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Antibióticos e quimioterápicos antimicrobianos 28/07/22 Aula ministrada pelo Prof. Dr. Andrey Borges Teixeira Gravação 2 História Ehrlich, começo do século XX ● Quimioterapia - substâncias químicas sintéticas para destruir patógenos infecciosos. Nos últimos anos ● Antibióticos – substâncias produzidas por alguns microrganismos (ou pelos químicos farmacêuticos), que destroem ou inibem o crescimento de outros microrganismos. Conceitos Básicos Antimicrobianos ❖ Inespecíficos: antissépticos e desinfetantes ❖ Específicos: quimioterápicos e antibióticos Quimioterápico: substância química definida (produzida por síntese laboratorial) que, introduzida no organismo, age de maneira seletiva sobre o agente causador do processo infeccioso, sem causar efeito nocivo sobre o hospedeiro. Antibióticos: substâncias químicas (medicamentos), produzidas por micro-organismos, ou seus equivalentes, sintéticos, com capacidade de, em pequenas doses, inibir o crescimento (bacteriostático, fungistático, etc) ou destruir (bactericida, fungicida, etc) MO patogênicos. Antibióticos biossintéticos - obtidos a partir de cultura Antibióticos semissintéticos - naturais, modificados pela adição de grupamentos químicos Antibióticos antibióticos - não é produzido por via microbiológica, e sim por via sintética Estrutura química: beta lactâmicos, macrolídeos, sulfas etc Ação biológica: bactericida, bacteriostático Espectro de ação: curto, largo em bactérias gram negativas etc Mecanismos de ação dos antibacterianos - como os antibióticos matam ou paralisam uma bactéria ? ➢ Inibição da síntese da parede celular ➢ Dano na funçao da membrana celular ➢ Inibição da síntese ou função de ac. nucleicos ➢ Inibição da síntese de proteínas ➢ Inibição da síntese de ac. fólico - ciclofog… ⇒ bacteriostática a bactéria Estrutura da Bactéria - A base molecular da quimioterapia Envelope bacteriano: parede celular + membrana plasmática Citosol: - Não tem núcleo; - Não tem mitocôndria Parede celular: Função - Única para células procarióticas - Com peptidoglicanas (exceto em Mycoplasma) Membrana plasmática semelhante à da célula eucariótica, porém sem esteróis. Mais fácil matar gram positiva pois a gram negativa tem duas membranas que protegem mais deixando mais resistentes NAO COBRA EM PROVA Maria Gabi C. Cabral T7 Antibióticos e quimioterápicos antimicrobianos Reações bioquímicas como alvos potenciais para os fármacos antibacterianos: Classe I: reações que utilizam a glicose e outras fontes de carbono são usadas para produzir ATP e compostos carbônicos simples. Classe II: vias que usam a energia e os compostos classe I para fazer pequenas moléculas (p. ex., aminoácidos e nucleotídeos). Classe III: vias que convertem as pequenas moléculas em macromoléculas como proteínas, ácidos nucléicos e peptidoglicano. Reações bioquímicas como alvos potenciais Classe I: uso da glicose (ou outra fonte) para geração de ATP e síntese de compostos simples (precursores da próxima classe). Não são alvos promissores pois, as células humanas e bacterianas usam mecanismos similares para obter energia a partir da glicose. Mesmo se a oxidação da glicose for bloqueada, outros compostos podem gerar energia. Classe II: uso de precursores em sínteses dependentes de energia (aminoácidos, nucleotídeos, fosfolipídeos, fatores de crescimento, etc). Bons alvos Via existente nas células dos patógenos que não existe nas células humanas. Ex. bactérias sintetizam aminoácidos essenciais e vitaminas. Vias idênticas, mas com sensibilidade diferentes aos fármacos. Ex. via do ácido fólico. Classe III: montagem de pequenas moléculas em macromoléculas (proteínas, DNA, RNA, peptidoglicanos). Células patogênicas não conseguem captar suas macromoléculas do meio. Alvos para toxicidade seletiva: Síntese dos peptidoglicanos Síntese