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Desenvolvimento da Visão Infantil

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Ana Luiza Spiassi Sampaio 
@anassampaioo 
 
 Ocorre de forma acelerada logo nos primeiros seis 
meses de vida e avança progressivamente até a 
criança completar 4 anos; 
 O olho amadurece gradativamente; 
 Características no lactente: 
o Esclera: fina e translúcida, com tom azulado; 
o Córnea: grande no RN (tamanho adulto 2 anos); 
o Íris: coloração clara, sofrendo alteração da cor 
nos primeiros seis meses de idade (aumento 
coloração do estroma); 
o Cristalino: mais esférico em comparação com 
adulto; 
o RN tem principalmente visão periférica ➝ 
mácula não está totalmente desenvolvida ➝ 
primeiras semanas de vida ➝ movimentos não 
coordenados dos olhos; 
 
 
 
 Fixação visual presente; 
 Manutenção dos olhos em posição horizontal; 
 Olhar conjugado horizontal, não vertical; 
 Orientação do olhar lateral para a luz; 
 Movimentos de cabeça de boneca; 
 Nistagmo optocinético; 
 Reflexo de fixação rudimentar (fóvea); 
 Começa a olhar para objetos ao redor de seu rosto 
(certa orientação espacial); 
 Reação pupilar à Luz bem desenvolvida; 
 Alinhamento ocular estável; 
 Movimentos conjugados estáveis; 
 Início da elevação do globo ocular; 
 Distinção de um objeto móvel; 
 Maturação anatômica está presente, mas a funcional 
ainda não ➝ o RN não enxerga bem; 
 Reflexo fotomotor: pode não ser simétrico e ser 
necessário um retorno posterior; sempre deve estar 
presente; 
 Reflexo de piscada a luz; 
 Atração pelo rosto humano: alvo em movimento ➝ 
visão periférica melhor; 
 Reflexo vestíbulo-ocular: rotação da cabeça ➝ 
desvio ocular oposto ao movimento; 
 Fixação nos objetos e perseguição dos objetos; 
o A partir da 2ª semana ao 1º mês: persegue 
precariamente (subcortical); 
o A partir do 3º ao 4º mês: persegue perfeitamente 
(cortical); 
Ana Luiza Spiassi Sampaio 
@anassampaioo 
 2 a 3 meses: 
o Reflexo de fixação está desenvolvido; 
o Olho é capaz de assumir uma posição tal que 
permita incidência da imagem sobre a área de 
melhor visão (mácula); 
o Deslocamento do objeto provoca a 
movimentação do olho, mantendo a imagem na 
área macular. 
o Pestanejamento em resposta à ameaça visual; 
o Discriminação cromática da íris; 
 Movimentos oculares instantâneos e completos em 
todas as direções; 
 Inicia-se uma associação de fixação macular e 
movimentos manuais (coordenação práxica olho – 
mão); 
 Acomodação bem desenvolvida; 
 Diferenciação completa da fóvea; 
 Pequenos objetos despertam seu interesse dentro de 
um raio visual de um metro a um metro e meio 
(acuidade visual); 
 Sistema vergencial bem desenvolvido; 
 Binocularidade bem desenvolvida; 
 Pigmentação da íris bem desenvolvida. 
 Coordenação motora e atenção visual já estão 
presentes nesta fase; 
 Início da visão estereoscópica (visão de 
profundidade); 
 Controle dos olhos em convergência; 
 Diâmetro do globo ocular 95% do adulto (70% ao 
nascimento); 
 Aperfeiçoamento dos movimentos; 
 Reconhecem, à distância, carros, 
brinquedos, parentes e amigos; 
 Completa mielinização do nervo 
óptico; 
 Surgimento da Linguagem; 
 Avaliação da acuidade visual; 
 Realização normal da verificação da AV; 
 A acuidade de 20/20 é somente a partir dos 5 
anos; 
 Percepção do reflexo vermelho no olho do recém-
nascido; 
 Realizado no berçário sempre antes da alta do bebê, 
nos primeiros 30 dias de vida; deve ser feito em 
todas as crianças recém-nascidas (inclusive 
prematuras); 
 Identifica casos precoces de cegueira, catarata 
congênita, retinoblastoma e etc; 
 Sem a necessidade de colírios; 
 Recomendado repetir o teste regularmente até os 5 
anos; 
 Reflexo na cor vermelho-alaranjado é o normal 
e a coloração esbranquiçada indica alguma 
alteração; 
 Observar alterações nas pálpebras; presença do 
reflexo vermelho; anomalias na anatomia do olho 
(forma, tamanho); anomalias no comportamento da 
criança; 
 
