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RESPOSTAS CELULARES À AGRESSÃO -Em nosso corpo temos células tronco totipotentes que são células indiferenciadas capazes de se diferenciar em qualquer tipo de célula mesenquimal ou epitelial ou se autoeplicar gerando outras células-tronco; -as células podem ser classificadas de acordo com sua capacidade de regeneração: ● Células lábeis - alta capacidade de multiplicação /divisão celular se multiplicando durante sua vida toda, por isso a reparação tecidual desse tipo celular é mais fácil e rápido; morrem facilmente sendo substituídas por outras; precisam se multiplicar para substituir as que morreram; são células menos complexas e com menor especialização; sempre estão dentro do ciclo celular , entrando nas fases G1, interfase se preparando para multiplicar, mitose onde ela se multiplica; geralmente compõem predominantemente epitélio de revestimento (pele, mucosas) ex. células epiteliais do estrato córneo da epiderme; ● Células estáveis - normalmente não se dividem, contudo têm a capacidade de proliferar quando estimuladas; só irão se multiplicar quando necessário; capacidade alta de multiplicação; moderadamente complexas e moderadamente especializadas; entram no ciclo, quando termina entra na fase G0 e quando estimuladas podem voltar novamente à fase G1 e dar continuidade no ciclo celular para multiplicação celular; ex. células das glândulas como fígado (hepatócitos), pâncreas, salivares, endócrinas e as células derivadas do mesênquima como fibroblastos, osteoblastos ; ● Células permanentes - perderam totalmente a capacidade de divisão celular; multiplicam-se raramente; altamente complexas e especializadas; entram no ciclo celular e quando terminam saem e não entram mais; ex. células do sistema nervoso central (neurônios) e célula muscular ; . OBS: A REGENERAÇÃO TECIDUAL É MAIS FÁCIL NOS TECIDOS COMPOSTOS POR CÉLULAS LÁBEIS!!!!!!!! UMA RECONSTRUÇÃO ORIGINAL DA ÁREA LESADA SÓ PODERÁ OCORRER SE AS CÉLULAS AFETADAS FOREM DO TIPO LÁBIL OU ESTÁVEL, POIS SE FOR DO TIPO PERMANENTE, OCORRERÁ À SUBSTITUIÇÃO POR TECIDO CONJUNTIVO. - A primeira resposta celular à agressão/injúria é à nível bioquímico que pode a vir a resultar em alteração estrutural; -Cada alteração bioquímica persistente ou importante em uma célula tem uma alteração estrutural (MORFOLÓGICA = histológica ou macroscópica) correspondente! ex. hipóxia e diminuição ou falta de atp; -mecanismos gerais da lesão incluem depleção de ATP (frequentemente causado por hipóxia), lesão de membrana (como resultado de inúmeras causas, incluindo radicais livres derivados de oxigênio), distúrbios do metabolismo celular e lesões genéticas; -as células diante de um agente agressor (físico, químico ou biológico) podem se defender, se essa resposta/defesa for eficiente a célula irá se adaptar/irá ocorrer adaptação, por exemplo a redução do metabolismo por falta de atp ; Porém se ela não conseguir se defender e for uma defesa ineficiente a célula irá sofrer uma lesão, e esta pode ser uma lesão reversível ou lesão irreversível; na lesão reversível a célula entra em degeneração celular (acúmulo ou deposição de substâncias no interior de células) podendo voltar ao normal se o agente agressor for retirado; célula consegue se adaptar ou se recuperar e, então, retornar à função normal ou próxima do normal; mas se o agente agressor persistir a célula pode vir a ter lesões irreversíveis que é a morte celular; OBS: as vezes a célula percebe que não aguenta a agressão e faz apoptose; -para uma lesão passar de reversível para irreversível, ou seja, ponto no qual as células transitam de uma lesão reversível para uma irreversível (ponto onde não há retorno ou ponto de não retorno) As lesões irreversíveis podem levar a célula a sofrer apoptose (morte celular programada) quando ela percebe que está produzindo algo de anormal ou necrose; resposta adaptativa pode consistir em um aumento do tamanho (hipertrofia) e atividade funcional das células, um aumento no número de células (hiperplasia), diminuição do tamanho e da atividade metabólica de células (atrofia), ou uma mudança no fenótipo das células (metaplasia). Se o estresse for eliminado, a célula pode retornar ao seu estado original sem ter sofrido qualquer dano consequências. ● Sistemas celulares mais vulneráveis: 1. Membrana celular : pois tem diversas funções, como permeabilidade seletiva de moléculas e íons e proteção; Alterações de permeabilidade e de pressão osmótica; quando rompe a célula morre; 2. Respiração aeróbica (Mitocôndria): quando para de funcionar ocorre diminuição de ATP e nesta situação a célula passa a realizar respiração anaeróbica por conta da falta de O2 para produzir energia, e neste processo ocorre a geração de ácido lático (glicólise anaeróbia) que resulta em excesso de íons H+ (prótons) que podem abaixar o pH no citoplasma; muitas agressões (p. ex., hipóxia e radicais livres) atuam sobre as mitocôndrias > Respostas a proteínas mal dobradas, hipóxia e radicais livres causam aumento do Ca ++ no citosol, o que induz a formação de poros de permeabilidade transitória nas mitocôndrias capazes de levar a morte celular; Esses poros não existem como estruturas funcionais na membrana mitocondrial, mas são ativados após agressões. ↓ATP, ↓pH, ↑Ca+2, ↑ atividade de enzimas líticas OBS: célula utiliza cotransportadores de íons com direções opostas para voltar ao ph alcalino normal : um