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PRM problemas relacionado ao medicamentos

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ASSISTÊNCIA 
FARMACÊUTICA
Samantha Brum Leite 
Problemas relacionados 
a medicamentos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Compreender o termo problema relacionado a medicamento (PRM).
  Explicar a evolução do termo PRM.
  Descrever a utilização de PRM.
Introdução
A expectativa e a qualidade de vida aumentaram consideravelmente 
nos últimos anos, e essas conquistas estão diretamente relacionadas à 
evolução da medicina e dos medicamentos cada vez mais inovadores 
que estão sendo disponibilizados. A utilização de medicamentos tem 
conseguido evitar a maioria das causas de mortes prematuras, diagnosticar 
precocemente e precisamente diversas enfermidades, além de ser capaz 
de controlar doenças. No entanto, com o uso de medicamentos, nem 
sempre se obtém resultados positivos, já que, às vezes, a farmacoterapia 
falha. Essa falha pode causar danos irreparáveis ao paciente e, conse-
quentemente, consumir recursos da saúde pública e do serviço social, o 
que a caracteriza como um problema de saúde pública.
Neste capítulo, você vai estudar detalhadamente os problemas relacio-
nados a medicamentos (PRM), que podem ocorrem durante o tratamento 
de alguma patologia por meio da terapia medicamentosa, e vai ver como 
é possível identificar se um paciente está experimentando um PRM.
O termo problema relacionado 
a medicamento (PRM)
Problema relacionado a medicamento (PRM) é um termo frequentemente 
utilizado na atenção farmacêutica e na prática da farmácia clínica. Os PRMs 
podem estar relacionados às reações adversas a medicamentos (RAM) — que, 
na maioria das vezes, são inevitáveis e sempre produzem dano ao paciente 
— ou a erros de medicação (EM) — isto é, erros que aconteçam durante a 
prescrição e a utilização do medicamento, causando, ou não, danos ao paciente, 
e que, na maioria das vezes, podem ser evitados. A classifi cação para os EM 
foi descrita pela primeira vez em 1998, pelo National Coordinating Council for 
Medication Error Reporting and Prevention (NCCMERP). Contudo, em 2001, 
essa mesma instituição publicou uma atualização que trazia nove categorias 
de EM e que foi amplamente utilizada no Brasil. A classifi cação mais atual, 
então, foi publicada em 2008, por um grupo de farmacêuticos hospitalares 
espanhóis, com a permissão da United States Pharmacopeia (USP) e sob 
coordenação do Institute for Safe Medication Practices (ISMP) da Espanha. 
Confi ra essa categorização no Quadro 1 a seguir.
1. Medicamento errado 1.1 prescrição inadequada do medicamento 
1.1.1 medicamento não indicado/não apropriado 
para o diagnóstico que se pretende tratar 
1.1.2 história prévia de alergia ou 
reação adversa similar 
1.1.3 medicamento inadequado para o paciente 
por causa da idade, situação clínica, etc. 
1.1.4 medicamento contraindicado 
1.1.5 interação medicamento-medicamento 
1.1.6 interação medicamento-alimento 
1.1.7 duplicidade terapêutica 
1.1.8 medicamento desnecessário 
1.2 transcrição/dispensação/administração de 
um medicamento diferente do prescrito
2. Omissão de dose 
ou do medicamento
2.1 faltas de prescrição de um medicamento 
necessário 
2.2 omissões na transcrição 
2.3 omissões na dispensação 
2.4 omissões na administração
3. Dose errada 3.1 dose maior 
3.2 dose menor 
3.3 dose extra
 Quadro 1. Tipos de erros de medicação 
(Continua)
Problemas relacionados a medicamentos2
Já a classificação dos PRMs define o conjunto de problemas que podem 
ser causados por medicamentos e que podem ser solucionados a partir da 
farmacoterapia. O método foi desenvolvido pela Pharmacotherapy Workup 
e pode auxiliar na decisão do profissional de saúde a identificar um PRM. 
