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Esteato-Hepatites Doença hepática gordurosa não alcoólica: grupo de condições que possui em comum a presença de esteatose hepática em indivíduos que não consomem álcool, ou o fazem em quantidade muito pequena (<20g de etanol/semana) Espectro da doença: fígado normal à esteatose hepática à esteatose hepática alcoólica (com ou sem fibrose) à cirrose Epidemiologia: à Cerca de 20% dos brasileiros têm obesidade à Hepatopatia crônica mais comum no mundo atual à Incidência igual entre os sexos, geralmente entre 40 e 60 anos Fatores de risco: à Primários: obesidade/sobrepeso com obesidade central, DM2, síndrome metabólica, dislipidemia, HAS à Secundários: medicamentos (amiodarona, corticosteroides, estrógenos, tamoxifeno), toxinas ambientais, esteroides anabolizantes, cirurgias abdominais à Doenças associadas: HVC, síndrome de ovários policísticos, hipotireoidismo, síndrome de apneia do sono, hipogonadismo, lipodistrofia, abetalipoproteína, deficiência de lipase ácida Aspectos anatomopatológicos: macro ou microvesículas com gordura. Pode evoluir para o quadro de cirrose hepática cripptogência, com nódulos regenerativos circundados por fibrose Patogenia: Resistência à insulina: à Indução à lipólise no tecido gorduroso e liberação de ácidos graxos no sangue à Excesso de ácidos graxos circulantes chegam ao fígado à Ácidos graxos incorporados na forma de TG à Oxidados nas mitocôndrias, microssomos ou peroxissomas à Produtos da oxidação = danos aos hepatócitos Excesso de ácidos graxos livres nos hepatócitos: à Ativação de enzimas à Ativação do NFK-beta, com posterior ativação de IL6 e TNF-alfa à TNF-alfa produz disfunção mitocondrial à Peroxidação lipídica e não-oxidação à Morte celular ou apoptose Aumento de radicais livres: à Peroxidação dos lipídios de membranas à Ruptura dos hepatócitos esteatóticos à Fusão de hepatócitos esteatóticos, que, necrosados, induzem à inflamação à Infiltrado de células inflamatórias nos locais danificados à Estabelecimento da esteato-hepatite à Redução da adiponectina Alto consumo de carboidratos: à Supercrescimento bacteriano intestinal à Aumento da permeabilidade intestinal à Translocação bacteriana e de toxinas à Aumento do inibidor do plasminogênio tecidual à Ativação das células de Kupffer à Ativação das células de Ito (células estelares) à Produção de colágeno/tecido conjuntivo à Fibrose à Cirrose Manifestações clínicas: Esteatose hepática: pacientes assintomáticos, hepatomegalia e achados acidentais de USG abdominal Esteato-hepatite: mal estar, fraqueza, desconforto no hipocôndrio D, hepatomegalia firme e indolor Cirrose: ascite, edema, icterícia, asterix, circulação colateral, varizes esofágicas, alterações laboratorias e no coagulograma Exames Laboratoriais: à Aumento das transaminases: TGO (AST) e TGP (ALT) à Relação TGO/TGP < 1 à Elevação GGT à Fosfatase alcalina geralmente não aumenta à Bilirrubinas, coagulograma e albumina podem alterar-se, mas não servem para diagnóstico à Aumento da ferritina (resposta à inflamação sistêmica) à Positividade para alguns anticorpos Diagnósticos diferenciais: à Hepatites virais à Hemocromatose à Hepatite auto-imune à Doença de Wilson à Doença tiroideana à Doença celíaca Exames de imagem: à USG de abdômen – aumento e ecogenicidade do fígado em relação à TC de abdômen à RNM Métodos não invasivos para identificar fibrose: à Escore de fibrose da DHGNA utiliza como parâmetros: idade, IMC, hiperglicemia, contagem de plaquetas, albumina e relação TGO/TGP à Elastografia: mede a rigidez do fígado pela elasticidade do parênquima hepático, mas pode ser falho em pacientes obesos à Dosar citoqueratina 18 (CK 18): marcador de inflamação Severidada da DHGNA: relação TGO/TGP < 0,8 + elastografia < 10pKa + escore de fibrose < -1,455 Tratamento: à Perda de peso à Exercícios físicos à Medicamentos (orlistat e liraglutid) à Metformina à Pioglitazona à Vitamina E à Cirurgia bariátrica à Transplante de fígado Prevenção: à Circunferência abdominal < 88cm (mulheres) e < 102cm (homens) à Diminuir consumo de carboidratos refinados e gorduras saturadas