transporta Cl – para fora e importa Na+ e HCO3 – e o outro exporta H+ e importa Na + (canal de troca Na+/H+); O HCO3 – é dissociado pela anidrase carbônica em CO2 e OH– ; este reage com H+ e forma H2O. 3. Síntese de proteínas (ribossomos): hipobiose (↓metabolismo) = ↓capacidade de adaptação; quando agredida a célula passa a produzir menos para tentar se adaptar, produzindo menos moléculas do que deveria, e isto pode levar à lesoes na célula; 4. Integridade genética (núcleo) : ↓ síntese de DNA; prejudica a síntese de proteínas (DNA); ● PATOGÊNESE FUNDAMENTAL DA LESÃO CELULAR -ou seja, quais os mecanismos que levam à uma lesão/agressão/injúria celular - depleção de adenosina trifosfato (ATP) > essa diminuição em células ativas como osteoblasto que é mais sensível pode causar sua necrose celular; ex. fluoracetato inibe enzimas da cadeia respiratória diminuindo a quantidade de atp; -permeabilização das membranas celulares ; - distúrbios no metabolismo celular/desequilíbriode vias bioquímicas, principalmente síntese protéica; -lesão ao DNA; -o metabolismo celular para funcionar fisiologicamente deve estar em equilíbrio nas reações de anabolismo (Síntese de proteínas, carboidratos, lipídeos, ácidos nucléicos) e catabolismo (Degradação de proteínas, carboidratos, lipídeos); ➢ Deficiência de ATP -hipóxia pode ser consequência de uma oxigenação inadequada do sangue como resultado de insuficiência cardíaca ou respiratória, perda ou redução da perfusão sanguínea (isquemia), redução no transporte de O2 no sangue (p. ex., anemia ou intoxicação por monóxido de carbono) e bloqueio das enzimas respiratórias celulares (intoxicação por cianeto). 1. Redução do fluxo sanguíneo → ↓oxigênio → ↓ATP daí a célula passa a fazer respiração anaeróbica que produz pouco atp e ácido lático que baixa o ph do citosol da célula; ex. isquemia (diminuição ou suspensão do fluxo sanguíneo em uma determinada parte do corpo ocasionada por obstrução arterial ou por vasoconstrição) causada por um trombo (quando o sangue coagula dentro do vaso sanguíneo de um animal vivo; causa obstrução do vaso; causa isquemia das células que eram irrigadas por esse vaso s.) leva à diminuição ou ausência de perfusão sanguínea em células de determinada parte do organismo, consequentemente não chega oxigênio para a célula e dessa forma acaba diminuindo a respiração aeróbica, pois necessita de O2 para ser realizada. E por conta disso a produção de atp diminui e consequentemente sua quantidade também e aumenta a quantidade de monofosfato de adenosina, que vai estimular as atividades das enzimas fosfofrutocinase e fosforilase, sendo a primeira responsável por realizar a respiração anaeróbica levando a uma taxa aumentada de glicólise anaeróbica, com o propósito de manter as fontes de energia da célula gerando ATP, e a segunda enzima é responsável por quebrar o glicogênio nas reservas de energia do fígado em glicose. Em consequência, as reservas de glicogênio acabam e por o atp ser utilizado como energia para diversas reações a célula acaba tendo prejuízos; essa diminuição de atp na célula: leva a célula a realizar respiração anaeróbica para conseguir atp, no entanto esta não produz muito atp e produz ácido lático que torna o ph do citosol celular ácido e ocorre diminui de glicogênio, pois a célula passa a usar as reservas de glicogênio para quebrá-lo e usar a glicose; a acidificação do ph do citosol causa condesação da cromatina nuclear, o que impossiblita a leitura do material genético (DNA) no processo de síntese protéica, e causa diminuição da atividade das enzimas do citosol >>> todas essas são alterações reversíveis; Mas se o agente agressor for persistente essa diminuição de ph do citosol pode levar a ruptura da membrana dos lisossomos e liberação e ativação das enzimas lisossômicas que irão fazer digestão enzimática das estruturas e organelas celulares (diminuição basofilia; alterações nucleares; digestão de proteínas) > esta já é uma lesão irreversível pois leva à morte celular; essa diminuição de atp também irá causar desprendimento dos ribossomos do retículo endoplasmático rugoso por conta do acúmulo de água nesse órgão (tumefação do RE), e por eles serem responsáveis pela síntese de proteínas vai ocorrer a diminuição dessa produção, levando ao depósito de lipídeos; essa diminuição de atp também irá diminuir a atividade da bomba de sódio responsável pelo controle do fluxo de sódio e potássio contra o seu gradiente de concentração através da membrana plasmática, sendo dependente da energia liberada pela quebra de atp para funcionar, dessa forma irá ocorrer influxo de sódio e cálcio para dentro da célula (ou seja, para onde elas estão menos concentradas, ao contrario do fisiológico que estão em maior quantidade no meio extracelular), consequentemente dentro da célula irá ficar mais concentrado por isso irá ocorrer também influxo de H20 para dentro da célula. E irá ocorre eflux o de potássio; Essa entrada de água causa tumefação celular; O Ca2+ citosólico aumentado ativa várias enzimas com efeitos potencialmente deletérios sobre as células > fosfolipases (que causam danos à membrana), proteases (que quebram tanto proteínas da membrana quanto do citoesqueleto), endonucleases (que são responsáveis para fragmentação de DNA e cromatina) e ATPases (acelerando assim a depleção de ATP) e causa acúmulo de Ca2+ nas mitocôndrias resultando em abertura de poros de transição de permeabilidade