As duas primeiras categorias estão relacionadas com a indicação; a terceira 
e quarta categorias, com a efetividade; a quinta e sexta, com a segurança; e a 
sétima categoria trata do cumprimento do paciente (Quadro 2). 
 Fonte: Adaptado de Anacleto et al. (2010, p. 6). 
4. Frequência de administração errada
5. Forma farmacêutica errada
6. Erro de preparo, manipulação e/ou acondicionamento
7. Técnica de administração errada
8. Via de administração errada
9. Velocidade de administração errada
10. Horário errado de administração
11. Paciente errado
12. Duração errada 
do tratamento
12.1 duração maior 
12.2 duração menor
13. Monitorização 
insuficiente do 
tratamento
13.1 falta de revisão clínica 
13.2 falta de controles analíticos
14. Medicamento deteriorado
15. Falta de adesão do paciente
16. Outros tipos
17. Não se aplica
 Quadro 1. Tipos de erros de medicação 
(Continuação)
3Problemas relacionados a medicamentos
 Fonte: Adaptado de Cipolle et al. (2004 apud ROCHA et al., 2010, p. 24).
Necessidades 
farmacoterapêuticas Categoria de PRM
Indicação 1. O paciente usa medicamento desnecessário
2. O paciente necessita de 
medicamento adicional
Efetividade 3. O paciente usa medicamento não efetivo
4. O paciente usa dose menor que a necessária
Segurança 5. O paciente apresenta reação 
adversa a medicamentos
6. O paciente usa dose alta
Aderência 7. O paciente não adere ao tratamento
 Quadro 2. Classificação dos PRM 
O Conselho Federal de Farmácia disponibiliza instruções detalhadas sobre a dispensação 
de medicamentos com o objetivo de diminuir erros e, consequentemente, garantir a 
saúde do paciente. O material está disponível no site do CFF para download. 
https://goo.gl/hmCXkV
Evolução do termo problema relacionado a 
medicamento (PRN)
O primeiro Consenso de Granada, realizado em 1999, defi niu PRM como 
“Problema de saúde ligado à farmacoterapia e que interfere ou pode interferir 
nos resultados esperados de saúde no paciente” (CONSENSO DE GRANADA, 
Problemas relacionados a medicamentos4
2007, p. 7). No entanto, com a grande utilização do termo, diferentes interpre-
tações da defi nição ofi cial começaram a surgir, causando discordância durante 
a comunicação. Apesar de vários esclarecimentos, a referida defi nição foi 
aperfeiçoada em 2002, durante o Segundo Consenso de Granada, para “Pro-
blemas de saúde, entendidos como resultados clínicos negativos, derivados da 
farmacoterapia que, produzidos por várias causas, levam ao não cumprimento 
do objetivo terapêutico ou ao surgimento de efeitos indesejáveis” (CONSENSO 
DE GRANADA, 2007, p. 8). A partir desse momento, os trabalhos publicados 
que utilizavam essa nova defi nição conseguiram alcançar maior precisão e 
homogeneidade, apesar de ainda terem recebido algumas críticas em relação 
à sua clareza. 
A definição de PRM elaborada em 2002 começou a ser associada a re-
sultados obtidos durante estudos de pesquisa clínica para avaliar resultados 
sobre a eficácia de um determinado tratamento. Esse tipo de associação gerou 
confusão, pois relacionava o termo às causas de falhas durante o processo de 
utilização de medicamentos, ou seja, apesar de o termo ter sido amplamente 
aplicado, nem sempre representava o mesmo conceito. Considerando as 
várias definições, em 2004, o Consejo General de Colegios Oficiales de 
Farmacéuticos de España convocou um fórum de Assistência Farmacêutica 
para melhorar o documento sobre o Consenso de Assistência Farmacêutica 
elaborado em 2001. Nesse documento, o termo PRM foi definido como 
“Situações que, no processo de uso de medicamentos, causam ou podem 
causar o aparecimento de um resultado negativo associado à medicação” 
(CONSENSO DE GRANADA, 2007, p. 15). Essa definição foi reanalisada 
em 2007, durante o Terceiro Consenso de Granada e foi aceita, podendo ser 
considerada oficial.
