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Tópicos Integradores Gestão 1 Tópicos Integradores Gestão Ebook 01 Sumário Introdução ............................................................................................................................. 1 Estilos de Liderança ............................................................................................................. 2 Perfil de comportamento: servidor ........................................................................................ 5 Gestão virtual de times na pandemia ................................................................................... 8 Considerações Finais ..........................................................................................................13 Referências Bibliográficas ...................................................................................................14 Introdução Car@ alun@, os Tópicos Integradores têm como objetivo desenvolver uma aprendizagem prática de conhecimentos adquiridos em disciplinas anteriores. Os Tópicos Integradores foram elaborados como conteúdo interdisciplinar relativos às disciplinas estudadas por você desde o início do curso. Neste conteúdo, preparamos uma coletânea de textos que auxiliaram no seu processo de aprendizagem. Então vamos lá? Tópicos Integradores Gestão Ebook 01 Tópicos Integradores Gestão 2 Estilos de Liderança Estudam a liderança em termos de estilos de comportamento do líder em relação aos seus subordinados. Enquanto a abordagem dos traços se refere àquilo que o líder é, a abordagem dos estilos de liderança se refere àquilo que o líder faz, isto é, seu estilo de comportamento para liderar. A teoria mais conhecida refere-se a três estilos de liderança: autoritária, liberal e democrática. White e Lippitt fizeram uma pesquisa para analisar o impacto provocado por três diferentes estilos de liderança em quatro grupos. A direção de cada grupo era desenvolvida por líderes que utilizavam três estilos diferentes: a liderança autocrática, a liderança liberal (laissez-faire) e a liderança democrática. O Quadro 1 mostra as características desses estilos de liderança: 1. Liderança autocrática: o líder centraliza as decisões e impõe suas ordens ao grupo. O comportamento dos grupos mostrou forte tensão, frustração e agressividade, e nenhuma espontaneidade, iniciativa ou formação de grupos de amizade. Embora aparentemente gostassem das tarefas, não demonstraram satisfação em relação à situação. O trabalho somente se desenvolvia com a presença física do líder. Quando ele se ausentava, as atividades paravam e os grupos expandiam seus sentimentos reprimidos, chegando a explosões de indisciplina e agressividade. 2. Liderança liberal: o líder delegava totalmente as decisões ao grupo e deixava-o completamente à vontade e sem controle algum. Embora a atividade dos grupos fosse intensa, a produção foi medíocre. As tarefas se desenvolviam ao acaso, com muitas oscilações, perdendo-se tempo com discussões por motivos pessoais e não relacionados com o trabalho. Notou-se forte individualismo agressivo e pouco respeito ao líder. Tópicos Integradores Gestão Ebook 01 Tópicos Integradores Gestão 3 3. Liderança democrática: o líder conduzia e orientava o grupo e incentivava a participação democrática. Houve formação de grupos de amizade e relacionamentos cordiais entre os trabalhadores. Líder e subordinados desenvolveram comunicações espontâneas, francas e cordiais. O trabalho mostrou um ritmo suave e seguro, sem alterações, mesmo quando o líder se ausentava. Houve um nítido sentido de responsabilidade e comprometimento pessoal, além de uma impressionante integração grupal dentro de um clima de satisfação. Os grupos submetidos à liderança autocrática apresentaram maior quantidade de trabalho produzido. Quadro 1 – Três estilos de liderança Autocrático Democrática Liberal (laissez-faire) O líder fixa as diretrizes sem qualquer participação do grupo As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder Há liberdade total para as decisões grupais ou individuais e mínima participação do líder O líder determina as providências para a execução das tarefas, cada uma por vez, à medida que se tornam necessárias e de modo imprevisível para o grupo O grupo esboça as providências para atingir o alvo e pede aconselhamento do líder, que sugere alternativas para o grupo escolher. As tarefas ganham novas perspectivas com os debates A participação do líder é limitada, apresentando apenas materiais variados ao grupo, esclarecendo que poderia fornecer informações desde que as pedissem O líder determina a tarefa que cada um deve executar e o seu companheiro de trabalho A divisão das tarefas fica a critério do grupo e cada membro tem a liberdade de escolher seus companheiros de trabalho A divisão das tarefas e escolha dos colegas fica totalmente