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ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Samantha Brum Leite Problemas relacionados a medicamentos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Compreender o termo problema relacionado a medicamento (PRM). Explicar a evolução do termo PRM. Descrever a utilização de PRM. Introdução A expectativa e a qualidade de vida aumentaram consideravelmente nos últimos anos, e essas conquistas estão diretamente relacionadas à evolução da medicina e dos medicamentos cada vez mais inovadores que estão sendo disponibilizados. A utilização de medicamentos tem conseguido evitar a maioria das causas de mortes prematuras, diagnosticar precocemente e precisamente diversas enfermidades, além de ser capaz de controlar doenças. No entanto, com o uso de medicamentos, nem sempre se obtém resultados positivos, já que, às vezes, a farmacoterapia falha. Essa falha pode causar danos irreparáveis ao paciente e, conse- quentemente, consumir recursos da saúde pública e do serviço social, o que a caracteriza como um problema de saúde pública. Neste capítulo, você vai estudar detalhadamente os problemas relacio- nados a medicamentos (PRM), que podem ocorrem durante o tratamento de alguma patologia por meio da terapia medicamentosa, e vai ver como é possível identificar se um paciente está experimentando um PRM. O termo problema relacionado a medicamento (PRM) Problema relacionado a medicamento (PRM) é um termo frequentemente utilizado na atenção farmacêutica e na prática da farmácia clínica. Os PRMs podem estar relacionados às reações adversas a medicamentos (RAM) — que, na maioria das vezes, são inevitáveis e sempre produzem dano ao paciente — ou a erros de medicação (EM) — isto é, erros que aconteçam durante a prescrição e a utilização do medicamento, causando, ou não, danos ao paciente, e que, na maioria das vezes, podem ser evitados. A classifi cação para os EM foi descrita pela primeira vez em 1998, pelo National Coordinating Council for Medication Error Reporting and Prevention (NCCMERP). Contudo, em 2001, essa mesma instituição publicou uma atualização que trazia nove categorias de EM e que foi amplamente utilizada no Brasil. A classifi cação mais atual, então, foi publicada em 2008, por um grupo de farmacêuticos hospitalares espanhóis, com a permissão da United States Pharmacopeia (USP) e sob coordenação do Institute for Safe Medication Practices (ISMP) da Espanha. Confi ra essa categorização no Quadro 1 a seguir. 1. Medicamento errado 1.1 prescrição inadequada do medicamento 1.1.1 medicamento não indicado/não apropriado para o diagnóstico que se pretende tratar 1.1.2 história prévia de alergia ou reação adversa similar 1.1.3 medicamento inadequado para o paciente por causa da idade, situação clínica, etc. 1.1.4 medicamento contraindicado 1.1.5 interação medicamento-medicamento 1.1.6 interação medicamento-alimento 1.1.7 duplicidade terapêutica 1.1.8 medicamento desnecessário 1.2 transcrição/dispensação/administração de um medicamento diferente do prescrito 2. Omissão de dose ou do medicamento 2.1 faltas de prescrição de um medicamento necessário 2.2 omissões na transcrição 2.3 omissões na dispensação 2.4 omissões na administração 3. Dose errada 3.1 dose maior 3.2 dose menor 3.3 dose extra Quadro 1. Tipos de erros de medicação (Continua) Problemas relacionados a medicamentos2 Já a classificação dos PRMs define o conjunto de problemas que podem ser causados por medicamentos e que podem ser solucionados a partir da farmacoterapia. O método foi desenvolvido pela Pharmacotherapy Workup e pode auxiliar na decisão do profissional de saúde a identificar um PRM. As duas primeiras categorias estão relacionadas com a indicação; a terceira e quarta categorias, com a efetividade; a quinta e sexta, com a segurança; e a sétima categoria trata do cumprimento do paciente (Quadro 2). Fonte: Adaptado de Anacleto et al. (2010, p. 6). 4. Frequência de administração errada 5. Forma farmacêutica errada 6. Erro de preparo, manipulação e/ou acondicionamento 7. Técnica de administração errada 8. Via de administração errada 9. Velocidade de administração errada 10. Horário errado de administração 11. Paciente errado 12. Duração errada do tratamento 12.1 duração maior 12.2 duração menor 13. Monitorização insuficiente do tratamento 13.1 falta de revisão clínica 13.2 falta de controles analíticos 14. Medicamento deteriorado 15. Falta de adesão do paciente 16. Outros tipos 17. Não se aplica Quadro 1. Tipos de erros de medicação (Continuação) 3Problemas relacionados a medicamentos Fonte: Adaptado de Cipolle et al. (2004 apud ROCHA et al., 2010, p. 