Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Bruna França EXAME FÍSICO: Olhos A maior parte do exame do aparelho visual é realizada através da inspeção, sendo a palpação de pouca utilidade. Técnica: examinador de pé, em frente ao paciente inspeciona os olhos quanto à posição e alinhamento (comparar os 2 olhos). O exame clínico dos olhos analisa: Pálpebras Observe a posição da íris em relação aos globos oculares. Examine os seguintes aspectos: Alterações: edemas, entropia, ectropia, equimose (mancha escura azulada devido à infiltração de sangue no tecido subcutâneo), ptose uni ou bilateral (Miastenia grave), fissuras palpebrais na síndrome de Down. OBS: procurar por lesões e observar a coloração (ex. bordas palpebrais vermelhas e inflamadas na blefarite), além da adequação do fechamento palpebral (a inadequação predispõe a lesões na córnea). Lagoftalmia: incapacidade de fechar o olho todo Entrópio: Mais comum nos idosos, consiste na inversão da borda palpebral para dentro. Os cílios inferiores, que não costumam ser visíveis por estarem virados para dentro, irritam a conjuntiva e a parte inferior da córnea. O entrópio pouco evidente pode ser revelado quando se solicita ao paciente para fechar firmemente as pálpebras e depois abri-las. Ectrópio: a borda palpebral inferior fica voltada para fora, expondo a conjuntiva palpebral. Quando o ponto lacrimal da pálpebra inferior volta-se para fora, a drenagem da lágrima deixa de ser satisfatória, verificando-se lacrimejamento. Ptose palpebral: consiste na queda da pálpebra superior. As causas incluem miastenia graves, lesão do nervo oculomotor e comprometimento da inervação simpática (síndrome de Horner). O enfraquecimento da musculatura, relaxamento tecidual e o peso da gordura herniada podem causar ptose senil. A ptose também pode ser congênita. Blefarites (inflamação das pálpebras) e Hordéolos: A inflamação das pálpebras, sendo a forma mais comum a associada à acne rosácea ou à dermalite seborreica. As bordas das pálpebras são, em geral, intensamente colonizadas por estafilococos. Vistas de peno, mostram-se gordurosas, ulceradas e crostosas, com restos de escamas presos aos cílios. O hordéolo externo (terçol) é causado por infecção estafilocócica das glândulas superficiais acessórias de Zeis ou de Moll nas margens palpebrais. O hordéolo interno ocorre após infecção supurativa das glândulas de Meibom secretoras de óleo na face tarsal da pálpebra. Xantelasma: é um pequeno depósito de gordura e colesterol que ocorre logo abaixo da superfície da pele, especialmente ao redor dos olhos. É relativamente comum e afeta principalmente adultos. Frequentemente, xantelasmas são associados a níveis elevados de colesterol no sangue, sem ser contagiosos. exame físico: olhos Bruna França Fenda palpebral Normalmente há simetria; pequenas diferenças isoladas não devem ser encaradas como anormalidades. Exoftalmia: Aumento da fenda palpebral, por protrusão do globo ocular. A exoftalmia é bilateral na doença de Basedow-Graves (hipertireoidismo), doença de Hand-Schüller-Christian (distúrbio do metabolismo lipídico, mais comum nas crianças), hipertensão arterial maligna, miopia grave. Endoftalmia: Diminuição da fenda palpebral decorrente de retração do globo ocular. Bilateral nas desidratações graves e estados caquéticos. Síndrome de Claude-Bernad- Horner: endoftalmia + ptose palpebral + miose Globos oculares Observe o tamanho de frente para o paciente e com iluminação adequada analise o tamanho. Alterações: Exoftalmia - protusão do globo ocular. Possíveis causas: tumores oculares e hipertireoidismo; Enoftalmia - globo ocular afundado para dentro da órbita com diminuição da fenda palpebral. Possível causa: desidratação Hipertelorismo: caracteriza-se por um afastamento exagerado entre as órbitas, mais do que o considerado normal, podendo estar associado a outras deformações craniofaciais. Estrabismo: posição