proteica Síntese de ácidos nucleicos ##Resistência ao fármacos antibacterianos Resistência aos antibióticos de maneira geral Inata ou adquirida O “resistoma” bacteriano (conjunto de genes que determinam a resistência) antecede a invenção dos antibióticos farmacêuticos. Três mecanismos básicos de resistências Pela transferência das bactérias entre as pessoas; Pela transferência dos genes da resistência entre as bactérias (usualmente nos plasmídeos); Pela transferência dos genes da resistência entre os elementos genéticos no interior da bactéria, nos transposons. Fatores que favorecem a resistência microbiana ANVISA (Novembro de 2010): Proíbe a venda de antibióticos sem receita médica. No Brasil, até poucos anos atrás, os antibióticos podiam ser comprados sem receita médica. Os antibióticos são muito utilizados de forma inapropriada, como no tratamento de dores de cabeça, gripes e resfriados. Antibióticos defasados ou adulterados por algumas indústrias (pequeno porte/ emergentes), portanto, enfraquecidos são comuns. Pacientes comumente não completam o regime posológico da prescrição ou usam sobras de antibióticos prescritos para outras pessoas. Fator que favorece resistência ⇒ a falta de aderência de tratamento do paciente, sobra bactérias que voltam a se proliferar mais fortes ainda. Maria Gabi C. Cabral T7 Antibióticos e quimioterápicos antimicrobianos Determinantes genéticos de resistência aos antibióticos ➢ Determinantes cromossômicos ➢ Mutações ➢ Amplificação gênica ➢ Determinantes extracromossômicos ➢ Plasmídeos ➢ Transferência dos genes de resistência entre as bactérias ➢ Conjugação ➢ Transdução ➢ Transformação ➢ Transferência de genes de resistência entre elementos genéticos na bactéria ➢ Transposons (genes “saltadores”, saltam entre sítios específicos). ➢ Cassetes gênicos e integrons ##########Mecanismos bioquímicos de resistência aos antibióticos A produção de uma enzima que inativa o fármaco - Inativação dos antibióticos β-lactâmicos - Inativação do cloranfenicol - Inativação dos aminoglicosídeos ❖ Alteração do local sensível ao fármaco ou do ponto de ligação do fármaco ❖ Diminuição da concentração do fármaco na bactéria ❖ Alteração das vias enzimáticas ❖ Combate aos estafilococos resistentes secretores de β-lactamase ● Novos antimicrobianos menos suscetíveis à inativação ● Penicilinas semissintéticas (meticilina) ● Novos antibióticos β-lactâmicos - Monobactâmicos e Carbapenêmicos - Cefalosporinas (cefamandol) ❖ Inativação do cloranfenicol ● Cloranfenicol acetil transferase, uma enzima produzida por cepas resistentes, tanto de microrganismos G+ quanto G- ❖ Inativação dos aminoglicosídeos ● Inativados por fosforilação, adenilação ou acetilação, e as enzimas necessárias são encontradas tanto nos microrganismos G+ quanto G- ❖ Alteração nos pontos de ligação do fármaco ● Isso ocorre com os aminoglicosídeos, eritromicina, penicilina ❖ Redução da captura do fármaco pela bactéria ● Tetraciclinas ❖ Alteração das vias enzimáticas ● Di-hidrofolato redutase torna-se insensível à trimetoprima NAO CAI NA PROVA Estado atual da resistência aos antibióticos nas bactérias ❖ Estreptomicina (por causa de alterações nos pontos-alvo determinadas cromossomicamente); ❖ Aminoglicosídeos em geral (por causa das alterações nos pontos-alvo e pela inativação das enzimas determinadas pelos plasmídeos); ❖ Cloranfenicol e macrolídeos (por causa de enzimas determinadas pelos plasmídeos); ❖ Trimetoprima (por causa da dihidrofolato redutase resistente ao fármaco codificada pelo transposon); ❖ Sulfonamidas (por causa do aumento da produção de PABA determinado cromossomicamente); ❖ Rifampicina (por causa dos aumentos no efluxo do fármaco determinados cromossomicamente e por plasmídeos); ❖ Ácido fusídico (por causa da diminuição da afinidade ao ponto-alvo determinada cromossomicamente ou por causa da