 Queixa principal da doença (QPD); 
 Antecedentes pessoais: 
o Gravidez ➝ toxoplasmose, rubéola, zika, DM, 
HAS; 
o Parto ➝ se for normal, a criança pode nascer 
com hemorragia subconjuntival; 
o História de trauma; 
o Doenças; 
o Antecedentes Familiares: glaucoma (pode ser 
congênito); cegueira; 
 
 
https://www.medicina.ufmg.br/observaped/deficiencia-visual/
https://www.medicina.ufmg.br/observaped/catarata-congenita/
https://www.medicina.ufmg.br/observaped/catarata-congenita/
https://www.medicina.ufmg.br/observaped/retinoblastoma/
Ana Luiza Spiassi Sampaio 
@anassampaioo 
 Ectoscopia; 
 Comportamento/Refração/Acuidade Visual; 
 Fundoscopia (dilatado); 
 Alterações anatômica (opacidades; malformações); 
 Distúrbio oculomotor (estrabismo, paralisias); 
 Patologia inflamatória; 
 Inspeção geral dos supercílios, margens orbitárias, 
pálpebras, fenda palpebral, cílios, conjuntiva, 
pontos lacrimais, saco e glândula lacrimal e o olho 
propriamente dito; 
 Avaliar: tamanho, forma, simetria, posição e 
movimentação em alguma das estruturas citadas 
acima; 
 
Figura 1 - Coloboma de pálpebra: malformação palpebral. 
 
Figura 2- Catarata congênita. 
 
Figura 3 - Microftalmia. 
 Avaliar ametropia importante e anisometropia; 
 Retinoscópio; 
 Lactentes: capacidade de fixar e acompanhar um 
alvo (brinquedo colorido e bem atrativo); 
 Pré-escolares: teste Snellen é mais amplamente 
usado em pré-escolares; 
 Escolar: mesmo padrão utilizado nos adultos; 
 A visão 20/20 é atingida pela maioria das crianças 
em torno dos 6 seis anos; 
 Alterações anatômicas: opacidades; malformações; 
 Patologia inflamatória; 
 
Figura 4 - Coloboma de retina. 
 
 
Ana Luiza Spiassi Sampaio 
@anassampaioo 
 “Olho preguiçoso”; 
 Mecanismo neurológico desencadeado por uma 
diferença na acuidade visual dos dois olhos em 
crianças de até 6 anos de idade; 
 Fisiopatologia: 
Seis primeiros anos de vida ➝ estruturas de percepção 
visual do SNC (córtex visual dos lobos occipitais e 
corpos geniculados laterais do tálamo) apresentam uma 
exuberante aquisição de informações provenientes da 
visão ➝ quando um dos olhos possui significativa 
queda da acuidade visual (reversível ou não), as 
informações não chegam ao sistema visual central, 
impedindo de se desenvolver com consequente atrofia 
➝ a visão no olho melhor acentua este mecanismo, 
convertendo a informação visual para um só lado do 
encéfalo; 
 Se a visão no olho ruim não for corrigida até 3 anos 
➝ o olho nunca mais terá uma visão totalmente 
normal; 
 Se a correção não ocorrer até os 6 anos ➝ déficit 
visual será grave ➝ amaurose (cegueira); 
 Mais comum em crianças com déficit visual 
monocular ou assimétrico; pode ocorrer em 
crianças que nascem com defeito visual bilateral 
simétrico 
 Alteração dos meios ópticos: opacificação 
corneana, catarata, alterações vítreas; 
 Anisometropia: 
o Erro refrativo é diferente entre os olhos ➝ 
quando ocorre diferença de “grau” entre os olhos 
➝ um olho apresenta imagem sempre borrada 
ou assimétrica em relação ao outro ➝ alterações 
no córtex visual; 
 Patologia inflamatória: uveítes, retinites; 
 Distúrbio oculomotor: estrabismo, paralisias 
 Tratar a causa; 
 Uso do tampão no olho não amblíope (normal) ➝ o 
olho com ambliopia é estimulado a assumir melhor 
fixação e se encarregar totalmente da visão 
 