e alinhamento dos olhos, podendo ser causado por lesão do nervo ou disfunção dos músculos que controlam o olho. O principal sintoma são olhos que não olham exatamente no mesmo sentido, ao mesmo tempo. Pode ser convergente ou divergente. Teste: Dedo há 60cm do olho da paciente, solicitando ao paciente para seguir com os olhos e o médico simula a letra H. Conjuntivas Rosa é a cor normal pela presença de capilares Técnica: Com os dedos polegares tracione as pálpebras superiores e inferiores expondo a conjuntiva. Deve-se pedir ao paciente para olhar para cima. Para melhor exposição (global) colocar indicador e polegar sob os ossos das sobrancelhas e da mandíbula e afastar as pálpebras. Classifique como leve ou intensa, até em cruzes. Busque lesões, hiperemia (conjuntivite, trauma e alergia) e anemia (hiporemiada - coloração quase branca pela diminuição de hemoglobina). Pterígio: crescimento de membrana conjuntiva bulbar relacionada à exposição ao sol (sinais: prurido e sensação de areia nos olhos), Bruna França Esclerótica Técnica: solicitar ao paciente para olhar para cima e para aos lados enquanto puxa para baixo as pálpebras com seus polegares, expondo a esclerótica. Alterações: Hiperemia, icterícia e melanose ocular (azulada – osteogênese imperfectus). Pupilas Técnica: inspeção. Observar: forma (arredondada ou levemente ovalada), localização (centrais), tamanho (importante comparar os 2 olhos) e os reflexos. Reflexos: realizado com o auxílio de uma lanterna. Parassimpático: Miose Simpático: Midriase Alterações: Paralisia do nervo oculomotor: a pupila dilatada permanece fixa com o reflexo fotomotor e a reação de acomodação para objetos próximos. A ptose da pálpebra superior e desvio lateral do olho estão quase sempre presentes. Síndrome de Horner: causada pela interrupção da inervação simpática. É uma anisocoria onde a pupila afetada, embora pequena, reage à luz e ao esforço de focalização de objetos próximos. Ocorre ptose palpebral, às vezes associada a ausência de sudorese na testa ipsilateral. Na síndrome de Horner congênita, a íris envolvida tem uma cor mais clara de que a sua correspondente (heterocromia). Córnea e cristalino Técnica: inspeção com auxílio de lanterna. Incide-se diretamente sobre o lobo temporal, pesquisando a presença/ausência de uma sombra do lado medial da íris. Com iluminação oblíqua, inspecione córnea em busca de opacificação e verifique se há opacidade no cristalino (por meio da pupila). Usar um algodão para testar a sensibilidade, ou seja, reflexo palpebral Alterações: presença de sombra medial - ângulo estreitado (aumenta o risco para glaucoma), catarata, halo senil (linha branca ao redor da córnea) Catarata: Opacificação do cristalino visualizada através da pupila, mais comum em idosos. Halo senil: fino arco ou círculo branco-acinzentado um pouco afastado da borda da córnea. Acompanha o envelhecimento normal, mas também é encontrado em jovens, em especial nos afro-americanos. O halo senil sugere uma possível hiperlipoproteinemia, quando observado nos jovens. Geralmente benigno. Bruna França Exame de acuidade visual (Snellen) É a capacidade do olho para distinguir detalhes espaciais, ou seja, identificar o contorno e a forrma dos objetos. Para testar a acuidade da visão central utilize, se possível, a tabela de Snellen, com boa iluminação. Posicione o paciente a uma distância de 6 metros (20 pés) do quadro. Os pacientes que usam óculos (exceto os de leitura) devem utilizá-los durante o exame. A acuidade visual normal é 20/20 Solicite ao paciente para cobrir um dos olhos com um cartão (para evitar que ele espie entre os dedos) e leia a menor linha impressa possível. Estimule-o a ler a linha seguinte, pois isso pode melhorar seu desempenho. O paciente que não consegue ler as letras maiores deve ser posicionado mais próximo do quadro; anote a distância. Descubra qual é a menor linha impressa em que o paciente