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Stephanie Lima @tell_lima | Zootecnia - UFAPE As doenças digestivas que acometem os ruminantes, são responsáveis por grandes perdas econômicas dentro do sistema, dentre elas: perdas com fornecimento de concentrado, tratamentos, produção de leite, animais e etc. Os ruminantes apresentam um estômago dividido em 4 compartimentos, são eles: PRÉ-ESTÔMAGOS (digestão mecânica): Rúmen, retículo e omaso. Nesses compartimentos ocorre a fermentação do alimento por populações microbianas (bactérias, protozoários e fungos). ESTÔMAGO VERDADEIRO (digestão enzimática): Abomaso. A acidose ocorre devido a um desequilibrio entre a produção de ácidos no ambiente ruminal (fermentação dos carboidratos do alimento) e a remoção desses acidos (absorção pelo epitélio ruminal, passagem para o abomaso e neutralização por agentes tamponantes). A degradação de carboidratos estruturais (fibra) pelas bactérias celulolíticas produz uma grande quantidade de Ácido Acético (acetato). Já a degradação do amido e açúcares (concentrado) pelas bactérias amilolíticas provocam uma maior produção de Ácido Propionico (proprionato) e menor de Ácido Acético. Dietas ricas em concentrado (>60%) reduzem a ruminação devido a menor quantidade de fibra, o que resulta em uma menor taxa de bicarbonato (tamponante) e maior concentração de H+ no sangue (acidificante) o que acarreta na redução do pH. Esse ambiente ácido torna-se propício a produção e absorção de maiores quantidades de ácidos (principalmente o ácido láctico). Assim, em um quadro de Acidose Ruminal irá ocorrer influencia no pH sanguíneo devido a absorção de ácidos no rúmen. TIPOS DE ACIDOSE AGUDA: acúmulo de ácido láctico no rúmen. Dietas com alto nível de amido e carboidratos de rápida fermentação promovem uma maior produção de AGV (propionato) e láctico. Essa acidificação torna o ambiente propício ao desenvolvimento e multiplicação dos INTRODUÇÃO ACIDOSE RUMINAL Stephanie Lima @tell_lima | Zootecnia - UFAPE Streptococcus bovis (bactérias transformadoras de glicose em lactato). Uma grande concentração de lactato resulta em uma maior redução do pH (<5,5) comprometendo as bactérias Gram (-) e protozoários. Quando o pH chega a níveis <5,0 ocorre a inibição da Streptococcus bovis (sensibilidade ao pH baixo) e multiplicação do Lactobacillus sp. e aumento de ácido láctico, com isso o meio ruminal se torna aquoso e o animal apresenta ácidose metabólica (generalizada), prostação, coma e morte. OBS: Animais que apresentam quadro de acidose aguda foram submetidos a mudanças na dieta sem haver adaptação prévia da microflora ruminal. SUBAGUDA: acúmulo de altas concentrações de AGCC e baixo acúmulo de ácido láctico. A ingestão prolongada de grandes quantidades de carboidratos de rápida fermentação, junto a níveis inadequados de volumosos (fibra efetiva), fazem com que a população microbiana consiga se adaptar a dieta rica em grãos e proliferar as populações de bactérias produtoras e usuárias de ácido láctico. Nesse tipo de acidose observa-se uma grande quantidade de AGV (principalmente butírico e propiônico), os quais estimulam o desenvolvimento e proliferação das papilas ruminais, causando a paraqueratose. A paraqueratose é uma doença causada pelo endurecimento e aumento das papilas, formando feixes e camadas queratinizadas, reduzindo assim a absorção dos AGVs e acarretanto em uma menor eficiência metabólica e desempenho geral dos animais. DIAGNÓSTICO Ruminocentese: Aspiração por punção com o uso de agulha, cateter ou sonda; Sonda orogástrica: Retirada do suco gástrico através de uma sonda introduzida na cavidade oral; Cânula ruminal: Animais em pesquisas. Lipopolissacarídeos (LPS) fecais: Animais que comem altas concentrações de grãos, tem por resultado maior excreção de LPS (entoxinas). Uso de sensor implantável no rúmen: Sensor que avalia em tempo real as flutuações do pH ruminal. SINTOMAS Apatia acentuada; Redução na ingestão de alimentos; Frequência de micção (desidratação); Diarréia escura; Taquicardia; Presença de ulceras no rúmen; Lesões na mucosa e submucosa do rúmen; Fraqueza muscular, lentidão, coma, óbito. TRATAMENTO Corrigir alimentação (relação vol:conc.); Fornecer bicarbonato de sódio via oral. PREVENÇÃO Adaptação gradual dos animais a dietas com maiores quantidades de grãos; Paraqueratose Stephanie Lima @tell_lima | Zootecnia - UFAPE Evitar submeter os animais a longos períodos de restrição alimentar, a fim de evitar um superconsumo na próxima refeição. Utilizar antibióticos de efeito sistêmico, limitando o crescimento de microrganismos, reduzindo a concentração de ácido láctico e incidência de feridas. Usar aditivos alimentares com função tamponante; Fornecer fibra fisicamente efetiva no tamanho ideal para estimular a ruminação e produção de saliva (tamponante). A laminite é um processo inflamatório das estruturas sensíveis da parede do casco. A acidose ruminal causa lesões na mucosa, causando maior permeabilidade, resultando em uma acidose sistêmica. Essa acidose generalizada causa uma vasoconstrição (redução dos vasos sanguíneos) o que diminui o fluxo sanguíneo nas lâminas do casco. SINTOMAS Dor local; Tremor muscular; Sudorese e aumento da frequência cárdiaca e respiratória; Cascos quentes; Inflamação aparente; Dificultade e relutância em se movimentar. TRATAMENTO Uso de antibiótico e antiflamatório. PREVENÇÃO Corrigir alimentação (evitando acidose). LAMINITE
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