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Exame clínico INTRODUÇÃO Todo médico deve saber fazer um exame oftalmológico básico, obtendo e interpretando corretamente os dados fundamentais. Os olhos não devem ser examinados como órgãos isolados, como se nada tivessem a ver com o restante do organismo. Doenças oculares podem refletir-se em outros setores, da mesma maneira que as de outros sistemas podem ter importantes manifestações nos olhos. Exemplos: o exoftalmo sugere sempre hipertireoidismo e a blefaroptose pode ser uma manifestação de miastenia gravis. ANAMNESE Algumas afecções oculares ocorrem com mais frequência em determinadas idades, como, a oftalmia gonocócica neonatal, que se apresenta como conjuntivite purulenta, quase sempre bilateral, com graves complicações oculares quando não tratada a tempo, e o glaucoma congênito, que se manifesta com epífora, fotofobia, opacidade corneana e aumento do diâmetro da córnea, devendo ser diagnosticado precocemente para que haja um tratamento efetivo. Ambas as enfermidades ocorrem no recém-nascido. O estrabismo aparece logo após o nascimento ou na infância e não deve ser confundido com a incoordenação motora ocular, que se dá até os 3 meses de vida quando a criança não fixa os olhos corretamente. Certos tipos de neoplasias intraoculares, como retinoblastoma e o xantogranuloma infantil, aparecem mais frequentemente na infância. Na adolescência, as causas mais comuns de diminuição da acuidade visual são os vícios de refração. A miopia tende a progredir na adolescência e a estabilizar-se na idade adulta. No adulto, são mais comuns as lesões de origem profissional, as dacriocistites agudas e crônicas, as conjuntivites e as uveítes. Em torno dos 40 anos, apresenta-se a dificuldade de visão para perto, denominada presbiopia, a qual decorre de um envelhecimento do cristalino. Em idade mais avançada, aparecem os fenômenos de senescência, representados pela catarata, blefaroptose, lesões vasculares e degenerativas da retina. A profissão do paciente deve ser sempre valorizada, pois alguns tipos de trabalho favorecem o aparecimento de certas afecções. Assim, pessoas que trabalham em ambientes fechados e empoeirados têm maior tendência para apresentar blefarite e conjuntivite. As que trabalham em locais com muito sol apresentam pterígio com mais frequência. Trabalhadores do campo que sofrem traumatismo ocular com galhos de árvore podem desenvolver uma úlcera corneana micótica. Os hábitos alimentares têm importante papel nas afecções carenciais, como a avitaminose A, que causa olho seco, úlcera de córnea, cegueira noturna e transtornos na visão cromática. Os excessos de álcool etílico e de tabaco podem conduzir à diminuição da acuidade visual por lesão desmielinizante do nervo óptico. Certas afecções oculares predominam em determinado sexo. Por exemplo, a doença de Leber ou a atrofia congênita do nervo óptico e a doença de Coats (anomalia vascular) ocorrem somente no sexo masculino. Saber que um paciente procede de região endêmica de tracoma pode ser um motivo para suspeitar desta enfermidade quando o médico se depara com um caso de conjuntivite. Sintomas e sinais Os principais sintomas das afecções oculares são sensação de corpo estranho, queimação ou ardência, dor ocular, cefaleia, prurido, lacrimejamento, sensação de olho seco, xantopsia, hemeralopia, alucinações visuais, diminuição ou perda da visão, diplopia, fotofobia, nistagmo e escotomas. Sensação de corpo estranho. É desagradável, quase sempre acompanhada de dor, cujas causas são corpo estranho na córnea, na conjuntiva bulbar ou na conjuntiva palpebral, cílios virados para dentro, roçando a córnea, inflamação corneana superficial, abrasão corneana e conjuntivite. Queimação ou ardência. É uma sensação de desconforto que, quando ocorre, faz o paciente lavar os olhos para aliviar o sintoma. É causada por erro refratário não corrigido, conjuntivite, queratite, sono insuficiente, exposição à fumaça, poeira, produtos químicos e síndrome de Sjõgren. Prurido. Quando o prurido é muito acentuado, quase sempre é sinal de alergia, mas também pode ser causado por vício de refração não corrigido. Sensação de olho seco. O paciente diz que é como se o olho não tivesse lágrimas e que isto piora com o vento. Ocorre na síndrome de Sjõgren, na conjuntivite crônica, na exposição da conjuntiva por mau posicionamento da pálpebra e quando há dificuldade para fechar a pálpebra corretamente (paralisia facial). lacrimejamento. O lacrimejamento, também conhecido como epífora, ocorre por excesso de secreção de lágrimas ou por defeito no mecanismo de drenagem. O estímulo aferente é dado pelo ramo oftálmico do nervo trigêmeo, enquanto a resposta eferente (secretora) é dada pelo nervo facial. As principais causas são inflamação da conjuntiva ou