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PRÁTICAS-E-CÁLCULOS-TRABALHISTAS

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Sumário 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 
1 PROCESSO DE FORMAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DO DIREITO DO 
TRABALHO................................................................................................................. 5 
2 ABRANGÊNCIA DA ÁREA JURÍDICO-TRABALHISTA ......................................... 8 
3 ADMISSÃO ............................................................................................................ 10 
3.1 Contrato de Trabalho ........................................................................................... 12 
3.1.1 Contrato de Trabalho Autônomo ...................................................................... 12 
3.1.2 Contrato de Trabalho Eventual ......................................................................... 13 
3.1.3 Contrato de Emprego por Tempo Indeterminado ............................................. 14 
3.1.4 Contrato de Emprego por Tempo Determinado ................................................ 14 
3.2 Carteira de Trabalho e Previdência Social .......................................................... 15 
4 ATIVIDADES OU OPERAÇÕES INSALUBRES ................................................... 16 
4.1 Adicional e Base de Cálculo ................................................................................ 16 
5 TRABALHO DE DURAÇÃO NORMAL .................................................................. 17 
5.1 Definição do Salário por Hora Normal Trabalhada .............................................. 18 
6 TRABALHO DE DURAÇÃO ESPECIAL ............................................................... 19 
7 BANCO DE HORAS ............................................................................................... 19 
7.1 Banco de horas anual .......................................................................................... 20 
7.2 Banco de horas semestral ................................................................................... 20 
7.3 Horas extras ........................................................................................................ 21 
8 FÉRIAS ................................................................................................................ .21 
8.1 Abono Pecuniário ................................................................................................ 23 
8.2 Considerações para cálculo de férias .................................................................. 24 
9 GRATIFICAÇÃO NATALINA (DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO) ........................... 24 
9.1 Valor a Ser Pago ................................................................................................. 25 
 
 
 
9.2 Contagem Dos Avos (Meses) Para Pagamento Dos Valores .............................. 25 
9.3 Contagem dos Avos Como Divisor Para Apuração das Médias .......................... 26 
9.4 Férias – Adiantamento do 13º Salário ................................................................. 26 
10 FOLHA DE PAGAMENTO ................................................................................... 27 
10.1 Cálculo de Folha de Pagamento ....................................................................... 27 
11 FGTS .................................................................................................................... 31 
11.1 Hipóteses de saque ........................................................................................... 32 
11.2 Hipóteses de movimentação em caso de extinção do contrato de trabalho ...... 32 
11.3 Hipóteses de movimentação durante a vigência do contrato de trabalho .......... 33 
11.4 Depósitos e cálculos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço ................... 34 
12 PROCESSO RESCISÓRIO .................................................................................. 35 
12.1 Tipos de desligamentos ..................................................................................... 36 
12.2 Aviso prévio ....................................................................................................... 37 
12.3 Documentos ...................................................................................................... 38 
12.4 Entrega de documentos e pagamento das verbas Rescisórias ......................... 39 
12.5 Rescisão do contrato de trabalho por acordo entre empregado e empregador . 39 
12.6 Homologação .................................................................................................... 40 
13 SEGURO-DESEMPREGO ................................................................................... 41 
13.1 Seguro-Desemprego Formal ............................................................................. 42 
13.2 Seguro-Desemprego Pescador Artesanal ......................................................... 42 
13.3 Seguro-Desemprego Empregado Doméstico .................................................... 43 
13.4 Seguro-Desemprego Trabalhador Resgatado ................................................... 44 
13.5 Bolsa de Qualificação Profissional .................................................................... 44 
14 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 46 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Prezado aluno, 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 PROCESSO DE FORMAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO 
O isolamento da categoria fundamental sobre a qual se constrói o Direito do 
Trabalho (a relação de emprego) é tarefa essencial para se encontrar seu preciso 
posicionamento na história, eliminando-se a pesquisa errática em torno de períodos 
em que esse ramo jurídico especializado seguramente não poderia se gestar e se 
desenvolver. 
Em relação à posição histórica desse Direito, entretanto, a investigação deve 
recair sobre um segundo método proposto, que afirma que, todo fenômeno é resultado 
de muitas definições. 
Este pressuposto permite compreender as múltiplas definições e fatores que 
levaram ao surgimento e consolidação do campo jurídico em estudo. Uma vez que 
todos os fenômenos sociais e históricos são o resultado de muitos fatores diferentes 
e integrados, é importante determinar algumas definições. Isso levou ao fenômeno 
social e jurídico do Direito do Trabalho. 
O Direito do Trabalho surge da combinação de uma série de fatores que podem 
ser divididos em três grupos específicos: fatores econômicos, fatores sociais, fatores 
políticos. Obviamente, os dois não atuam isoladamente, pois não podem ser 
compreendidos sem a interação de outros fatores convergentes. 
Além disso, apresentam características individuais estritas, pois possuem 
dimensões e reflexos diferentes em sua configuração interna (não se pode negar as 
dimensões social e política e a influência de, por exemplo, eventos econômicos 
básicos). 
No entanto, com essas limitações em mente, a classificação
proposta ainda é 
válida e funcional, pois fornece uma visão abrangente de todo o processo de 
construção e consolidação do setor judiciário. 
Do ponto de vista econômico, são fatores que ofereceram condições favoráveis 
para o surgimento da nova especialização do Direito: Por um lado, a contratação de 
um empregado livre, mas subordinado pela relação de trabalho, como instrumento 
central da relação de produção por meio o sistema de produção emergente; por outro 
lado, o fato de que esse novo sistema produtivo também cria e desenvolve outra forma 
organizacional do processo produtivo, a chamada indústria de grande escala. Essa 
 
6 
 
nova modalidade deslocou as formas primitivas de organização da produção, que se 
materializaram no artesanato e na manufatura. 
O primeiro fator deve ser esclarecido: a relação de trabalho, que surge do 
trabalho livre, mas ao mesmo tempo é subordinada, permite ao empresário capitalista 
fazer um uso ótimo da energia, inteligência, emoção e criatividade humanas, criando 
um mecanismo de integração das pessoas no mundo. Sistema produtivo com 
potencial máximo de geração de bens e serviços na sociedade histórica. 
Em torno da relação de trabalho que permite ao trabalhador conciliar a 
liberdade pessoal com a gestão do empresário, foi traçada a fórmula inovadora de 
organização do sistema produtivo, que permite ao capitalismo se distanciar das 
modalidades anteriores de produção, que maximiza não só a inteligência produtiva, 
sistematizada e objetivada do homem, mas também a produtividade do trabalho nos 
últimos dois séculos e meio. 
O segundo fator deve ser esclarecido: o termo indústria de grande porte se 
traduz em um modelo de organização do processo produtivo baseado no uso intensivo 
de máquinas e em uma profunda especialização e mecanização das tarefas para a 
realização de uma produção sequencial, em série de rotina. 
O modelo da grande indústria levou ao uso massivo e concentrado do trabalho 
assalariado, que se tornou um instrumento integrante do sistema industrial 
característico do capitalismo emergente. 
Por fim, como fator econômico importante, ocorreu na Europa Ocidental e nos 
Estados Unidos da América, no final do século XVIII e no final do século XIX, um 
processo de extensa e crescente concentração industrial (econômica ou de capital no 
sentido mais amplo). 
Acima de tudo, esse processo terá o poder de reforçar outros fatores 
convergentes, como o uso massivo de mão de obra pelo sistema produtivo e a 
formação de grandes contingentes urbanos de trabalhadores nessas sociedades. 
Do ponto de vista social, os fatores que criaram condições favoráveis para o 
surgimento do direito do trabalho são: a concentração proletária na sociedade 
europeia e norte-americana em torno das grandes cidades industriais; o surgimento 
de uma identificação profissional inovadora entre as grandes massas trabalhadoras, 
que se baseia no mesmo universo de movimento dos seus trabalhadores, o universo 
que se materializa na empresa. 
 