mitocondrial que causa falha na geração de ATP; 2. Inibição de enzimas da cadeia respiratória → ↓ATP 3. Impedimento do acoplamento da oxidação com o processo de fosforilação do ADP → ↓ATP 4. ↑ as exigências de ATP sem ↑ proporcional do fornecimento de oxigênio lesão celular é reversível até um ponto, mas se o estímulo prejudicial for persistente ou grave, a célula sofre lesão irreversível e, finalmente, sofre Morte celular. ● Fatores que influenciam o tipo de resposta 1. -Tipo de célula afetada (células lábeis x permanentes) 2. -Tipo de agente patogênico (vírus lítico x vírus lisogênico) 3. -Intensidade da agressão (subletal x letal) 4. Duração da agressão (agudo x crônico) ● Degeneração celular -são lesões reversíveis resultantes de alterações bioquímicas que resultam no acúmulo (normal) ou deposição (anormal) de substâncias no interior de células (meio intracelular); -primeira alteração é aumento de tamanho; ➢ TIPOS de degeneração celular: 1. HIDRÓPICA : acúmulo de água e eletrólitos ; 2. HIALINA : acúmulo de proteínas ; 3. DEGENERAÇÃO LIPÍDICA : acúmulo de lipídeos ; 4. GLICOGENOSES : acúmulo de carboidratos; ★ DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA -acúmulo de água e eletrólitos; - aumento do tamanho celular (tumefação celular) a partir de uma sobrecarga de água, causada pela falência da célula em manter sua homeostasia normal e regular a entrada e saída de água ( distúrbio hidroeletrolítico); - mecanismos responsáveis envolvem: lesão das membranas celulares , insuficiência na produção de energia celular ou lesão das enzimas que regulam os canais iônicos das membranas . -tumefação celular ocorre em resposta à perda da homeostase celular secundária a lesões mecânicas, por hipóxia, tóxicas, por radicais livres, virais, bacterianas e imunomediadas ; - alterações funcionais e morfológicas começam com o influxo aumentado de água e evoluem com a desintegração difusa de organelas e proteínas citoplasmáticas. -órgãos compostos porcélulas tumefeitas apresentam-se intumescidos. - órgãos com tumefação são maiores (tumefação celular) e mais pesados que o normal e com coloração pálida . -O parênquima de órgãos tumefeitos, como rins e fígado, pode apresentar uma pequena protrusão por debaixo da cápsula quando incisado. -essa diminuição de atp também irá causar desprendimento dos ribossomos do retículo endoplasmático rugoso, e por eles serem responsáveis pela síntese de proteínas vai ocorrer a diminuição dessa produção, levando ao depósito de lipídeos; essa diminuição de atp também irá diminuir a atividade da bomba de sódio responsável pelo controle do fluxo de sódio e potássio contra o seu gradiente de concentração através da membrana plasmática, sendo dependente da energia liberada pela quebra de atp para funcionar, dessa forma irá ocorrer influxo de sódio e cálcio para dentro da célula (ou seja, para onde elas estão menos concentradas, ao contrario do fisiológico que estão em maior quantidade no meio extracelular), consequentemente dentro da célula irá ficar mais concentrado por isso irá ocorrer também influxo de H20 para dentro da célula. E irá ocorre efluxo de potássio; Essa entrada de água causa tumefação celular; O Ca2+ citosólico aumentado ativa várias enzimas com efeitos potencialmente deletérios sobre as células > fosfolipases (que causam danos à membrana), proteases (que quebram tanto proteínas da membrana quanto do citoesqueleto), endonucleases (que são responsáveis para fragmentação de DNA e cromatina) e ATPases (acelerando assim a depleção de ATP) e causa acúmulo de Ca2+ nas mitocôndrias resultando em abertura de poros de transição de permeabilidade mitocondrial que causa falha na geração de ATP; - essa diminuição de atp também irá causar desprendimento dos ribossomos do retículo endoplasmático rugoso por conta do acúmulo de água nesse órgão (tumefação do RE), e por eles serem responsáveis pela síntese de proteínas vai ocorrer a diminuição dessa produção, levando ao depósito de lipídeos; -o fígado aparece pálido porque ele aumenta de tamanho comprimindo os sinusóides que são os capilares responsáveis por transportar o sangue pelo órgão até a veia central, consequentemente diminui a perfusão sanguínea do fígado levando à coloração pálida; e o fígado é o primeiro órgão a entrar em degeneração hidrópica; na coloração normal os citoplasmas das células fica mais rosada por conta que tem mais proteínas. Quando a célula está intumescida o citoplasma da célula fica mais claro por conta da pouca quantidade de proteínas resultado da diminuição da síntese protéica. E o corante hematoxilina e eosina não cora água. OBS: DIFERENCIAR SE É DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA OU LIPÍDICA, POIS A HE NÃO CORA LIPÍDEO TAMBÉM. OS SINUSÓIDES TRAZEM SANGUE DA TRÍADE PORTAL (RAMO DA VEIA PORTA HEPÁTICA, RAMO DO DUCTO BILIAR, RAMO DA ARTÉRA HEPÁTICA) LEVANDO ESSE SANGUE RICO EM NUTRIENTES E OXIGÊNIO ATÉ A VEIA CENTRAL, ONDE ESTA IRÁ LEVAR O SANGUE PARA A VEIA HEPÁTICA QUE VAI PARA VEIA CAVA CAUDAL. ENTÃO OS HEPATÓCITOS QUE ESTÃO MAIS PRÓXIMOS DA VEIA PORTA RECEBEM MENOS O2 E NUTRIENTES DO QUE OS QUE ESTÃO MAIS PERTO DA TRÍADE PORTAL. DESSA FORMA, QUANDO O ANIMAL TEM ANEMIA POR EXEMPLO AS PRIMEIRAS ALTERAÇÕES VIZUALIZADAS SÃO NOS HEPATÓCITOS DA REGIÃO CENTROLOBULAR. -causa viral: exemplo a febre aftosa, que é uma doença vesicular, ou seja, leva a formação de vesículas no animal (bovino princ.); raios