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RADIOGRAFIA PANORÂMICA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE AULA 1 - RADIOGRAFIA PANORÂMICA / PANTOMOGRAFIA ➔ Produz uma imagem bidimensional das estruturas faciais: Arcos dentários, maxilar e mandibular, e suas estruturas de suporte. ➔ Uma fonte de raios X e um receptor de imagem giram em torno da cabeça do paciente, criando um campo focal curvo através da dentição e das estruturas adjacentes, zona na qual os objetos inclusos são mostrados. Objetos diante ou atrás do campo focal ficam turvos e, em grande parte, não são vistos. ➔ Radiografias panorâmicas são feitas com uma dose muito abaixo do necessário para intraoral completa e possuem ampla cobertura, mas têm baixa resolução. A ampola de raios X se movimenta em volta de um dos lados do paciente e o porta-chassi com o receptor se movimenta do outro lado. Slides do receptor de imagem passam pelo colimador, produzindo sequencialmente uma imagem latente. Com um receptor de imagem de dispositivo de carga acoplada (CCD), há uma matriz linear de CCD vertical por trás do colimador, que faz, constantemente, a leitura da exposição para produzir uma imagem. INDICAÇÕES DA RADIOGRAFIA PANORÂMICA ● Avaliação geral da dentição - Avaliação da posição de dentes impactados - Avaliação da erupção da dentição permanente ● Avaliação de pacientes edêntulos - se há remanescente dentário ou dente incluso ● Análise de patologias intra ósseas, como cistos, tumores ou infecções ● Distúrbios de desenvolvimento do esqueleto maxilofacial - anomalias / síndromes ● Avaliação geral da ATM ● Trauma dentomaxilofacial ● Acompanhamento pós cirúrgico VANTAGENS DA RP QUANDO COMPARADA COM EXAME INTRAORAL ● RP são comumente usadas como imagem inicial de uma avaliação - Adequada visualização ou auxílio na indicação de outras radiografias. ● Ampla cobertura dos ossos faciais e dentes ● Baixa dose de radiação ● Facilidade de técnica da radiografia panorâmica ● Pode ser usada em pacientes com restrição de abertura bucal (trismo) ou em pacientes que não toleram radiografia intraoral ● Técnica radiográfica conveniente e rápida ● Auxílio visual útil na educação do paciente e na apresentação de caso RADIOGRAFIA PANORÂMICA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE Úteis diagnóstico de problemas que requerem ampla visualização dos maxilares: - Avaliação de traumatismo, incluindo fraturas no maxilar - Localização de terceiros molares - Doença óssea ou dental extensas - Lesões grandes conhecidas ou suspeitas - Desenvolvimento dentário e erupção (dentição mista) - Retenção de dentes ou ápices radiculares (edêntulos) - Avaliação da ATM - DTM - Anomalias de desenvolvimento DESVANTAGENS ● Imagens com baixa resolução, sem os detalhes dados pelas radiografias intraorais ➔ RP não é tão útil quanto as radiografias periapicais para detectar pequenas lesões cariosas, detalhes das estruturas periodontais ou doenças periapicais. ➔ Superfícies proximais de pré-molares normalmente ficam sobrepostas. ● A ampliação através da imagem é desigual - medidas lineares não confiáveis ➔ Distorção e ampliação em torno de 20 a 30% ● Sobreposição das imagens reais, duplas e fantasmas, e requer uma visualização com cuidado para decifrar detalhes patológicos e anatômicos ● Requer posicionamento preciso do paciente para evitar artefatos e erros de posição. ➔ Objetos situados fora da camada de imagem podem aparecer distorcidos ou não aparecer ➔ Técnica não indicada para a avaliação de implantes dentários ● Difícil de capturar imagens dos dois maxilares quando o paciente tem sérias discrepâncias maxilomandibulares PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM PANORÂMICA CAMADA DE IMAGEM ● Zona curva tridimensional - formato de ferradura ● Região posterior - espessura de aprox 25 mm ● Região anterior - espessura de aprox 10 mm ● Estruturas posicionadas na camada de imagem são razoavelmente bem definidas ● Bloco de mordida ajuda a posicionar o paciente corretamente na camada de imagem - Paciente deve encaixar a borda incisal superior e inferior na canaleta do bloco de mordida - Relação de mordida topo a topo ● Apoio de mento ajuda a posicionar o paciente edêntulo PRINCÍPIO PANTOMOGRÁFICO ● Radiografia panorâmica = pantomografia ● Movimentos sincronizados entre a fonte de raios-x e o receptor de imagem - Sentidos e velocidades iguais e lados opostos ● Ao girar ocorre a detecção de estruturas dentro da camada de imagem ANGULAÇÃO DO FEIXE DE RAIOS-X ● Ínfero-superior (em torno de -8º) RADIOGRAFIA PANORÂMICA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE - Angulação negativa - atravessar uma menor quantidade de