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Antibioticoprofilaxia em Cirurgia

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Antibioticoprofilaxia em Cirurgia 1
🍵
Antibioticoprofilaxia em Cirurgia 
Bárbara Aguiar dos Santos 
Medicina UFMG 158 
Princípios Gerais da Antibioticoprofilaxia 
Conceito de profilaxia: prevenção de infecções; 
Profilaxia primária: prevenção da infecção inicial; 
Profilaxia secundária: prevenção da recorrência de uma infecção pré-existente; 
Erradicação: eliminação de um organismo colonizante para prevenir o desenvolvimento da infecção (antibioticoterapia). 
Objetivo: prevenir o desenvolvimento das infecções de sítio cirúrgico; 
Inconvenientes: 
Falsa sensação de segurança; 
Reações colaterais; 
Superinfecção; 
Custo. 
Fatores que favorecem a infecção do sítio cirúrgico:
Inóculo bacteriano no sítio cirúrgico supera a efetividade do antibiótico; 
Inóculo é resistente ao antibiótico empregado; 
Hospedeiro pode ter a defesa ineficaz (imunossupressão, hiperglicemia, etc.); 
Contaminação do ambiente cirúrgico; 
Instrumental mal-esterilizado; 
Antibioticoprofilaxia em Cirurgia 2
Técnica cirúrgica sub-ótima. 
Hematomas no sítio cirúrgico; 
Espaço morto; 
 Tecido desvitalizado; 
Uso excessivo do eletrocautério; 
Corpo estranho na ferida cirúrgica. 
Patógenos mais comuns nas infecções de sítio cirúrgico: 
Cirurgias Limpas: 
Flora da pele; 
Staphylococcus aureus; 
Staphylococcus epidermidis. 
Cirurgias potencialmente contaminada: 
Flora da pele; 
Gram-negativos enterococos.
Indicações de Antibioticoprofilaxia Cirúrgica 
Primeiramente, deve-se caracterizar a cirurgia a qual o paciente será submetido: 
Limpa - não há abertura de nenhuma víscera oca; 
Potencialmente contaminada. 
❗ Cirurgias contaminadas ou infectadas não são abordadas com antibioticoprofilaxia, mas com antibioticoterapia. 
Indicações de antibioticoprofilaxia em cirurgias limpas: 
Inserção de próteses (ortopedia ou cardiovasculares); 
Transplante de órgãos; 
Operações de grande porte em pacientes: 
Idosos; 
Diabéticos; 
Imunodeficientes; 
Desnutridos graves; 
Obesos mórbidos; 
Doentes renais crônicos; 
Pós radioterapia; 
Em internação hospitalar prolongada - em caso de colonização por S. aureus resistente à Meticilina, utilizar Vancomicina. 
Com cardiopatias congênitas; 
Com valvulopatias ou com próteses valvares. 
Operações sobre a aorta e os grandes vasos; 
Craniotomias; 
Cirurgia plástica com grandes áreas de descolamento, de longa duração, em áreas esteticamente nobres, etc.
❗ Abdome Agudo 
Indicação de antibioticoprofilaxia ou até mesmo de antibioticoterapia, a depender dos achados intraoperatórios. 
Momento da Administração 
A primeira dose deve se aplicada 60 minutos antes do início da cirurgia; 
As doses de repique devem ser aplicadas de 3 em 3 horas durante a operação, somente quando esta possui duração superior a 4 
horas; 
Antibioticoprofilaxia em Cirurgia 3
No pós-operatório, paciente deve receber uma dose a cada oito horas por no máximo 24 horas - somente se necessário. 
❗ IMPORTANTE: 
- A dose de antibiótico deve ser definida de acordo com o peso do paciente (atenção para pacientes obesos); 
- Repique de dose se a duração da cirurgia dor superior ao tempo de duas meia-vidas da droga ou em caso de hemorragia 
volumosa; 
- Antibiótico com início de ação mais lento devem ser administrados antes. Ex: vancomicina, quinolonas (120 minutos antes).
As vantagens de se administrar antibiótico apenas no pré e no peroperatório dizem respeito ao menor custo e à menor toxicidade; 
Indicações: operações biliares, gástricas, plásticas, histerectomia, cesariana, etc; 
Operações que requerem o uso de antibióticos por 24 horas no pós-operatório: 
Implante de prótese (articulares e valvares);
Operações cardíacas com esternotomia;
Cirurgias colorretais;
Apendicectomia 
Escolha do Antimicrobiano 
A classe de antibióticos mais empregados na profilaxia cirúrgica é a das Cefalosporinas de primeira geração; 
Cefazolina ou Cefalotina - administrados por via endovenosa; 
Cefalotina - meia de vida de 2 horas. 
Antibioticoprofilaxia em Cirurgia 4
❗ A extensão desnecessária da antibioticoprofilaxia cirúrgica aumenta o risco de toxicidade medicamentosa, os efeitos adversos 
(como diarreia associada a antimicrobianos e colite pseudomembranosa), a seleção de resistência bacteriana, além de elevar o 
custo relacionado à assistência. 
Cirurgias Torácicas Cardíacas e não Cardíacas 
Cefazolina; 
Clindamina - pacientes com alergia a beta-lactâmicos. 
Cirurgias Gastroduodenais 
Cirurgias potencialmente contaminadas; 
Utiliza-se Cefazolina ou Clindamicina;
Pacientes com diminuição da motilidade e do esvaziamento esofágico podem apresentar maior risco de infecção, de modo que pode ser 
útil fazer associação de Gentamicina.
Cirurgias no Trato Biliar 
Cirugia aberta: uso de Cefalosporina ou outras combinações de antibióticos para pacientes alérgicos; 
Cirurgia laparoscópica eletiva: não requer antibioticoprofilaxia; 
Em pacientes de alto risco, utiliza-se Cefalosporinas de primeira ou de segunda geração. 
Antibioticoprofilaxia em Cirurgia 5
❗ Colecistectomia Laparoscópica 
Em cirurgias eletivas, não se utiliza antibiótico profilático; 
A antibioticoprofilaxia está recomendada nos seguintes casos: 
- Cirurgias de urgência ou reoperações; 
- Pacientes diabéticos ou ASA 3; 
- Cirurgia prolongada; 
- Pacientes com idade acima de 70 anos; 
- Ruptura da vesícula; 
- Conversão para cirurgia aberta. 
 
