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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE INFECÇÕES PARASITÁRIAS AULA 04 Docente Fabio João Benitez TRICOMONÍASE Família: Trichomonadidae. Espécies: - Trichomonas tenax (boca); - Pentatrichomonas hominis (intestino); - Trichomonas vaginalis (vagina, uretra e próstata). Fonte: DDAHV/SVS/MS. Morfologia e fisiologia Trichomonas vaginalis; Alongada e ovoide (ou piriforme); 10 a 30 µm comprimento; 5 a 12 µm de largura; Sem estruturas de sustentação sob a membrana sem rigidez variação de forma (pseudópodes). TRICOMONÍASE A) Trichomonas vaginalis (aparelho geniturinário); B) Trichomonas tenax (cavidade bucal); e C) Pentatrichomonas hominis (intestino). Ultraestrutura de Trichomonas: os flagelos estão seccionados e seus blefaroplastos são envolvidos pela pelta; à esquerda do núcleo vê-se a costa, cercada de hidrogenossomos, e à direita o aparelho de Golgi com duas fibras parabasais; o axóstilo percorre o eixo celular, fazendo saliência no extremo inferior. Uma gota de secreção vaginal: várias horas. Na água: 2 horas a 40°C. Infectividade e resistência ao parasitismo Transmissão sexual; Transmissão vertical, no parto (5%); Água e fômites (roupa íntima, roupa de cama, artigos de banho); A vagina normal é resistente; Modificações do meio vaginal: flora bacteriana, ↓ acidez, descamação epitelial, fatores hormonais, processos de natureza inflamatória ou irritativa. TRICOMONÍASE Patologia e sintomatologia Silenciosa em muitos casos; Erosões na superfície da mucosa (vagina e uretra); Intensa reação inflamatória (infiltrado de neutrófilos e eosinófilos); Leucorreia: secreção (corrimento) abundante, esbranquiçado, sem sangue; Irritante para a pele das regiões perigenitais; Pode causar edema e vermelhidão. TRICOMONÍASE Patologia e sintomatologia Prurido intenso; Ardência e queimação; Agravam-se à noite e no ato sexual; Homens: geralmente infecção subclínica e benigna, podendo ocorrer uretrites, disúria, com secreção matutina mucoide e purulenta, e prurido. TRICOMONÍASE Diagnóstico laboratorial EXAME À FRESCO (secreção vaginal e uretral); Inocular num tubo com solução fisiológica; Colocar 50 µL numa lâmina de vidro; Cobrir com lamínula; Analisar ao microscópio (aumento de 400x); Buscar por Trichomonas vivos e em movimento; Cultura: meio de Kupferberg. TRICOMONÍASETRICOMONÍASE Tratamento Deve ser administrado tanto aos pacientes e parceiros sexuais (quando for o caso); Metronidazol: via oral, 250 mg, 2-3x/dia, durante 10 dias; Ornidazol: infecção aguda (dose única, oral, 3 comprimidos de 500 mg) / infecção crônica (2 comprimidos de 500 mg/dia, por 5 dias); Tinidazol: dose única, oral, 4 comprimidos de 500 mg; Nimorazol: comprimidos de 250 mg, 2x/dia, durante 6 dias. TRICOMONÍASETRICOMONÍASE TRICOMONÍASE Fonte: DDAHV/SVS/MS. Epidemiologia e profilaxia Brasil e mundo: 20 a 40% das mulheres examinadas; Com leucorreia: até 70% dos casos; Maridos de mulheres infectadas: 10 a 15%; Transmissão sexual: doença venérea; Grupo etário: 16 a 35 anos; Trichomonas vaginalis resiste muito tempo em água corrente, até 2 horas entre 40-46°C e 6 horas em gotículas de secreção vaginal; Educação sanitária, diagnóstico precoce, tratamento intensivo, medidas de higiene, campanhas. TRICOMONÍASE CLASSE ZOOMASTIGOPHORA Ordem: Kinetoplastida. Família: Trypanosomatidae. Gêneros: - Trypanosoma cruzi; - Leishmania. LEISHMANÍASES OU LEISHMANIOSES Protozoários flagelados; Duas formas de ciclo vital: o Amastigota: parasitas no interior das células de hospedeiros vertebrados; o Promastigota: desenvolvimento no tubo digestivo de hospedeiros invertebrados (insetos flebotomíneos). Representação esquemática da ultraestrutura das diferentes fases evolutivas de uma Leishmania A) Forma amastigota B) Forma promastigota B= Blefaroplastos F= Flagelo G= Aparelho de Golgi K= Cinetoplasto L= Inclusões lipídicas M= Mitocôndria mt= microtúbulos sob a membrana N= Núcleo RE= Retículo endoplasmático Rs= Reservatório LEISHMANIOSE Classificação das leishmânias Complexo LEISHMANIA BRAZILIENSIS; Complexo LEISHMANIA MEXICANA; Complexo LEISHMANIA DONOVANI. Complexo LEISHMANIA BRAZILIENSIS Leishmania braziliensis; Leishmania panamensis; Leishmania guyanensis; Leishmania peruviana. LEISHMANIOSE Complexo LEISHMANIA MEXICANA Leishmania mexicana; Leishmania amazonenses; Leishmania pifanoi. LEISHMANIOSE Complexo LEISHMANIA DONOVANI Leishmania donovani; Leishmania infantum; Leishmania chagasi. LEISHMANIOSE Complexo Leishmania braziliensis Encontrados