7 
 
Por fim, do ponto de vista político, as medidas tomadas e desenvolvidas ao 
nível da sociedade civil e do Estado são fatores que conduziram ao surgimento do 
Direito do Trabalho, então estruturado em torno de regras objetivas de recrutamento 
e gestão dos trabalhadores como parte do sistema de produção. 
Ao nível da sociedade civil, a descoberta dos trabalhadores da ação coletiva 
(em vez da simples ação individual) como instrumento de ação quer na esfera política 
(sobretudo perante o Estado), quer essencialmente na esfera profissional (isto é, 
perante o empregador ou empregadores). Depois, o aperfeiçoamento desta estratégia 
de ação coletiva através da formação e consolidação de organizações coletivas de 
trabalhadores, sejam elas sindicais ou claramente mais políticas. Por fim, como 
síntese de todo este processo, o surgimento de movimentos claramente políticos com 
forte participação dos trabalhadores, dos quais os sindicatos nacionais e 
internacionais, o socialismo e o comunismo são exemplos notáveis. 
Tal normatização — típico Direito autônomo em contraposição ao heterônomo 
estatal, ainda não surgido — se constituía, segundo Evaristo de Moraes Filho (1960, 
p. 133), de “acordos coletivos, entre empregados e empregadores, entre sindicatos e 
grupos de empresas, entre sindicatos operários e sindicatos patronais; de 
regulamentos de empresa; de conciliação de greves e conflitos coletivos de trabalho; 
de estatutos sindicais; de atividades cooperativas, e assim por diante”. 
É claro que esta produção normativa autônoma, embora decorrente 
essencialmente de um processo de organização e mobilização dos trabalhadores, 
implica também o desenvolvimento (consciente ou inconscientemente) de uma 
estratégia empresarial alternativa em termos de assimilação e disponibilização de 
novos instrumentos de gestão interna do trabalho do sistema produtivo. 
No plano da sociedade política, o Estado começou a construir respostas 
diferenciadas à mobilização e pressão dos trabalhadores organizados do século XIX. 
Nesse sentido, aliado ao conceito primitivo de impermeabilidade política às 
compulsões dos trabalhadores (a repressão como única reação às demandas dos 
trabalhadores), afirma-se também uma linha de ação estatal que retoma a regulação 
autônoma surgida na sociedade civil, sem uma matriz clara a incompatibilidade entre 
o Direito autônomo negociado e o Direito heterônomo produzido. 
No contexto histórico-social em que convergem esses fatores econômicos, 
sociais e políticos, o Direito então aplicável sob a forma de direito civil de orientação 
 
8 
 
liberal-individualista não tem uma resposta jurídica adequada ao fato novo da relação. 
A clássica matriz Civilista tendia a reduzir todas as questões que surgiam no âmbito 
da relação de trabalho, às próprias questões do antigo modelo do contrato bilateral, 
que se regia pela autonomia da vontade dos seus sujeitos contratuais. Portanto, 
questões de natureza civil e contratual, tratadas sob a perspectiva individual dos 
sujeitos isolados da relação empregatícia, de um lado o empregador e, de outro lado, 
o empregado. Ambos tomados, pelo Direito Civil, como se indivíduos singelos fossem. 
Todo esse processo revelou a falácia da lei individualista liberal como modelo 
explicativo da relação de trabalho, uma vez que descreveu ambos os sujeitos da 
relação de trabalho como simples seres individuais. Com efeito, os trabalhadores 
perceberam que um dos sujeitos da relação de trabalho (o empregador) foi sempre 
um ser coletivo, ou seja, um ser cuja vontade era capaz de desencadear ações e 
efeitos de impacto social, quer certamente no seio da comunidade de trabalho, quer 
eventualmente mesmo dentro da comunidade em geral. 
Em contrapartida, a vontade do trabalhador, como mera manifestação 
individual, não tem a capacidade natural de trabalhar para além do âmbito limitado da 
relação bilateral acordada entre empregador e trabalhador. O Direito Civil tratava os 
dois sujeitos da relação de trabalho como seres individuais e, em sua equação 
formalista, ocultava a qualidade essencial do coletivo que o empregador naturalmente 
possui. 
2 ABRANGÊNCIA DA ÁREA JURÍDICO-TRABALHISTA 
O estudo do Direito do Trabalho como um ramo distinto do Direito deve ser 
acompanhado de uma revisão dos segmentos jurídicos derivados de sua categoria 
socioeconômica básica (a relação de emprego), que, no entanto, foram divididos em 
ramos separados e diferenciados após seu desenvolvimento, realmente independente 
do segmento justrabalhista. 
Isso deve ser feito ao mesmo tempo que se amplia a definição do campo do 
Direito, que consiste em ramos estreitos do Direito com um certo grau de proximidade, 
embora com autonomia claramente garantida. 
 
9 
 
Essa afinidade se deve ao fato de todos estarem relacionados de uma forma 
ou de outra e com graus variados de intensidade à categoria básica do Direito do 
trabalho,
a relação de emprego. 
Todos esses ramos relacionados do Direito formam o que pode ser referido em 
um sentido mais amplo como direito do trabalho, no qual o Direito do Trabalho ocupa 
uma posição de destaque. 
De fato, a relação de emprego, como categoria central do sistema capitalista 
de produção, adquiriu notável potencial para a criação de relações socioeconômicas 
e jurídicas correlatas, de alguma forma ligadas a ela e que produziram um número 
diversificado ramos jurídicos próximos e associados. 
Embora todos esses ramos indiscutivelmente se relacionem com a relação de 
trabalho (e de fato nem mesmo sejam compreendidos se a relação de trabalho não 
existir), alguns estão estruturados com sua própria relação jurídica específica como 
uma categoria central que não deve ser confundida com a relação de trabalho , por 
exemplo, no Direito Acidentário do Trabalho, é o caso: O cerne da construção de suas 
normas e instituições jurídicas reside em uma relação jurídica complexa na qual o 
Estado também está envolvido. 
A área justrabalhista, no sentido mais amplo, entendida como a área de 
estruturação e dinâmica dos ramos especializados do direito construída desde a 
indução básica até a relação de trabalho, é, portanto, definida de forma bastante 
ampla. Neste campo, não existem apenas os princípios, normas e sistemas jurídicos 
do Direito do Trabalho, mas também as normas, princípios e sistemas jurídicos que 
regulam a estrutura e a dinâmica das relações sociais e jurídicas. A estrutura e a 
dinâmica dessas relações baseiam-se no seu próprio desenvolvimento, embora desde 
a introdução até às relações laborais. 
A rigor, o direito do trabalho, como conjunto de princípios, normas e instituições 
jurídicas destinadas a regular as relações laborais, obviamente não inclui ramos do 
direito em que a categoria básica não é o empregado-empregador, mas sim o seu 
próprios relacionamentos básicos. Por esse motivo, não inclui, por exemplo, o Direito 
Previdenciário, que trata das relações do empregado e do empregador como questões 
específicas relacionadas ao Estado/Previdência. Direito Processual do Trabalho, que 
se estrutura de acordo com a relação processual trilateral e angular autor-réu-
Estado/juiz. 
 
