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SARAMPO NA ODONTOLOGIA

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Jeniffer Francine Pereira 
 
 
Sarampo na Odontologia 
MO Entrega 2º Avaliação Semestral 
 
CURITIBA 30 DE JUNHO DE 2020 
O que é? 
O sarampo, uma das afecções clássicas da infância, sendo assim uma infecção 
viral, transmissível e extremamente contagiosa, sendo uma das grandes causas de 
mortalidade infantil. Por ser contágio-infecciosa, exantemática (definida como doença 
infecciosa sistêmica em que manifestações cutâneas acompanham o quadro clínico, 
gerando dificuldade diagnóstica), endemo-epidêmica, de etiologia virótica e alta 
transmissibilidade, ela possui distribuição global. 
As taxas de mortalidade estão diretamente ligadas aos padrões de higiene, 
nutrição e desenvolvimento socioeconômico dos indivíduos. 
 
 É causado pelo quê? 
O sarampo é causado por um vírus altamente contagioso (90% das pessoas sem 
imunidade que compartilham espaços com pessoas contaminadas contraem a doença). É 
uma doença infecciosa grave e pode ser fatal. 
 
Agente causal ou etiológico. 
 
O vírus do sarampo é um RNA vírus do subgrupo Morbilli vírus, que pertence à 
família Paramyxoviridae é um membro vírus do sarampo frágil. Fora do organismo, sua 
sobrevida é restrita. Perde 60% de sua inefetividade em três a cinco dias, em 
temperatura ambiente a 37ºC, sua meia-vida é de duas horas. Sobrevive bem ao frio e é 
destruído rapidamente pelos raios ultravioletas e mesmo pela luz espectral visível, na 
ausência de substrato proteico. 
 
Quais os sinais e sintomas? 
Os sintomas iniciais duram de 2 a 4 dias (variação de 1 a 7 dias). São geralmente 
caracterizados por febre, mal estar, tosse, coriza, conjuntivite, dor de cabeça, vômito, 
diarreia, aumento dos gânglios. 
A febre aumenta gradualmente, chegando atingir 39 - 40º e desaparece 2-3 dias 
após o surgimento das manchas na pele. A coriza é abundante, inicialmente clara, 
podendo tornar-se amarelada. Conjuntivite - presença de olhos avermelhados, 
lacrimejamento e pode ter “inchaço” nas pálpebras. A tosse é seca, contínua a ponto de 
cansar o paciente, podendo persistir até duas semanas. O somatório destes sintomas 
confere todos esses aspectos. 
 
Diagnóstico Clínico 
 O período de incubação - geralmente é de 8 a 12 dias da exposição ao início dos 
sintomas. Os casos subsequentes são de 14 dias, com um intervalo de 7 a 21 dias. Nesta 
fase o paciente não apresenta nenhuma evidência da doença. Pacientes infectados com o 
vírus do sarampo podem disseminar o vírus 4 dias antes da erupção até 4 dias após o 
surgimento das manchas na pele. Pessoas com comprometimento da imunidade podem 
ter excreção prolongada do vírus nas secreções do trato respiratório sendo contagiosos 
durante toda a duração da doença. 
Três a cinco dias após o início dos sintomas s urge à erupção na pele. 
Geralmente começam como manchas planas vermelhas que aparecem atrás das orelhas 
(próximo à raiz do couro cabeludo), em 24 horas acometem a face e pescoço. Espalha 
para tronco, braços, mãos, pernas e pés. Duram em média de 5 - 6 dias. A partir do 3º- 
4º dia de erupção, elas começam a desaparecer na mesma ordem que surgiram. 
Descamação fina pode ocorrer nas áreas mais severamente envolvidas, à medida que as 
¨manchas desaparecem. O diagnóstico é feito através do exame clínico e, quando 
necessário, confirmado por exame de sangue. O paciente com sarampo deve se afastar 
das atividades escolares e profissionais, por até sete dias após o aparecimento das 
manchas na pele. 
 