córnea, obstrução da via lacrimal excretora, aumento da secreção por emoções, hipertireoidismo, dor ocular, corpo estranho na córnea e glaucoma congênito. Dor ocular. Quando ocorre em afecção do globo ocular, é do tipo visceral, ou seja, o paciente não consegue localizá-la muito bem. Porém, quando sua origem é na pálpebra, ele é capaz de apontar com o dedo o local exato da dor. Pode ser determinada por inflamação da pálpebra, dacrioadenite, celulite orbitária, abscesso, periostite, conjuntivite aguda, esclerite, episclerite, corpo estranho corneano, uveíte anterior (irite e iridociclite) e sinusite. Fotofobia. Fotofobia ou sensibilidade à luz é, comumente, devida a inflamação corneana, afacia (ausência de cristalino), irite e albinismo ocular. Algumas substâncias podem aumentar a sensibilidade à luz. como a cloroquina e a acetazolamida. Cefaleia. A cefaleia de origem ocular geralmente é localizada na região frontal e se manifesta no fim do dia, principalmente após trabalhos nos quais a visão de perto é muito solicitada, salientando-se os vícios de refração não corrigidos. Pode aparecer também nos processos inflamatórios dos olhos e anexos e no glaucoma crônico simples. Hemeralopia e nictalopia. Os sintomas resultantes da adaptação visual deficiente são conhecidos por hemeralopia e nictalopia. A hemeralopia ou “cegueira diurna" caracteriza-se por uma função deficiente dos cones. A nictalopia ou "cegueira noturna” é muito mais comum e relaciona-se com uma deficiente função dos bastonetes. É o sintoma típico da retinopatia pigmentar, embora não seja raro encontrar doentes com retinopatia pigmentar sem nictalopia, mesmo na idade adulta. Pode surgir, também, em uma forma não progressiva, em um conjunto de entidades clínicas conhecidas coletivamente como cegueira noturna estacionária congênita. Também pode ser causada por miopia maligna, habitualmente associada a degenerações retinianas, e por glaucoma em fase tardia. A nictalopia em consequência da falta de vitamina A costuma estar associada ao etilismo e à síndrome de má absorção. Xantopsia, iantopsia e cloropsia. A xantopsia é a visão amarelada, sendo seu mecanismo pouco conhecido. Ocorre em intoxicações medicamentosas (fenacetina, digital, salicilato sódico, ácido pícrico) e, às vezes, como sintoma de icterícia muito intensa. A iantopsia (visão violeta) e a cloropsia (visão verde) são muito menos frequentes e também sintomas de intoxicações medicamentosas (digitálicos, barbitúricos). Alucinações visuais. É importante definir se a sensação visual reproduz um objeto ou se limita à sensação de luz ou cores. Na maioria das vezes, deve-se a afecções orgânicas (geralmente doença do lobo occipital). Em algumas ocasiões, tem origem psiquiátrica ou por intoxicação exógena (cocaína, ópio, mescalina, ácido lisérgico, etilismo). Diplopia. Quando o paciente sofre um desvio ocular, o olho desviado não mantém mais a fixação no objeto de interesse na fóvea (área da retina responsável pela visão central). O paciente se queixa,então, de visão dupla. É importante conhecer o momento do aparecimento da diplopia, se constante ou intermitente, se ocorre em certas posições do olhar ou a determinadas distâncias, e se os dois objetos vistos são horizontais ou verticais. Em pacientes com esotropia (estrabismo convergente), a imagem é nasal à fóvea e é interpretada como vindo do lado temporal. Já naqueles com exotropia (estrabismo divergente), a imagem é temporal à fóvea e é interpretada como vindo do lado nasal. Desse modo, o objeto de interesse é visto em dois lugares. O paciente pode descrever o fato como visão embaçada que desaparece quando apenas um dos olhos está aberto. A diplopia pode ser monocular ou binocular. As causas da monocular são cristalino subluxado (p. ex., lente ectópica na síndrome de Marfan), catarata nuclear (o cristalino tem dois pontos focais), coloboma da íris, descolamento da retina. As causas de diplopia binocular são paralisia de um ou mais músculos extraoculares, restrição mecânica e centralização imprópria dos óculos. Seu estudo deve ser sempre completado com a tela de Hess. Escotoma. Escotoma é uma área de cegueira parcial ou completa, dentro de um campo visual normal ou relativamente normal. Nesse ponto, a visão diminui apreciavelmente em relação à parte que o circunda. Um escotoma fisiológico é o ponto cego situado a 15° para fora do ponto de fixação, que corresponde à entrada do nervo óptico. Os escotomas podem ser unilaterais ou bilaterais e devem ser investigados quanto à posição, forma, tamanho, intensidade, uniformidade, início e evolução. Quanto à posição, um escotoma pode ser central (quando corresponde ao ponto de fixação), periférico (situado distante do ponto de fixação) e paracentral (situado próximo ao ponto de fixação). Com relação à forma, pode ser circular (traduz uma lesão focal na retina e na coroide), oval (indica uma lesão do feixe papilomacular, sendo característico da neurite retrobulbar), arciforme (característico do glaucoma crônico simples), cuneiforme (ocorre nas afecções coroidianas justapapilares, ou, ainda, na atrofia óptica), anular (o central indica lesão macular, o paracentral corresponde ao glaucoma crônico simples e o periférico, à degeneração pigmentar da retina), pericecal (em todas as alterações que rodeiam e incluem a papila - glaucoma crônico simples, edema de papila, neurite óptica) e hemianóptico (lesão quiasmática). O tamanho tem pouca importância, embora possa mostrar a gravidade da lesão. O mesmo escotoma pode variar de tamanho de 1 dia para outro, dependendo da progressão da doença que o produz. Com relação à intensidade, varia da cegueira absoluta a um mínimo detectável de perda da acuidade visual. É uniforme quando responde da mesma maneira, em toda a sua área, a estímulos da mesma intensidade. Escotomas de alta intensidade e uniformidade são relativamente raros e facilmente demonstrados até por métodos rudimentares de perimetria. O início e a evolução podem ser de grande importância clínica, havendo marcadas diferenças entre as várias doenças. Assim, o início de um escotoma em uma ambliopia pelo tabaco é gradual e de evolução muito lenta, enquanto o central, na esclerose múltipla, aparece em horas. Nistagmo e outros movimentos oculares. Nistagmo são movimentos repetitivos rítmicos dos olhos. Ele pode ser caracterizado por sua frequência (rápido ou lento), pela amplitude (amplo ou estreito), pela direção (horizontal, vertical, rotacional) e pelo tipo de movimento (pendular, jerk). No pendular, o movimento do olho em cada direção é igual. No jerk, há um componente lento em uma direção e um rápido em outra. É provocado por impulsos motores irregulares para os músculos extraoculares. Pode ser causado por distúrbios oculares (estrabismos, catarata, coriorretinite) ou por disfunções neurológicas. Cabe ressaltar que o nistagmo geralmente é acompanhado de grande redução da acuidade visual. A dismetria ocular é uma série de movimentos conjugados pendulares, de amplitude decrescente, que ocorrem durante a mudança de fixação. Os olhos executam um movimento exagerado, ultrapassando o objeto de fixação. Pode haver hipermetria ou hipometria. Flutter é um tipo de movimento ocular conjugado, involuntário, em salvas intercaladas por períodos de imobilidade. A opsoclônus constitui uma manifestação clínica bem característica, observada nas encefalites que atingem o tronco cerebral e são acompanhadas de mioclonias. O bobbing ocular é uma alteração oculomotora rara. Trata-se de movimentos conjugados verticais de vaivém, que aparecem bruscamente em indivíduos comatosos com lesão extensa da ponte, apresentando uma paralisia do olhar horizontal. Diminuição e perda da visão Os pacientes relatam a diminuição da acuidade visual de várias maneiras. Fatores emocionais podem induzir a exageros e o paciente pode relatar perda da visão quando, na realidade, houve apenas uma diminuição. Em contrapartida, o paciente pode menosprezar um grave defeito visual, descrevendo-o como simples embaçamento. Por isso, queixas subjetivas de diminuição ou perda de visão devem sempre ser avaliadas por métodos objetivos. Importante esclarecer há quanto tempo o paciente vem notando alteração na sua acuidade visual, se a diminuição foi lenta ou súbita, se não havia uma baixa da acuidade há mais tempo ou se só agora foi percebida. EXAME FÍSICO O exame do aparelho visual é feito pela inspeção e palpação. A ausculta só raramente tem utilidade. Globo ocular e cavidade orbitária. Na inspeção do globo ocular, deve-se observar, em primeiro lugar, a separação entre as duas cavidades orbitárias. Um grande afastamento recebe o nome de hipertelorismo, que ocorre em diversas anomalias genéticas. Pode-se encontrar hipoplasia orbitária bilateral e simétrica, observada nas disostoses craniofaciais, como a enfermidade de Crouzon. Em relação ao tamanho do globo ocular, pode-se observar microftalmia, que aparece na síndrome da rubéola congênita. Na palpação da órbita, investiga-se principalmente o rebordo ósseo, procurando-se solução de continuidade, fraturas e espessamento. O espessamento é comum na periostite sifilítica. Crepitação indica passagem de ar de algum seio da face para o tecido subcutâneo. Exoftalmia. A exoftalmia, ou seja, a protrusão do globo ocular, deve ser avaliada com o exoftalmômetro ou, na sua falta, com uma régua milimetrada, apoiando-se a parte inicial da régua no rebordo orbitário lateral, medindo-se até o ápice da córnea (em vista lateral). A distância normal entre o ápice da córnea e a margem orbitária lateral é, em geral, menor que 20 mm, sendo uma diferença de 2 mm entre os