solares, calor, uso de sapato fechado também causam degeneração hidrópica pois levam a formação de vesículas (bolhas cheia de conteúdo líquido da célula); quando essa membrana rompe aí é alteração irreversível. No órgão durante a necrópsia a gente chama de lesão vesicular quando não está rompida e lesão ulcerativa quando está rompida. ★ DEGENERAÇÃO LIPÍDICA -acúmulo de gordura/lipídeos no meio intracelular; -quando ocorre no fígado pode ser chamada de esteatose ou lipidose; -ocorre predominantemente no fígado, mas pode acometer outros órgãos também; -todas as principais classes de lipídeos podem se acumular: fosfolipídeos, triglicerídeos, colesterol/ésteres de colesterol; -esteatose leve pode não ser detectável, mas fígados com lipidose perceptível estão aumentados, amarelados (isso é determinado pelo tipo de lipídeo acumulado), macios, pode estar friáveis, e os bordos dos lobos são arredondados e largos em vez de afilados/cortantes e planos; fica untuoso ao corte; -Quando incisados, a superfície de corte dos fígados severamente comprometidos pode sofrer protusão, e o parênquima hepático é macio, friável e apresenta textura untuosa devido ao lipídio dentro dos hepatócitos. 1. ESTEATOSE: acúmulo de gorduras neutras (+ triglicerídeos ); (+) em fígado, epitélio tubulares renais e miocárdio. 2. LIPIDOSE: acúmulo de outros lipídeos, exceto triglicerídeos; (localizada e sistêmica - aterosclerose ); processo fisiológico as lipoproteínas vão sendo empurradas pelo citoesqueleto até a membrana plasmática e por essas ptns terem natureza lipídica elas se fundem com a membrana plasmática e são transportadas para o meio extracelular. a carência de atp primeiramente leva a uma degeneração hidrópica. a deficiência de proteína (hipoproteinemia) geralmente é por conta de deficiência nutricional -lipidose hepática aparece mais comumente em condições que causam aumento da mobilização dos estoques de gordura corporal > normalmente ocorrem quando há demanda aumentada de energia durante um período curto, como na fase final da gravidez e no início da lactação em vacas leiteiras (respectivamente, toxemia da gestação e cetose). A lipidose hepática também é observada em desequilíbrios nutricionais, como obesidade (transporte aumentado de lipídios da dieta ou mobilização do tecido adiposo), deficiência de proteínas e calorias na dieta (síntese prejudicada de apolipoproteínas) e inanição (mobilização aumentada de triglicerídeos), mas também ocorre secundariamente em doenças hereditárias genéticas, como na doença de Wilson, e em doenças endócrinas, como o diabetes melito (mobilização aumentada de triglicerídeos). O envenenamento por produtos químicos, como CCl4 (usado nas aplicações industriais) e o fósforo amarelo (usado na produção de munições incendiárias e na fabricação de palitos de fósforos), também induz a lipidose hepática através da diminuição da oxidação de ácidos graxos livres; -Inicialmente, há poucos vacúolos pequenos e claros que aumentam de tamanho e em número e, eventualmente, podem coalescer e formar vacúolos grandes. Esses vacúolos apresentam bordos nitidamentedelineados; ★ GLICOGENOSES - acúmulo de glicogênio; -Quantidades variáveis de glicogênio são normalmente armazenadas nos hepatócitos e miócitos (a quantidade no fígado depende do intervalo de tempo entre a última refeição do paciente e o momento de coleta da amostra); -hepatócitos de animais desnutridos são normalmente desprovidos de glicogênio. - Quantidades excessivas de glicogênio estão presentes em animais nos quais o metabolismo de glicose ou glicogênio é anormal, como na diabetes melito, em distúrbios genéticos, como doenças de armazenamento de glicogênio (tipos Ia e III), e em animais que receberam quantidades excessivas de corticosteroides > pois o corticóide induz a formação de glicose a partir de aminoácidos o que leva ao acúmulo de glicose no sangue (gliconeogenese) e causa resistência à insulina nos tecidos, impedindo a insulina de transportar a glicose para os tecidos, o resultado é uma hiperglicemia, daí o fígado vai pegar essas glicoses e armazenar na forma de glicogênio > glicogenoses . -Grande quantidade de glicogênio pode ser encontrada no fígado de animais jovens em crescimento, naqueles que estão bem nutridos e são alimentados com rações comerciais. -No diabetes, o glicogênio é encontrado não só nos hepatócitos, mas também nas células epiteliais dos túbulos renais proximais e nos linfócitos B das ilhotas de Langerhans. -Os hepatócitos são altamente permeáveis à glicose, e a hiperglicemia leva à concentração aumentada de glicogênio nessas células. - no diabetes, grande quantidade de glicose passa para o filtrado glomerular, excedendo-se a capacidade de reabsorção das células epiteliais dos túbulos renais. Essas células, quando sobrecarregadas por glicose, convertem-na em glicogênio, que se acumula intracelularmente causando glicogenoses > isso é uma da principal explicação do porque diabetes melittus causa alteração renal; -Macroscopicamente, os depósitos fisiológicos de glicogênio não podem ser detectados, mas na hepatopatia induzida por esteroides, onde grande quantidade de glicogênio é armazenada, o fígado pode ficar aumentado e pálido; -diabetes mellitus é o principal exemplo; Nesta doença, o glicogênio é encontrado em células epiteliais tubulares renais, bem como dentro das células do fígado, células das ilhotas de Langerhans dentro do pâncreas, e