estruturas ósseas - Desvantagem da angulação negativa - alongamento de algumas estruturas - Se a angulação fosse mais reta, o feixe de raios-x teria que passar por uma maior quantidade de estruturas ósseas - maior dose de radiação deveria ser incidida para sensibilizar o receptor radiográfico CENTRO DE ROTAÇÃO ● Forma de V ● Dinâmico ● Passa por 3 regiões chave: - Região posterior direita - Região central - Região posterior esquerda ● Movimentação da fonte de raios-x e do receptor de imagem: - Princípio atualmente usado pelos aparelhos panorâmicos - Paciente - imóvel - Fonte de raios-x, suporte do chassi, chassi e filme/receptor - móveis - A medida em que o aparelho rotaciona, o centro de rotação passa pelas 3 regiões, efetuando mudanças na sua posição a cada movimento da fonte de raios-x e do filme/receptor de imagem. ARCO DA CABEÇA DO PACIENTE ● Camada anterior: - Os objetos que aparecem nessa região vão ter as suas dimensões verticais aumentadas - estruturas mais alongadas que o normal ● Camada central: - Os objetos que se projetam dentro dessa região central aparecem sem distorções ou com mínimas distorções - estruturas dentro da camada de imagem - mais nítidas. ● Camada posterior: - Os objetos situados dentro dessa camada aparecem com suas dimensões horizontais aumentadas - estruturas mais largas que o normal CONCEITOS DE ANATOMIA EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS 1) As estruturas são aplainadas e espalhadas ● Maxila e mandíbula tem formato de ferradura, mas na imagem bidimensional não é possível perceber a curvatura 2) Estruturas medianas podem projetar-se como imagens únicas ou duplas ● Imagens reais: RADIOGRAFIA PANORÂMICA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE - Estruturas localizadas entre o centro de rotação e o receptor ● Imagens reais duplas: - Estruturas localizadas entre o centro de rotação e o receptor atravessadas 2x durante a exposição. - Uma imagem é o espelho da outra - Ambas as imagens são reais - Têm as mesmas proporções e localização em lados opostos - Imagens duplas se formam apenas quando o objeto encontra-se na linha média, dentro da zona em forma de diamante. ➢ Palato mole ➢ Assoalho da fossa nasal ➢ Torus palatino ➢ Osso hióide ➢ Epiglote ➢ Coluna cervical 3) Imagens fantasmas são formadas ● Estruturas localizadas entre o feixe de raios-x e o centro de rotação - Apresentam formato semelhante ao de sua homóloga - Aparece no lado oposto e mais para cima da radiografia a partir de sua homóloga real - Se apresenta mais borrada que sua homóloga real - menor nitidez - O componente vertical se apresenta mais borrado e maior que o horizontal, que pode estar ou não acentuadamente ampliado ➢ Colares e adornos de pescoço ➢ Artefatos metálicos ➢ Próteses metálicas na região posterior da mandíbula ➢ Aparelhos auditivos ➢ Cornos do osso hióide ➢ Região do ramo, ângulo e côndilo da mandíbula ➢ Coluna vertebral ➢ Dentes retidos ➢ Palato duro/ assoalho da fossa nasal 4) Sombras de tecidos moles são visualizadas ● Principalmente quando utilizada uma dose de radiação um pouco mais baixa e depende também do posicionamento do paciente. - Lóbulo da orelha - Nariz - Cornetos nasais - Epiglote - Palato mole - Dorso da língua - Parede posterior da faringe - Lábios - Prega nasolabial - Gengiva RADIOGRAFIA PANORÂMICA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE 5) Espaços aéreos são visualizados - Nasofaringe, orofaringe e laringofaringe- Seio maxilar - Fossa nasal - Meato acústico externo 6) Radiolucências e radiopacidades relativas são visualizadas ● Depende do posicionamento e da densidade das estruturas - Ar encobre os tecidos duros (cavidades preenchidas por ar) - ar tem densidade muito baixa - imagem radiolúcida - Tecidos moles encobrem o ar - Tecidos duros encobrem os tecidos moles - Imagens fantasmas encobrem tudo 7) Radiografias panorâmicas são únicas ● O posicionamento do paciente interfere diretamente na qualidade da formação da imagem - posição vertical e paralelismo ● Estruturas dentro da camada de imagem se apresentam mais nítidas - Maxila e mandíbula ● Relação dos dentes com seus vizinhos, antagonistas e demais estruturas ● Visualização dos dentes inclusos ● Observar o padrão ósseo da maxila e mandíbula ● Observar a grande variedade de estruturas e a baixa dose de radiação COMPONENTES DO APARELHO DE RAIOS-X PANORÂMICO ● OP-100 - Instrumentarium ● OP-30 - Instrumentarium ● PROMAX 3D CLASSIC - Planmeca ● CRANEX D - Soredex ● Princípio pantomográfico para a formação da imagem 1) Cabeçote/ fonte de raios-x 2) Receptor de imagem ● 15 x 30 cm ● Filme radiográfico de ação direta ● Chassi porta-filme e ecrans - filme armazenado ● Receptores digitais ● Ecrans / placas intensificadoras: - “Recipientes de forma retangular dentro dos porta chassis” - Constituídos de uma camada de cristais de fósforo que em contato com feixes raios-x fluorescem emitindo luz visível - Deixa o filme mais sensível de 10 a 60x RADIOGRAFIA PANORÂMICA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE - Função de sensibilizar mais o filme radiográfico - a dose de radiação necessária para obter a imagem torna-se menor 3) Dispositivos para posicionar o paciente ● Posicionador para a cabeça, bloco de mordida e posicionador para as mãos ● Bloco de mordida - Canaletas do bloco de mordida posicionam os dentes topo a topo na região central da camada de imagem, favorecendo uma menor distorção da região de interesse. - Se o paciente não estiver bem posicionado, mordendo de forma adequada o bloco de mordida, haverá alterações diretas nas estruturas projetadas. - Camada anterior: ➢ Se o paciente morder mais para frente - estruturas mais alargadas - distorção - Camada central: ➢ Estruturas da maxila e mandíbula - posição ideal topo a topo. - Camada posterior: ➢ Se o paciente morder mais para trás - estruturas mais ampliadas - distorção 4) Painéis de controle ● Princípios de aquisição de imagem ORIENTAÇÕES AOS PACIENTES NO MOMENTO DA TOMADA RADIOGRÁFICA - Remover objetos metálicos na região de cabeça e pescoço - evitar a formação de imagens fantasmas desses objetos - Demonstrar o movimento do aparelho - Solicitar ao paciente para não acompanhar o movimento do aparelho com os olhos - Radioproteção POSICIONAMENTO DOS PACIENTES - Plano sagital mediano perpendicular ao plano horizontal - Plano horizontal facial (do tragus à asa do nariz) paralelo ao solo - Arco dentário posicionado no corte tomográfico - Coluna vertebral reta - Língua pressionada contra o palato - o posicionamento do dorso da língua no palato duro elimina o espaço aéreo e confere a melhor visibilidade dos ápices dos dentes superiores. - Lábios fechados REPAROS ANATÔMICOS COMUMENTE OBSERVADOS - Côndilo da mandíbula - Cavidade articular - Eminência articular RADIOGRAFIA PANORÂMICA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE - Incisura / chanfradura mandibular - Processo coronóide da mandíbula - Ramo da mandíbula - Ângulo da mandíbula - Base da mandíbula - Mento - Linha oblíqua interna - Linha milo hióidea - raramente - Canal mandibular - Forame mandibular - Forame mentoniano - Arco zigomático - Osso zigomático - Processo zigomático da maxila - Seio maxilar - Palato mole - Palato duro - Fossa pterigopalatina/ pterigomaxilar - gota invertida - Lâmina do processo pterigóide - Espinha nasal anterior - Cavidade nasal - Septo nasal - Conchas/ cornetos nasais inferiores - Assoalho da órbita - Canal infraorbitário - Forame infraorbitário - raramente - Osso hióide - Processo estilóide do osso temporal - Meato acústico externo - Células aéreas do processo mastóide do osso temporal - Nasofaringe - espaço aéreo - Orofaringe - espaço aéreo - Coluna vertebral cervical RADIOGRAFIA PANORÂMICA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ERROS COMUNS QUE PODEM OCORRER Morder o bloco de mordida no local errado Camada anterior: - Paciente mais próximo do filme radiográfico - Paciente morder mais para frente no bloco de mordida - anteriorizado - Aumento vertical das estruturas medianas - mais alargadas / estreitas verticalmente Camada posterior: - Paciente mais distante do filme - Paciente morde mais para trás no bloco de mordida - posteriorizado - Aumento horizontal das estruturas medianas - mais ampliadas horizontalmente Plano oclusal desalinhado Inclinado demasiadamente para cima: - Linha de sorriso acentuada côncava para baixo - Dentes anteriores superiores alargados e encurtamento dos inferiores - “Aspecto de triste” Inclinado demasiadamente para baixo: - Linha de sorriso acentuada côncava para cima - Dentes anteriores superiores encurtados e alargamento dos inferiores - “Aspecto feliz” RADIOGRAFIA PANORÂMICA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE Plano sagital mediano inclinado: O certo é ficar perpendicular ao plano horizontal - Lado inclinado para cima fica maior - Lado inclinado para baixo fica encurtado Plano sagital mediano rotacionado: Aumento horizontal das estruturas para o lado que rotacionou Mau posicionamento da coluna: Sobreposição da coluna projetada na linha média Movimentação do paciente: Comum em crianças. Distorção na imagem Chassi invertido e Velamento parcial do filme: Só acontece com a utilização de filmes convencionais Seleção inadequada dos fatores de exposição: Sub e sobre exposição
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