diminuição da permeabilidade ao fármaco codificada por plasmídeos); ❖ Quinolonas, p.ex., ciprofloxacino e norfloxacino (por causa da redução da captura determinada cromossomicamente). slide 28 ##Escolha do antimicrobiano - uso empírico Identificação do microrganismo; Suscetibilidade do organismo com relação a um fármaco em particular;Local da infecção; Fatores ligados ao paciente; Segurança do fármaco; Custo do tratamento. OBSAlguns pacientes (“maioria”) precisam do tratamento empírico, ou seja, administração imediata do(s) fármaco(s) antes da identificação bacteriana e dos testes de suscetibilidade. Complicações da terapia com antimicrobianos Hipersensibilidade #Toxicidade ● Neurotoxicidade Maria Gabi C. Cabral T7 Antibióticos e quimioterápicos antimicrobianos ● Hepatotoxicidade ● Nefrotoxicidade ● Mielotoxicidade ● Entero Toxicidade Superinfecções: não consegue matar a bactéria de jeito nenhum Observações importantes em toda classe de antibacterianos Gravação 16 04/08/22 Classificação dos Antimicrobianos ß-Lactâmicos - Penicilinas - Cefalosporinas - Carbapenens - Monobactans - Quinolonas - Glicopeptídeos - Oxazolidinonas - Aminoglicosídeos - Macrolídeos - Lincosaminas - Nitroimidazólicos - Cloranfenicol - Estreptograminas - Sulfonamidas - Tetraciclinas - Novos antimicrobianos - Glicilciclinas - Polimixinas - Daptomicina - Gemifloxacina ###Classificação de alguns antibacterianos pelo seu local de ação ❖ Inibidores do metabolismo ❖ Inibidores da síntese da parede celular ❖ Inibidores da síntese de proteína ❖ Inibidores da função ou síntese dos ácidos nucléicos ❖ Inibidores das funções da membrana celular slide 35 Espectro de ação ➔ Antimicrobianos de espectro estreito Apenas uns poucos tipos ou espécies de microrganismos são sensíveis a esses agentes (p. ex., organismos gram-positivos). ➔ Antimicrobianos de espectro estendido Espectro intermediário que pode, p. ex., incluir bactérias gram- positivas e algumas gram-negativas selecionadas. ➔ Antimicrobianos de amplo espectro Afetam uma grande variedade de organismos diferentes, tanto gram-positivos quanto gram-negativos. Podem afetar microrganismos não patogênicos. Agentes antibacterianos que interferem na síntese ou na ação do ácido fólico Sulfonamidas Mecanismo de ação ❖ Bacteriostática ❖ Interferem na síntese de folato ❖ Efeitos adversos Maria Gabi C. Cabral T7 Antibióticos e quimioterápicos antimicrobianos ❖ Hepatite, reações de hipersensibilidade, insuficiência da medula óssea e insuficiência renal aguda decorrente de nefrite tubulo intersticial ou cristalúria. associação com trimetoprima Trimetoprima Mecanismo de ação ❖ Bacteriostático ❖ Quimicamente relacionada com o fármaco antimalárico pirimetamina. ❖ Ambos antagonistas do ácido fólico. ❖ Efeitos adversos ❖ Deficiência de ácido fólico (administração de longo prazo). ❖ Náuseas, vômitos, alterações hematológicas e eritemas. Sulfonamidas e Trimetoprima -11min imagem 47 Resistência à trimetoprima e sulfonamida ● Plasmídeo com di-hidrofolato redutase com afinidade baixa ou zero pela trimetoprima. ● Plasmídeo com di-hidropteroato sintetase com baixa afinidade pelas sulfonamidas (e alta pelo PABA). destacando o mecanismo de ação, efeitos colaterais e aplicações clínicas. Estudo Dirigido 1. Descrever os mecanismos bioquímicos de resistência aos antibióticos. 2. Descrever como deve ser feita a escolha do antimicrobiano para utilização clínica. 3. Citar a classificação dos antimicrobianos de acordo com seu local de ação. 4. Citar os tipos de toxicidade que podem ser causadas pelos antimicrobianos. 