24). Necessidades farmacoterapêuticas Categoria de PRM Indicação 1. O paciente usa medicamento desnecessário 2. O paciente necessita de medicamento adicional Efetividade 3. O paciente usa medicamento não efetivo 4. O paciente usa dose menor que a necessária Segurança 5. O paciente apresenta reação adversa a medicamentos 6. O paciente usa dose alta Aderência 7. O paciente não adere ao tratamento Quadro 2. Classificação dos PRM O Conselho Federal de Farmácia disponibiliza instruções detalhadas sobre a dispensação de medicamentos com o objetivo de diminuir erros e, consequentemente, garantir a saúde do paciente. O material está disponível no site do CFF para download. https://goo.gl/hmCXkV Evolução do termo problema relacionado a medicamento (PRN) O primeiro Consenso de Granada, realizado em 1999, defi niu PRM como “Problema de saúde ligado à farmacoterapia e que interfere ou pode interferir nos resultados esperados de saúde no paciente” (CONSENSO DE GRANADA, Problemas relacionados a medicamentos4 2007, p. 7). No entanto, com a grande utilização do termo, diferentes interpre- tações da defi nição ofi cial começaram a surgir, causando discordância durante a comunicação. Apesar de vários esclarecimentos, a referida defi nição foi aperfeiçoada em 2002, durante o Segundo Consenso de Granada, para “Pro- blemas de saúde, entendidos como resultados clínicos negativos, derivados da farmacoterapia que, produzidos por várias causas, levam ao não cumprimento do objetivo terapêutico ou ao surgimento de efeitos indesejáveis” (CONSENSO DE GRANADA, 2007, p. 8). A partir desse momento, os trabalhos publicados que utilizavam essa nova defi nição conseguiram alcançar maior precisão e homogeneidade, apesar de ainda terem recebido algumas críticas em relação à sua clareza. A definição de PRM elaborada em 2002 começou a ser associada a re- sultados obtidos durante estudos de pesquisa clínica para avaliar resultados sobre a eficácia de um determinado tratamento. Esse tipo de associação gerou confusão, pois relacionava o termo às causas de falhas durante o processo de utilização de medicamentos, ou seja, apesar de o termo ter sido amplamente aplicado, nem sempre representava o mesmo conceito. Considerando as várias definições, em 2004, o Consejo General de Colegios Oficiales de Farmacéuticos de España convocou um fórum de Assistência Farmacêutica para melhorar o documento sobre o Consenso de Assistência Farmacêutica elaborado em 2001. Nesse documento, o termo PRM foi definido como “Situações que, no processo de uso de medicamentos, causam ou podem causar o aparecimento de um resultado negativo associado à medicação” (CONSENSO DE GRANADA, 2007, p. 15). Essa definição foi reanalisada em 2007, durante o Terceiro Consenso de Granada e foi aceita, podendo ser considerada oficial. Tanto no primeiro quanto no Segundo Consenso de Granada, os PRMs foram agrupados em relação à farmacoterapia. No entanto, no caso do Ter- ceiro Consenso, podemos observar que essa associação não foi realizada, porque os especialistas defenderam, nessa ocasião, que as várias definições e classificações dos PRMs misturavam as causas com os resultados. Sendo assim, decidiu-se separar os PRMs dos resultados negativos associados a medicamentos (RNMs), considerando-seos primeiros como erros no processo (causas) e os segundos, erros no resultado. Em outras palavras, os PRMs seriam as causas ou os fatores de risco dos RNMs. 5Problemas relacionados a medicamentos Fonte: Adaptado de Consenso de Granada (2007). 1º Consenso de Granada 2º Consenso de Granada 3º Consenso de Granada Indicação Necessidade Lista de PRM PRM1: o paciente não usa a medicação de que precisa PRM2: o paciente usa medicações de que não precisa PRM 1: o paciente sofre um problema de saúde em consequência de não receber uma medicação da qual precisa PRM 2: o paciente sofre um problema de saúde como resultado de receber uma medicação de que não precisa Má administração de medicação Características pessoais Conservação inadequada Contraindicação Dose, padrão ou duração não adequados Duplicidade Segurança Segurança Lista de PRM PRM 3: o paciente usa um medicamento mal selecionado PRM 4: o paciente usa uma dose menor/faz um intervalo menor/ utiliza menos tempo do que ele precisa PRM 3: o paciente sofre um problema de saúde em consequência de uma ineficácia não relacionada à dose da medicação PRM 4: o paciente sofre um problema de saúde resultante da dose da medicação Erros na dispensação Erros na prescrição Não conformidade Interações Eficácia Eficácia Lista de PRM PRM5: o paciente usa uma dose maior/faz uma pausa maior/ utiliza mais tempo do que precisa