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3 ADMISSÃO 
A palavra salário tem sua origem semântica no latim salarium, que significa sal, 
que já era usado em Roma como meio de pagamento como "moeda de troca". Uma 
das características do salário é a possibilidade de seu caráter composto, ou seja, a 
possibilidade de parte da contraprestação ser paga em dinheiro e parte em in natura 
(utilidades). Portanto, o salário é a contraprestação paga diretamente pelo 
empregador em dinheiro ou em utilidades (habitação, etc.). 
Como descreve, Barbosa (2020), entende-se por admissão o ato por meio do 
qual o empregador aceita que o empregado passe a integrar a sua empresa. É quando 
se inicia o vínculo empregatício. 
Ainda de acordo com Barbosa, (2020). Ao ingressar em um emprego, o 
empregado tem direito a receber uma contraprestação paga pelo empregador em 
decorrência do trabalho realizado. Essa contraprestação se denomina salário. 
O art. 457 da CLT define que compõem o salário a parte fixa, as comissões, as 
porcentagens, as gratificações, os abonos e o valor total das diárias que excedam 
50% do próprio salário, (BARBOSA, 2020). 
O artigo 457 da CLT estipula que os alimentos “in natura” e os fornecidos por 
meio de documentos de legitimação não são considerados salário e não fazem parte 
da base de cálculo do imposto de renda pessoa física. Ao mesmo tempo, a medida 
eliminou o termo “alimentação” do caput do artigo 458 da CLT. 
Art. 458 da CLT: Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, 
para todos os efeitos legais, a habitação, o vestuário ou outras prestações in 
natura que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer 
habitualmente ao empregado, e, em nenhuma hipótese, será permitido o 
pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. (BRASIL, 1943) 
O Decreto-lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943, veio para consolidar as 
premissas relacionadas ao direito do trabalho, e é constantemente revisado. 
Documentos essenciais solicitados quando da contratação: 
a) Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS; 
b) Atestado de Saúde Ocupacional – ASO; 
c) Título de eleitor, para os maiores 18 de anos; 
d) Certificado de reservista ou de alistamento militar; 
 
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e) Certidão de nascimento, casamento ou Carteira de Identidade – RG, 
conforme o caso; 
f) Cadastro de Pessoas Físicas – CPF; 
g) Documento de Inscrição no PIS/PASEP, ou anotação correspondente na 
CTPS; 
h) Cópia da certidão de nascimento de filhos menores de 14 anos, para fins de 
recebimento de salário-família; 
i) Cartão da Criança, que substitui a carteira de vacinação; 
j) Comprovante de endereço; 
k) 1 foto 3x4. A ser usada no livro de registro de empregados. 
É importante ressaltar que demais documentos podem ser solicitados de 
acordo com o regime interno da empresa. 
A sigla PCMSO significa Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, 
conforme especificado no item 7.2.1 da norma regulamentadora nº 07. O PCMSO é 
parte integrante de uma ampla gama de iniciativas corporativas no campo da saúde 
dos trabalhadores e com as quais precisam trabalhar as disposições previstas em 
outras normas regulamentares. 
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO é 
regulamentado pela norma regulamentadora nº 07 do Ministério do Trabalho e 
Emprego, que estabelece a obrigação de elaborar e conduzir o programa de inspeção 
médica por todos os empregadores e instituições que aceitem empregados como 
trabalhadores, especifica Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – 
PCMSO, com o objetivo de promover e manter a saúde de seus colaboradores como 
um todo. 
O PCMSO prevê a realização de entrevistas de emprego, exames médicos 
regulares, reintegração, mudança de função e demissional. Além do objetivo de 
prevenir, monitorar e controlar possíveis danos à saúde e integridade do empregado 
e identificar riscos anteriores, principalmente no que se refere a doenças relacionadas 
ao trabalho. 
Assim como o PPRA, o PCMSO também devem ser realizados se a empresa 
tiver apenas um funcionário, mesmo que seja o proprietário, pois também está exposto 
a riscos. 
 
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A título de exemplo, o PCMSO pode exigir uma análise do ambiente de trabalho 
dos funcionários, a fim de identificar os riscos que podem afetar a saúde dos mesmos. 
Portanto, uma série de exames clínicos específicos e complementares podem ser 
solicitados para cada tipo de nível de risco da empresa. 
Ainda de acordo com a Lei nº. 8.213/91, art. 118 O empregado que sofreu 
acidente do trabalho e ficar afastado por mais de quinze dias (período máximo de 
permanência sob a responsabilidade do empregador, inclusive no tocante ao 
pagamento das verbas salariais) tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a 
manutenção do seu contrato, após a cessação do auxílio-doença acidentário 
(benefício previdenciário) e retorno ao trabalho. 
Barbosa, (2020) ressalta portanto, as empresas devem ter muito cuidado em 
relação à saúde e ao bem-estar dos seus empregados, o que pode ser constatado se 
verificarmos os mencionados exames obrigatórios aos quais estão sujeitos os 
empregados, bem como a manutenção do seu contrato de trabalho até um ano após 
a cessação do auxílio-doença acidentário. 
3.1 Contrato de Trabalho 
Visto que trabalho é qualquer atividade humana que visa sustentar o próprio 
trabalhador e, no caso sua família, deve-se concluir que seu universo é realmente 
muito amplo. Porque sob o rótulo de “trabalho” as atividades são realizadas “por conta 
própria” (também para autossubsistência) ou “por conta de outrem” (no sentido 
econômico); de forma "autônoma" ou "subordinada"; de forma “eventual” ou “não 
eventual” Em última análise, vários ramos com suas particularidades
surgem de um 
mesmo tronco comum, embora todos tenham o mesmo propósito de garantir a 
sobrevivência humana. Vejam-se algumas dessas formas contratuais de trabalho de 
maneira pormenorizada: 
 
3.1.1 Contrato de Trabalho Autônomo 
De etimologia evidente (auto, do vocábulo grego autós, “por si próprio”, “de si 
mesmo” e nomia, do também grego nómos, “regra”, “lei”), a autonomia, nessa 
 
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acepção, indica um estado segundo o qual o próprio trabalhador estabelece as regras 
para o oferecimento de seu serviço. 
O trabalhador dotado de autonomia idealiza a regra de prestação do serviço, e 
a ela submete o tomador na medida das necessidades deste. Observe-se que o 
trabalhador autônomo pode, inclusive, alterar as fórmulas de concretização dos 
objetivos pessoais sem dever satisfações a quem quer que seja. 
O trabalho autônomo, em última análise, é caracterizado pelo fato de o 
trabalhador (o prestador dos serviços) ser o responsável pela definição do tempo e do 
modo de execução daquilo que lhe foi contratado. Se o trabalhador autônomo tem sua 
atividade reconhecida por lei e atua como empresário de si mesmo, diz-se existente a 
figura do trabalhador autônomo “profissional liberal”. 
Nesse ponto cabe registrar uma novidade trazida pela reforma trabalhista de 
2017. A Lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017, trouxe em seu bojo o novo art. 442-B 
para a CLT com o objetivo de tornar possível a contratação de uma espécie singular 
de trabalhador autônomo: o autônomo exclusivo e não eventual. Veja-se: 
Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as 
formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, 
afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º desta Consolidação. 
(BRASIL, 1943) 
Esse texto normativo foi objeto de muitas críticas da doutrina, inclusive do autor 
desta obra. Dizia-se aqui, em edição anterior, que, se as formalidades legais a que se 
refere o art. 442-B da CLT estivessem relacionadas apenas à construção de um 
instrumental composto de peças contratuais, aumentariam exponencialmente o 
número de ações trabalhistas para se discutir a tênue diferença entre o empregado 
regido pela CLT e o “autônomo exclusivo e não eventual” que se colocou à disposição 
de um único tomador de serviços por pura necessidade, ainda que submetido às 
exigências da pejotização. 
3.1.2 Contrato de Trabalho Eventual 
Entende-se por trabalhador eventual — autônomo ou subordinado —aquele 
cuja prestação do serviço é episódica, não sabendo seu tomador (e nem mesmo o 
próprio trabalhador eventual) quando a atividade se repetirá. 
 