5. Descrever a função da associação da Sulfonamida com Trimetoprima, gravação 17 Antibióticos b-lactâmicos⇒ Afetam a síntese da parede celular Mecanismo de ação: ● Bactericida ● Interferem na síntese de peptidoglicanos da parede celular. ● Inibem a enzima de transpeptidação que faz ligação cruzada das cadeias peptídicas. Ex: - Penicilina - Cefalosporina - Monobactâmico - Carbapenemo Maria Gabi C. Cabral T7 Antibióticos e quimioterápicos antimicrobianos slide 7 e 8 Antibióticos ß-lactâmicos ➔ Bactericidas por interferência na síntese da peptídeoglicana. Penicilinas ● A primeira escolha para muitas infecções. ● Benzilpenicilina: - administrada por via parenteral, meia-vida curta e é destruída pelas BETA-lactamases - espectro: cocos gram-positivos e gram-negativos e algumas bactérias gram-negativas - muitos estafilococos são agora resistentes. ● Penicilinas resistentes à BETA-lactamase (p. ex., fucloxacilina): - administradas por via oral - espectro: o mesmo da benzilpenicilina - muitos estafilococos são agora resistentes. ● Penicilinas de largo espectro (p. ex., amoxicilina): - administradas por via oral; elas são destruídas pelas B-lactamases - espectro: o mesmo da benzilpenicilina (embora menos potente); são também ativas em bactérias gram-negativas. ● Penicilinas de espectro estendido (p. ex., ticarcilina): - administradas por via oral; são suscetíveis às ß-lactamases - espectro: o mesmo das penicilinas de largo espectro; elas também são ativas em pseudomonas. ● Efeitos adversos das penicilinas: principalmente hipersensibilidades ● A combinação de ácido clavulânico e amoxicilina ou ticarcilina é efetiva sobre muitos microrganismos produtores de Betalactamase. Cefalosporinas e cefamicinas ● Segunda escolha para muitas infecções. ● Os fármacos orais (p. ex., cefaclor) são usados nas infecções urinárias. ● Fármacos parenterais (p. ex., cefuroxima, que é ativa sobre S. aureus, Haemophilus influenzae, Enterobacteriaceae). ● Efeitos adversos: principalmente hipersensibilidades. Carbapenéns ● Imipenem é um antibiótico de largo espectro. ● O imipenem é usado com a cilastina, que bloqueia sua degradação no rim. Monobactâmicos ● O aztreonam é ativo apenas sobre bactérias aeróbicas gram-negativas e é resistente a maiona das ß-lactamases. ❖ VO, IM, IV ❖ Não penetram na célula dos mamíferos. ❖ Efeitos adversos: - Hipersensibilidade - Choque anafilático aguda - Erupções cutâneas Maria Gabi C. Cabral T7 Antibióticos e quimioterápicos antimicrobianos β-lactâmicos (Carbapenêmicos e Monobactâmicos) Outros antibióticos β-lactâmicos: Foram desenvolvidos para lidar com os organismos Gram- produtores de β- lactamases resistentes à penicilina. Carbapenens Ex. Imipenem Amplo espectro A maioria não é oralmente ativa, sendo utilizada apenas em situações específicas. Efeitos adversos Semelhantes aos da penicilina Náuseas e vômitos Neurotoxicidade em altas concentrações Monobactâmicos Ex. Aztreonam Resistente à maioria das β-lactamases Apenas para bacilos aeróbios Gram – IV ou IM. Não é absorvido por via oral. Efeitos adversos semelhantes da penicilina, mas não causam reações alérgicas. Inibidores de beta-lactamases ##ÁCIDO CLAVULÂNICO ➢ Antibiótico descoberto em culturas de Streptomyces clavuligerus. ● Atividade antimicrobiana → desprezível ● Associado com a amoxacilina → diminuição da CIM (concentração inibitória mínima) contra microrganismos produtores de beta-lactamases. ➢ Real atividade ● “inibidor competitivo suicida de beta-lactamases”. ➢ Beta-lactamases inativadas pelo ácido clavulânico ● Produzidas pelos estafilococos ● Produzidas por cocos e bacilos Gram-negativos Maria Gabi C. Cabral T7 Antibióticos e quimioterápicos antimicrobianos ● Não atua sobre beta-lactamases da classe I de origem cromossômica (são menos frequentes) - Pseudomonas aeruginosa - Enterobacter - Serratia spp - Morganella morganii - Acinetobacter - Algumas estirpes de Escherichia coli Mecanismo de inativação das beta-lactamases ➢ Penetração com facilidade pela parede celular. ➢ Atinge elevadas concentrações no espaço periplasmático ➢ Interação com as beta-lactamases. ➢ Ligação da beta-lactamase sobre o anel