0,8 a 1,1% de potássio de matéria seca. Densidade energética e Gordura: alimentos com densidade energética são úteis para que volumes menores possam ser oferecidos, minimizando as distensões gastrointestinais e as secreções. Muita gordura pode contribuir para a diarreia e perdas de proteína gastrointestinal. Proteína: fontes de proteínas altamente digestíveis podem ajudar os pacientes a absorver níveis adequados de aminoácidos essenciais. Se for necessário alimentos hipoalergênicos os níveis de proteína podem ser reduzidos. Fibras: a solubilidade e a fermentabilidade das fibras são características que devem ter nos alimentos para esses pacientes As fibras solúveis e fermentáveis produzem ácidos graxos de cadeia curta, fornecendo energia. Sinais clínicos do intestino grosso podem funcionar bem com essa complementação. As fibras fermentáveis também podem servir como probióticos, promovem o crescimento de bactérias boas. As fontes de fibras solúveis são geralmente mais fermentáveis do que as fontes de fibras insolúveis, por isso o alimento precisa ter as duas.
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