14 
 
Para trabalhos eventuais os contratantes não definem projetos para o futuro. 
Não sabem de nada e não discutem sobre a continuidade do atendimento, que 
costuma ser pontual e instantâneo. A imprevisibilidade da repetição é uma 
característica dessa configuração e, devido à sua singularidade, ela não pode ser 
repetida. 
Portanto, perceba-se, então, a existência de dois tipos diferentes de avulsos: 
a) O trabalhador avulso portuário, regido pela Lei n. 12.815, de 5 de 
junho de 2013; e 
b) O trabalhador avulso não portuário, regido pela Lei n. 12.023, de 27 de 
agosto de 2009, caracterizada pela obrigatoriedade de colocação do sindicato no 
quadro de convenção coletiva negociada (acordo coletivo de trabalho ou convenção 
coletiva de trabalho). Um exemplo desse tipo de avulso visível são os chamados 
“chapas”, trabalhadores que, por meio do sindicato, se colocam à disposição dos 
caminhoneiros e demais transitários para a realização das atividades de carga e 
descarga. 
Anote-se que as entidades sindicais têm a dura missão de organizar a 
prestação do trabalho oferecido pelo universo dos trabalhadores avulsos, sem 
distinção entre associados ou não associados, e de gerir a outorga de todas as 
parcelas correspondentes a essa retribuição. 
3.1.3 Contrato de Emprego por Tempo Indeterminado 
Os contratos de trabalho por tempo indeterminado são a regra das modalidades 
de contrato no que diz respeito à duração. Ressalte-se que a indeterminação não 
sugere a ideia de perpetuação. Os contratos por prazo indeterminado não têm termo 
certo e podem ser rescindidos a qualquer momento por iniciativa de uma das partes 
envolvidas, desde que prestado o aviso prévio nos termos da lei e indenizados os 
prejuízos decorrentes da resilição unilateral. 
3.1.4 Contrato de Emprego por Tempo Determinado 
Contratos de trabalho por tempo determinado, por outro lado, são aqueles 
ajustamentos cuja validade depende de um prazo, da prestação de determinados 
 
15 
 
serviços ou mesmo da realização de determinados eventos, aproximadamente 
previsíveis. Resumindo: os ajustes por tempo determinado são assim chamados 
porque têm efeito até que surja um último mandato ou até que os objetivos nele 
pretendidos sejam alcançados. O prazo final ou pré-determinado é atingido quando 
chega o último dia do ajuste (exemplo: contrato de experiência); os objetivos do 
contrato são alcançados quando um determinado serviço é prestado (exemplo: 
contrato de obra certa) ou quando ocorre um evento aproximadamente previsível 
(exemplo: contrato de colheita). 
3.2 Carteira de Trabalho e Previdência Social 
A Carteira de Trabalho e Previdência Social é um documento histórico laboral, 
confeccionado conforme modelos do Ministério da Economia, obrigatória para o 
exercício de qualquer emprego, inclusive de natureza rural, ainda que em caráter 
temporário, e para o exercício por conta própria de atividade profissional remunerada. 
A Lei n. 13.874, de 20 de setembro de 2019, embora sem tornar inválidas as 
CTPS físicas existentes por ocasião de sua publicação instituiu, enfim, com a 
mudança do art. 14 da CLT, a CTPS em meio eletrônico, um avanço que realmente 
demorou muito para ser apresentado à sociedade, mas que já teve a sua 
regulamentação feita pela Portaria n. 1.195, de 30 de outubro de 2019, do Ministério 
da Economia/Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Manteve-se, porém, no 
plano da excepcionalidade, a emissão de CTPS em meio físico. 
O caput do art. 13 da CLT é extremamente claro quanto à obrigatoriedade de 
identificação profissional e de anotação do histórico laboral: “A Carteira de Trabalho e 
Previdência Social é obrigatória para o exercício de qualquer emprego, inclusive de 
natureza rural, ainda que em caráter temporário, e para o exercício por conta própria 
de atividade profissional remunerada”. (BRASIL, 1943) 
Entende-se que não só os trabalhadores precisam ter essa ferramenta de 
identificação, mas também os autônomos e os empresários, urbanos ou rurais.Assim, o 
empregador deve efetuar o registro do seu empregado não apenas na CTPS, mas 
também em livros, fichas ou sistema informatizado, ressalta Barbosa, (2020). 
 
16 
 
4 ATIVIDADES OU OPERAÇÕES INSALUBRES 
Nos termos do art. 189 da CLT, Entende-se por atividades insalubres aquelas 
em que os trabalhadores, pela sua natureza, condições ou métodos de trabalho, estão 
expostos a substâncias nocivas acima dos limites de tolerância fixados pelo tipo e 
intensidade da substância e pelo tempo de exposição. . 
Por lei (Art. 155, I, CLT), compete ao Ministério do Trabalho identificar o agente 
nocivo, especificando o tipo, as condições e os métodos nocivos, bem como 
estabelecer os limites de tolerância. É quem aprova por ato administrativo a tabela 
indicativa de atividades e operações insalubres e também é favorável à adoção de 
normas sobre os critérios para caracterização de condições insalubres, limites de 
tolerância a agentes agressores, agentes de proteção e tempo máximo de exposição 
dos empregados a esses agentes. 
A Norma Regulamentadora NR15) identifica agentes físicos (ruído, calor, 
pressões hiperbáricas, vibração, frio e umidade), químicos (substâncias químicas e 
poeiras minerais devidamente identificados no Anexo NR15), ou biológicos 
(substâncias biológicas devidamente identificadas
no anexo NR15) de natureza 
nociva e os respectivos limites de tolerância, se não previstos na regulamentação do 
Ministério do Trabalho, os agentes, por mais nocivos que pareçam, não fazem jus ao 
adicional de insalubridade. 
Note-se que o limite máximo ou mínimo de tolerância de concentração ou 
intensidade é entendido em relação ao tipo e tempo de exposição à substância que 
não afeta a saúde do trabalhador durante sua vida profissional. Se o limite de 
tolerância for ultrapassado, o pagamento do adicional de insalubridade é devido em 
valores diferentes, independentemente de o serviço ser executado de modo 
intermitente. 
4.1 Adicional e Base de Cálculo 
O TST já vinha modificando seu entendimento no sentido de considerar que, 
do mesmo modo ocorrente com o adicional de periculosidade, a base de cálculo do 
adicional de insalubridade seria o salário básico. 
 