a cargo do grupo. Falta absoluta de participação do líder O líder é dominador e “pessoal” nos elogios e nas críticas do trabalho de cada membro O líder procura ser um membro normal do grupo, em espírito. O líder é “objetivo” e limita-se aos “fatos” nas críticas e nos elogios O líder não avalia o grupo nem controla os acontecimentos. Apenas comenta as atividades quando perguntado Fonte: Chiavenato, 2014, p. 127 Tópicos Integradores Gestão Ebook 01 Tópicos Integradores Gestão 4 Sob a liderança liberal não se saíram bem quanto à quantidade e qualidade. Com a liderança democrática, os grupos apresentaram um nível quantitativo de produção equivalente à liderança autocrática, com qualidade de trabalho surpreendentemente superior. Na prática, o líder utiliza os três processos de liderança, de acordo com a situação, as pessoas e a tarefa a ser executada. Ele tanto pode mandar cumprir ordens, como consultar seus subordinados antes de uma decisão ou sugerir a maneira de realizar certas tarefas. O desafio da liderança é saber quando aplicar qual estilo, com quem e em que circunstâncias e atividades. DICA Ênfase na liderança democrática Os autores da pesquisa fizeram ressalvas quanto às variáveis não controladas na experiência, ao fato de que o comportamento juvenil é diferente do comportamento adulto, à diferença das atividades escolares em relação às empresariais, ao curto período de realização da experiência e ao fato de não utilizarem incentivos salariais. Com base nessa experiência, passou-se a pesquisar o papel da liderança democrática comunicativa – compatível com o espírito americano da época –, que encoraja a participação espontânea do empregado, é justa e não arbitrária e se preocupa com os problemas do trabalho e das pessoas. Nas pesquisas posteriormente desenvolvidas, “os grupos dirigidos democraticamente mostraram- se mais eficientes pelo fato de serem, no mínimo, tão produtivos quanto os outros e muito mais criativos” Tópicos Integradores Gestão Ebook 01 Tópicos Integradores Gestão 5 Perfil de comportamento: servidor James Hunter, com seu best-seller O monge e o executivo, tornou popular o modelo de liderança servidora, cujo ícone, modelo e exemplo de referência é Jesus Cristo. Partindo do que Hunter denomina “velho paradigma”, conforme ilustrado na Figura 1, a liderança segue a pirâmide hierárquica de poder e comando da empresa típica do século XX. Ou seja, o comando é top-down, exercido a partir da autoridade máxima (general, presidente, executivo, controlador, dono). Figura 1 – O velho paradigma de Hunter – O monge e o executivo Fonte: Hunter, 2004, p. 47 N a pirâmide clássica da Figura 1. o clienteestá fora, na parte inferior da pirâmide. Ele não faz parte dela. O modelo de funcionamento do mercado para o século XXI tem o cliente como autoridade máxima: é ele quem determina o funcionamento do mercado. A empresa existe para servi-lo, como ilustrado na Figura 2. O modelo estratégico de inversão da cadeia de valores com foco no cliente, que se fundamenta nesta mesma tese: a empresa serve o cliente; a empresa fideliza o cliente; é o cliente quem lidera a moldagem do funcionamento do mercado. Os desdobramentos do aplicativo Uber Tópicos Integradores Gestão Ebook 01 Tópicos Integradores Gestão 6 deverão mostrar se essa tendência é verdadeira. A inversão da posição do cliente, da base para o topo da pirâmide, faz com que toda a cadeia de relacionamentos se inverta. O mesmo acontece do ponto de vista do número de pessoas associadas a cada degrau da pirâmide. Com isso, temos na Figura 2 uma pirâmide invertida, ou seja, “de cabeça para baixo”. Se a Figura 1 mostra a liderança de cima para baixo, pela cadeia de poder, a Figura 2 a exibe sendo exercida pela cadeia de suporte, de baixo para cima: o papel do líder é servir sua equipe para que consiga atingir o melhor resultado, servindo seus pares e subordinados até alcançarem o cliente, servindo-o com o melhor produto e o melhor serviço. Figura 2 – O novo paradigma de Hunter – O monge e o executivo Fonte: Hunter, 2004, p. 50 No modelo de Hunter, a liderança servidora é sustentada pela compaixão, ou seja, pela identificação com a necessidade do outro, que o autor traduz como amor, baseando- se em Jesus Cristo. Mas o amor ao próximo no cristianismo, embora seja um mandamento, é voluntário, é uma opção pessoal. Dessa forma, o modelo de Hunter, conforme ilustrado na Figura 3, tem como seu mais profundo fundamento a vontade Tópicos Integradores Gestão Ebook 01 Tópicos Integradores Gestão 7 própria do líder, ou seja, o desejo de servir. A ligação interior da vontade, gerando compaixão (amor), se traduz em ação – efetivo serviço (ou sacrifício) –, tocando então a autoridade, legitimando a liderança, que, neste caso, se torna liderança servidora. Se relacionarmos a maneira de trabalhar com a maneira de pensar, o líder servidor, tal