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TRABALHO FINAL Relatório Discentes: Júlia Beraldi Volpato Bahia Silva, Ana Rita Cabral, Emylle Costa de França Docente: Raone Pedro da Silva Etapa: 5ª Data de entrega: 13/06/2022 Sarampo O Sarampo é uma das principais responsáveis pela mortalidade infantil em menores de 5 anos, sobretudo desnutridas, e havia sido declarado erradicado do Brasil em 2016. Entretanto, com a baixa da cobertura vacinal infantil e a alta taxa de imigração, essencialmente dos venezuelanos, trouxe de volta os casos de sarampo ao Brasil. A patologia consiste, no entanto, em uma doença sazonal – final do inverno/início da primavera - infectocontagiosa aguda, causada pelo vírus Mobilivirus da família Paramyxoviridae, potencialmente grave e altamente transmissível. O vírus tem como reservatório único o homem e sua transmissão ocorre de forma direta, por meio das secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir/espirrar/falar/respirar da pessoa infectada, assim como através da dispersão de aerossóis com partículas virais no ar. O vírus apresenta um período de incubação que pode variar de 7 a 21 dias, ou seja, o período entre a exposição ao patógeno e a aparição do exantema. Esse processo ocorre devido a viremia provocar uma vasculite generalizada, responsável pelo aparecimento das diversas manifestações clínicas, ser suscetível a resposta do sistema imune do hospedeiro justificando a diversidade de tempo de cada indivíduo. Contudo, o período de transmissibilidade não é contínuo, caracterizando-se nos 6 dias que antecedem ao exantema e dura até 4 dias após seu aparecimento, sendo a maior taxa de transmissibilidade os 2 dias antes e 2 dias depois ao início do exantema. É importante ressaltar que, de um modo geral, todas as pessoas são suscetíveis ao vírus do sarampo. Posto isso, é importante que a população fique sempre atenta às manifestações clínicas do sarampo, que são elas: Febre alta (>38,5°C), seguidas de 3 a 5 dias de exantema maculopapular mobiliforme de progressão crânio-caudal (tendo início atras da orelha/linha do cabelo, de distribuição centrípeta, atingindo a região palmo-plantar), tosse seca, coriza, conjuntivite não purulenta e manchas de Koplik (manchas azul-esbranquiçadas na parte interna das bochechas – sinal patognômico), fotofobia também pode estar presente A melhora do dar-se-á de 3 a 4 dias após o início do exantema, quando a febre começa a diminuir, as lesões tendem a ficar escurecidos e descamar levemente (furfurácea). Tais sinais e sintomas são ainda divididos em: Período de infecção – dura cerca de 7 dias e se inicia com o período prodrômico; Período toxêmico – suscetibilidade às complicações devido o comprometimento do sistema imune; Período de remissão – fase em que os sintomas regridem. Se a febre persistir por mais de 3 dias, após o aparecimento do exantema, caracteriza-se um sinal de alerta para as complicações como infecções respiratórias, otites, doenças diarreicas e neurológicas, podendo ser necessária a internação. A possibilidade de agravo é maior para lactentes, crianças desnutridas e imunocomprometidos. No Brasil, todos os casos suspeitos (aqueles que apresentam febre e exantema maculopapular morbiliforme de direção cefalocaudal, acompanhados de tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite, independentemente da idade e situação vacinal) de sarampo devem ser notificados e submetidos ao exame sorológico, realizado por meio da detecção de anticorpos IgM específicos e soroconversão ou aumento dos anticorpos IgG, pela técnica de ensaio imunoenzimático (ELISA), o qual deve ser realizado na fase aguda da doença, nas primeiras 4 semanas após o aparecimento das erupções de pele. Lactentes, cujas mães já tiveram sarampo ou foram vacinadas, podem ter imunidade passiva conferida por anticorpos transmitidos pela via transplacentária que pode perdurar até o final do 1o ano de vida, fato esse que pode gerar interferência na sorológica. Os casos suspeitos de sarampo estão sujeitos a dúvidas diagnósticas, devido a dificuldade com os diagnósticos diferenciais, tendo como principais a Rubéola, arboviroses, exantema súbito (herpes vírus 6), eritema infeccioso (parvovírus B19), enteroviroses e riquetsiose. Não existe tratamento específico para sarampo. Porém, estudos vêm mostrando a eficácia do uso de palmitato de retinol para evitar complicações, ademais devem ser feitos apenas tratamentos sintomatológicos. O surto é estabelecido a partir de 1 caso confirmado, e a única proteção/prevenção vigente e atuante da população contra o Sarampo é a vacinação. Que devem ser intensificadas através da vacinação de rotina na rede básica de saúde, bloqueio vacinal, intensificação vacinal e campanhas de vacinação. Segundo o Programa Nacional de Imunizações, ela deve ocorrer da seguinte forma: indivíduos a partir dos 12 meses até 29 anos de idade, administrar duas doses de vacina com componente sarampo (tríplice viral e/ ou tetraviral); aos 12 meses de idade, administrar a primeira dose da vacina tríplice viral e aos 15 meses de idade, administrar dose única da vacina tetraviral, correspondendo à segunda dose da vacina tríplice viral e à primeira dose da vacina varicela. A vacina tetraviral pode ser administrada até os 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade. Após esta faixa etária, o esquema vacinal deve ser concluido com a tríplice viral. Vacina; Profissionais da saúde têm indicação para receber duas doses de vacina tríplice viral, independentemente da idade. A vacina tríplice viral é contraindicada para gestantes, crianças menores de 6 meses de idade e pessoas com sinais e sintomas de sarampo. A vacinação de Bloqueio, por sua vez, deve ser realizada no prazo máximo de até 72 horas após o contato com o caso suspeito ou confirmado, a fim de se interromper a cadeia de transmissão e, consequentemente, vacinar os não vacinados, a partir dos 6 meses de idade, no menor tempo possível. Por serem pouco reatogênicas é interessante que todo caso de reação pós vacinação seja também notificado. É importante ressaltar que lactentes podem ter imunidade transitória que pode interferir na eficácia da vacinação. Conclui-se portanto que, com a cobertura vacinal reestabelecida, uma boa triagem e educação em saúde da população acerca do sarampo, seguindo a todas as orientações do ministério da saúde, é possível que consigamos voltar a erradicar o Sarampo do Brasil. REFERÊNCIAS: 1. MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Sociedade Brasileira de Pediatria. Guia Prático de atualização: Atualização sobre Sarampo. São Paulo: SBP, 2018. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/21170c-GPA_- _Atualizacao_sobre_Sarampo.pdf. Acesso em: 5 jun. 2022. 2. CARVALHO, Andrea Lucchesi et al. Revista Médica de Minas Gerais. 2019. Artigo (Residência) - UFMG, [S. l.], 2019. DOI http://www.dx.doi.org/10.5935/2238-3182.20190084. Disponível em: http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2629. Acesso em: 5 jun. 2022. 3. MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde: Sarampo. 3ª. ed. Brasília - DF: MS, 2019. v. único. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes- svs/sarampo/guia-de-vigilancia-em-saude-_-sarampo.pdf/. Acesso em: 5 jun. 2022.
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