17 
 
O percentual incidente sobre o salário mínimo será variável — 10%, 20% ou 
40% — porque levará em consideração a dimensão da nocividade, segundo se 
classifique em grau mínimo, médio e máximo, respectivamente. A classificação do 
grau de nocividade é feita por perícia do Médico do Trabalho ou Engenheiro do 
Trabalho no Ministério do Trabalho, nos termos do art. 195 da CLT. Depois de levada 
em consideração a situação insalubre, o juiz nomeia perito habilitado para atestar o 
grau e, na falta de perito, obtém laudo pericial do órgão competente do Ministério do 
Trabalho à época. 
5 TRABALHO DE DURAÇÃO NORMAL 
Esta expressão, constante do art. 7º, XIII, da Constituição, sinaliza a existência 
de um trabalho que não goza de qualquer privilégio legal ou contratual capaz de 
reduzir a dimensão de sua duração. Trata-se de uma dimensão ordinária, ou seja, 
comum, padrão. Inclui-se nesse conceito também a ideia de que “trabalho normal” é 
o trabalho ainda não realizado de modo extraordinário, ou seja, a atividade 
desenvolvida dentro dos limites legais ou contratuais exigíveis. 
Segundo o art. 7º, XIII, da Constituição (1988), é direito do trabalhador urbano 
ou rural, além de outros (criados por lei ou por contrato) que visem à melhoria de sua 
condição social, “duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e 
quarenta e quatro semanais”. A dimensão padrão para o chamado “trabalho normal” 
é a de oito horas diárias e quarenta e quatro semanais. 
Também, é admissível uma alteração contratual que preveja uma jornada de 
trabalho inferior a oito horas, desde que a prestadora de serviço insira essa “melhoria” 
(caput art. 7º da Constituição) na vida do empregado. No entanto, quando a carga de 
trabalho é acompanhada por uma redução nos salários, a negociação coletiva é 
inevitável. A propósito, essa parece ser a intenção do registro de “redução da jornada” 
contido no inciso XIII do artigo .7 da Constituição. Perceba-se: 
 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que 
visem à melhoria de sua condição social: [...] XIII — duração do trabalho 
normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, 
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante 
acordo ou convenção coletiva de trabalho; (BRASIL, 1943) 
 
18 
 
5.1 Definição do Salário por Hora Normal Trabalhada 
Se o trabalhador teve seu salário estipulado com base em unidade de tempo 
mensal (por exemplo, foi contratado para receber R$ 1.760,00 mensais), deve-se 
dividir o valor do salário (exemplo: R$ 1.760,00) por 220 horas, que constitui a 
quantidade de horas trabalhadas por um operário submetido dimensão horária normal 
(oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais). No caso específico, R$ 
1.760,00 divididos por 220 horas geram como resultado o salário-hora de R$ 8,00. 
Existe outra maneira de chegar a essa divisão analisando o número de dias 
úteis por semana. Neste caso, o divisor é obtido dividindo o número de horas 
efetivamente trabalhadas na semana (quarenta e quatro horas neste caso específico) 
pelo número de dias úteis (neste caso seis dias se o trabalho começa de segunda a 
sábado). 
Assim, dividindo-se 44 horas de trabalho por 6 dias da semana, tem-se como 
resultado 7,33 horas. Multiplicando-se essas horas por 30, que é o número médio de 
dias que um mês tem, obtém-se o divisor 220. 
44 (horas/semana) ÷ 6 (dias/semana) 
= 
7,333... (média de horas nos dias trabalhados) 
Então, 
7,333... x 30 (média dias/mês) = 220 (média horas/mês) 
Note-se que ficaram de fora da quantificação as horas correspondentes ao 
descanso semanal remunerado, uma vez que dizem respeito a tempo não laborado 
efetivamente, mas incorporado na dimensão salarial daquele remunerado por unidade 
de tempo mensal. 
Para saber o divisor de outras jornadas de dimensão inferior basta dividir o 
número de horas semanais correspondentes pelo número de dias de trabalho, aí 
inserido eventual dia útil não trabalhado. Depois disso, basta multiplicar o resultado 
por trinta. 
Considere, por exemplo, um funcionário que trabalha apenas 6 horas por dia, 
de segunda a sexta-feira: 
30 (horas/semana) ÷ 5 (dias/semana) = 6 (média horas/dia) 
6 x 30 (média dias/mês) = 180 (média horas/mês). 
 
19 
 
 
6 TRABALHO DE DURAÇÃO ESPECIAL 
A expressão “trabalho de duração especial” sinaliza a existência de um labor 
privilegiado com dimensão menor (e, consequentemente, melhor) do que aquela 
outorgada aos trabalhadores em geral. Trata-se de uma dimensão extraordinária, ou 
seja, incomum, particular, peculiar, motivada por um conjunto de circunstâncias 
diferenciadas. 
A duração especial assim se justifica em virtude de basicamente três 
circunstâncias, a saber: 
Por um fracionamento do tempo: a proporcionalidade é influente na 
caracterização de um trabalho de duração especial quando o ajuste contratual por 
tempo integral é tornado parcial. Isso acontece na contratação sob o regime de tempo 
parcial. 
Por uma ponderação em torno da variação dos turnos de trabalho: o 
desequilíbrio do relógio biológico é também significativo para determinar a adoção de 
uma duração do trabalho mais favorável do que a normalmente adotada. Esta duração 
especial é garantida nos termos do artigo 7º XIV da Constituição da República sob o 
rótulo de rodízio ininterrupto. 
Por uma conquista pessoal do trabalhador ou de sua categoria: a duração 
do trabalho em dimensão especial pode, também, ser fruto de uma conquista pessoal 
do trabalha dor em negociação direta empreendida com seu patrão. 
7 BANCO DE HORAS 
O principal objetivo do Banco de Horas é proporcionar às empresas a melhor 
forma de adequar a atividade dos seus colaboradores às suas necessidades 
produtivas e de os libertar do pagamento das horas extraordinárias. 
O Banco de Horas também pode ser usado para compensar o tempo de 
redução de atendimento devido a queda na produção. Nesse caso, os funcionários 
trabalham com redução da jornada de trabalho e compensam no momento em que 
 
20 
 
um aumento na produção acarretar no excesso de jornada, para que a empresa não 
tenha que pagar horas extras. 
7.1 Banco de horas anual 
O Banco de Horas Anual só pode ser efetuado por meio de convenção coletiva 
ou convenção a ser concebida de forma a que as horas sejam compensadas no prazo 
máximo de 1 ano. 
Com o encerramento anual do Banco de Horas, a soma das horas semanais e 
o limite máximo diário não pode ultrapassar 44 horas ou 10 horas, a jornada de 
trabalho não pode ultrapassar 10 horas diárias, o que significa que podem ser 
ultrapassadas duas horas. 
No prazo máximo de 1 ano, o total das horas extraordinárias e do tempo normal 
de trabalho deve corresponder ao total de 44 horas diárias permitidas por semana ou 
a outro limite legalmente estipulado para a jornada semanal de trabalho. 
Por exemplo, se as horas extras começam em 1º de junho, devem ser 
compensadas antes de 31 de maio do ano seguinte, quando o primeiro ano tiver sido 
atingido. 
Neste período, o total de
horas trabalhadas (as normais mais as prorrogadas) 
não poderá ultrapassar 2.288 horas (52 semanas x 44 horas). 
7.2 Banco de horas semestral 
Nos termos do § 5º do artigo 59 da CLT - Consolidação da Lei do Trabalho, 
adicionada pela Lei 13.467/ 2017, conhecida como Reforma Trabalhista, de 
11/11/2017, o Banco de Horas pode ser pactuado por meio de acordo individual 
escrito, a partir da referida remuneração será feito no prazo máximo de 6 meses 
Portanto, o novo sistema de Banco de Horas semestrais pode ser firmado entre 
empregador e empregado sem o envolvimento do sindicato. 
Por exemplo, durante um período de 6 meses, o tempo total de trabalho (normal 
mais prolongado) não deve exceder 1.144 horas (26 semanas x 44 horas). 
 
