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Vulvovaginites Infecciosas

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Vulvovaginites 1
Vulvovaginites 
VULVOGINITES INFECCIOSAS 
Vaginose Bacterina 
Agente: 
Polimicrobiana: desequilíbrio da flora vaginal, reduz lactobacilos (moram na 
vagina e promovem a defesa) e aumenta anaeróbicos 
Gardnerella vaginalis, bacteroides sp, mobiluncus sp, Mycoplasma 
hominis, peptoestreptococcus sp 
Quadro clínico:
Característica do corrimento 
Branco-acinzentado e homogêneo
Pode formar micro-bolhas 
Odo fétido
Piora no coito e menstruação 
Facilita volatização das aminas - pH vaginal está mais alcalino 
50% é assintomático 
Diagnóstico 
Precisa ter 3 dos 4 critérios de Amsel: 
1. Teste das aminas (Whiff test) é positivo 
a. Pegar lamina com espátula, lado sem chanfradura pegar conteúdo na 
parede lateral (parede posterior tem outros conteúdos), colocar na 
lâmina e pingar uma gota de hidróxido de potássio, libera odor de peixe 
podre (pode ser positivo na tricomoniase) 
b. Ao posicionar a paciente já permite sentir o odor
2. Exame a fresco 
Vulvovaginites 2
a. Lâmina, espátula com lado sem chanfradura, colocar na lâmina, pingar 
soro, colocar lamínula e visualizar na lâmina - Clue Cells (Células alvo - 
parecem um alvo)
b. As bactérias que mais se aderem a células e mostram esse sinal são 
as em destaque no início 
c. Paciente pode não ter
3. pH vaginal: > 4,5, em média 5,0 
a. Pegar fita do pH e colocar em contato com a parede lateral por q 
minuto 
b. Comparar referência na caixa
4. Características do corrimento: pode formar micro-bolhas (as macro-bolhas 
é na tricomoniase, não confundir) 
Pode não apresentar todos, mas se quadro clínico típico pode fechar 
diagnóstico - utilizar bom senso 
Tratamento: 
Creme vaginal: 
Metronidazol gel 
Oral: 
Metronidazol VO 250mg 2cp 12/12h por 7 dias 
Não fazer dose única, ocorre reincidência 
Paciente tem que ficar em abstinência alcóolica durante uso e 72 horas 
após o tratamento 
Efeito Antabuse: náusea, vômito, diarreia e gosto metálico 
Clindamicina VO (2º opção) 
Não tratar o parceiro, não é IST
Candidíase Vulvovaginal 
Agente: Candida albicans 
Vulvovaginites 3
Fatores predisponentes: 
Fatores que aumentam a proliferação de fungos: 
Gravidez 
Obesidade 
ACO combinado com alta dose de estrogênio (estinil-estradiol 35) 
Corticoides
Imunossupressores 
Imudeficiência 
Estresse 
Contato com alérgenos ou irritantes 
Roupas justas, sintéticas, sabonetes ricos em corantes 
Hábitos de higiene e vestuário 
Praia com biquíni úmido por muito tempo, roupas justas no verão 
Antibióticos 
DM descompensado 
Quadro clínico: 
Corrimento: grumoso, branco, sem odor, adere as paredes - leite coalhado 
Prurido, disúria, dispareunia, edema, hiperemia - pode ter lesão de coçadura 
Diagnóstico: 
Exame a fresco: mencionado anteriormente 
Detecta pseudo-hifas 
pH vaginal: ≤ 4,5 (4,0/4,2) 
Considerar anamnese com fatores de risco 
Tratamento: 
Cremes vaginais: 
Miconazol - 7 noites 
Vulvovaginites 4
Nistatina: atrelada a menor resposta e recorrência, exige maior tempo (10 
dias) 
Creme vaginal exige abstenção sexual, por vezes, não segue por tanto 
tempo 
Clotrimazol, Tioconazol, Terconazol, Butoconazol 
Oral: 
Fluconazol 150mg VO (2º opção) dose única 
Itraconazol 
Tratar apenas parceiro sintomático 
Se recorrente pode recomendar de forma empírica, não consta na literatura 
Gestante: 
Apenas uso tópico e usar nistatina por 14 dias - se possibilidade de atraso 
menstrual mais seguro o creme 
Tricomoníase 
Agente causador: Trichomonas vaginalis 
Quadro Clínico: 
Corrimento: abundante, bolhoso, com mau cheiro, purulento 
Sinais e sintomas inflamatórios: irritação, hiperemia, prurido, colpite (colo em 
framboesa/morango) - pouco visto a olho nú, melhor no colposcopio 
Diagnóstico: 
Anamnsese 
Exame físico 
Teste das aminas (Whiff test): positivo 
Mais característico em vaginose bacteriana 
Exame a fresco 
Tricomonas móvel e polimorfonuclear (inflamação) 
Vulvovaginites 5
Encontrou na lâmina, é certeza que tem - tratar
pH ≥ 5,0 
Tratamento: 
Não usa tópico: não é suficiente 
Oral 
Metronidazol 2g VO dose única
400mg 5cp VO dose única 
250mg, 2cp, VO, 12/12 por 5 dias (mais indicado para vaginose 
bacteriana) 
Ministério da Saúde não preconiza: 
Tinidazol e Secnidazol (2º opção) 
Não pode ingerir bebida alcóolica até 72 horas após finalizar tratamento 
Efeito Antabuse 
Tratar parceiro: não pode ser feito sem convocar o paciente em uma consulta, 
precisa atender 
Deve rastrear outras IST’s pela sorologia 
Vaginite descamativa 
Sem causa conhecida: presença de Streptococcus beta-hemolítico em 70%
Clínica:
Vaginite purulente sem DIP ou do trato superior 
Diagnóstico
Conteúdo vaginal purulento em grande quantidade 
pH alcalino 
Microscopia com processo descamativo vaginal intenso 
Flora vaginal tipo 3 (sem lactobacilos) 
Número elevado de polimorfonucleares 
Vulvovaginites 6
Tratamento
Clindamicina creme a 2%-5% via vaginal por 7 dias 
VULVOGINITES NÃO INFECCIOSAS 
Vulvovaginites inespecíficas 
Sem agente específico 
Exclusão 
Faz exame físico 
Exame a fresco 
Exame parasitológico de fezes 
Causa geral é falta de higiene
Ocorre muito em criança
Trata: 
Orientar higiene adequado 
Modificar vestuário - roupas de algodão 
Banho de assento 
Tratar verminoses (depende do exame de fezes) 
Vaginites atróficas 
 Causa: Deficiência de estrogênio 
Clínica:
Prurido vulvar intenso 
Ardência vulvovaginal 
Dispareunia 
Conteúdo vaginal amarelo-esverdeado 
Vulvovaginites 7
Diagnóstico: 
pH > 5,0 
Microscopia com solução salina sem patógenos com polimorfonucleates e 
presença de células basais e parabasais 
Tratar: 
Reposição estrogênica local 
Vaginose Citolítica 
Causa: desequilíbrio do ecossistema vaginal 
Reduz o pH vaginal e eleva população de lactobacilos 
Clínica: 
Corrimento vaginal branco e grumoso
Prurido e ardência vulvovaginal 
Piora no período pré-menstrual 
Diagnóstico: 
Aumento do número de lactobacilos 
Pequeno número de leucócitos 
Evidência de citólise 
Ausência de trichomonas, Gardnerella ou Pseudo-Hifas 
Tratamento: 
Alcalinazação do meio vaginal com duchas vaginais com 30-60g de 
bicarbonato de sódio em 1 litro de água morna 
2-3 vezes na semana

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