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Patologia I 16/05 Maria Luiza G. Ferreira Glândula Uma glândula é um órgão, constituído de tecido epitelial, cuja função é secretar algumas substancias com uma função pré determinada. Endócrinas (fígado) Exócrinas (salivares, sudoríparas) Endoexocrinas (pâncreas) Glândulas salivares São glândulas exócrinas que produzem saliva, fluido que possui funções digestivas, lubrificantes e protetoras. Maiores Parótida, submandibular e sublingual São as mais volumosas, são três partes de glândulas localizadas fora da cavidade oral, desembocando nelas através de seus condutos principais. Menores Estão distribuídas na mucosa e submucosa na cavidade oral, são pequenas e muito numerosas: 400 a 800 no ser humano, localizadas muito próximas a superfície interna da boca. Mucocele É a lesão mais comum da mucosa oral, ocorre pela ruptura de um ducto e extravasamento de mucina para o interior dos tecidos moles, geralmente por trauma. Localização mais frequente é em lábio inferior (60%), em pacientes jovens, porém pode acontecer em qualquer lugar que contenha glândula e idade. Tumefação em forma de cúpula de tamanho variado, azulado ou normal, flutuantes ou firmes em assoalho. Rânula- mucocele que ocorre no assoalho da boca Características histológicas Mucisa extravasada circundada por um tecido de granulação reacional (fase de transição entre a ferida e o tecido de reparo, formado por vasos, fibroblastos e infiltrado inflamatório de fundo). Infiltrado inflamatório (neutrófilos e macrófagos espumosos) Patologia I 16/05 Maria Luiza G. Ferreira Glândulas menores adjacentes, infiltrado inflamatório e ductos dilatados. Características microscópicas Tratamento e prognóstico Algumas são de curta duração que se rompem e cicatrizam Excisão cirurgica com remoção das glandulas Prognóstico excelente, mas pode haver recidivas. Rânula mergulhante É uma variante clínica da rânula- mucina extravasada através do múculo milo-hioide produzindo aumento de volume no pescoço. Pode ou não ter aumento de volume no assoalho Tratamento Remoção cirúrgica Sialolitíase Estrutura calcificada que se desenvolve no interior do sistema ductal salivar. Ocorre principalmente na glândula submandibular, trajeto longo, tortuoso e ascendente e secreção mucoide mais espessa. Glândulas salivares maiores: dor e tumefação episódicas, se na porção terminal do ducto pode haver uma massa dura abaixo da mucosa. Cálculos ou pedras salivares Sialólito- estruturas calcificadas que se formam no interior de ductos salivares Ducto da glândula submandibular Menores- lábio superior e mucosa jugal Qualquer idade- adultos de meia idade Glândulas salivares maiores: dor e tumefação episódicas, se na porção terminal do ducto pode haver uma massa dura abaixo da mucosa Patologia I 16/05 Maria Luiza G. Ferreira Radiograficamente Massas radiopacas, nem todas podem ser visualizadas, pode aparecer superposta. *Radiografia oclusal é a melhor para visualização Características histológicas Laminações concêntricas Podem circundar restos orgânicos Ductos podem mostrar metaplasia oncocítica, escamosa ou mucosa, infiltrado inflamatório periductal Sialoadenite aguda ou crônica Tratamento Ordenha da glândula Estimulo à salivação (medicamentos, sialagogos, aumento da ingestão de líquidos) Remoção cirúrgica do cálculo e, se necessário, da glândula envolvida Tumores de glândulas salivares Obrigatoriamente deve ser realizado biópsia incisional na dúvida de um tumor de glândula, pois as características podem enganar. Adenoma pleomórfico (benigno) é o mais comum de todos A grande maioria dos tumores de glândulas salivares surgem principalmente do epitélio glandular. Tumores glandulares benignos- adenomas Tumores glandulares malignos- adenocarcinomas Adenoma pleomórfico É a neoplasia de glândula salivar + comum Parótida- 53 a 77% Submandibular- 44 a 68% Menores- 38 a 43% É de origem epitelial- elementos ductais e mioepiteliais. Não foi citada a sublingual, pois geralmente já se desconfia de malignidade quando ela está envolvida. Patologia I 16/05 