21 
 
7.3 Horas extras 
Caso o resultado do Banco de Horas anual e semestral represente quantidade 
superior aos limites citados anteriormente, o empregado tem direito a receber como 
horas extras aquelas horas que deixaram de ser compensadas. 
A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% superior à da hora normal. 
Embora a legislação não seja clara, entende-se que se o trabalhador tiver 
crédito em horas de trabalho no final do Banco de Horas, as horas extras devem ser 
pagas com um prêmio de no mínimo 50% do valor normal da hora. A prestação de 
horas extras habituais não descaracteriza o Banco de Horas. 
Em caso de rescisão do contrato de trabalho sem compensação integral das 
horas extras, o trabalhador tem direito ao pagamento das horas extras não 
remuneradas, calculadas de acordo com o valor da indenização no momento da 
rescisão. 
Neste caso, será devido o acréscimo de, pelo menos, 50% do valor da hora 
normal. 
Ressalta-se que, a convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm 
prevalência sobre a lei quando dispuserem sobre banco de horas anual. Desta forma, 
é de suma importância observar a norma coletiva a fim de garantir o cumprimento das 
possíveis particularidades por ela definidas. 
8 FÉRIAS 
As férias devem ser concedidas por ato exclusivo do empregador 
independentemente da vontade do empregado, desde que anunciado com pelo 
menos 30 dias de antecedência. 
A concessão deve ser outorgada em um único período no prazo de 12 meses 
a partir da data em que o empregado adquiriu o direito em questão. 
Este período de 12 meses representa o período de concessão, ou seja, o 
período em que o empregador deve conceder as férias ao empregado para que não 
ocorra o pagamento em dobro. 
 
22 
 
Se as férias forem concedidas após o período legalmente estipulado, ou seja, 
levando em consideração os 12 meses após a data em que o direito foi adquirido, o 
empregador deve pagar o dobro da remuneração devida. 
Se o referido prazo vencer sem que o empregador tenha concedido as férias, 
o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época 
de gozo das mesmas. 
É importante ressaltar de acordo com o § 3º do art. 134 da CLT: É vedado o 
início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso 
semanal remunerado. Ou seja, o início das férias, coletivas ou individualmente, não 
devem coincidir com sábados, domingos, feriados ou dias de compensação de 
repouso semanal pagos. Portanto, as férias devem começar a partir dos dias de 
trabalho efetivos dos funcionários. 
A Lei 13.467/2017, conhecida com Reforma Trabalhista, promoveu uma série 
de alterações na CLT - Consolidação das Leis do Trabalho, dentre elas, está a 
possibilidade de fracionar as férias em até 3 períodos, com o consentimento do 
empregado. Ou seja, desde que o funcionário concorde, as férias podem ser gozadas 
em até 3 períodos, um dos quais não pode ser inferior a 14 dias corridos e o outro não 
inferior a 5 dias corridos. 
Um exemplo dessas férias fracionadas é quando o empregador concede o 
primeiro período de 14 dias e o segundo e o terceiro períodos de 8 dias cada, 
totalizando 30 dias. Se o trabalhador tiver direito a 24 dias de férias por ausência não 
justificadas de 6 a 14 dias, o empregador pode conceder o primeiro período de 14 dias 
e os restantes 2 dias seguintes, o empregado gozará 5 dias em cada um. Se, por outro 
lado, o trabalhador tiver direito a férias de até 18 dias corridos por falta injustificada, o 
empregador não pode fracionar as férias por não atender ao disposto na legislação. 
Outra alteração realizada de acordo com a Lei 13.467/2017 é a proibição do 
início do gozo das férias no período de 2 dias que antecede feriado ou dia de repouso 
semanal remunerado. 
A legislação garante a todos os empregados, remuneração de férias com, pelo 
menos, 1/3 a mais do que o salário normal. 
A CLT conceitua como salário a importância fixa estipulada, as gratificações 
legais e as comissões pagas pelo empregador. 
 
23 
 
Vale ressaltar que as importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda 
de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para 
viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado. 
8.1 Abono Pecuniário 
O trabalhador tem o direito de converter 1/3 das férias que lhe são devidas em 
abono pecuniário, no valor da remuneração que seria devida nos dias 
correspondentes. Essa quantia será devida quando o empregado solicitar ao 
empregador a conversão daquele período de férias em valor monetário. Em outras 
palavras, são os dias conhecidos como de “venda das férias”. 
A conversão de 1/3 do período de férias é uma faculdade atribuída apenas ao 
empregado, devendo ser concedida obrigatoriamente pela empresa, quando 
solicitada no prazo legal. 
O valor do abono pecuniário é calculado com base nas férias mais /3 do salário 
normal garantido pela Constituição Federal. 
De acordo com o entendimento doutrinário, o o abono pecuniário não deve ser 
contabilizado como tempo de serviço, ou seja, não deve ser levado em consideração 
antes ou depois das férias, pois é dinheiro, ou o funcionário ganha mais e descansa 
menos. Dessa forma, o abono significa a conversão em dinheiro de 1/3 da duração 
original das férias, equivalendo à metade do valor do descanso, ou seja, o valor do 
abono deve corresponder à metade do valor das férias de fato gozadas. 
O abono de férias ora mencionado, bem como o concedido em virtude de 
cláusula do contrato de trabalho, de regulamento da empresa, de convenção ou 
acordo coletivo, Desde que não ultrapassem 20 dias de vencimento, não fazem parte 
da remuneração do empregado na acepção da legislação trabalhista.Com a 
revogação do § 3º do artigo 143 da CLT, pela Lei da Reforma Trabalhista, o abono 
pecuniário de férias passou a ser estendido aos empregados que trabalham em 
regime de tempo parcial, que é aquele cuja duração não exceda a 30 horas semanais, 
sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja 
duração não exceda a 26 horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até 6 
horas suplementares semanais. Ressaltando que sobre o valor do abono pecuniário 
não há incidência da contribuição previdenciária, do FGTS e do IR/Fonte 
 
24 
 
8.2 Considerações para cálculo de férias 
De acordo com o artigo 142 da CLT: O empregado perceberá, durante as férias, 
a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão. 
Ou seja, se tivermos um número de dias diferente de 30 (trinta) no mês de 
férias, é necessário calcular o número exato do mês e assim dividir o salário entre 28, 
29, 30 ou 31 caso seja um procedimento que, se não for realizado, gerará pagamentos 
de férias incorretos. 
A remuneração é sempre proporcional de forma a cumprir esta disposição da 
CLT, caso contrário estará compensando desproporcionalmente os dias efetivamente 
utilizados ou trabalhados. 
Se dividir o salário mensal por 30, em um mês com 31 dias pagará valores 
salariais maiores para as férias do período. 
Dividindo o salário mensal do funcionário em fevereiro por 30 e multiplicando 
por 28, deduzirá 2 dias de remuneração rateada
desse funcionário no caso de férias. 
Exemplo: Considerando o mês de 28 Dias. 
Empregado, que optou por sair os 30 dias de férias, entra em gozo de férias do 
dia 01/02/2018 a 02/03/2018. Salário mensal de R$ 1.200,00. 
 Neste caso, o mês de fevereiro tem apenas 28 dias, mas os dias de férias 
devem ser considerados para a situação contábil em função dos dias efetivamente 
gozados. 
9 GRATIFICAÇÃO NATALINA (DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO) 
Conhecida como décimo terceiro salário, a gratificação de Natal foi instituído 
no Brasil pela Lei nº 4.090 de 13/07/1962 e garante que o trabalhador receba 1/12 
(um doze avos) do salário por mês trabalhado, com o pagamento de um salário extra 
ao trabalhador no final de cada ano. 
Todo empregado com vínculo empregatício, sejam trabalhadores domésticos, 
rurais, urbanos ou avulsos. Após os quinze dias de serviço, o empregado tem direito 
ao décimo terceiro salário. Os aposentados e pensionistas do INSS também recebem 
a gratificação 
 