Tanto no primeiro quanto no Segundo Consenso de Granada, os PRMs 
foram agrupados em relação à farmacoterapia. No entanto, no caso do Ter-
ceiro Consenso, podemos observar que essa associação não foi realizada, 
porque os especialistas defenderam, nessa ocasião, que as várias definições 
e classificações dos PRMs misturavam as causas com os resultados. Sendo 
assim, decidiu-se separar os PRMs dos resultados negativos associados a 
medicamentos (RNMs), considerando-seos primeiros como erros no processo 
(causas) e os segundos, erros no resultado. Em outras palavras, os PRMs seriam 
as causas ou os fatores de risco dos RNMs.
5Problemas relacionados a medicamentos
 Fonte: Adaptado de Consenso de Granada (2007).
1º Consenso 
de Granada
2º Consenso 
de Granada
3º Consenso 
de Granada
Indicação Necessidade Lista de PRM
PRM1: o paciente 
não usa a medicação 
de que precisa
PRM2: o paciente 
usa medicações de 
que não precisa
PRM 1: o paciente sofre 
um problema de saúde 
em consequência de não 
receber uma medicação 
da qual precisa
PRM 2: o paciente sofre 
um problema de saúde 
como resultado de 
receber uma medicação 
de que não precisa
  Má administração 
de medicação
  Características 
pessoais
  Conservação 
inadequada
  Contraindicação
  Dose, padrão 
ou duração não 
adequados
  Duplicidade
Segurança Segurança Lista de PRM
PRM 3: o paciente usa 
um medicamento 
mal selecionado
PRM 4: o paciente usa 
uma dose menor/faz 
um intervalo menor/
utiliza menos tempo 
do que ele precisa
PRM 3: o paciente sofre 
um problema de saúde 
em consequência de uma 
ineficácia não relacionada 
à dose da medicação
PRM 4: o paciente sofre um 
problema de saúde resultante 
da dose da medicação
  Erros na dispensação
  Erros na prescrição
  Não conformidade
  Interações
Eficácia Eficácia Lista de PRM
PRM5: o paciente usa 
uma dose maior/faz 
uma pausa maior/
utiliza mais tempo 
do que precisa
PRM6: o paciente usa 
um medicamento 
que provoca uma 
reação adversa (RAM)
PRM 5: o paciente sofre 
um problema de saúde 
em consequência da 
segurança não relacionada 
à dose do medicamento
PRM 6: o paciente sofre 
um problema de saúde 
como resultado de uma 
segurança relacionada à 
dose do medicamento
  Outros problemas 
de saúde que afe-
tam o tratamento
  Probabilidade de 
efeitos adversos
  Problema de saúde 
recorrente
  Outros
 Quadro 3. Evolução da classificação de PRM 
Problemas relacionados a medicamentos6
Utilização dos PRMs na prática 
da farmácia clínica
Assim como foi descrito por Strand, em 1990, o principal objetivo de todos os 
profi ssionais de saúde é melhorar a qualidade de vida dos pacientes, e, nesse 
sentido, cada profi ssional contribui com sua prática específi ca. Dessa forma, 
a atenção farmacêutica pode contribuir para assegurar o resultado da terapia 
medicamentosa, uma vez que se pressupõe três responsabilidades principais 
no contexto da farmácia clínica: 
1. Atender às necessidades dos pacientes em relação à terapia 
medicamentosa. 
2. Identificar, resolver ou prevenir qualquer problema relacionado a 
medicamentos. 