apenas nas Américas; Forma amastigota intracelular (± 2,3 µm); Parasitam a pele (TEGUMENTAR); Não invadem vísceras; Homem: lesões únicas ou múltiplas; Tendência a produzir metástases. LEISHMANIOSE Complexo Leishmania mexicana Homem: lesões de pele benignas; Não apresenta metástases; Forma amastigota (± 3,2 µm); Crescem bem em meios; Hamster: lesões ricas com metástases. LEISHMANIOSE Complexo Leishmania donovani Forma amastigota (± 2,1 µm); Forte tendência a invadir vísceras (VISCERAL); Preferência no baço, fígado e medula óssea. LEISHMANIOSE Ciclo biológico e formas evolutivas em hospedeiros vertebrados Reproduzem-se por divisão binária simples; Parasita cresce no interior de macrófagos; Rompimento das células hospedadas; Liberação de flagelados no meio intercelular; Novamente fagocitose por macrófagos. LEISHMANIOSE Ciclo biológico e formas evolutivas em hospedeiros invertebrados Inseto vetor (flebotomíneo) pica o indivíduo; Retirada das leishmânias com o sague ou linfa intersticial; Evolução das leishmânias no tubo digestivo; Invasão dos flagelados no estômago do inseto; Dificuldade de ingestão de sangue pelo inseto. LEISHMANIOSE Flebotomíneos Família: Psychodidae. Subfamília: Phlebotominae. Gênero Lutzomya: Américas. Gênero Phlebotomus: África, Europa e Ásia. LEISHMANIOSE Flebotomínio Mosquito “palha” ou “cangalhinha” Fontes de infecção Leishmania braziliensis; Mamíferos silvestres; Sul: Lutzomyia migonei, L. whitmani e L. pessoai; Ceará: rato doméstico com infecção; Brasil e Venezuela: cães, equinos e muares. LEISHMANIOSE Transmissão Todos os indivíduos com suscetibilidade; Incidência e picada do flebotomínio; Ciclo primitivo: Lutzomyia sp. Reservatórios silvestres Novos animais silvestres LEISHMANIOSE Transmissão Leishmaniose tegumentar americana; Áreas suburbanas e zonas rurais; Cão, muares e outros animais domésticos; Ciclo epidemiológico: LEISHMANIOSE Reservatórios domésticos Lutzomyia sp. Novos animais domésticos e o homem LEISHMANIOSE TEGUMENTAR DIFUSA Modalidade clínica (forma leprosa); Leishmania pifanoi (L. mexicana, L. amazonensis, L. aethiopica); Inicia com lesão única (inoculação); Dispersão metastática (disseminação); Face: parte central e pavilhões auriculares; Mucosa nasal: pequenas ulcerações com crostas; Membros inferiores: lesões escamosas (joelhos, tornozelos, cotovelos e dorso da mão). Lesões cutâneas a) Hiperplasia e hipertrofia histiocitária (super macrófagos): reação de Montenegro; b) Edema e infiltração celular (linfócitos e plasmócitos): ao redor dos focos; c) Hiperplasia do epitélio: zona inflamada. LEISHMANIOSE Lesões cutâneas Início da doença: número de leishmânias considerável; Depois: completa regressão das manifestações cutâneas, desenvolvimento lento, progressão discreta e sem ulceração. LEISHMANIOSE Lesões mucosas Progressão extensiva e profunda; Destruição de cartilagens: o Ossos do nariz; o Região palatina; o Maciço facial; o Perfuração do septo ou palato; o Metástases cutâneas. LEISHMANIOSE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA A) Forma cutânea: pápulas, nódulos e placas infiltradas e ulceradascom centro granulomatoso. B) Forma mucosa: eritema e infiltração médio-facial, com ulceração superficial de mucosa labial e nasal. LEISHMANIOSE TEGUMENTAR DIFUSA Sintomatologia e formas clínicas Período de incubação: 2 a 3 meses; Lesões iniciais do tipo pápulo-vesiculoso; Após pápula: ulceração indolor, contornos regulares, borda saliente, pouco exsudativa e com fundo granuloso; Partes descobertas do corpo. LEISHMANIOSE Sintomatologia e formas clínicas Sintomas gerais que podem acompanhar o quadro: febre, mal-estar e anemia moderada; Lesões repugnantes e mau-cheiro condenam o paciente a certo grau de segregação social, e suas consequências repercutem sobre o psiquismo e o comportamento do doente. LEISHMANIOSE Diagnóstico clínico e laboratorial Procedência do paciente; Formas clínicas; Exames laboratoriais; Pesquisa do parasito (biópsia ou raspado da lesão); Imunológico: reação intradérmica (reação de Montenegro). LEISHMANIOSE Teste Rápido (Imunocromatográfico) Pesquisa do parasito em raspado da lesão Pesquisa do parasito em aspirado meduar Tratamento Antimoniais Pentavalentes o Mais recomendado eliminação renal; o Antimionato de meglimine; o Estibogluconato de sódio; o Etil-estibamina; o Ureia-estibamina. LEISHMANIOSE Tratamento Pentamidinas o Pentamidina isotinato (Lomedine); o Hidroxiestilbamidina; o Estilbamidina. LEISHMANIOSE
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