Cirurgia Biliar ou Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE) 
Há maior risco de infecção nos seguintes casos: 
- Pacientes idosos (acima de 65 anos); 
- Coledocolitíase; 
- Icterícia obstrutiva; 
- Colecistite aguda; 
- Colangite prévia. 
Apendicectomia 
Apendicite não complicada: 
Cefalosporina + Metronidazol; 
Clindamicina + Aminoglicosídeo ou Metronidazol + Aminoglicosídeo - pacientes alérgicos. 
Cirurgias no Intestino Delgado 
Quando não há obstrução: 
Cefazolina ou Clindamicina + Aminoglicosídeo. 
Quando há obstrução: 
Cefazolina + Metronidazol ou Metronidazol + Aminoglicosídeo. 
Cirurgias Colorretais 
Cefazolina + Metronidazol ou Ceftriaxona + Metronidazol; 
Clindamicina + Aminoglicosídeo ou Metronidazol + Aminoglicosídeo. 
Cirurgias de Cabeça e Pescoço 
Limpas: não requer utilização de antibiótico; 
Em caso de colocação de prótese: 
Cefazolina ou Clindamicina. 
Cirurgias potencialmente contaminadas (laringe, faringe):
Cefazolina + Metronidazol ou Clindamicina. 
Neurocirurgia 
São cirurgias limpas, no entanto, recomenda-se uso profilático de antibióticos: 
Cefazolina ou Clindamicina. 
Cirurgias Ginecológicas 
Cesárias (principalmente em gestantes de alto risco): 
Cefazolina ou Clindamicina + Aminoglicosídeo. 
Histerectomia: 
Cefazolina ou Clindamicina. 
Cirurgias Oftalmológicas 
Antibiótico tópico: Neomicina + Polimixina B ou Cefalosporinas. 
Cirurgias Ortopédicas 
Limpas: não há indicação de antibiótico; 
Antibioticoprofilaxia em Cirurgia 6
Procedimentos sob a coluna vertebral ou com colocação de prótese: 
Cefazolina ou Clindamicina. 
Fraturas ou implantes: 
Cefazolina ou Clindamicina. 
Cirurgias Urológicas
Fluoroquinolona ou Sulfametoxazol + Trimetroprima; 
Cirurgias Vasculares
Transplantes: 
Cefazolina ou Clindamicina. 
❗ Transplante de fígado: Piperacilina + Tazobactam ou Cefotaxima + Ampicilina 
Cirurgias Pancreáticas
Cefazolina ou Clindamicina. 
Cirurgias Plásticas
São cirurgias limpas, mas em pacientes com fatores de risco ou em casos especiais, pode ser necessária profilaxia antibiótica: 
Cefazolina ou Clindamicina. 
Erros mais Comuns na Antibioticoprofilaxia Cirúrgica 
Início tardio da antibioticoprofilaxia, algumas vezes depois do início do procedimento cirúrgico;
Início da Vancomicina ou do Ciprofloxacina no centro cirúrgico (é necessário iniciar a infusão 2 horas antes da incisão cirúrgica); 
Manutenção da antibioticoprofilaxia no pós-operatório nos casos sem indicação para tal; 
Manutenção da antibioticoprofilaxia no pós-operatório por mais de 24 horas;
Uso injustificado de drogas não contempladas nosprotocolos institucionais.

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