3. Assegurar que os objetivos do tratamento e os melhores resultados 
sejam alcançados. 
Portanto, durante sua prática, o farmacêutico clínico deve ser capaz de 
determinar se as necessidades descritas pelos pacientes não estão sendo aten-
didas e, nesse caso, interpretá-las, propondo, então, intervenções capazes de 
resolver essas necessidades.
Depois de o farmacêutico clínico efetuar uma avaliação primária no pa-
ciente, que constitui a essência do processo de atenção farmacêutica, é ne-
cessário que ele defina se o paciente apresenta, ou não, algum tipo de PRM. 
Para isso, o profissional farmacêutico deve avaliar três pontos:
  Se o evento indesejável experimentado pelo paciente é real ou potencial.
  A terapia medicamentosa envolvida. 
  A relação entre o evento indesejável e a terapia medicamentosa.
A avaliação sobre os possíveis PRM deve ser executada com no detalha-
mento das classificações sobre PRM.
  PRM 1: o paciente usa medicação desnecessária ou o paciente usa 
medicamento desnecessário porque não possui uma indicação clínica 
no momento. As principais causas desse PRM estão listadas em ordem 
de frequência de acordo com um levantamento feito pelo Conselho 
Federal de Farmácia:
 ■ terapia medicamentosa não prescrita por profissional habilitado; 
7Problemas relacionados a medicamentos
 ■ uso de dois ou mais medicamentos simultaneamente;
 ■ utilização de terapia alternativa apenas; 
 ■ medicamento usado para tratar RAM previsível e prevenível; 
 ■ drogas ilícitas que possam estar causando o problema.
Um paciente jovem que acaba de ser submetido à extração de todos os dentes do siso 
está fazendo uso do anti-inflamatório Diclofenaco sódico 50 mg a cada 12 horas. Como 
não lhe foi orientado o tempo de duração do tratamento, o paciente continua tomando 
o medicamento há um mês e começou a sentir fortes dores de estomago. Nesse 
sentido, é importante que o farmacêutico oriente sobre a finalização do tratamento.
  PRM 2: o paciente necessita de associação medicamentosa ou a terapia 
medicamentosa é necessária como profilaxia para evitar uma nova 
condição patológica ou prevenir uma condição clínica indesejável. As 
causas comuns de PRM, de acordo com um levantamento feito pelo 
Conselho Federal de Farmácia, são: 
 ■ a condição clínica exige uma nova terapia medicamentosa; 
 ■ medicamentos profiláticos são necessários para reduzir o risco de 
desenvolvimento de uma nova condição clínica;
 ■ a patologia exige medicamentos complementares para atingir os 
efeitos desejados.
Um paciente diagnosticado com hipertensão há poucos meses está utilizando captopril 
50 mg duas vezes ao dia. O paciente procura a drogaria todos os dias para que o 
farmacêutico possa aferir sua pressão e, constantemente, observa-se que a terapia 
não está sendo efetiva. Nessas condições, é recomendado que o farmacêutico entre 
em contato com o prescritor para que uma nova droga seja inserida no tratamento.
Problemas relacionados a medicamentos8
  PRM 3: o paciente usa medicamento não eficiente ou o medicamento 
não é eficiente para produzir o efeito farmacológico esperado. As prin-
cipais causas desse PRM, de acordo com um levantamento feito pelo 
Conselho Federal de Farmácia, são: 
 ■ o medicamento não é mais eficaz para o paciente; 
 ■ a condição clínica do paciente interfere na eficácia do medicamento; 
 ■ a forma farmacêutica é inadequada;
 ■ o medicamento não é eficaz para tratar o problema de saúde de um 
paciente em específico.
Um paciente diagnosticado recentemente com colesterol elevado faz utilização de 
sinvastatina 80mg uma vez ao dia. Porém, o paciente percebe que o tratamento não 
está sendo efetivo, já que, quando foi realizar um novo exame, os índices de colesterol 
ainda se apresentavam altos. O farmacêutico de sua confiança, sabendo dessa situação, 
pode e deve entrar em contato com o prescritor para que o medicamento possa ser 
substituído ou para que a dosagem seja revista.