Diagnóstico Laboratorial: 
O sarampo clássico é diagnosticado clinicamente. Nestes pacientes, o 
diagnóstico virológico é excepcionalmente necessário para confirmar a suspeita. Os 
testes empregados do ponto de vista laboratorial são os sorológicos. Uma elevação de 
quatro vezes nos títulos iniciais, entre os estágios agudo e convalescente, é considerada 
diagnóstica para o sarampo, assim como a presença de anticorpos IgM. 
A dosagem de IgM específica para sarampo é considerado exame sensível e 
rápido, sendo o diagnóstico realizado com apenas uma dosagem; a técnica representa 
uma grande contribuição ao diagnóstico da doença, principalmente nas formas atípicas. 
Anticorpos IgM podem não ser detectáveis nas primeiras 72 horas do início do xantema 
(corresponde ao surgimento de pequenas lesões em alto relevo na pele, formadas por 
gorduras que podem aparecer em qualquer parte do corpo, mas principalmente nos 
tendões, pele, mãos, pés, glúteos e joelhos.)e normalmente não o são 30 a 60 dias após 
o"rash". Além da IgM, pode-se fazer a pesquisa de IgG. Seja por aumento dos títulos 
dessa imunoglobulina ou por sua soroconversão. 
 
Forma de transmissão? 
É feita pela penetração de gotículas contaminadas, que entram em contato com 
as mucosas, especialmente de vias aéreas superiores. 
 O homem e o macaco são os únicos hospedeiros naturais. A fonte de contágio é 
constituída pelos doentes, disseminando- se aos susceptíveis através do contato direto 
com gotículas de secreções eliminadas pelas vias aéreas. 
O vírus sobrevive 36 horas, em média, no núcleo da gota à temperatura 
ambiente, fato que limitada transmissão indireta ou aérea. As secreções no sarampo são 
mais fluidas, o que facilita seu raio de distribuição, sendo elas disseminadas a maiores 
distâncias e sedimentadas com maior lentidão resultando na propagação rápida e maciça 
do vírus. O contágio ocorre a partir do final do período de incubação até cinco dias após 
o aparecimento do exantema. Considera-se o período pré-exantemático como o de maior 
contagiosidade. 
 
 Tratamento 
O sarampo não tem tratamento específico. Os medicamentos são utilizados para 
reduzir o desconforto provocado pelos sintomas da doença. Sob orientação médica, 
podem ser prescritos medicamentos para febre, hidratação oral, terapia nutricional com 
incentivo ao aleitamento materno e higiene adequada dos olhos, da pele e das vias 
aéreas superiores. As complicações bacterianas do sarampo devem ser tratadas 
especificamente. 
Complicações 
Em média 30% dos casos de sarampo apresentam uma ou mais complicações. 
São mais comuns entre crianças menores de 5 anos de idade, pessoas 
imunocomprometidas, gestantes e adultos maiores de 20 anos. 
As complicações mais comuns do sarampo incluem otite média, pneumonia, 
diarreia. Mesmo em crianças previamente saudáveis, o sarampo pode causar doença 
grave e requerer hospitalização. A otite média foi relatada em 7% dos casos e ocorre 
quase exclusivamente em crianças. 
A pneumonia pode ser bacteriana, viral ou sobreposta. É a principal causa de 
morte, responsável por 60% dos casos. Complicação neurológica como a encefalite 
aguda ocorre em aproximadamente 0,1% dos casos. Convulsões (com ou sem febre) são 
relatadas em 0,6% - 0,7% dos casos. 
A panencefalite esclerosante subaguda (PESS) - é uma doença rara, degenerativa do 
sistema nervoso central, que acredita ser devida à infecção persistente do vírus do 
sarampo no cérebro. O início ocorre em média 7 anos após o sarampo (intervalo de 1 
mês a 27 anos) e ocorre em cinco a dez casos por milhão de relatos do sarampo. O 
início é insidioso, com deterioração progressiva do comportamento e do intelecto 
seguida por convulsões, outras alterações neurológicas e, eventualmente morte. O SSPE 
tem sido extremamente raro desde o início dos anos 80. A morte por sarampo acomete 
aproximadamente 0, 2% dos casos. 
O risco de morte é maior entre crianças menores de 5 anos. A doença do 
sarampo durante a gravidez resulta em um risco maior de parto prematuro, aborto 
espontâneo e bebês com baixo peso ao nascer. Podem ocorrer defeitos congênitos, sem 
padrão de malformação. 
Como se prevenir? 
A única forma de prevenir o sarampo é por meio da vacinação. As vacinas são 
ofertadas nas mais de 36 mil salas de vacinação disponíveis nos postos de saúde do SUS 
em todo o país, sendo gratuitas e seguras. 
A vacina é muito eficaz. Duas doses apresentam cerca de 97% deproteção. O 
Ministério da saúde recomenda a vacinação do tríplice viral (SCR - sarampo, caxumba e 
rubéola) aos 12 meses de idade e uma dose da vacina tetra viral aos 15 meses de idade 
(SCRV - sarampo, rubéola, caxumba e varicela). 
 Crianças maiores, adolescentes e adultos não vacinados: duas doses com intervalo 
mínimo de um mês entre as doses. É considerada adequadamente vacinada a pessoa que 
tiver o registro de duas doses aplicadas a partir dos 12 meses de idade. Pessoa exposta 
ao sarampo que não foi vacinada ou tem o esquema incompleto, deve-se vacinar nas 
primeiras 72 horas após a exposição, podendo assim impedir o surgimento da doença ou 
suavizar as manifestações clínicas. O sarampo confere proteção permanente. Quem 
possui histórico confirmado da doença não precisa se vacinar. Em caso de dúvidas, a 
vacinação está recomendada. 
Boletim epidemiológico 
Situação Epidemiológica de 2019 Em 2019, foram notificados 49.613 casos 
suspeitos de sarampo. Desses, foram confirmados 10.429 (21,0%) casos, sendo 8.235 
(79,0%) por critério laboratorial e 2.194 (21,0%) por critério clínico epidemiológico. 
Foram descartados 19.647 (39,6%) casos e permanecem em investigação 19.537 
(39,4%). 
PARANÁ 
 No estado do Paraná foram notificados 835 casos, destes, 227 (27,2%) foram 
confirmados, 41 (4,9%) descartados e 567 (67,9%) permanecem em investigação. Os 
casos confirmados estão distribuídos nos seguintes municípios: Curitiba (173), 
Colombo (13), São José dos Pinhais (10), Campo Largo (7), Pinhais (6), Piraquara (4), 
Londrina (3), Almirante Tamandaré (3), Campina Grande do Sul (2), Campo do 
Tenente (2), Fazenda Rio Grande (1), Ponta Grossa (1), Rio Branco do Sul (1) e 
Rolândia (1). A faixa etária de 20 a 29 anos concentra 127 (56,0%) do total de casos 
confirmados do Estado. A cobertura para crianças de 1 ano de idade com a dose um 
(D1) da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) no estado do Paraná é de 
105,96%, porém, dos 14 municípios com casos de sarampo, 6 (43,0%) não atingiram a 
meta de vacinação de 95%.). 
 