dois olhos considerada suspeita. Consiste, pois, no deslocamento anterior do globo ocular, decorrente do aumento do volume orbitário, secundário a hipertireoidismo, neoplasia, anormalidade vascular ou processo inflamatório. Em pessoas normais, a pálpebra superior situa-se cerca de 2 mm abaixo do limbo superior, e a margem palpebral inferior repousa 1 mm acima do limbo inferior. Nessa afecção ocular, evidencia-se perda das relações normais entre o limbo e as pálpebras. De perfil, estas alterações costumam ser mais visíveis. Na exoftalmia acentuada aparece um crescente de esclerótica, visível em cima e embaixo, entre o limbo e as pálpebras. Uma avaliação exata da protrusão do globo só é possível por intermédio do exoftalmômetro de Hertel. Em condições normais, a saliência do globo ocular vai de 12 a 15 mm. Uma assimetria de mais de 2 mm entre os dois olhos sugere exoftalmia unilateral. Quando é grave, os valores podem ultrapassar 25mm. Aparelho lacrimal. A inspeção pode detectar aumento de volume da glândula lacrimal, que se situa na parte externa da pálpebra superior, cujas causas principais são as afecções inflamatórias (dacrioadenites)e as neoplasias. Para reconhecer pequenos aumentos de volume, é necessário levantar a pálpebra do paciente, com a solicitação de que ele olhe para baixo e para dentro. Pela palpação, avaliam-se a consistência, a profundidade e a sensibilidade das glândulas lacrimais. O lacrimejamento em excesso, denominado epífora, pode ser causado por excessiva formação de lágrimas ou por obstrução das vias de excreção. Quando situada em um ponto lacrimal, a obstrução pode ser causada por atresia, eversão, corpo estranho e, às vezes, pelos próprios cílios. A exploração dos canalículos, do saco lacrimal e do conduto nasolacrimal deve ser feita por inspeção, palpação (compressão do saco lacrimal) e por meios especiais, tais como sondagem, lavagem e radiografia contrastada. A inspeção permite observar tumefação e vermelhidão, alterações comuns na dacriocistite aguda. Nas dacriocistites crônicas, as distensões seguidas do saco lacrimal levam à formação de mucocele e, às vezes, de fístulas cutâneas por debaixo do ligamento palpebral interno. Na palpação do saco lacrimal, deve-se verificar se há refluxo de secreção mucopurulenta. Quando isso ocorre, significa que o conduto nasolacrimal está obstruído. A sondagem das vias lacrimais tem valor diagnóstico e terapêutico em recém-nascidos, mas deve ser feita sob anestesia geral e com material apropriado. Avaliação funcional do aparelho visual A avaliação funcional do aparelho lacrimal é realizada medindo-se a quantidade de lágrimas produzida por unidade de tempo. O teste de Schirmer I consiste em inserir no fundo do saco conjuntiva!, na união do terço externo com o terço médio da pálpebra inferior, uma tira de papel de filtro (Whatman n° 41) de 5 mm de largura por 35 mm de comprimento com uma dobra de 5 mm em uma das extremidades. Após 5 min, as tiras são retiradas e a extensão da umidificação é medida a partir da dobra. A técnica exige a realização simultânea em ambos os olhos, em ambiente com pouca luz. Esse teste avalia a camada aquosa do filme lacrimal da secreção total (secreção básica e secreção reflexa). Valores acima de 15 mm são considerados normais; entre 5 e 15 mm são suspeitos; abaixo de 5 mm, anormais. O teste de secreção básica é o de Schirmer I acrescido de colírio anestésico para eliminar qualquer estimulação sobre os secretores reflexos, de tal forma que o umedecimento da tira de papel se origine apenas dos secretores básicos. A diferença entre o teste de Schirmer I e o teste de secreção básica corresponde à secreção lacrimal reflexa. O teste de Schirmer 11 possibilita medir a secreção lacrimal reflexa. É realizado, basicamente, como o teste anterior, isto é, o teste de Schirmer I, associado à anestesia tópica dos olhos com estimulação da mucosa nasal, não anestesiada, com fiapo de algodão. A extensão da umidificação é medida 2 min após a estimulação nasal. Se for inferior a 15 mm, indica deficiência da secreção reflexa. O resultado é considerado normal entre 15 e 30 mm. A lavagem consiste em dilatar o ponto lacrimal com um dilatador apropriado. Uma pequena cânula acoplada a uma seringa é introduzida no canalículo lacrimal, e, através da mesma, injeta-se soro fisiológico, observando-se se há refluxo e perguntando ao paciente se este percebeu o gosto de soro. Em crianças, deve-se observar se houve deglutição. No glaucoma congênito, um dos sinais é a epífora, que ocorre em consequência da superprodução de lágrimas por estimulação do nervo trigêmeo. Pálpebras. As pálpebras são uma estrutura de proteção do globo ocular contra traumatismos e excesso de luz. Pela inspeção, investigam -se a cor, a textura, a posição e os movimentos das pálpebras, além de