  PRM 4: o paciente usa dose menor que a necessária ou a dose utilizada 
é baixa para produzir o efeito terapêutico esperado. As causas mais 
comuns, de acordo com um levantamento feito pelo Conselho Federal 
de Farmácia, são:
 ■ dosagem baixa e, consequentemente, a não produção do efeito te-
rapêutico esperado;
 ■ grande intervalo entre as dosagens;
 ■ interações fármaco-fármaco ou fármaco-alimento; 
 ■ duração curta da terapia, não sendo possível a produção do efeito 
terapêutico.
9Problemas relacionados a medicamentos
Um paciente foi diagnosticado com asma há dois anos e, durante as crises, foi orientada 
a utilização de salmeterol 25 mcg por inalação. No entanto, durante a última crise, o 
medicamento não desempenhou o efeito farmacológico esperado. Durante a entrevista 
com o farmacêutico, a mãe do paciente disse que o medicamento estava acabando 
e, como a crise ocorreu à noite, não foi possível ir até uma drogaria para comprar um 
frasco novo. Diante dessa situação, foi constatado que a dose administrada foi menor 
do que a dose recomendada, o que fez com que o tratamento não fosse eficaz.
  PRM 5: o paciente apresenta RAM devido à terapia medicamentosa. De 
acordo com um levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácia, 
as principais causas são:
 ■ independentemente da dosagem, o medicamento pode causar RAM;
 ■ o medicamento não é seguro para o paciente;
 ■ interação medicamentosa;■ forma de administração do medicamento (intervalo reduzido);
 ■ reação alérgica;
 ■ o medicamento apresenta muitos fatores de risco.
Para um paciente com histórico familiar de problemas cardiovasculares, é tomada 
uma medida profilática, sendo prescrito ácido acetilsalicílico uma vez ao dia. Após o 
início do tratamento, o paciente começou a sentir uma forte azia. Em uma consulta, 
seu farmacêutico suspeita de que esse novo problema está relacionado ao novo medi-
camento. O farmacêutico pode sugerir a troca da forma farmacêutica ou a suspensão 
momentânea do tratamento.
  PRM 6: o paciente utiliza dosagem mais alta do que a necessária ou, 
devido à alta dosagem, o paciente sente efeitos indesejáveis. As causas 
mais comuns, de acordo com um levantamento feito pelo Conselho 
Federal de Farmácia, são:
 ■ alta dosagem;
 ■ duplicidade terapêutica; 
 ■ tempo curto de tratamento;
Problemas relacionados a medicamentos10
 ■ tempo muito longo de tratamento;
 ■ potencialização do efeito devido a interações medicamentosas;
 ■ administração não adequada do medicamento.
Seu José faz uso de um medicamento anti-hipertensivo há mais de um ano e o médico 
lhe havia prescrito a administração uma vez ao dia. Porém, seu Jose se mudou para 
outra cidade e passou a consultar-se com outro médico, que lhe prescreveu outro 
anti-hipertensivo e recomendou a utilização duas vezes ao dia. Não lhe foi orientado 
que parasse com a utilização do anti-hipertensivo, do qual já fazia uso há mais de 
um ano. Após três dias de utilização, ele sentiu-se mal e procurou o pronto-socorro. 
Quando foi aferida, sua pressão estava 90/50 mmHg. Devido ao mal-estar, seu José 
sofreu uma queda, o que lhe causou um grande transtorno, já que teve que ficar 
alguns dias internado. Durante a internação, o farmacêutico fez uma entrevista com 
o paciente e detectou a duplicidade da terapia. Nesse momento, uma intervenção foi 
sugerida até que a pressão do paciente voltasse ao normal. 