beta-lactâmico do ácido clavulânico, provocando a hidrólise do mesmo. Farmacocinética e Metabolismo ➢ Ácido clavulânico e seus sais (clavulanato de potássio) ➢ Boa absorção por via oral ➢ Farmacocinética similar a amoxicilina (mesma distribuição orgânica) ➢ Não atravessa a barreira hematoencefálica ➢ Sofre metabolização nos tecidos ➢ Eliminação urinária → 30% de droga ativa Dose de ácido clavulânico ● 4:1 em relação a amoxicilina ● Utilizada por via oral Outros inibidores de beta-lactamases ● Sulbactam ● Tazobactam ● Brobactan Antibióticos que afetam a síntese da parede celularCicloserina, Vancomicina e Bacitracina D-cicloserina ❖ Análogo estrutural da D-alanina ❖ Inibe a atividade da D-Ala-D-Ala sintetase, a enzima que catalisa a formação de dipeptídeo D-Ala-D-Ala, que é subsequentemente utilizado na síntese de monômeros de mureína (peptidoglicano). É um agente de segunda linha utilizado no tratamento da infecção por Mycobacterium Tuberculosis resistente a múltiplos fármacos. Efeitos adversos: convulsões, síndromes neurológicas, incluindo neuropatia periférica, e psicose. Deve-se evitar o uso desse fármaco em pacientes com doença neuropsiquiátrica subjacente, alcoolismo e doença renal crônica. Vancomicina Interrompem a síntese da parede celular através de sua ligação firme à extremidade terminal D-Ala-D-Ala da unidade de monômeros de mureína, inibindo a transglucosidase e bloqueando, portanto, a adição de unidades de mureína à cadeia de polímero em crescimento. ❖ Tem como principais indicações: ❖ Endocardites causada por estafilococos resistentes à meticiclina; ❖ Em associação com a cefotaxima também é recomendada na meningite, causada por pneumococo resistente à penicilina; ❖ Colite causada por Clostridium difficile; ❖ Reações adversas em 10% dos casos; ❖ Flebite no local da injeção, calafrios e febre e podem ocorrer ototoxicidade e nefrotoxicidade. Maria Gabi C. Cabral T7 Antibióticos e quimioterápicos antimicrobianos Bacitracina ❖ Liga-se ao carreador lipídico, impedindo o carreador de transportar o bloco construtor NAM-pentapeptídeo através da membrana celular. ❖ Usada topicamente devido à sua alta toxicidade e baixa absorção. ❖ Age principalmente contra bactérias gram-positivas. Agentes antimicrobianos que afetam a síntese das proteínas bacterianas Tetraciclinas ➢ Tetraciclina, oxitetraciclina,Demeclociclina, limeciclina, doxiciclina, Minociclina e tigeciclina. ➢ Amplo espectro ➢ Resistência generalizada - Diminuição no uso ➢ Bacteriostáticas ➢ Captura por transporte ativo - VO e parenteral - Absorção melhorada na ausência de alimentos - Quelante de íons metálicos (cálcio, ferro, magnésio) → formação de complexos não absorvíveis LEITE, ANTIÁCIDOS E PREPARAÇÕES COM FERRO DIMINUEM SUA ABSORÇÃO Efeitos adversos: ● Depositadas em ossos e dentes em crescimento (manchas) → podem gerar hipoplasia dentária e deformidades ósseas. ● Não administrar em crianças, mulheres grávidas ou que estão amamentando. Maria Gabi C. Cabral T7 Antibióticos e quimioterápicos antimicrobianos Cloranfenicol ● Inibe a peptidiltransferase ● Liga-se à subunidade 50S do ribossomo ● Isolado de cultura de Streptomyces ● Amplo espectro ● Bacteriostático ● Resistência por acetiltransferases que o impedem de se ligar ao ribossoma e portanto neutralizando a sua ação antibiótica. Efeitos adversos: Depressão da medula óssea (pancitopenia), hipersensibilidade, alterações GI. Cuidado com uso em RN → MONITORAMENTO. Síndrome do bebê cinzento (mortalidade de 40%). Aminoglicosídeos Ex: Gentamicina, streptomicina, amicacina, tobramicina e neomicina ● Estrutura química complexa ● Ligam-se subunidade 30S do ribossomo ● Bloqueiam fase inicial síntese proteica ● Espectro: Gram – e alguns Gram + ● Entrada bactéria por transporte ativo ● Mínima ação contra anaeróbios ● Bactericida, reforçado por agentes que interferem na síntese da