25 
 
9.1 Valor a Ser Pago 
 O valor do adiantamento ou décimo terceiro salário é calculado em avos 
(meses), sempre levando em consideração o período de janeiro a dezembro do ano 
correspondente, ou seja, a cada mês de trabalho nesse período, conta-se 1 avo. 
 Nos termos do artigo 1º, §2º da Lei 4.090/62 e art. 1º, parágrafo único do 
Decreto 57.155/65, a fração é igual ou superior a 15 dias úteis em determinado mês, 
correspondendo a 1/12. O valor do décimo terceiro adiantamento corresponde à 
metade do salário que o empregado recebeu no mês anterior e é pago pelo 
empregador em função do tempo de serviço. 
Portanto, se a primeira parcela for paga em novembro, o pagamento do valor 
do adiantamento será calculado com base no vencimento em outubro. Assim sendo, 
nada impede que a empresa faça os cálculos do adiantamento baseado no salário de 
novembro, caso a mesma já tenha disponível essa informação, ou seja, o salário fixo 
ou o salário variável (incluído comissões, produção e etc) apurados devidamente para 
o cálculo. 
Se a composição do salário do funcionário inclui um componente variável, 
então a média deve ser calculada. Em relação aos empregados vendedores a 
empresa deve verificar com o sindicato da categoria como são calculadas as médias 
e se os valores das comissões devem ser atualizados e de acordo com qual índice. 
9.2 Contagem Dos Avos (Meses) Para Pagamento Dos Valores 
O cálculo de avos para o pagamento do adiantamento da 1ª parcela (caso não 
tenha afastamento no ano) é sempre 12/12 avos para os empregados que trabalham 
na empresa e X/12 para os empregados contratados durante o ano, calculado a partir 
de a data de entrada até o mês de pagamento do adiantamento (novembro). 
Para o funcionário que trabalhou com 12/12 avos no decorrer do ano, o valor 
da primeira parcela é de 50% do salário do mês anterior ao seu pagamento. Para os 
empregados que foram admitidos até 17 de janeiro inclusive e que trabalham o ano 
todo, ao empregado é garantido adiantamento de 50%, já que contando do dia 17 ao 
dia 31 de janeiro, temos 15 dias trabalhados, o que lhe garante o 1/12 avos do mês 
de janeiro. 
 
26 
 
Para funcionários admitidos após 17 de janeiro (que receberão proporcional), 
ao cálculo do adiantamento normalmente é feito levando-se em consideração a data 
de entrada até o mês de novembro como horas trabalhadas, ao contrário dos cálculos 
para funcionários admitidos ou que tenham sido admitidos a partir de janeiro a partir 
de janeiro na empresa, já que para eles o tempo é sempre contado até dezembro. 
O empregador não precisa pagar adiantamento aos empregados admitidos a 
partir de 17 de novembro, pois o empregado trabalhou apenas 14 dias no mês de 
novembro (1/12 deste mês sem garantia). Portanto, o empregador só o 01/12 avos do 
mês de dezembro com o pagamento da 2ª parcela (20 de dezembro). 
 Fórmula de pagamento da 1ª prestação: (Salário + adicionais: 12 meses x nº 
de avos devidos x 50%). 
9.3 Contagem dos Avos Como Divisor Para Apuração das Médias 
Calculando o número de avos divisores, para efeito de média de horas extras 
adicionais (trabalho noturno, trabalho insalubre, trabalho perigoso), comissões, 
médias de produção, etc., seguem para pagamento da contagem dos avos os mesmo 
critérios citados. 
Portanto, os avos (meses) só podem ser considerados para efeito de 
parcelamento se o número de dias úteis do mês for igual ou superior a 15 dias. Caso 
o funcionário tenha trabalhado menos de 15 dias por mês, este 1/12 deve ser 
descartado para o cálculo do valor médio. 
9.4 Férias – Adiantamento do 13º Salário 
Para que o trabalhador tenha direito ao adiantamento da primeira prestação do 
décimo terceiro subsídio de férias, deve solicitá-lo por escrito ao empregador no mês 
de janeiro do ano correspondente. 
Após este período, ao empregador é facultado a liberação do pagamento ao 
empregado. 
 
 
27 
 
10 FOLHA DE PAGAMENTO 
A folha de pagamento, também chamada de contracheque ou holerite, é um 
documento de controle obrigatório, organizado mensalmente pela empresa, que reúne 
as informações trabalhistas dos colaboradores e os transforma de dados contábeis. 
Essa transformação é feita para que as empresas saibam qual é o salário 
líquido que cada funcionário deve receber no final do mês e serve como um 
detalhamento dos custos para os gerentes que podem rastrear as despesas para 
manter cada funcionário na empresa. Ou seja, a folha de pagamento nada mais é do 
que um documento que reúne todas as informações sobre os valores pagos 
mensalmente aos funcionários, bem como os valores descontados. 
Vale ressaltar que o cálculo da folha de pagamento de uma empresa é de 
responsabilidade da área de departamento pessoal, por se tratar de um processo que 
requer conhecimentos de recursos humanos, legislação trabalhista e contabilidade. 
No entanto, é comum as empresas utilizarem um serviço terceirizado para o 
cálculo da folha de pagamento, de forma que essa atividade seja realizada com 
precisão e evite erros e, consequentemente, problemas de trabalho com o governo e 
funcionários. 
Mesmo que a empresa opte por esta solução, é importante que os responsáveis 
da área de recursos humanos tenham os conhecimentos necessários para verificar os 
documentos gerados. 
Qualquer empresa, seja ela individual ou sociedade, com ou sem fins lucrativos, 
estão obrigadas a preparar a folha de pagamento mensal da remuneração dos 
colaboradores. A folha de pagamento é um documento obrigatório para o empregador, 
conforme a Lei nº. 8.212/91, art. 32, inciso I, da Consolidação da Legislação 
Previdenciária. 
10.1 Cálculo de Folha de Pagamento 
Conforme referido anteriormente, a folha de pagamento é uma tarefa 
obrigatória para todas as empresas, o que se encontra definido no artigo 464.º da 
Consolidação da Lei do Trabalho e no artigo 255 do Decreto 3048/1999. 
 
28 
 
Ela tem uma função operacional, fiscal e contábil e discrimina o salário 
bruto e o salário líquido que o profissional receberá a cada mês. 
O artigo 255 explica as etapas necessárias para o processamento adequado 
da folha de pagamento: 
Art. 225. A empresa é também obrigada a: 
I – preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada 
a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada 
estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos; 
II – lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma 
discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das 
quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos; 
(BRASIL, 1999) 
Além disso, a folha de pagamento funciona como uma espécie de “história” 
para o trabalho dos profissionais e, portanto, é fundamental para os processos de 
financiamento de automóveis e aposentadoria, por exemplo. 
Portanto, é importante que as empresas tenham a documentação da folha de 
pagamento atualizados e um processo eficaz para
a produção do documento. 
A folha de pagamento é um documento essencial para o controle financeiro, 
tributário e contábil da empresa, pois permite à empresa credenciar diversos 
processos obrigatórios como recolhimento de INSS, impostos, pagamento de salários, 
benefícios trabalhistas e sociais. 
Além disso, a folha de pagamento ajuda a empresa a manter o controle 
financeiro sobre o próprio caixa, pois além de dar à empresa mais clareza sobre as 
despesas com entretenimento dos funcionários, também evita processos trabalhistas 
por inadimplência e reduz drasticamente os valores pagos com multas e indenizações. 
Para que a folha de pagamento seja realizada corretamente, todas as 
informações necessárias no documento devem estar corretamente preenchidas. 
Não existe uma regra definindo um modelo de folha de pagamento, deixando 
os empregadores livres para escolher entre os modelos online e impressos. 
Dados obrigatórios que devem aparecer na folha: 
 Dados do empregador; 
 Dados do colaborador (função ou cargo); 
 Descontos feitos (INSS, FGTS, Vale-Transporte, contribuição sindical); 
 