como o líder comunicador, atingirá melhores resultados por meio da ética e do respeito, aplicando sua capacidade de analisar a diversidade, de entender o ponto de vista do mais fraco ou das minorias, de se colocar no lugar do outro e sentir, descrever e abordar as implicações das ações e reações, levando adicionalmente em consideração a diversidade cultural e de valores de seus liderados, de seus pares e do ambiente em que está inserido e com o qual interage. Pode parecer utópico, mas já é a realidade de inúmeras empresas de sucesso. No Brasil, a empresa Magazine Luiza tem adotado esse modelo, em que Luiza Trajano, sua presidente, exerce o papel de líder servidora. Como indicador, o Magazine Luiza seguidamente tem sido listado entre as melhores empresas para se trabalhar. Figura 3 – Modelo de liderança de Hunter – O monge e o executivo Fonte: Hunter, 2004, p. 70 Tópicos Integradores Gestão Ebook 01 Tópicos Integradores Gestão 8 Gestão virtual de times na pandemia 8 dicas para a gestão virtual de times na pandemia A pandemia causada pelo novo coronavírus tem se tornado um momento de reflexão e reinvenção em diversos sentidos. O isolamento social fez com que muitos modelos de negócios, que sempre funcionaram com os colaboradores atuando presencialmente, fossem substituídos por reuniões e produtividade em home-office. Portanto, as lideranças de equipes precisaram, em pouco tempo, mudar todo o sistema de gestão de pessoas. “Muitas equipes se tornaram virtuais de um dia para outro. Algumas sem preparação ou ferramentas apropriadas. Alguns líderes já tinham experiência na gestão de times virtuais, enquanto muitos outros não”, pondera a consultora, coach especializada em desenvolvimento de líderes e times e CEO da Sintonia Management Development and Consulting, Claudia Piereck da Cunha, que participou de uma live promovida pela GS1 Brasil, no dia 14 de maio. O encontro teve a mediação da GS1 e participação do CEO da GIC, Irineu Fernandes, e do diretor-presidente da inpEV, João Cesar M. Rando, além da interação do público. Claudia abordou o tema “Os desafios de liderar o mundo virtual – gestão de times virtuais”, fornecendo tanto dicas para os gestores que começaram a liderar times de maneira virtual recentemente quanto para os mais experientes, que tiveram a chance de aprimorar seus conhecimentos no assunto. Acompanhe, a seguir, os principais insights da consultora. Tópicos Integradores Gestão Ebook 01 Tópicos Integradores Gestão 9 1. Aprenda a liderar sem ver O grande desafio de gerenciar times virtuais é que o líder não consegue ver e encontrar as pessoas para conversar no corredor, no café, ou ir até as suas estações de trabalho a qualquer momento. “Como saber o que está acontecendo com as pessoas, o que elas estão fazendo, de que apoio necessitam, como estão interagindo entre si? O líder de times virtuais deve ter em mente que não tem como controlar o que os integrantes estão fazendo durante o horário de trabalho”, analisa. Nesse sentido, é necessário ter mais estrutura e organização. “O líder deve buscar obter comprometimento, engajamento e cooperação através da comunicação e construção de confiança. Comunicação constrói confiança, que por sua vez melhora a comunicação”, resume. 2. Promova uma comunicação eficaz Aliás, a comunicação é a habilidade mais importante para o sucesso da gestão de times virtuais, segundo a CEO da Sintonia. “Toda comunicação com os integrantes do time deve ser intencional, pois não acontece naturalmente. As pessoas estão remotas. O líder precisa fazer um esforço consciente para comunicar-se com frequência, agendar reuniões com o time; e, sobretudo, realizar periódicas individuais com cada integrante para checar como está, o progresso do seu trabalho, dar coaching e feedback, etc”. 3. Use a tecnologia como aliada O uso de chamadas com vídeos na interação com o time ajuda na qualidade da comunicação e no entendimento. “Com essa solução, é possível perceber a linguagem corporal além do tom de voz de quem fala, aumentando a proximidade e diminuindo a sensação de distância”, destaca Tópicos Integradores Gestão Ebook 01 Tópicos Integradores Gestão 10 Claudia, reforçando que o líder deve ter sistemas e processos para assegurar que está conectado com as pessoas. “É necessário ter ferramentas de comunicação que todos saibam usar e acordar com o time regras para uso de e-mails, mensagens de texto ou reuniões com vídeos”, mostra. Outra solução que pode ajudar é o Microsoft Teams, plataforma unificada de comunicação e colaboração que combina bate-papo, videoconferências, armazenamento de arquivos e integração de aplicativos no local de trabalho. Ações como essa podem proporcionar espaço em algumas reuniões, para as pessoas compartilharem assuntos pessoais e se conhecerem, ajudando no processo de desenvolvimento de confiança. 