células do músculo cardíaco . -defeitos enzimáticos na síntese ou quebra de glicogênio (glicogênio anormal) resultam em acúmulo maciço, causando lesão celular e morte celular anormal ★ DEGENERAÇÃO HIALINA -hialina por conta da cor da proteína quando vista na microscopia; -Consiste no acúmulo de material proteico e acidófilo no interior de células ; -Em alguns casos, a degeneração resulta da condensação de filamentos intermediários e proteínas associadas que formam corpúsculos no interior das células (patogênese 1); -em outros, representa acúmulo de material de origem viral (patogênese 2); -outras vezes, o material hialino depositado é constituído por proteínas endocitadas. O corpúsculo hialino de Mallory-Denk, encontrado tipicamente em hepatócitos de alcoólatras crônicos, é formado por filamentos intermediários (ceratina) associados a outras proteínas do citoesqueleto, razão pela qual ao ME apresenta aspecto filamentoso em algumas áreas e amorfo em outras. Além do alcoolismo, é visto também no carcinoma hepatocelular. Os corpúsculos de Mallory-Denk formam-se por ação de radicais livres sobre proteínas do citoesqueleto, os quais induzem peroxidação e facilitam a formação de ligações transversais entre as cadeias polipeptídicas, resultando emaglomerados que se precipitam. -degeneração hialina de fibras musculares esqueléticas e cardíacas resulta de endotoxinas bacterianas e de agressão por linfócitos T e macrófagos (p. ex., miocardite e miosite chagásicas). Admite-se que o aspecto hialino (acidófilo e homogêneo) seja por desintegração de microfilamentos, o que parece estar relacionado com a ação de IL-1 e TNF-α em células musculares, nas quais induzem grande atividade catabólica (ativação de proteassomos do citosol e outras proteases intracelulares). -A degeneração hialina segmentar de miocélulas é compatível com reabsorção e reestruturação dos sarcômeros, mas, se muito extensa, leva a célula à morte (necrose hialina). -patôgenese: pode ser por dois mecanismos 1. Coagulação focal de proteínas (ex. filamentos citoplasmáticos de natureza protéica) - é uma coagulação de proteínas da mesma célula; essas proteínas irão se precipitar por conta que a célula não consegue digerir/quebrar essas proteínas daí ocorre o acúmulo delas e precipitam; ex. O acúmulo excessivo de imunoglobulinas em plasmócitos forma estruturas intracitoplasmáticas conhecidas como corpúsculos de Russell , os quais são frequentes em algumas inflamações agudas (p. ex., salmoneloses) ou crônicas (especialmente leishmaniose tegumentar e osteomielites); Em indivíduos com proteinúria, encontra-se degeneração hialina no epitélio tubular renal por endocitose excessiva de proteínas. 2. Penetração no citoplasma de proteínas complexas, com precipitação ou coagulação das mesmas - essas ptns complexas são resistentes à degradação proteolítica; quando essa proteína entra na célula, as enzimas vão tentar quebrar ela, no entanto ela é resistente a essa degradação, daí a enzima não consegue quebrar e ela vai acumular dentro do citoplasma e precipitar, podendo formar coagulação; ex. encefalopatia espangiforme bovina (doença da vaca louca) > é uma doença caracterizada pela presença de vacúolos microscópicos e pela deposição de proteína amilóide (“prion”) na substância cinzenta do cérebro; causada por uma proteína infectante, que são partículas proteináceas infectantes que não possuem material genético (DNA, RNA), multiplicam-se rapidamente e são capazes de converter moléculas de proteína em substâncias perigosas, simplesmente alterando sua estrutura espacial > tem estrutura beta-pregueada e a célula só consegue quebrar as proteínas de estrutura norma - alfa-hélice. Dessa forma, o príon consegue transformar uma proteína normal em uma proteína resistente, pela mudança de alfa-hélice para beta-pregueada; daí ela se torna resistente a degradaçao proteolítica, ficando no citoplasma e se multiplicando ali. (essa mudança pra beta-pregueada pode acontecer com qualquer proteína e quando acontece a célula não consegue quebrar); Essas proteínas resistentes conseguem acessar/entrar o/no cérebro/encéfalo do animal e induzir alterações em outras proteínas normais mudando a estrutura das proteínas do encéfalopara beta-pregueada; um neurônio normal não tem vacúolo citoplasmático e na EEB há vacuolização e degeneração neuronal vacuolar (BSE) -encontra-se gotículas eosinofílicas arredondadas, vacúolos, e agregados nas células; pode acontecer dessas proteínas complexas sofrerem ação de enzimas e estas gerarem produtos solúveis que atravessam a membrana facilmente, se acumulando em outras células as vezes a célula pode ingerir materias exógenos que são indigeríveis acumulando dentro do citopasma. -em outros casos os vírus entram na célula multiplicam-se e sofrem ação de enzimas podendo gerar vírus viáveis e não viáveis, os inviáveis podem se acumular no citoplasma formando corpúsculos de inclusão viral (aglomerado de proteínas); fica nessa cor rosinha porque as proteínas tem afinidade pelo corante HE. Sendo que a eosina dá essa cor rosa para estruturas ácidas. ● Morte celular -quando um agente lesivo causa uma lesão irreversível na célula, passando do ponto de não retorno; -morte celular após lesão celular irreversível por hipóxia, isquemia e lesão direta da membrana celular. -Fatores importantes: natureza do agente agressor, intensidade da agressão (quando é intensa a chance de causar lesão