parede celular. ● Resistência (inativação por enzimas bacterianas). Farmacocinética: ● IV ou IM ● Eliminação: inalterados na urina ● Atravessam a placenta, mas não a barreira HE Efeitos adversos: ● Ototoxicidade e nefrotoxicidade ● Reação tóxica rara: paralisia por bloqueio neuromuscular caso uso concomitante com bloqueadores neuromusculares. Maria Gabi C. Cabral T7 Antibióticos e quimioterápicos antimicrobianos Macrolídeos Ex: Eritromicina, azitromicina e clindamicina ● Efeito na translocação e ligação à subunidade 50 S do ribossomo ● Para pessoas sensíveis à penicilina (espectro de ação semelhante) ● Não é eficaz para a maioria dos Gram – ● Resistência (alteração do local de ligação da eritromicina no ribossomo bacteriano) Farmacocinética: ● VO, parenteral ● Não atravessam a barreira HE ● Concentram-se nos fagócitos ● Eliminação principalmente pela bile ● Inibição do sist. citocromo P450 por esses agentes pode afetar a biodisponibilidade de outros fármacos. Agentes antimicrobianos que afetam a topoisomerase Quinolonas Fluoroquinolonas Largo espectro: Ciprofloxacino, levofloxacino, norfloxacino Pequeno espectro: Ácido nalixídico Mecanismo de ação - Inibem a topoisomerase II (DNA girase bacteriana) - enzima que produz - a super-helicoidização negativa do DNA - e que permite a transcrição ou replicação Resistência: Mutações na topoisomerases Farmacocinética: ● VO ● Concentradas nos fagócitos ● Antiácidos com magnésio e alumínio interferem na sua absorção ● Inibem citocromo P450 Maria Gabi C. Cabral T7 Antibióticos e quimioterápicos antimicrobianos Efeitos adversos: ● Alterações GI, erupções cutâneas, cefaléia, tontura. Outros agentes antimicrobianos Metronidazol ● Inibidor da síntese de DNA ● Antiprotozoário e para bactérias anaeróbias ● Evitar uso concomitante com álcool (competição enzimática no metabolismo) Estreptograminas ● Quinupristina e Dalfopristina (ação conjunta) ● Inibem a síntese proteica bacteriana (Subunidade 50S) ● Espectro: Gram + ● IV ● Sem resistência Efeitos adversos: inflamação e dor no local da injeção, artralgia, mialgia, náuseas, vômitos e diarreia. Clindamicina ● Para cocos Gram – ● Ação similar ao cloranfenicol Efeitos adversos: GI e colite pseudomembranosa (potencialmente fatal) Oxazolidinona ● Linezolida ● Inibição da síntese proteica: ligação na subunidade 70S ● Espectro: Gram +, resistentes a vários fármacos Efeitos adversos: trombocitopenia, diarreia, náusea, erupções cutâneas e tonturas Ácido fusídico ● Pequeno espectro: Gram + ● Inibição da síntese proteica ● Resistência → se utilizado se utilizado de forma sistêmica como agente único (uso combinado) Efeitos adversos: alteração GI, icterícia e erupções cutâneas Nitrofurantoína ● Sintético ● Espectro: Gram + e Gram – ● Resistência rara ● Não se sabe o mecanismo de ação ● VO ● Infecções do trato urinário Efeitos adversos: GI, hipersensibilidade, hepatotoxicidade e neuropatia periférica Polimixinas ● Propriedades detergentes ● Interagem com a molécula de polissacarídeo da membrana externa das bactérias G+, retirando cálcio e magnésio, necessários para a estabilidade da molécula de polissacarídeo. ● Não depende da entrada do antimicrobiano na célula bacteriana e resulta em aumento de permeabilidade da membrana com rápida perda de conteúdo celular. ● Causa a morte da bactéria (bactericida). ● Não são absorvidas pelo TGI. ● Uso limitado pelo neuro e nefrotoxicidade. Estudo Dirigido 1. Descrever a função da associação de um beta-lactâmico com ácido clavulânico, destacando o mecanismo de ação, efeitos adversos e aplicações clínicas. 2. Descrever o mecanismo de ação, destacando os principais efeitos adversos dos seguintes fármacos antibacterianos: ➔ Tetraciclinas; ➔ Cloranfenicol; ➔ Aminoglicosídeos; ➔ Macrolídeos; ➔ Quinolonas. Maria Gabi C. Cabral T7
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