 RN prematura nasce com grande área retiniana 
temporal avascular ➝ neovascularização retiniana; 
 Maioria bilateral; 
 Fatores de risco: prematuridade; baixo peso; 
exposição ao oxigênio por ventilação mecânica; 
o Exposição contínua ao O2 ➝ vasoespasmo; 
o 10-15 horas de exposição ao O2 ➝ oclusão 
permanente dos vasos sanguíneos imaturos; 
o Remoção do O2 mecânico para O2 ambiente: 
Proliferação endotelial ➝ resposta a 
hipóxia ➝ neovasos (anormais) rompem 
membrana limitante interna ➝ invasão da 
superfície retiniana ➝ hemorragias; 
 
 10 a 39% da causa de cegueira em crianças; 
 0,4% dosRN tem alguma forma de catarata 
congênita; 
 Opacidade do cristalino que se apresenta nas 
primeiras semanas de vida; 
 Sinais e sintomas: 
o Unilateral ➝ pode ser assintomática; atraso 
diagnóstico; 
Ana Luiza Spiassi Sampaio 
@anassampaioo 
o Leucocoria; nistagmo; estrabismo; fotofobia; 
o Reflexo anormal ➝ reflexo branco uni ou 
bilateral; 
 Maior complicação da cirurgia ➝ glaucoma 
secundário; 
 Em crianças, não se coloca lente intraocular ➝ 
perda do globo por reação anormal; 
 Unilateral ➝ lente de contato; 
 Leucocoria ➝ investigar com uma fonte luminosa 
incidindo sobre a pupila; 
 Leva a descolamento da retina em crianças; 
 Pequeno grau ➝ tratado com laser – raros casos 
nesse estágio; 
 Retinoblastoma + tumor no coto do nervo óptico 
(ou se na RM você vê o nervo óptico) ➝ metástase 
já aconteceu ➝ tratamento cirúrgico não 
recomendado 
 Crianças nascidas de parto normal ➝ nitrato de 
prata ➝ conjuntivite química; 
 24 a 72 horas após o nascimento ➝ química; não 
tem secreção; 
 1ª semana ➝ gonocócica; edema de pálpebra 
bilateral; secreção purulenta; pode perfurar córnea; 
pode levar a cegueira; 
 1ª a 2ª semana ➝ estafilo, estrepto, pneumocócica, 
herpética; mais grave; pode causar necrose 
retiniana; 
 2ª e 4ª semana ➝ clamídia; 
o Causa mais comum de conjuntivite neonatal; 
o Não tem tanta secreção; 
o Edema de pálpebra; 
 Tratamento: 
o ATB ➝ bacterianas; contraindicado o uso de 
corticosteroides para evitar glaucoma; 
 Exame do globo ocular com fonte luminosa; 
 Drenagem do humor aquoso está prejudicada por 
alteração congênita - não absorção da membrana 
trabeculada; 
 Córnea com diâmetro aumentado ➝ >11mm; 
 Inervação da córnea leva a dor ao estímulo 
luminoso (fotofobia e lacrimejamento); 
 PIO aumentada; 
 Ausência de transparência normal ➝ edema de 
córnea; 
 Buftalmia ➝ “olho de boi”; 
o Glaucoma congênito grave ➝ tratamento 
cirúrgico precoce; 
 Ducto nasolacrimal ➝ invaginação do ectoderma; 
 50% dos RN não possuem a conexão do ducto 
nasolacrimal; 
o Obstrução membranosa no final do ducto 
nasolacrimal (válvula de Hasner) é rompida 
rapidamente na maioria dos RN; 
 Casos mais frequentes em cesárea; 
 5 a 6% é sintomática; sintomas no primeiro mês de 
vida; 
 Bilateral em 1/3 dos casos; 
 Epífora (lacrimejamento) entre 2 a 56 semanas 
após o nascimento; 
 Conjuntivite recorrente com secreção purulenta; 
 Dacriocistite (inflamação do saco lacrimal); 
 Lacrimejamento persistente ➝ compressão do saco 
lacrimal gera fluxo retrógrado para os olhos; 
 Tratamento: 
o Apenas lacrimenjamento ➝ massagens no ducto 
lacrimal (no sentido do nariz para baixo); 
o Se o tratamento conservador não funcionar em 1 
ano, ou conjuntivites de repetição ➝ tratamento 
cirúrgico por sonda metálica; 
o Sonda metálica sem efetividade ➝ balão; 
 Nunca utilizar colírio corticosteroide ➝ pode 
acarretar glaucoma e catarata; 
 