Maria Luiza G. Ferreira Características clínicas Crescimento lento, assintomático, pode acontecer em qualquer idade (maior em mulheres de 30 a 50 anos). Caracterizado por uma massa discreta e móvel que poder se tornar grande quando não tratada. Tumores maiores- nódulo único e irregular Lesões recorrentes- nódulos múltiplos menos móveis. Parótida Geralmente móveis, no lobo superficial, tumefação no ramo da mandíbula à frente da orelha. Palato Tipicamente localizado lateralmente à linha média e são fixos. Outras glândulas menores Lábio superior (20% e mucosa jugal (10%), móveis, recobertos por mucosa normal. Características histopatológicas Encapsulado, bem circunscrito Epitélio glandular e células mioepiteliais Células epiteliais: ductos, cistos, ilhas, ninhos, escamosas ceratinizantes ou produtoras de muco. Células mioepiteliais> angulares, fusiformes, redondas com núcleo excêntrico e citoplasma eosinófilo hialinizado (cel. plasmocitóide). Estroma mixóides, condroides, condromixóides, ósseas e fibrilares. Tratamento e prognóstico Excisão cirurgica Prognóstico escelente- 95% de cura Recorrência < glandulas menores Patologia I 16/05 Maria Luiza G. Ferreira Enucleação conservadora em parótida > recorrencia Malignização (5)- carcinoma ex- adenoma pleomórfico Tumores malignos das glandulas Adenocarcinomas Crescimento infiltrativo: fixo Crescimento lento ou rápido Podem causar dor e/ou parestesia Prognóstico variável Carcinoma mucoepidermóide É o mais comum tumor maligno das glandulas salivares, possui um potencial agressivo muito variável. Localizado na parótida ou nas glandulas salivares menores. É assintomatico, mas pode estar associado com dor e paralisia. Características histopatológicas Mistura de células produtoras de muco e células escamosas. Presença de células claras, infiltrado linfóide pode estar presente Classificação Baixo grau Formação cistica proeminente, aticipa celular mínima, proporção relativamente alta de células mucosas. Alto grau Ilhas sólidas de células escamosas e intermediárias, pleomorfismo celular e atividade mitótica, células mucosas raras. Patologia I 16/05 Maria Luiza G. Ferreira Grau intermediário Apresenta características entre o de baixo grau e o de alto grau. Tratamento Depende da localização, grau histológico e estágio clínico Remoção cirurgica com ou sem dissecção radical do pescoço Radioterapia coadjuvante Tumores com baixo grau tem melhor prognostico em relação ao de alto grau Adenocarcinoma polimorfo Glandulas salivares menores; 65% região de palato, lábio superior, mucosa jugal, região retromolar e base da língua; Sexta a oitava décadas de vida Sexo feminino (2:1) Predileção em raça negra Características clínicas Aumento de volume indolor com variações de tamanho (2-6cm), crescimento lento (semanas-30 anos), sangramento, desconforto, ulcerações na mucosa, infiltrado ósseo subadjacente. Histológico Células arredondadas e ovais; Bordos indistintos; Citoplasna com coloração pálida à eosinofílica; Presença de figuras de mitose é incomum; Invasão perineural; Estroma de natureza mucoide e hialino; Núcleos arredondados, ovoides e fusiformes. Tratamento e prognóstico Excisão cirurgica e ressecção do osso subadjacente; metastases para linfonosos é relativamente incomum; matastases à distancia são raras; relativamentebom; recidivas de 9- 17%; óbito é raro. Patologia I 16/05 Maria Luiza G. Ferreira Carcinoma adenóide cístico 50 a 60% ocorre nas glandulas salivares menores, no palato e em adultos de meia idade. Características clínicas Aumento de volume de crescimento lento, pode até ter dor, mesmo antes da manifestação clínica. Pode apresentar ulcerações e destruição óssea. Características histológicas Mistura de células mioepiteliais e epiteliais em diferentes padrões: cribriforme, tubular e sólido, com invasão perineural. Tratamento e prognóstico Alta chance de recidiva tarda e possíveis metástases a distância, remoção cirúrgica, radioterapia como terapia coadjuvante. Sobrevida: 5 anos= 70% 10 anos= 50% 20 anos= 25%
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