irreversível é maior) , duração da agressão (aguda ou crônica - esta aumenta a possibilidade de lesão irreversível; quanto maior o tempo de agressão maior a chance de lesão irreversível) , capacidade de reação/adaptação/regeneração da célula agredida (células lábeis tem maior capacidade de reagir contra a agressão). -Tipos de morte celular: 1. necrose 2. apoptose ➢ DIFERENCIAÇÃO ENTRE MORTE CELULAR E AUTÓLISE (ALTERAÇÃO POST MORTEM) -Morte celular pode ocorrer de duas formas: 1. necrose - nesse caso, vem algo externo a célula e causa lesões irreversíveis que levam à ruptura de membrana o que leva a saída de organelas e moléculas, e consequentemente levam a sua morte celular, gerando inflamação ao redor da célula em necrose; é uma morte celular coletiva, ou seja, geralmente envolve a morte de um grupo de células; pode ser seguida ou não de fenômeno de autólise; é a morte celular no organismo vivo, seguida de fenômenos de autólise Quando a agressão é suficiente para interromper as funções vitais (cessam a produção de energia e as sínteses celulares), os lisossomos perdem a capacidade de conter as hidrolases no seu interior e estas saem para o citosol, são ativadas pela alta concentração de Ca ++ no citoplasma e iniciam a autólise. Os lisossomos contêm hidrolases ( proteases, lipases, glicosidases, ribonucleases e desoxirribonucleases ) capazes de digerir todos os substratos celulares. Após necrose são liberadas alarminas (HMGB1, uratos, fosfatos), que são reconhecidas em receptores celulares e desencadeiam uma reação inflamatória. o cálcio livre no citosol ativa fosfolipase endógena ligada à membrana (fosfolipase A) que passam a quebrar os fosfolipídios normais da membrana interna da mitocôndria e outras membranas celulares, já que o fosfolipídeo é constituinte de todas as membranas celulares, levando a ruptura de membrana junto com as enzimas liberadas pelo lisossomo; A ativação de fosfolipases também gera ácido araquidônico, o substrato para muitos mediadores lipídicos da inflamação; Ca2+ também ativa proteases que resultam em danos no citoesqueleto e na membrana, trifosfatases de adenosina (ATPases) que aceleram a depleção de ATP e endonucleases que resultam na degradação da cromatina; ex. apoptose de linfócitos T após a sua ativação, sendo este caso a morte celular faz parte do processo fisiológico de eliminação da célula após cumprir seu papel fisiológico ; 2. apoptose - nesse caso, é algo individual, é uma morte celular programada; a célula entende que por exemplo está produzindo algo em excesso ou que não irá suportar a agressão, então em decorrência disso a célula irá se preparar para romper, fortalecendo a sua membrana celular para não ocorrer extravasamento de enzimas e outras moléculas que possam afetar outras células e atrair o sistema imune e para começar a digerir seus componentes; morte celular programada: a célula é estimulada a acionar mecanismos que culminam com sua morte, sem sofrer autólise. -Autólise : alterações que ocorrem por conta da digestão feita por enzimas lisossômicas após a morte do animal; pois as células começam a morrer por falta de ATP e libera essas enzimas; degradação enzimática dos componentes celulares por enzimas liberadas pelos lisossomos da própria célula após a morte celular ou somática; ➢ Alterações celulares durante o processo de morte celular - Picnose >> a condensação da cromatina /dna é a primeira alteração; núcleo se encontra diminuído e condensado (basófilico) por conta da diminuição do ph citosólico que levam à condensação da cromatina; -Cariorrexe >> núcleo se encontra fragmentado por conta da ação de endonucleases liberadas e atividada pelos lisossomos e endonucleases ativadas pelo Ca2 +; -Cariólise >> núcleo foi totalmente fragmentado; núcleo some; na microscopia não se visualiza núcleo na célula; OBS: diferente da autólise que você visualiza várias células sem núcleo e iguais, na necrose você várias células com núcleos em fases diferentes do processo de morte celular; OBS: a diferença do núcleo em picnose pra célula com corpusculos de inclusão é que na picnose o núcleo é bem menor e escuro; No corpúsculos de inclusão o núcleo está aumentado e o citoplasma é granular (mais claro) e não escuro. ★ NECROSE -agentes agressores produzem necrose por: redução de energia, por obstrução vascular (isquemia, anóxia) ou por inibição dos processos respiratórios da célula; geração de radicais livres; ação direta sobre enzimas, inibindo processos vitais da célula (p. ex., agentes químicos e toxinas); agressão direta à membrana citoplasmática, criando canais hidrofílicos pelos quais a célula perde eletrólitos e morre (como ocorre na ativação do complemento). -Tipos de necrose (4 ): ● Necrose por coagulação ou isquêmica ● Necrose caseosa ● Necrose por coliquação ou liquefação ● Necrose oncótica ➔ NECROSE POR COAGULAÇÃO OU ISQUÊMICA -principal causa desse tipo é a isquemia por isso também é chamada isquêmica; -Macroscopia: área atingida é esbranquiçada e salienta-se na superfície do órgão ; geralmente essa região necrótica é circundada por um halo avermelhado ( hiperemia que tenta compensar a isquemia ocorrida e pela inflamação que ocorre pela atração de neutrófilos por contadas alarminas ); -Microscopia: alterações nucleares, especialmente cariólise, as células necrosadas apresentam citoplasma com aspecto de substância coagulada (citoplasma torna-se acidófilo e granuloso, gelificado); -No