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MASTITE Conceito A mastite é um inflamatório da glândula mamária das vacas, caracterizada por alterações patológicas no tecido glandular. É acompanhado de uma série de modificações físico-químicas no leite, como alteração de coloração e presença de coágulos, com grande número de leucócitos. Causa O esfíncter do teto possui músculos com função de mantê-lo fechado, a fim de evitar a invasão de patógenos. Além disso, o canal do teto é revestido por queratina que também funciona como uma barreira contra infecções. Contudo, durante o periparto há uma grande pressão intramamária em função do grande volume de leite produzido, que pode exceder a capacidade de ação desses mecanismos, deixando o esfíncter aberto. Durante o período de lactação, quando o animal é ordenhado, a queratina é removida e o esfíncter permanece aberto por até duas horas após a ordenha. Nessas circunstâncias, a entrada de microrganismos presentes no ambiente ou no próprio teto do animal é facilitada. Quando o microrganismo invade o canal do teto, se multiplica utilizando o leite como substrato, alcança o seio lactífero e desencadear uma resposta inflamatória. Classificação - Mastite clínica É marcada pelos sinais clínicos de inflamação no úbere (dor, rubor, calor, tumor e perda de função). O animal pode apresentar febre, anorexia, depressão e até chegar à morte. No leite gera alteração visíveis como presença de coágulos, grumo e alteração de cor, além disso, pode provocar inchaço e vermelhidão nos tetos. - Mastite subclínica Não é possível observar alterações no leite e no úbere do animal. No entanto, por ser uma infecção/inflamação da glândula mamária ela causa redução na produção de leite dos animais. - Mastite contagiosa É causada por microrganismos presentes na glândula mamária e a transmissão para outros animais se dá durante a ordenha, seja pelas mãos do ordenhador ou pelo equipamento de ordenha. Os principais patógenos contagiosos são Staphylococcus aureus e Streptococcus agalactiae. - Mastite ambiental É causada por patógenos oportunistas presentes no ambiente das fazendas. Estes adentram o canal do teto quando o esfíncter está ainda aberto – principalmente logo após as ordenhas. São representados principalmente por bactérias como Streptococcus uberis, Staphylococcus coagulase negativos, outras espécies do gênero Streptococcus e coliformes (principalmente Escherichia coli), além de fungos e algas. https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/como-a-anatomia-do-teto-afeta-a-ordenha-21478n.aspx https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/o-que-conhecemos-sobre-o-staphylococcus-aureus-patologia-e-epidemiologia-205356n.aspx https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/o-que-conhecemos-sobre-o-staphylococcus-aureus-patologia-e-epidemiologia-205356n.aspx https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/e-possivel-a-transmissao-de-streptococcus-agalactiae-entre-bovinos-e-humanos-218473/ https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/mastite-clinica-por-streptococcus-uberis-falhas-no-tratamento-ou-nova-infeccao-205478n.aspx https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/mastite-clinica-por-streptococcus-uberis-falhas-no-tratamento-ou-nova-infeccao-205478n.aspx https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/como-prevenir-e-controlar-a-mastite-causada-por-staphylococcus-coagulase-negativa-205281n.aspx#:~:text=Staphylococcus%20coagulase%20negativa%20s%C3%A3o%20bact%C3%A9rias,de%20qualquer%20tratamento%20%C3%A9%20alta. https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/como-prevenir-e-controlar-a-mastite-causada-por-staphylococcus-coagulase-negativa-205281n.aspx#:~:text=Staphylococcus%20coagulase%20negativa%20s%C3%A3o%20bact%C3%A9rias,de%20qualquer%20tratamento%20%C3%A9%20alta. https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/prejuizos-de-longo-prazo-da-mastite-clinica-causada-por-escherichia-coli-205758n.aspx https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/tipo-de-cama-influencia-nivel-de-contaminacao-por-prototheca-spp-205420n.aspx O reagente do CMT destrói os glóbulos brancos (leucócitos) existentes no leite e coagula sua proteína. Ao misturarmos o reagente ao leite, conforme a quantidade de glóbulos brancos existentes, variará o grau de coagulação. De acordo com este grau, verifica-se o estado da infecção. O leite fresco proveniente de animal sadio apresenta geralmente pH entre 6 e 6,7. Exclui-se dessa norma os casos de leite das chamadas vacas secas e o colostro. Pela variação da coloração do leite com a adição do reagente de CMT e pela verificação do pH pode-se determinar o estado da infecção. Modo de usar: 1) Cada cavidade da placa possui 5 riscos. Os riscos da esquerda são para pessoas que seguram a placa com a mão direita e, os da direita para aqueles que seguram a placa com a mão esquerda. 2) Segure a placa ligeiramente inclinada para a direita ou esquerda e ordenhe até que o leite atinja o 1o. risco. Ordenhe com bastante cuidado para não misturar o leite dos tetos. 3) Usando a tampa como dosador, coloque sobre o leite ordenhado o reagente CMT até alcançar o 2o. risco da placa. 4) Agite vagarosamente em forma de círculos durante aproximadamente 1 minuto. 5) Determine o grau de infecção analisando a coagulação. Para diagnosticar use o "Padrão para diagnóstico CMT. Sintomas ▪ vermelhidão, inchaço e dor ao toque no úbere e tetos; ▪ observação de grumos e pus no leite (teste da caneca); ▪ diminuição de produção de leite; ▪ aumento da CCS do leite (teste de CCS individual); ▪ alterações no comportamento do animal; ▪ perda de apetite; ▪ febre; ▪ morte do animal em casos mais graves. Teste de mastite subclínica O CMT (California Mastite Teste) é um empregado para identifica vacas com mastite subclínica. Necessita de uma raquete contendo quatro cavidades e o reagente do CMT. Após a coleta do leite dos quatro quartos, tomba-se a raquete até o nível da linha baixa Mistura-se o leite com o reagente, homogeneíza-se e faz-se a leitura após 10 segundos. De acordo com a quantidade de células somáticas do leite, forma-se um gel, de espessura variada. No caso de animais com três cruzes, deve-se observar se o animal está em final de lactação, sendo mais uma ferramenta estratégica na decisão de secagem da matriz, já que sua baixa produção e grande quantidade de CCS poderá comprometer a qualidade do leite no tanque, fazendo com que o produtor não obtenha a remuneração adequada por qualidade. https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/comportamento-bovino-como-ferramenta-na-melhoria-do-desempenho-produtivo-e-bemestar-animal-80967n.aspx https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/comportamento-bovino-como-ferramenta-na-melhoria-do-desempenho-produtivo-e-bemestar-animal-80967n.aspx Contagem de células somáticas A CCS, ou contagem de células somáticas, consiste em uma ferramenta que indica a saúde da glândula mamária de vacas leiteiras. As células somáticas são representadas por células de descamação do epitélio da própria glândula mamária e por células de defesa (leucócitos) que passam do sangue para o úbere. Vacas sadias e com boa saúde da glândula mamária possuem valores de CCS de até 200.000 células/ml de leite. Valores superiores indicam que há algum desequilíbrio na glândula a elevação da CCS está diretamente associada à redução da produção de leite, contribui de forma negativa também com o aumento dos custos com tratamentos, descarte de leite, alteração na composição do leite (diminuição da gordura, caseína e lactose no leite) e perda da bonificação no pagamento do leite pelos laticínios.Em casos em que a CCS permanece elevada (> 200 mil células/ml) de forma crônica a tendência é de que a vaca seja descartada do rebanho, caracterizando assim um outro impacto negativo do aumento da CCS. Tratamento O tratamento para mastite bovina consiste na administração de anti-inflamatórios que podem ser aplicados por via intramamária. Controle de mastite 1) Higiene e conforto dos animais; 2) Rotina de ordenha adequada; 3) Tratamento dos casos clínicos de mastite (de preferência orientado pelo patógeno envolvido); 4) Terapia de vaca seca; 5) Limpeza e manutenção dos equipamentos de ordenha; 6) Segregação e descarte dos casos crônicos.
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