  PRM 7: o paciente não adere ao tratamento ou não é capaz ou não quer 
ser tratado com terapia medicamentosa. As principais causas, de acordo 
com um levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácia, são: 
 ■ falta de compreensão das instruções;
 ■ escolha do paciente em não tomar o medicamento; 
 ■ esquecimento do paciente em tomar o medicamento; 
 ■ condições financeiras, ou seja, o medicamento é muito caro para 
o paciente;
 ■ dificuldade na administração da forma farmacêutica;
 ■ o medicamento não está disponível ou foi descontinuado.
O médico prescreveu um medicamento para o tratamento de glaucoma para um paciente, 
mas esse se recusa a utilizar a medicação, já que não acredita no tratamento por meio 
da alopatia devido aos costumes de sua cultura. Após um curto período de tempo, 
os sintomas do paciente começam a se agravar. Ciente do caso, o farmacêutico deve, 
respeitosamente, conscientizar o paciente sobre a necessidade de adesão ao tratamento.
11Problemas relacionados a medicamentos
Todos os resultados obtidos devem ser registrados para o acompanhamento do 
farmacêutico clínico em relação à efetividade da intervenção. Veja, na Figura 1,
o modelo para o registro que o Conselho Federal de Farmácia disponibiliza.
Figura 1. Modelo de plano de cuidado para registro de PRM.
Fonte: Balisa-Rocha et al. (2010, p. 45).
Problemas relacionados a medicamentos12
1. O impacto significativo dos erros de 
administração de medicamentos 
afeta os pacientes em termos de 
morbidade, mortalidade, eventos 
adversos a medicamentos e 
aumento do tempo de internação 
hospitalar. Além disso, aumenta 
os custos para médicos e 
sistemas de saúde. Em relação 
aos erros de administração, 
assinale a alternativa correta.
a) Prescrição, preparação errada, 
não consentimento, dispensação.
b) Prescrição, preparação, forma 
farmacêutica, administração, 
horário, aderência.
c) Omissão, horário errado, 
aderência, prescrição, preparação 
errada, dispensação.
d) Falta de prescrição, formula 
farmacêutica errada, horário 
errado, dispensação.
e) Não consentimento, não 
aderência, administração errada, 
omissão, falta de prescrição.
2. Nem todos os erros terapêuticos 
causam danos aos pacientes, 
mas se sabe que uma parte 
importante dos efeitos nocivos 
dos medicamentos se deve a erros 
terapêuticos. A dimensão real 
dos erros terapêuticos, na prática, 
é muito incerta, mas a literatura 
reporta taxas de erros altamente 
variáveis. Em média, 5,7% de todos 
os tratamentos medicamentosos 
são afetados por erros terapêuticos 
e cerca de 6% dos pacientes 
hospitalizados estão envolvidos 
em um erro terapêutico. Erros 
terapêuticos podem ocorrer em 
qualquer fase do processo de gestão 
de medicamentos, especialmente 
na fase de administração, na fase de 
prescrição, durante a dispensação 
ou na manipulação. Assinale os 
erros terapêuticos mais comuns.
a) Indicação, contraindicação, 
monoterapia.
b) Indicação, contraindicação, 
duplicidade da terapia.
c) Monitorização, indicação, 
duplicidade da terapia.
d) Indicação, contraindicação, 
monitorização, interação 
medicamentosa, 
duplicidade na terapia.
e) Interação medicamentosa, 
indicação, terapia duplicada, 
contraindicação.
3. Todos os procedimentos 
relacionados à prescrição são etapas 
potencialmente geradoras de erros. 
Uma falha de prescrição pode 
surgir da escolha do medicamento 
errado, da dose errada, da via 
errada de administração e da 
frequência ou duração errônea 
do tratamento, da prescrição 
inadequada ou errônea em relação 
às características individuais do 
paciente e de cotratamentos 
existentes. Erros na seleção da 
dose ocorrem mais comumente e 
representam pouco mais de 50% 
de todas as falhas de prescrição. 