PRM6: o paciente usa um medicamento que provoca uma reação adversa (RAM) PRM 5: o paciente sofre um problema de saúde em consequência da segurança não relacionada à dose do medicamento PRM 6: o paciente sofre um problema de saúde como resultado de uma segurança relacionada à dose do medicamento Outros problemas de saúde que afe- tam o tratamento Probabilidade de efeitos adversos Problema de saúde recorrente Outros Quadro 3. Evolução da classificação de PRM Problemas relacionados a medicamentos6 Utilização dos PRMs na prática da farmácia clínica Assim como foi descrito por Strand, em 1990, o principal objetivo de todos os profi ssionais de saúde é melhorar a qualidade de vida dos pacientes, e, nesse sentido, cada profi ssional contribui com sua prática específi ca. Dessa forma, a atenção farmacêutica pode contribuir para assegurar o resultado da terapia medicamentosa, uma vez que se pressupõe três responsabilidades principais no contexto da farmácia clínica: 1. Atender às necessidades dos pacientes em relação à terapia medicamentosa. 2. Identificar, resolver ou prevenir qualquer problema relacionado a medicamentos. 3. Assegurar que os objetivos do tratamento e os melhores resultados sejam alcançados. Portanto, durante sua prática, o farmacêutico clínico deve ser capaz de determinar se as necessidades descritas pelos pacientes não estão sendo aten- didas e, nesse caso, interpretá-las, propondo, então, intervenções capazes de resolver essas necessidades. Depois de o farmacêutico clínico efetuar uma avaliação primária no pa- ciente, que constitui a essência do processo de atenção farmacêutica, é ne- cessário que ele defina se o paciente apresenta, ou não, algum tipo de PRM. Para isso, o profissional farmacêutico deve avaliar três pontos: Se o evento indesejável experimentado pelo paciente é real ou potencial. A terapia medicamentosa envolvida. A relação entre o evento indesejável e a terapia medicamentosa. A avaliação sobre os possíveis PRM deve ser executada com no detalha- mento das classificações sobre PRM. PRM 1: o paciente usa medicação desnecessária ou o paciente usa medicamento desnecessário porque não possui uma indicação clínica no momento. As principais causas desse PRM estão listadas em ordem de frequência de acordo com um levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácia: ■ terapia medicamentosa não prescrita por profissional habilitado; 7Problemas relacionados a medicamentos ■ uso de dois ou mais medicamentos simultaneamente; ■ utilização de terapia alternativa apenas; ■ medicamento usado para tratar RAM previsível e prevenível; ■ drogas ilícitas que possam estar causando o problema. Um paciente jovem que acaba de ser submetido à extração de todos os dentes do siso está fazendo uso do anti-inflamatório Diclofenaco sódico 50 mg a cada 12 horas. Como não lhe foi orientado o tempo de duração do tratamento, o paciente continua tomando o medicamento há um mês e começou a sentir fortes dores de estomago. Nesse sentido, é importante que o farmacêutico oriente sobre a finalização do tratamento. PRM 2: o paciente necessita de associação medicamentosa ou a terapia medicamentosa é necessária como profilaxia para evitar uma nova condição patológica ou prevenir uma condição clínica indesejável. As causas comuns de PRM, de acordo com um levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácia, são: ■ a condição clínica exige uma nova terapia medicamentosa; ■ medicamentos profiláticos são necessários para reduzir o risco de desenvolvimento de uma nova condição clínica; ■ a patologia exige medicamentos complementares para atingir os efeitos desejados. Um paciente diagnosticado com hipertensão há poucos meses está utilizando captopril 50 mg duas vezes ao dia. O paciente procura a drogaria todos os dias para que o farmacêutico possa aferir sua pressão e, constantemente, observa-se que a terapia não está sendo efetiva. Nessas condições, é recomendado que o farmacêutico entre em contato com o prescritor para que uma nova droga seja inserida no tratamento. Problemas relacionados a medicamentos8 PRM 3: o paciente usa medicamento não eficiente ou o medicamento não é eficiente para produzir o efeito farmacológico esperado. As prin- cipais causas desse PRM, de acordo com um levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácia, são: ■ o medicamento não é mais eficaz para o paciente; ■ a condição clínica do paciente interfere na eficácia do medicamento; ■ a forma farmacêutica é inadequada; ■ o medicamento não é eficaz para tratar o problema de saúde de um paciente em específico. Um paciente diagnosticado recentemente com colesterol elevado faz utilização