eventual edema. Na região periocular, procura-se observar se os cilios estão virados para dentro (triquíase), se houve queda (madarose) ou se tornaram-se brancos (poliose). No local de implantação dos cílios, deve-se investigar hiperemia, escamas e úlceras, alterações comuns nas blefarites. A posição das pálpebras altera o tamanho das fissuras palpebrais, as quais devem ser simétricas. A margem palpebral deve recobrir a córnea na parte superior e inferior, sem que haja nenhuma exposição da esclerótica. A borda da pálpebra deve estar em aposição ao globo, e não invertida (entrópio) ou evertida (ectrópio). Quando a pálpebra inferior não consegue cobrir o globo ocular, surge o que se denomina lagoftalmia, a qual aparece na paralisia facial, na exoftalmia e nas retrações cicatriciais. A inspeção possibilita também descobrir defeitos no desenvolvimento embrionário, como os colobomas palpebrais, alterações pigmentares como xantelasma, vitiligo, melanose e ainda lesões características do herpes-zóster quando comprometem o primeiro ramo do trigêmeo. Na exploração da motilidade palpebral, é necessário ter em mente os três músculos que dela participam. O orbicular, formado de fibras estriadas e inervado pelo facial, faz a oclusão da pálpebra. O elevador da pálpebra superior, de fibras estriadas, é inervado pelo nervo oculomotor. Por último, o músculo tarsal de Müller, constituído de fibras lisas e inervado pelo simpático, participa da elevação palpebral. A paralisia do orbicular aparece na paralisia facial periférica e, como consequência, a oclusão palpebral é impossibilitada, surgindo, então, lagoftalmia e suas possíveis complicações corneanas. Além disso, a pálpebra inferior perde sua normal aposição no globo ocular, provocando eversão do ponto lacrimal inferior com consequente epífora. A paralisia do elevador da pálpebra superior leva à blefaroptose, que pode ser congênita ou adquirida. Quando congênita, pode acompanhar-se de uma deficiência funcional do músculo reto superior (ambos os músculos estão inervados pelo ramo do nervo oculomotor e têm a mesma origem embrionária). A blefaroptose adquirida faz parte da síndrome de paralisia do nervo oculomotor. A paralisia do músculo de Müller, que é acompanhada de blefaroptose parcial, faz parte da síndrome de paralisia do simpático cervical (síndrome de Claude Bemard-Horner), constituída por enoftalmia, miose e transtornos vasomotores. A condição oposta, ou seja, a contração espasmódica do músculo de Müller, faz parte da síndrome de irritação simpática cervical de Claude Bemard, associada a certo grau de exoftalmia, midríase e aumento da fenda palpebral. A blefaroptose pode fazer parte da miastenia gravis; nesses casos, caracteristicamente, ela vai piorando no transcurso do dia, mas melhora com injeção de prostigmina. Conjuntiva e esclera. A conjuntiva é uma membrana mucosa, transparente e fina, que reveste a esclerótica até o limbo e a superfície posterior da pálpebra. Por debaixo da conjuntiva, é possível, às vezes, entrever alguns vasos tortuosos - os vasos episclerais. Excetuando-se estes vasos e eventuais depósitos de pigmentos, a esderótica normal tem cor branco-porcelana, que pode modificar-se por depósitos de pigmentos, como acontece na icterícia e na melanose ocular, nas quais ocorre depósito de bilirrubina e melanina, respectivamente. Em cada lado do limbo, principalmente do lado nasal, uma pequena área elevada de cor amarelada (pinguécula) pode ser vista, não se devendo confundi-la com neoplasia, pois se trata apenas de uma degeneração do tecido elástico. A conjuntiva pode ser sede de nevus pigmentado ou, mais raramente, de lesão maligna (melanoma). Edema da conjuntiva (quemose), enfisema com crepitação e hemorragia subconjuntival devem ser pesquisados, podendo fazer parte de lesões perioculares. Existem duas formas de congestão da conjuntiva bulbar: a superficial e a profunda. Na congestão superficial, apenas a camada de vasos superficiais é envolvida, os quais se tornam tortuosos e de cor vermelho-tijolo, mais evidente no fundo do saco (fórnix) do que próximo ao limbo. A instilação de duasgotas de solução de fenilefrina 10% clareia a conjuntiva em poucos segundos. A congestão superficial é encontrada nos processos inflamatórios restritos à conjuntiva. A congestão profunda indica comprometimento da córnea ou de estruturas mais profundas do olho. Aparece nas queratites, nas irites, no glaucoma agudo e se há corpo estranho, traduzindo a participação dos vasos que nutrem a íris e o corpo ciliar. Manifesta-se como congestão de cor violácea do limbo e é conhecida como injeção ciliar. A conjuntiva palpebral, na sua parte anterior, está firmemente aderida ao tarso. Na parte posterior, apresenta grande quantidade de folículos (tecido linfoide). Para exame da conjuntiva palpebral