consegue identificar mais da metade das letras. Registre a acuidade visual designada ao lado dessa linha, juntamente com o uso de óculos, quando houver. A acuidade visual é expressa por uma fração (p. ex., 20/30), na qual o numerador indica a distância que o paciente está em relação ao quadro, e o denominador, a distância em que um paciente com visão normal consegue ler as letras. Clínica: A presbiopia é o comprometimento da visão para perto, encontrada em pessoas de meia-idade e idosos. O portador de presbiopia frequentemente enxerga melhor quando o cartão está mais distante. Nos EUA, assim como no Brasil uma pessoa é considerada legalmente cega quando a visão no melhor olho, com correção por óculos, é de 20/200 ou menos. A condição de cegueira legal também pode ser decorrente de estreitamento do campo visual. É considerada cega no Brasil quando mesmo usando óculos, o paciente tiver acuidade de 20/200 Miopia: Comprometimento de visão para longe Hipermetropia: Comprometimento da visão para perto Astigmatismo: Comprometimento da visão para perto e fora (IR alterado) Presbiopia: Comprometimento de visão para perto para os pacientes idosos Reflexo pupilar fotomotor e de acomodação de convergência Examinar a motricidade intrínseca ao se observar o diâmetro pupilar através dos reflexos fotomotor e consensual. O reflexo fotomotor direto caracteriza-se pela miose pupilar ao incidir um feixe luminoso diretamente sobre um olho e o reflexo fotomotor indireto ou consensual caracteriza-se pela miose no outro olho sem que ele seja estimulado diretamente. No exame da motricidade ocular intrínseca as pupilas devem ser isocóricas (mesmo diâmetro ) e ter os contornos regulares. Denomina-se discoria à Bruna França irregularidade do contorno pupilar. Denomina-se anisocoria à diferença de diâmetro entre as pupilas Examinar a convergência ocular através do reflexo de acomodação. O estrabismo convergente ocorre na paralisia do nervo abducente. Na paralisia do nervo oculomotor ocorre estrabismo divergente, midríase e ptose palpebral. O reflexo de acomodação é caracterizado miose e convergência ocular quando se aproxima um objeto dos olhos do paciente. A convergência ocular é atribuída ao núcleo de Perlia, a miose ao parrassimpático através do núcleo de Edinger-Westphal e os movimentos do globo ocular em geral estão integrados pelo fascículo longitudinal medial. O núcleo de Perlia está relacionado com os músculos extrínsecos do olho menos o reto lateral e o oblíquo superior. Campo visual Examinar o campo visual do paciente, tendo o paciente com cabeça parada e olhos fixos, enquanto o médico realiza a testagem do campo. Clínica: Ptose palpebral, conjuntivite e catarata Ptose palpebral é um termo médico que faz referência a queda da pálpebra superior em direção a pupila. Esse problema pode deixar a visão limitada ou cobrir totalmente a pupila, impedindo que o indivíduo tenha uma visão normal. A ptose pode ser contraída de forma congênita ou adquirida na fase adulta. Quando a musculatura que ergue a pálpebra é fraca, a ptose é desenvolvida, sendo que pode afetar um ou ambos os olhos. A catarata é uma doença ocular caracterizada pela perda de transparência do cristalino, espécie de “lente natural” localizada atrás da íris e responsável por garantir o foco da visão a distâncias diferentes. Apresenta como sintomas: brilho e Halos (auréolas), visão embaçada e nebulosa; dificuldade para dirigir, andar, ler; entre outros, sensibilidade à luz; e visão dupla e distorcida. Conjuntivite: Pode ter origem infecciosa (viral ou bacteriana) ou não infecciosa (alérgica e não alérgica). As conjuntivites neonatais fazem parte de um outro subgrupo. Escotomas: áreas de cegueira parcial ou total dentro de um campo visual normal. Ex. Enxaqueca Bruna França Diplopia: Visão dupla Fotofobia: Sensibilidade a luz Nistagmo: movimentos repetitivos rítmicos Amaurose: área de cegueira total