início, os contornos celulares são nítidos, sendo possível identificar a arquitetura do tecido necrosado; mais tarde, toda a arquitetura tecidual fica perdida. -citoplasma é homogêneo e a eosinofilia ocorre em decorrência da coagulação das proteínas celulares, pois quando ocorre a falta de sangue a célula entra em necrose e as proteínas coagulam, por conta que as proteínas tem função estrutural a forma da célula é mantida mas depois com o tempo ocorre ruptura de membrana e digestão dos componentes celulares; - infarto é a necrose que aconteceu em decorrência da isquemia, ou seja, é uma necrose de coagulação; em animais é comum nos rins; há áreas de infarto; ex. um infarto que acontece no coração de uma pessoa como resultado de bloqueio das artérias coronárias devido à presença de placa aterosclerótica é uma área de necrose de coagulação decorrente da perda repentina de suprimento sanguíneo na região. OBS: infarto com área vermelha ao invés de área esbranquiçada é infarto hemorrágico; ➔ NECROSE POR LIQUEFAÇÃO OU POR COLIQUAÇÃO -a região necrosada adquire consistência mole, semifluida ou liquefeita. -a isquemia pode levar a anóxia; - comum após anóxia no tecido nervoso, na suprarrenal ou na mucosa gástrica . -causada pela liberação de grande quantidade de enzimas lisossômicas quando ocorre a ruptura de membrana celular. - Em inflamações purulentas , também há necrose por liquefação do tecido inflamado, produzida pela ação de enzimas lisossômicas liberadas por leucócitos exsudados, ou seja, também pode ocorrer necrose por liquefaçao quando tem inflamação purulenta pois nesse pus tem grande quantidade de neutrófilos e estes possuem e liberam muitas enzimas digestivas que podem digerir os componentes das células. -O tecido nervoso por anóxia gera rompimento das membranas celulares e a mucosa gástrica e adrenal possuem naturalmente mais enzimas digestivas daí quando ocorre necrose delas libera muitas enzimas que irão afetar outras células; -Com a perda de astrócitos e devido à usual escassa quantidade de tecido conjuntivo fibroso no SNC, pouco permanece para sustentar o tecido ou preencher o espaço morto. O resultado é uma cavidade preenchida com debris lipídicos e líquido. Os debris dessas áreas císticas são retirados por macrófagos que se tornam células gitter > visualiza-se espaços/buracos no SNC; -Macro: a região necrosada é mole, semifluida . -ÓRGÃO FICA PARECENDO UM CALDO; - acontece esse tipo de necrose também quando o animal aspira vomito que tem ph muito ácido causando necrose das células. - Malácia >> é o termo usado para se referir a necrose por liquefação em tecidos específicos como o tecido nervoso, ósseo ou cartilaginoso; polioencefalomalácia (necrose por liquefação da substância cinzenta do encéfalo) leucoencefalomalácia (necrose por liquefação da substância branca do encéfalo) > parede fica delgada; osteomalácia, condromalácia . OBS: No pug há um processo que leva a necrose por liquefação > chamada Meningoencefalite necrosante do pug; NME (meningoencefalite necrosante) foi identificada em raças de pequeno porte como pug, yorkshire terrier, maltês, chihuahua, papillon, coton de tulears, griffon de Bruxelas, shih-tzu e pequinês; ➔ NECROSE CASEOSA OU CASEIFICAÇÃO -conversão das células mortas em uma massa granulosa grosseira friável semelhante ao queijo cottage; -parece massa de queijo; - causa clássica dessa lesão é a tuberculose > A bactéria Mycobacterium, também causam esse tipo de lesão em ovinos; pois ela entra nas células do animal daí o macrófago vai tentar fagocitar esse parasita intracelular, mas ela consegue sobreviver dentro do macrófago e levar a ruptura do macrófago daí surgem outros macrófagos para tentar debelar a infecção e acabam sendo mortos também, esse processo continua formando uma massa de células necróticas, pois os macrofagos liberam enzimas que digerem as outras células ao redor da célula afetada pelo mycobacterium levando a necrose delas; forma uma massa de macrófagos mortos + células necróticas > daí alguns macróagos se fundem com outros para tentar formar uma célula maior para tentar digerir essa massa necrótica; aí com o tempo o organismo entende que nao irá conseguir debelar a infecção daí ele gera uma cápsula fibrosa por meio do envio de fibroblastos ao local que produzem colágeno ao redor dessa massa necrótica para isolar a infecção formando granuloma. -Associada a mecanismos imunológicos envolvendo macrófagos e linfócitos T; -Macroscopia: massa de queijo (ex.: tuberculose). -Microscopia de GRANULOMA TÍPICO : necrose caseosa, mineralização, infiltrado mononuclear, macrófagos epitelióides, células gigantes multinucleadas. ➔ Necrose de gordura -ocorre em gatos no pâncreas. -refere-se à destruição da gordura da cavidade abdominal e normalmente da gordura adjacente ao pâncreas devido à ação de lipases pancreáticas ativadas no líquido pancreático, que escaparam dos ductos do pâncreas -Macroscopia: a gordura afetada fica com aspecto esbranquiçado, firme e gredoso. -Histologicamente: os solventes de lipídios usados nas preparações de cortes histológicos emblocados em parafina não removem a gordura necrótica; Os adipócitos necrosados são eosinofílicos, mas tornam-se basofílicos, caso os ácidos graxos livres reajam com Ca para formar um sabão (saponificação da gordura). ● Formas de evolução de necrose -regeneração -cicatrização -encistamento -gangrena ➢ GANGRENA 1. Gangrena seca - ocorre