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COMA E DELIRIUM Delirium Definição: é um distúrbio de atenção e/ou de cognição que não pode ser explicado por outras condições médicas. Epidemiologia: acomete 30% dos pacientes idosos internados; aumenta a mortalidade; mais comum em pacientes que já têm alguma doença de base e nos que estão internados em CTI. Fatores de Risco: demências; AVE; Parkinson. São coisas que o paciente tem, é uma doença prévia Fatores Precipitantes: são coisas que estão acontecendo no momento que aumentam o risco de abrir o quadro de delirium, porém são fatores reversíveis · Múltiplas medicações (ex.: benzodiazepínicos) · Infecções · Desidratação · Distúrbio hidroeletrolítico/metabólico · Imobilização · Analgesia inadequada (ex.: pós-operatório) Quadro Clínico: parecido com quadro de demência · Alteração do nível de consciência: agitação com posterior sonolência · Cognição: alucinações, alterações comportamentais, perda de memória · Temporal: não sabe em que dia, mês, ano estamos · Outros: alteração sono-vigília Cuidado: delirium hipoativo → é um paciente que aparenta estar deprimido, por isso, muitas vezes passa batido Diagnóstico: · Anamnese: status cognitivo prévio (pode já ter essas alterações e não ser delirium). Se não teve contato com o paciente antes e não sabe qual era esse status, perguntar à família · Exame Físico: avaliar se tem déficit neurológico focal (alteração de força, de sensibilidade, na visão), avaliar marcha se possível · CAM-ICU: é um questionário com alta sensibilidade e especificidade · Exames laboratoriais: ver fatores precipitantes (Hb/eletrólitos/ureia/creatinina/glicose/gasometria/nível sérico de drogas) e diagnóstico diferencial · Neuroimagem: se tiver dúvida (diagnóstico diferencial) · Punção lombar: após toda a investigação e continuo com um delirium sem causa · Diagnóstico Diferencial: · Fenômeno Sundowning: paciente com surgimento ou piora de alterações comportamentais ao anoitecer · Síndrome Neurológica Focal: paciente com AVE/AIT · Status Epilético não convulsivo: principalmente com delirium hipoativo · Demência: pode ser piora da demência. Sempre perguntar à família se já tinha esse diagnóstico antes · Doença psiquiátrica de base: conversar com pessoas próximas, médico anterior, prontuário médico para saber se possui alguma Prevenção: · Protocolos de orientação: · Relógio para o paciente saber que horas são · Calendário para saber a data · Janela para ver o ambiente externo · Estímulo cognitivo: além da equipe médica e de enfermagem, deixar a família e amigos próximos entrarem para conversar com o paciente · Sono fisiológico: evitar procedimentos/medicações/barulhos a noite · Mobilização precoce: fisioterapia mecânica · Ajuda para visão e audição: maioria é idoso e tem alteração desses sentidos. Deve reduzir essas dificuldades o mais rápido possível · Tratamento adequado da dor: opioides (principalmente a meperidina) estão relacionados ao aumento de casos de delirium, porém a dor também. Deve haver um equilíbrio · Evitar Meperidina – benefício da Metadona · Protocolo de enfermagem para dor – se sentir dor, a enfermagem medica, não fazer contínuo · Sempre que possível, não usar opioides · Medicações precipitantes: · Principal: benzodiazepínicos · Anti-histamínicos · Opioides · Doenças precipitantes: · Infecção: principal · Hipoxemia · Medicação: Não há benefício comprovado · Inibidor de colinesterase: não funciona para profilaxia · Antipsicóticos: o mais estudado é o Haloperidol – não é indicado · Gabapentina: bom resultado, pois trata/evita a dor · Melatonina: ainda não tem estudos relevantes · Analgésicos: bom resultado, pois trata/evita a dor Tratamento: Não Farmacológico: · Mesmo protocolo da prevenção · Evitar contenção: piora o quadro de delirium Farmacológico: · Neuroléptico: · Haloperidol – é o mais utilizado e mais estudado · Maior benefício em pacientes com quadro de agitação, alucinação · Também é tratamento de escolha no delirium hipoativo · Pode ser usado no delirium terminal – paciente terminal que abre um quadro de delirium · Cuidado: não é indicado em paciente com Parkinson – pode piorar o quadro extrapiramidal · Quetiapina · Risperidona · Evitar benzodiazepínicos · Indicações de benzodiazepínicos: · Paciente em delirium por abstinência alcoólica · Paciente que precisa de tratamento farmacológico, mas tem contraindicação de ao neuroléptico · Paciente que precisa de sedação – pesar a necessidade · Tratamento racional da dor · Tiamina (B1) · Pode durar semanas ou meses – delirium persistente: principalmente se demência prévia Algoritmo: · Quando desconfiar: hidratar; não conter; mobilizar; reduzir barulhos; estímulos; chamar familiares; controle da dor; tratar doenças · Avaliar: comportamento interfere no cuidado ou causa risco? Ex.: comportamento agressivo · Se sim: usar dose baixa de neuroléptico · Se não: avaliação e tratamento contínuos · Objetivo: alta para local apropriado · Diagnóstico Diferencial: · Rever medicações, anamnese, exame físico, laboratório básico · Droga causadora? Parar · Trauma, sinal focal? TC de crânio · Foco de infecção? Tratar · Febre, rigidez de nuca? Punção lombar · Sem etiologia óbvia? · B12/folato · Teste de tireoide · EEG · RNM de crânio · Nível sérico de drogas · Toxinas · Se etiologia óbvia: tratar e dar alta para local apropriado · Sem etiologia óbvia (não melhorou): · Refazer todos os testes · Considerar que o paciente tenha síndrome do delirium prolongado (mais difícil diagnóstico e o tratamento demora mais, então ele não vai melhorar) – alta para local apropriado
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