de sinvastatina 80mg uma vez ao dia. Porém, o paciente percebe que o tratamento não está sendo efetivo, já que, quando foi realizar um novo exame, os índices de colesterol ainda se apresentavam altos. O farmacêutico de sua confiança, sabendo dessa situação, pode e deve entrar em contato com o prescritor para que o medicamento possa ser substituído ou para que a dosagem seja revista. PRM 4: o paciente usa dose menor que a necessária ou a dose utilizada é baixa para produzir o efeito terapêutico esperado. As causas mais comuns, de acordo com um levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácia, são: ■ dosagem baixa e, consequentemente, a não produção do efeito te- rapêutico esperado; ■ grande intervalo entre as dosagens; ■ interações fármaco-fármaco ou fármaco-alimento; ■ duração curta da terapia, não sendo possível a produção do efeito terapêutico. 9Problemas relacionados a medicamentos Um paciente foi diagnosticado com asma há dois anos e, durante as crises, foi orientada a utilização de salmeterol 25 mcg por inalação. No entanto, durante a última crise, o medicamento não desempenhou o efeito farmacológico esperado. Durante a entrevista com o farmacêutico, a mãe do paciente disse que o medicamento estava acabando e, como a crise ocorreu à noite, não foi possível ir até uma drogaria para comprar um frasco novo. Diante dessa situação, foi constatado que a dose administrada foi menor do que a dose recomendada, o que fez com que o tratamento não fosse eficaz. PRM 5: o paciente apresenta RAM devido à terapia medicamentosa. De acordo com um levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácia, as principais causas são: ■ independentemente da dosagem, o medicamento pode causar RAM; ■ o medicamento não é seguro para o paciente; ■ interação medicamentosa;■ forma de administração do medicamento (intervalo reduzido); ■ reação alérgica; ■ o medicamento apresenta muitos fatores de risco. Para um paciente com histórico familiar de problemas cardiovasculares, é tomada uma medida profilática, sendo prescrito ácido acetilsalicílico uma vez ao dia. Após o início do tratamento, o paciente começou a sentir uma forte azia. Em uma consulta, seu farmacêutico suspeita de que esse novo problema está relacionado ao novo medi- camento. O farmacêutico pode sugerir a troca da forma farmacêutica ou a suspensão momentânea do tratamento. PRM 6: o paciente utiliza dosagem mais alta do que a necessária ou, devido à alta dosagem, o paciente sente efeitos indesejáveis. As causas mais comuns, de acordo com um levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácia, são: ■ alta dosagem; ■ duplicidade terapêutica; ■ tempo curto de tratamento; Problemas relacionados a medicamentos10 ■ tempo muito longo de tratamento; ■ potencialização do efeito devido a interações medicamentosas; ■ administração não adequada do medicamento. Seu José faz uso de um medicamento anti-hipertensivo há mais de um ano e o médico lhe havia prescrito a administração uma vez ao dia. Porém, seu Jose se mudou para outra cidade e passou a consultar-se com outro médico, que lhe prescreveu outro anti-hipertensivo e recomendou a utilização duas vezes ao dia. Não lhe foi orientado que parasse com a utilização do anti-hipertensivo, do qual já fazia uso há mais de um ano. Após três dias de utilização, ele sentiu-se mal e procurou o pronto-socorro. Quando foi aferida, sua pressão estava 90/50 mmHg. Devido ao mal-estar, seu José sofreu uma queda, o que lhe causou um grande transtorno, já que teve que ficar alguns dias internado. Durante a internação, o farmacêutico fez uma entrevista com o paciente e detectou a duplicidade da terapia. Nesse momento, uma intervenção foi sugerida até que a pressão do paciente voltasse ao normal. PRM 7: o paciente não adere ao tratamento ou não é capaz ou não quer ser tratado com terapia medicamentosa. As principais causas, de acordo com um levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácia, são: ■ falta de compreensão das instruções; ■ escolha do paciente em não tomar o medicamento; ■ esquecimento do paciente em tomar o medicamento; ■ condições financeiras, ou seja, o medicamento é muito caro para o paciente; ■ dificuldade na administração da forma farmacêutica; ■ o medicamento não está disponível ou foi descontinuado. O médico prescreveu um medicamento para o tratamento de glaucoma para um paciente, mas esse se recusa a utilizar a medicação, já que não acredita no tratamento por meio da alopatia devido aos costumes de sua cultura. Após um curto período de tempo, os sintomas do paciente começam a se agravar. Ciente do caso, o farmacêutico deve, respeitosamente, conscientizar o paciente sobre a necessidade de adesão ao tratamento. 