por desidratação na parte mais distal de uma extremidade (membro), cauda, orelhas, úbere do animal; pode ser causada pela ingestão de toxinas (intoxicação por ergot e por festuca) ou pelo frio (lesão por congelamento); O ergot produz intensa vasoconstrição arteriolar periférica e danifica os capilares, levando à trombose e ao infarto; A intoxicação de bovinos por festuca (uma gramínea do gênero Poaceae) tem patogênese e lesões similares; A exposição a temperaturas muito frias também pode causar gangrena seca (lesão por frio); patogênese envolve o congelamento e a ruptura de células pela formação de cristais de gelo intracelular e extracelular, e a lesão de vasos sanguíneos leva à isquemia e ao infarto caracterizado pela necrose de coagulação ; Na gangrena seca, depoisda necrose há depleção de água nos tecidos, por exemplo, pela baixa umidade, e essa desidratação resulta em mumificação. Não há proliferação de bactérias, pois os tecidos secos não fornecem um ambiente favorável para sua proliferação e disseminação. Macroscopicamente, o tecido fica retraído, seco e de coloração amarronzada a enegrecida , sendo que as partes afetadas podem se desprender; orgao tem aparencia seca por conta da falta de sangue e desidratação. 2. Gangrena úmida - caracterizada por uma área de tecido necrótico (normalmente necrose de coagulação), que é degradada posteriormente pela ação liquefativa de bactérias saprófitas (definidas como organismos que vivem em matéria orgânica morta), as quais normalmente causam putrefação (definida como a decomposição de matéria orgânica por micro- organismos); ocorre pela contaminação e proliferação de anaeróbicos produtores de enzimas (trato digestivo, pulmões, pele); 3. Gangrena gasosa - na veterinária ela ocorre geralmente por Clostridium; proliferação bacteriana que produz toxinas no tecido necrótico, mas nesse caso as bactérias são anaeróbicas, normalmente micro-organismos como Clostridium perfringens e Clostridium septicum; o tecido necrótico proporciona um ambiente anaeróbico para o crescimento de clostrídios. Macroscopicamente: tecidos afetados apresentam coloração avermelhada escura a enegrecida, com presença de bolhas de gás e exsudato líquido que pode conter sangue . Microscopicamente: lesões caracterizadas por necrose de coagulação dos músculos, presença de exsudato serossanguinolento e formação de bolhas de gás. ★ APOPTOSE -algo individual; -a célula é estimulada a ativar os mecanismos de apoptose/morte autoinduzida; -morte celular individual, em que há início do processo de morte celular autoinduzida, -ocorre em uma variedade de circunstâncias patológicas, incluindo doenças virais, como febre amarela, nos humanos, involução glandular devido a bloqueio de ductos, alterações imunológicas por linfócitos T e como um componente de lesão causada por hipóxia e por algumas substâncias químicas e drogas; ➔ Mecanismos da Apoptose ou patogênese -divididos em: 1. Via extrínseca da apoptose (ativada por meio de receptores de morte) - inicia-se através da interação dos receptores de morte (TNF alfa) e as proteínas Fas da superfície celular em uma diversidade de células; Quando ocorre a ligação cruzada da Fas com seu ligante, a FasL permite que uma proteína chamada FADD (domínio de morte associado à Fas). O FADD adere aos receptores de morte e liga-se a uma forma inativa da caspase-8 (em humanos, caspase-10), novamente através de um domínio de morte. Desta forma, várias moléculas de pró-caspase-8 são trazidas para a proximidade e clivam-se para produzir caspase-8 ativa . Então, essa enzima dispara uma cascata de ativação de caspases através de clivagens e, dessa forma, ativa outras pró-caspases, e as enzimas ativas medeiam a fase de execução da apoptose ; Essa via pode ser inibida por uma proteína chamada FLIP, que se liga à pró-caspase-8, mas não pode clivar e ativar a enzima, pois falta a ela atividade enzimática. Alguns vírus e células normais produzem FLIP e usam essa inibição para proteger células infectadas e normais da apoptose mediada pela Fas . 2. Via intrínseca da apoptose - resultado do aumento da permeabilidade mitocondrial e da liberação de moléculas pró-apoptóticas (bax e bak) para o interior do citoplasma, sem função para os receptores de morte; essência da via intrínseca é um equilíbrio entre moléculas pró-apoptóticas e protetoras que regulam a permeabilidade mitocondrial e a liberação dos indutores da morte, que normalmente estão indisponíveis dentro das mitocôndrias. -a patogênese da apoptose envolve 2 mecanismos principais. Um deles envolve o aumento da permeabilidade da membrana mitocondrial por conta do aumento da quantidade das enzimas pró-apoptóticas Bax, bak e bim em relação às enzimas anti-apoptóticas chamadas de Bcl-2 e Bcl-x, por conseguinte, esse aumento da permeabilidade permite a saída de enzimas que possuem a capacidade de ativar as enzimas caspases ativadoras que irao ativar as caspases efetuadoras da apoptose dando início ao processo apoptótico. O segundo mecanismo ocorre pela ligação da molécula chamada FasL responsável por ativar os receptores de morte que induzem a apoptose, quando essa moléculas se liga ao receptor Fas, permite a ligação de uma proteína chamada FADD à Fas, posteriormente outra enzima se liga a FADD que é a caspase-8 inativa que vai ser ativada e vai ativar uma cascata de caspases ativadoras que irao ativar capase efetuadoras iniciando o processo de apoptose.