superior, é necessário fazer sua eversão, a qual possibilita evidenciar reação inflamatória, corpo estranho ou turno ração. A pálpebra superior pode ser facilmente evertida, solicitando-se ao paciente que olhe para baixo enquanto o examinador segura seus cílios com uma das mãos, puxando para fora e para baixo ao mesmo tempo em que exerce pressão com um cotonete 1 em acima da borda palpebral. Isso equivale a fazer pressão acima da placa tarsal. Se houver dor, pode-se usar anestesia tópica. Para que a pálpebra volte à posição normal, basta que o paciente olhe para cima. A conjuntiva palpebral inferior é facilmente visualizada com uma simples tração para baixo da pálpebra inferior em cima do osso maxilar, pedindo-se ao paciente que olhe para cima. O exame da conjuntiva palpebral inferior fornece valiosa informação nas anemias, nas quais a cor normal, rosa-vivo, transforma-se em rosa-pálido ou fica quase branca. Córnea. A superfície corneana normal é tão regular que forma excelente área de reflexão, de modo que pequenas alterações são facilmente observadas com uma boa iluminação. O examinador deve avaliar, em primeiro lugar, seu tamanho. O normal é 10,6 mm (parte vertical) por 11,7 mm (parte horizontal). Megalocómea sugere glaucoma congênito, já a microcórnea faz pensar em rubéola. Com boa iluminação e ajuda de uma lupa, pode-se constatar opacificação corneana (leucoma), irregularidades epiteliais provocadas por corpo estranho e neovascularização (pannus corneano). Esta última é muito comum no tracoma. Pingando-se um colírio de fluoresceína na córnea e utilizando- se a luz azul de cobalto, torna-se possível detectar pequenas alterações corneanas. Isto ocorre porque o corante deposita- se nos defeitos epiteliais. Às vezes, toma-se difícil examinar a córnea devido à fotofobia ou blefaroespasmo. Nessas condições, convém instilar duas gotas de colírio anestésico para obter a cooperação do paciente. Para o exame detalhado da córnea, da câmara anterior, da íris e do cristalino, necessita-se da lâmpada de fenda; é um exame da alçada do oftalmologista. Ao observar a câmara anterior, com uma boa iluminação, de preferência com a lâmpada citada, o examinador deve notar a profundidade, a turvação do humor aquoso (irite), o sangue (hifema) e o acúmulo de exsudato celular (hipópio). É importante determinar a sensibilidade comeana, o que é feito mantendo-se a pálpebra aberta e encostando a ponta de um algodão na parte apical da córnea, sempre comparativamente, tendo o cuidado de não tocar nos cílios. Lesões intracranianas que comprometem o nervo trigêmeo frequentemente diminuem a sensibilidade. Mecções da córnea, como queratite herpética, podem conduzir à perda de sensibilidade, havendo possibilidade de evoluir para uma úlcera comeana neuroparalítica . Pupila. A cor, os desvios e os orifícios da íris e da pupila devem ser analisados conjuntamente, podendo ocorrer alterações congênitas, traumáticas ou cirúrgicas. A aderência da íris com o cristalino, habitualmente por processo inflamatório, caracteriza a sinéquia posterior, quando está entre a íris e a córnea, recebe o nome de sinéquia anterior. As pupilas normais são redondas, localizadas centralmente e, na maioria das pessoas, de igual tamanho. No entanto, pupilas de tamanhos diferentes (anisocoria) são observadas em cerca de 25% da população normal. O diâmetro da pupila normal varia de 3 a 5 mm em um ambiente iluminado. Quando está menor que 3 mm caracteriza miose, e quando é maior que 7 mm, está em midríase, a qual pode ocorrer em contusões oculares e em algumas doenças cerebrais. Se o paciente estiver usando certas substâncias, como a pilocarpina e a heroína, a pupila pode se apresentar miótica. O teste do reflexo pupilar à luz é feito da seguinte maneira: deve-se iluminar uniformemente a face do paciente, fazendo incidir um feixe luminoso sobre um dos olhos. A pupila normal contrai-se vigorosa e rapidamente, mantendo-se nesse estado, caracterizando o reflexo fotomotor direto. A pupila do outro olho deve contrair-se simultaneamente e com a mesma intensidade, ou seja, por meio do reflexo fotomotor indireto ou consensual. O outro reflexo a ser investigado é o reflexo para perto. Para isso, um objeto deve ser aproximado do olho até ficar a uma distância de aproximadamente 10 em. Nesse momento, ocorre então a miose bilateral, bem como a convergência dos olhos e a acomodação. Cristalino. O cristalino é uma pequena lente transparente situada entre a íris, à frente, e o vítreo, atrás, presa ao corpo ciliar por um conjunto de fibrilas - a zônula. Com a pupila em midríase, o exame é realizado com lâmpada de fenda. Porém, na falta desta, uma boa iluminação permite perceber as alterações mais grosseiras. Em relação à posição do cristalino, pode-se encontrá-lo deslocado (luxado), o que