Sarampo na Odontologia 
 O dentista é o primeiro profissional que pode desconfiar da presença do sarampo no 
paciente pois os sintomas começam pela boca. Manchas brancas aparecem na mucosa bucal, a 
nível do 2º molar conhecida como sinal de Manchas de koplik, essas manchas, que 
parecem pequenas úlceras, surgem dois ou três dias antes das manchas na pele antecede 
de 1 a 2 dias do aparecimento das manchas vermelhas na pele e desaparecem com o 
surgimento destas. São consideradas típicas do sarampo. Na literatura, os sinais de 
Koplik são descritos como “grãos de areia”. Vale salientar que são assintomáticas. Nada 
se assemelham a aftas. 
A pessoa terá que ir ao consultório odontológico justamente naquele exato 
momento então é algo bem difícil de acontecer mais se ocorrer o procedimento do 
dentista é ao percebê-las, o paciente terá que ser orientado a ir para casa imediatamente, 
fazendo um isolamento para evitar que o vírus seja exposto para mais pessoas. 
Fora isso o Papel do Dentista é fazer uma boa anamnese, pois o profissional 
precisa investigar se o paciente está com a carteira de vacinação em dia ou não. O 
ambiente que recebeu um portador do vírus pode ficar infectado por, pelo menos, 2 
horas fazer desinfecção a cada troca de paciente bem como é imprescindível usar 
regularmente os equipamentos de proteção individual (EPI), que visam proteger ao 
máximo o profissional. São eles: luvas, máscaras, óculos, gorros, avental e protetor para 
os pés. 
Mas, mesmo assim, tratando-se de um vírus como o do sarampo, 
ainda há o risco de contaminação. Portanto, os profissionais da saúde 
também têm a obrigação de estar com as vacinas em dia, tomando as 
mesmas duas doses do tríplice viral com intervalo de 30 dias. 
 
 
 
https://simpatio.com.br/anamnese-odontologica/
https://simpatio.com.br/anamnese-odontologica/
https://simpatio.com.br/equipamentos-protecao-individual/
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