Assinale a alternativa que relaciona 
13Problemas relacionados a medicamentos
da melhor forma os eventos 
relacionados a erros de prescrição.
a) Legibilidade, confusão entre 
pacientes, nome do paciente, 
via de administração.
b) Legibilidade, nome do 
medicamento, forma 
farmacêutica, confusão 
entre pacientes.
c) Legibilidade, dados do paciente, 
nome do medicamento, 
forma farmacêutica, via de 
administração, confusão 
entre pacientes.
d) Via de administração, 
confusão entre pacientes, 
dados do paciente, 
nome do medicamento, 
forma farmacêutica.
e) Legibilidade, dados do 
paciente, nome do paciente, 
forma farmacêutica, via 
de administração.
4. Assinale a classificação 
relacionada aos PRMs.
a) Necessidade, efetividade, 
segurança e aderência.
b) Quantidade do medicamento. 
c) Estabilidade dos medicamentos.
d) Segurança.
e) Doenças do paciente.
5. Assinale os aspectos mais 
importantes que se deve considerar 
sobre os medicamentos.
a) Indicação autorizada, ação 
e mecanismo de ação, 
posologia, interações 
medicamentosas, margem 
terapêutica, contraindicação, 
farmacocinética, interferências 
analíticas, precauções e 
problemas de segurança.
b) Administração, distribuição, 
metabolização e excreção.
c) Estudo de estabilidade, ação e 
mecanismo de ação, posologia, 
interações medicamentosas, 
marquem terapêutica, 
contraindicação, interferências 
analíticas, precauções e 
problemas de segurança.
d) Indicação autorizada, ação e 
mecanismo de ação, posologia, 
interações medicamentosas, 
margem terapêutica, 
contraindicação, precauções 
e problemas de segurança.
e) Indicação autorizada, ação e 
mecanismo de ação, posologia, 
interações medicamentosas, 
margem terapêutica, 
contraindicação, interferências 
analíticas, precauções e 
problemas de segurança.
Problemas relacionados a medicamentos14
ANACLETO, T. et al. Farmácia hospitalar: erros de medicação. Pharmacia Brasileira, 2010. 
Disponível em: <http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/124/encarte_farma-
ciahospitalar.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2018.
BALISA-ROCHA, B. J. et al. Fascículo V: o percurso histórico da atenção farmacêutica no 
mundo e no Brasil. São Paulo: Conselho Regional de Farmácia, 2010. Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/percurso_historico_atencao_farmaceu-
tica.pdf>.Acesso em: 11 nov. 2018.
CONSENSO DE GRANADA. Tercer Consenso de Granada sobre Problemas Relacionados 
con Medicamentos (PRM) y Resultados Negativos asociados a la Medicación (RNM). 
Ars Pharmaceutica, v. 48, n. 1, p. 5-17, 2007. Disponível em: <http://revistaseug.ugr.es/
index.php/ars/article/view/4974/4781>. Acesso em: 11 nov. 2018.
Leituras recomendadas
AIZENSTEIN, M. L.; TOMASSI, M. H. Problemas relacionados a medicamentos; reações 
adversas a medicamentos e erros de medicação: a necessidade de uma padronização 
nas definições e classificações. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 32, 
n. 2, p. 169-173, 2011. Disponível em: <http://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/
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AYOB, Y. Getting the right unit to the right patient – how can we �x the problem. ISBT 
Science Series, v. 11, n. 2, p. 91-98, 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo de Segurança na Prescrição, uso e Administração 
de Medicamentos. [2013]. Disponível em: <https://www20.anvisa.gov.br/segurancado-
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CIPRIANO, S. L.; LIMA, E. C.; BORI, A. Erro na dispensação de medicamentos em um 
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Problemas relacionados a medicamentos16

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