ocorre, às vezes, na síndrome de Marfan e nos traumatismos oculares. Com o oftalmoscópio, pode-se caracterizar a perda de transparência do cristalino (catarata) pelo desaparecimento do clarão pupilar. Acuidade visual No exame clínico, a avaliação da acuidade visual é de grande importância, pois permite esclarecer se a queixa de perda ou diminuição da visão procede ou não. A acuidade visual é testada em cada um dos olhos separadamente. Ao se ocluir o olho que não está sendo examinado, deve-se evitar pressioná-lo, pois isto pode provocar distorção na imagem com diminuição da acuidade visual. Se o paciente usar óculos, esta acuidade deve ser avaliada com a correção óptica. O método mais usado é o da carta ou quadro de Snellen, no qual o paciente fica sentado a aproximadamente 6 m (20 pés) de distância dele. Na carta de Snellen há letras de diferentes tamanhos, equidistantes 5 em. Quanto mais afastado estiver o quadro, menor é a imagem na retina. Combinando estes dois fatores, tamanho das letras e distância entre o paciente e o quadro, é possível determinar o ângulo visual mínimo que corresponde à melhor acuidade visual. A acuidade visual normal por convenção é 20/20. Se o paciente é capaz de ler somente a linha 20/30, isso deve ser registrado. Se o paciente não consegue ler linha nenhuma, deve-se caminhar na sua direção até o ponto em que este consiga identificar quantos dedos o examinador está mostrando (acuidade visual- dedos a 3 m). O registro da visão de perto mais usado é a tabela de Jaegger com graduações de Jl, J2, J6. A distância ideal para leitura de perto é de 33 em. Quando o paciente afasta a leitura, deve-se suspeitar de presbiopia. Se aproxima muito, é provável que seja míope. Se o paciente for analfabeto, o quadro deve ser construído com objetos ou animais facilmente identificáveis. O exame da acuidade visual avalia o funcionamento da fóvea, área da retina responsável pela melhor acuidade visual. Ao encontrar distúrbios na acuidade, deve ser feita uma investigação oftalmológica completa. Diminuição e perda da visão A perda da visão (amaurose) ocorre em um ou em ambos os olhos, podendo ser súbita ou gradual. As causas de perda súbita de visão unilateral são obstrução da veia central da retina,embolia na artéria central da retina, hemorragia vítrea ou retiniana, neurite óptica, papilite ou neurite retrobulbar, descolamento da retina envolvendo a mácula, amaurose urêmica (perda total da visão por uremia), ambliopia tóxica (diminuição da visão por efeito tóxico do álcool metílico, quinina ou chumbo), endoftalmite embólica, trombose da artéria carótida interna e lesões traumáticas do nervo óptico (fratura do canal óptico). As causas da perda súbita de visão bilateral são neurite óptica, amaurose urêmica, ambliopia tóxica, traumatismo craniano, histeria, enxaqueca oftálmica. As causas de perda gradual de visão são os vícios de refração, afecções corneanas ( queratites, distrofias, reações alérgicas, edema, ceratocone), afecções da úvea (inflamações, doenças hemorrágicas, neoplasias), glaucoma (geralmente do tipo crônico), afecções do vítreo (qualquer opacificação, hemorragias), afecções da retina (lesões vasculares, degeneração tapetorretiniana, ambliopia tóxica, retinite, neoplasias, descolamento da retina) e lesões do nervo óptico (processos inflamatórios, neoplasias, papiledema, atrofia óptica). Visão de cores A visão da forma e das cores é atributo dos cones. Aos bastonetes é reservada a adaptação luminosa. Existem vários métodos para o estudo da visão cromática. Os mais utilizados são: o anomaloscópio de Nagel, os testes de Farnsworth e as tábuas pseudoisocromáticas, as quais constituem o exame mais simples e acessível. As mais usadas são as de Ishihara. As tábuas pseudoisocromáticas são conglomerados de cores de matizes diversos, dentro dos quais algarismos ou letras podem ser percebidos pelas pessoas sem afecções e não são notados pelos portadores de discromatopsias. A hipótese tricromática de Young é uma entre várias teorias que procuram explicar o complexo mecanismo da visão de cores. Em resumo, ela postula a existência, na retina, de somente três tipos de receptores cromáticos. Cada um desses receptores (cones) contém uma substância fotossensível específica: uma que absorve a luz vermelha, outra que absorve a luz verde e a terceira, sensível à luz azul. Distúrbios da visão de cores Chama-se discromatopsia qualquer distúrbio do senso cromático, tanto os congênitos como os adquiridos. A acromatopsia é uma variedade excepcional (0,003%). As discromatopsias congênitas são de origem genética: os déficits protan e deutan são transmitidos de maneira recessiva ligada ao sexo; a herança da acromatopsia é autossômica recessiva. As discromatopsias congênitas são irreversíveis, ou seja, não são passíveis de tratamento