11Problemas relacionados a medicamentos Todos os resultados obtidos devem ser registrados para o acompanhamento do farmacêutico clínico em relação à efetividade da intervenção. Veja, na Figura 1, o modelo para o registro que o Conselho Federal de Farmácia disponibiliza. Figura 1. Modelo de plano de cuidado para registro de PRM. Fonte: Balisa-Rocha et al. (2010, p. 45). Problemas relacionados a medicamentos12 1. O impacto significativo dos erros de administração de medicamentos afeta os pacientes em termos de morbidade, mortalidade, eventos adversos a medicamentos e aumento do tempo de internação hospitalar. Além disso, aumenta os custos para médicos e sistemas de saúde. Em relação aos erros de administração, assinale a alternativa correta. a) Prescrição, preparação errada, não consentimento, dispensação. b) Prescrição, preparação, forma farmacêutica, administração, horário, aderência. c) Omissão, horário errado, aderência, prescrição, preparação errada, dispensação. d) Falta de prescrição, formula farmacêutica errada, horário errado, dispensação. e) Não consentimento, não aderência, administração errada, omissão, falta de prescrição. 2. Nem todos os erros terapêuticos causam danos aos pacientes, mas se sabe que uma parte importante dos efeitos nocivos dos medicamentos se deve a erros terapêuticos. A dimensão real dos erros terapêuticos, na prática, é muito incerta, mas a literatura reporta taxas de erros altamente variáveis. Em média, 5,7% de todos os tratamentos medicamentosos são afetados por erros terapêuticos e cerca de 6% dos pacientes hospitalizados estão envolvidos em um erro terapêutico. Erros terapêuticos podem ocorrer em qualquer fase do processo de gestão de medicamentos, especialmente na fase de administração, na fase de prescrição, durante a dispensação ou na manipulação. Assinale os erros terapêuticos mais comuns. a) Indicação, contraindicação, monoterapia. b) Indicação, contraindicação, duplicidade da terapia. c) Monitorização, indicação, duplicidade da terapia. d) Indicação, contraindicação, monitorização, interação medicamentosa, duplicidade na terapia. e) Interação medicamentosa, indicação, terapia duplicada, contraindicação. 3. Todos os procedimentos relacionados à prescrição são etapas potencialmente geradoras de erros. Uma falha de prescrição pode surgir da escolha do medicamento errado, da dose errada, da via errada de administração e da frequência ou duração errônea do tratamento, da prescrição inadequada ou errônea em relação às características individuais do paciente e de cotratamentos existentes. Erros na seleção da dose ocorrem mais comumente e representam pouco mais de 50% de todas as falhas de prescrição. Assinale a alternativa que relaciona 13Problemas relacionados a medicamentos da melhor forma os eventos relacionados a erros de prescrição. a) Legibilidade, confusão entre pacientes, nome do paciente, via de administração. b) Legibilidade, nome do medicamento, forma farmacêutica, confusão entre pacientes. c) Legibilidade, dados do paciente, nome do medicamento, forma farmacêutica, via de administração, confusão entre pacientes. d) Via de administração, confusão entre pacientes, dados do paciente, nome do medicamento, forma farmacêutica. e) Legibilidade, dados do paciente, nome do paciente, forma farmacêutica, via de administração. 4. Assinale a classificação relacionada aos PRMs. a) Necessidade, efetividade, segurança e aderência. b) Quantidade do medicamento. c) Estabilidade dos medicamentos. d) Segurança. e) Doenças do paciente. 5. Assinale os aspectos mais importantes que se deve considerar sobre os medicamentos. a) Indicação autorizada, ação e mecanismo de ação, posologia, interações medicamentosas, margem terapêutica, contraindicação, farmacocinética, interferências analíticas, precauções e problemas de segurança. b) Administração, distribuição, metabolização e excreção. c) Estudo de estabilidade, ação e mecanismo de ação, posologia, interações medicamentosas, marquem terapêutica, contraindicação, interferências analíticas, precauções e problemas de segurança. d) Indicação autorizada, ação e mecanismo de ação, posologia, interações medicamentosas, margem terapêutica, contraindicação, precauções e problemas de segurança. e) Indicação autorizada, ação e mecanismo de ação, posologia, interações medicamentosas, margem terapêutica, contraindicação, interferências analíticas, precauções e problemas de segurança. Problemas relacionados a medicamentos14 ANACLETO, T. et al. Farmácia hospitalar: erros de medicação. 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