4. Incentive a disciplina com flexibilidade É importante respeitar horários para a comunicação, que também devem ser combinados, principalmente se as pessoas estão em fuso horários diferentes. Além disso, atualmente muitas pessoas estão trabalhando em casa, às vezes sem ter um espaço adequado para home office e as crianças não estão na escola. “É fundamental ter flexibilidade para entender que o colaborador pode precisar lidar com assuntos domésticos, como cuidar das crianças durante o dia ou até no meio de uma reunião”,pondera Claudia. 5. Tenha transparência nas informações Um aspecto importante que os líderes devem considerar é que, no atual momento, as pessoas estando trabalhando de forma isolada e remota, podendo ficar suscetíveis a boatos e desinformação. “Os líderes devem proporcionar informação constante, buscar conversar com os integrantes do time para saber o que estão pensando ou ouvindo, que dúvidas ou Tópicos Integradores Gestão Ebook 01 Tópicos Integradores Gestão 11 perguntas têm e, sobretudo, construir um ambiente de confiança para que as pessoas se sintam à vontade para compartilhar informações com o líder”, ensina Claudia. 6. Construa uma relação de confiança A construção de confiança começa com o líder que, mesmo de forma remota, deve continuar servindo de exemplo para todo o time. “Ele precisa confiar na equipe para que as pessoas tenham confiança nele e entre si”, diz. Assim, é importante que os gestores acreditem que as pessoas têm boas intenções e que estão fazendo o melhor possível, já que não pode controlar o que fazem de forma remota. “O que o líder pode fazer é usar ferramentas como Excel para acompanhar a execução das tarefas onde cada membro do time completa ao executar determinadas tarefas”, sugere. 7. Incentive o espírito de equipe Como as pessoas estão separadas fisicamente, é fácil perderem o espírito de time. Por isso, a recomendação é a de que a liderança reforce o propósito comum para que a equipe não perca a sua identidade. “Papéis e responsabilidades devem estar claros para fomentar a cooperação entre os membros. Todos devem saber quem é responsável pelo que, como podem se ajudar e a quem procurar quando necessitarem”, recomenda a CEO da Sintonia. 8. Considere as questões emocionais da equipe Outra recomendação é que o líder faça reuniões com o único propósito de teambuilding, como happy hours, alguma atividade lúdica e troca de experiências pessoais para que as pessoas possam dar apoio umas às outras. Tópicos Integradores Gestão Ebook 01 Tópicos Integradores Gestão 12 “O líder deve colocar atenção na saúde emocional do time, em especial em momentos de muitas incertezas. As pessoas não estão fisicamente próximas, portanto, a interação entre elas tem de ser intencional e incentivada pelos gestores”, alerta. Por fim, gerenciar times virtuais é um aprendizado e pode gerar alguns efeitos bastante positivos. Disponível em: <https://noticias.gs1br.org/8-dicas-para-a-gestao-virtual-de-times-na-pandemia/>. Acesso em 29 de maio de 2020. Tópicos Integradores Gestão Ebook 01 Tópicos Integradores Gestão 13 Considerações Finais Uma gestão de qualidade deve considerar além de preceitos destacados nos tópicos acima, muitos outros. A gestão deve ser colaborativa, saber escutar os colaboradores permite a construção e desenvolvimento do negócio. Saber tomar decisões e quando tomar, também se apresenta como um ponto importante para que o negócio tenha um direcionamento. As empresas são formadas por pessoas, e precisam ser lideradas para atingirem resultados positivos. Assim, se torna tão importante a gestão no sentido de conduzir as pessoas para o resultado produtivo, mas principalmente em um clima organizacional saudável e criativo. Vivemos em um momento delicado, e as pessoas precisam confiar em seus gestores para atender aos anseios das organizações, exercendo atividades no qual foram contratadas. Viver esse novo normal, em época de pandemia, não é tarefa fácil para os gestores e equipes, mas a preparação adequada pode ser uma boa alternativa para o sucesso. O uso da tecnologia associada a liderança pode aproximar as pessoas, em um momento de distanciamento, mantendo a alta performance do time. Obrigado e Bons Estudos! Prof. Wagner Assunção Tópicos Integradores Gestão Ebook 01 Tópicos Integradores Gestão 14 Referências Bibliográficas CHIAVENATO, Idalberto – Introdução à teoria geral da administração / Idalberto Chiavenato. – 9. ed. – Barueri, SP : Manole, 2014. FRANCO Junior, Carlos. Administração moderna: integrando estratégia e coaching diante das mudanças/Carlos Franco Jr. –-São Paulo: Saraiva Educação, 2018. Oito dicas para gestão virtual de times na pandemia. Associação Brasileira de Automação. Disponível em: <https://noticias.gs1br.org/8-dicas-para-a-gestao-virtual-de- times-na-pandemia/>. Acesso em 29 de maio de 2020.
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