nem profilaxia, e não têm qualquer caráter progressivo. As adquiridas são perturbações da visão de cores secundárias a doenças oculares. Algumas características separam este grupo das congênitas: (1) o déficit cromático pode ser un ilateral e limitado; (2) a discromatopsia adquirida não está isolada, mas frequentemente se encontra em estreita relação com o comprometimento de outras funções visuais (acuidade visual, adaptação), as quais podem deslocar o déficit cromático para um segundo plano; (3) a deficiência pode evoluir com a lesão ocular que a condiciona, seja para agravamento ou melhoria e a regressão; (4) a discromatopsia adquirida ocorre, em geral, no amarelo e azul, enquanto a congênita ocorre com vermelho e verde. Além das discromatopsias (congênitas e adquiridas), há ainda as cromatopsias e as agnosias cromáticas. Cromatopsia é a visão colorida de superfícies que são vistas brancas por pessoas normais. Pode ser de origem óptica (alterações dos meios em caso de catarata, hemorragia vítrea ou na afada) e de origem tóxica (intoxicação por cogumelos, digitálicos e estricnina). A cianopsia (azul) e a eritropsia (vermelho) são dois exemplos dessa afecção. As agnosias cromáticas são de origem central e se caracterizam pelo não reconhedmento das cores, na ausência de todo e qualquer comprometimento dos receptores. São causadas por lesões do córtex, principalmente as do lado direito. Podem estar associadas a desorientação espacial e disfasia. Exame neuroftalmológico A história do paciente é de grande importância no exame neuroftalmológico. Ele demonstra se a acuidade visual está normal ou alterada, como nas doenças do nervo óptico. A visão de cor é determinada pelos testes de Ishihara, de Hardy-Rand- Rittler e de Farnsworth-Munsell15 Hue ou 100 Hue. Para examinar a pupila, é possível fazê-lo à luz ambiente ou à iluminação oblíqua, sendo aconselhável o uso de uma lupa binocular. Os dois estímulos que podem alterar a pupila são a luz e a acomodação. À luz ambiente e com o doente olhando ao longe, é possível examinar a chamada pupila estática: diâmetro, igualdade (isocoria), regularidade, forma e situação. Deve-se dar muita ênfase, na pupila estática, à desigualdade de diâmetros (anisocoria), que nos possibilita, desde logo, afirmar uma miose (pupila estreita) ou uma midríase (pupila aumentada). Temos miose nas irites e na pupila de Argyll- Robertson e midríase nos glaucomas congestivos. É preciso lembrar que a miose é fisiológica na velhice e durante o sono. Nos traumas cranianos, o diâmetro pupilar pode fornecer dados semióticos importantes: • midríase unilateral - hematoma extradural • midríase bilateral - comoção grave • maior midríase - lado lesado • miose bilateral - hemorragia parenquimatosa progressiva • rigidez pupilar - êxito letal. Se a pupila estática pode fornecer tantos dados importantes, não menos eloquente é o estudo da pupila dinâmica, sob a ação da luz e da acomodação. Quando se lança sobre a retina um feixe de luz, contrai-se não só a pupila do olho iluminado (reflexo fotomotor direto), como também a do outro olho (reflexo fotomotor consensual). Ao solicitar ao paciente que olhe para um ponto próximo, será possível ver sua pupila contrair-se, em uma reação pupilar à acomodação-convergência. A interpretação do campo visual é de grande importância. A perda relativa deste campo é denominada depressão, nela, alguns estímulos são vistos enquanto outros, não. Já a contração é a perda absoluta do campo visual, em geral periférica, de modo que nenhum estímulo é observado na área afetada. O escotoma é uma área anormal do campo visual cercada por outra normal. Pode ser absoluto, ou seja, aquele no qual nenhum estímulo é percebido, ou relativo, no qual alguns estímulos são apreciados enquanto outros, não. Preservação macular é um termo aplicado para os defeitos homônimos do campo visual nos quais a representação macular no lado envolvido é completa ou parcialmente não afetada. O defeito de feixe de fibras se dá no campo visual, ocorrendo ou em uma lesão retiniana ou no nervo óptico, que segue o padrão de perda de fibras nervosas. Pode ser: escotoma arqueado nasal, degraus e defeitos altitudinais e no setor temporal. A observação do campo visual torna possível localizar o nível da lesão da via óptica. A representação esquemática a seguir demonstra os locais mais comumente afetados e suas respectivas alterações no campo visual. A oftalmoscopia é o exame de fundo do olho, e pode ser direta ou indireta. A angiografia fluoresceínica é uma técnica que possibilita examinar melhor as estruturas fundoscópicas por meio de um contraste (fluoresceína) injetado por via intravenosa. Atualmente temos a angiografia com indocianina verde, que estuda melhor os vasos da coroide.
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