 
 
 
 
Ana Luiza Spiassi Sampaio 
@anassampaioo 
 É o alinhamento ocular anormal, as vezes 
acompanhado de posição anômala da cabeça. Um 
dos olhos pode estar desviado para dentro, para 
fora, para cima ou par abaixo; 
 Estrabismo fixo nas primeiras semanas de vida é 
ANORMAL; 
 Estrabismo não fixo até os 6 meses de vida é 
NORMAL; 
 Pseudoestrabismo: geralmente causado por um 
telecanto associado ou não ao epicanto; 
 Tratamento cirúrgico de alguns tipos de estrabismo 
deve ser feito precocemente, antes dos 12 meses de 
vida; 
 
 História perinatal: toxemia gravídica, infecção 
congênita confirmada ou suspeita, diabetes 
materna, uso de anti-histamínicos no final da 
gestação, agentes teratogênicos (alcoolismo, uso 
crônico de difenilhidantoína, irradiação 
abdominal), prematuridade, recém-nascido RN 
pequeno para idade gestacional, parto traumático; 
 História familiar: erros de refração (pais ou 
famílias que usam óculos de grau médio ou forte), 
retinoblastoma, cegueira familiar, estrabismo, 
catarata, glaucoma, consanguinidade; 
 História da doença atual: doenças neurológicas 
(hidrocefalia, cranioestenose, paralisia cerebral, 
espinha bífida, deficiência mental), síndromes 
cromossômicas, erros inatos do metabolismo, uso 
crônico de corticoide, suspeita dos pais de 
comportamento visual anormal; 
 Criança pisca mais que o usual; esfrega os olhos 
frequentemente; apresenta estrabismo quando olha 
para objetos distantes; franze o rosto 
frequentemente ou inclina a cabeça para um lado; 
fecha ou cobre um olho; segura os objetos próximos 
ao rosto; demonstra desconforto sob luz forte; tem 
as pálpebras ou olhos avermelhados; desenvolve 
frequentemente inflamações nas pálpebras; queixa-
se de dor nos olhos; é desatenta nas atividades 
escolares (com dificuldade de leitura e escrita); tem 
dificuldades para acompanhar os exercícios 
descritos no quadro-negro; evita brincadeiras ao ar 
livre; dificuldades para acompanhar os exercícios 
descritos no quadro; aperta ou arregala os olhos; 
aproxima-se muito do papel para ler ou desenhar; 
 Glaucoma infantil; 
 Trauma com ruptura de membrana de Descemet; 
 Distrofia endotelias; 
 Micopolissacaridose; 
 Mucolipidose; 
 Glaucoma infantil; 
 Dacriostenose; 
 Glaucoma infantil; 
 Megalocórnea; 
 Glaucoma infantil; 
 Ceratite (herpes simples); 
 Uveite; 
 Acromatopsia; 
 Glaucoma. 
 Catarata; 
 Uveíte; 
 Glaucoma; 
 Tumores de glândula pituitária com hemianopsia 
bilateral;

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