29 
 
 Número de dias trabalhados; 
 Valor de horas extras, adiantamentos e adicionais; 
 Valor bruto do salário; 
 Valor líquido do salário. 
Para que os dados e o cálculo das folhas de pagamento sejam realizados 
corretamente, é necessário seguir alguns passos, pois estes ajudarão a evitar erros 
no processo, veja-se: 
Separação do salário bruto e o salário líquido: A falta de distinção entre 
salários brutos e líquidos significa que a empresa não saberá o valor correto devido 
aos empregados e não fará corretamente as deduções obrigatórias do salário bruto 
do empregado. 
Portanto, é importante dividir o salário bruto, que representa a remuneração 
total do funcionário sem levar em consideração os descontos, e o salário líquido que 
é o valor que o trabalhador receberá ao final de todos os meses com os descontos já 
aplicados. 
Definição de categoria dos funcionários: Este é um dos primeiros passos na 
organização da folha de pagamento, cada um dos profissionais pode pertencer a um 
acordo coletivo diferente e, portanto, as bases de cálculo e descontos são diferentes 
de uma folha de pagamento para outra. 
Por este motivo, é importante que os responsáveis pela celebração e controle 
da folha de pagamento tenham conhecimento dos acordos coletivos que regulam a 
atividade dos diversos grupos profissionais, visto que cada um deles contém as regras 
específicas para a concessão de benefícios e os acordos sindicais e empresários. 
Valores de encargos e descontos: Para o cálculo correto da folha de 
pagamento, é importante conhecer os tributos e encargos a serem deduzidos, como 
INSS, FGTS, IRRF e contribuição sindical, conforme mencionado anteriormente. 
Serviços como vale-transporte, vale-refeição, adicionais, plano de saúde, tarifa 
odontológica, convênios com academias e todos os demais descontos legais devem 
constar no boleto. 
Qualquer valor calculado incorretamente pode criar complicações financeiras e 
trabalhistas para as empresas. 
Dito isso, faz-se necessário destacar alguns tributos, vajamos: 
 
30 
 
Salário bruto: o valor do salário bruto deve corresponder à base da categoria 
profissional de cada empregado, sendo nesta base todos os demais cálculos de 
impostos e benefícios. 
INSS: Para o desconto ao Instituto Nacional do Seguro Social, devem ser 
observadas as seguintes regras, com base no salário bruto dos empregados: 
até R$ 1.045,00 — alíquota de 7,5%; 
de R$ 1.045,01 até R$ 2.089,60 — alíquota de 9%; 
de R$ 2.089,61 até R$ 3.134,40 — alíquota de 12%; 
de R$ 3.134,41 até R$ 6.101,06 — alíquota de 14%. 
Acima de R $ 6.101,06, a contribuição máxima para o INSS é de R$ 713,08 
fixo. 
FGTS: A taxa de contribuição fixa é de 8% para os empregados da CLT e 2% 
para os jovens aprendizes, sendo esta contribuição a cargo do empregador. Embora 
não seja um desconto em folha, o FGTS deve ser incluído na folha de pagamento 
como garantia do empregado. 
IRRF: A base de cálculo para a dedução do imposto de renda é o salário bruto 
menos as deduções do INSS, seguido da aplicação das seguintes alíquotas (para 
2020): 
Rendimentos de até R$1.903,98 — isento; 
Rendimentos de R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65 — alíquota de 7,5% com 
dedução de R$ 142,80; 
Rendimentos de R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 — alíquota de 15% com dedução 
de R$ 354,80 
Rendimentos de R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 — alíquota de 22,5% com 
dedução de R$ 636,13; 
Rendimentos acima de R$ 4.664,69 — alíquota de 27,5% com dedução de R$ 
869,36. 
Essas taxas são apenas parte dos descontos que precisam ser lançados na 
folha de pagamento, por serem os mais comuns. 
Para o registro correto de todos os tributos e taxas que devem ser cobrados na 
folha de pagamento, é importante que cada empresa avalie o funcionamento interno 
de seus processos e equipes e analise a CLT para confirmar todos os tributos 
obrigatórios. 
 
31 
 
11 FGTS 
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é instituído por lei como 
forma de proteção ao trabalhador despedido sem justa causa, podendo o trabalhador 
sacar o dinheiro acumulado. Como cada contrato de trabalho leva à abertura de uma 
conta vinculada do FGTS, o mesmo funcionário pode ter créditos em várias contas. 
Criado em 13 de setembro de 1966, o FGTS deve oferecer ao trabalhador uma 
poupança compulsória, formada por depósitos dos empregadores ao longo da vida de 
trabalho do empregado, facilitando a sua relação com os financiamentos de moradia, 
ressalvadas as exigências em relação ao uso de FGTS apenas para a aquisição do 
primeiro imóvel. (MARTINEZ, 2020) 
A partir da criação do FGTS em 1966, não havia ocorrido menção sobre a sua 
obrigatoriedade até a Constituição Federal de 1988, em que pese a significativa 
alteração aos trabalhadores domésticos, que passaram a ser reconhecidos quanto ao 
direito ao FGTS, e posteriormente as indicações da Lei nº. 8.036, de 11 de maio de 
1990, que novamente alterou a lei sobre o FGTS (ROMAR, 2017). 
O FGTS consiste em recolhimentos pecuniários mensais feitos pelo 
empregador em uma conta específica aberta em nome do empregado (conta 
vinculada) junto à Caixa Econômica Federal, que é o agente operador do 
Fundo (art. 4º da Lei nº. 8.036/1990) (BRASIL, 1990). 
Dessa forma, os empregadores ficam obrigados a depositar na conta vinculada 
do FGTS de cada empregado, até o dia 7 de cada mês, a importância correspondente 
a 8% da remuneração paga ou devida no mês anterior. 
O FGTS pode ser definido como um pecúlio do trabalhador em prol da 
sociedade, cuja inserção na vida brasileira, há mais de 50 anos, tem contribuído 
também para o progresso da sociedade e para o desenvolvimento nacional. 
Enquanto o trabalhador não tem direito ao saque desses recursos, os recursos 
são utilizados na implementação das políticas públicas de habitação, saneamento 
básico e infraestrutura urbana. Com o advento do FI-FGTS em 2008, o FGTS também 
passou a investir em portos, geração de energia, rodovias, ferrovias e outras 
operações de mercado. 
 
32 
 
11.1 Hipóteses de saque 
As contas do FGTS abertas em nome de empregados da Caixa são restritas, 
ou seja, sua movimentação é limitada às circunstâncias estipuladas pela Lei nº 
8.036/1990 e só podem ser movimentadas nas condições previstas nesta Lei. Os 
empregados não podem usar livremente os pagamentos do FGTS feitos em seu 
nome. Os casos de movimentação de contas do FGTS previstos diretamente no artigo 
20 da Lei nº 8.036/1990 podem ser divididos em dois grupos (ROMAR, 2017), 
conforme detalhado a seguir: 
11.2 Hipóteses de movimentação em caso de extinção do contrato de trabalho 
Premissas aplicáveis quando o contrato de trabalho é rescindido: Quando o 
contrato de trabalho é extinto, este poderá ser rescindido sem justificativa, rescisão 
indireta e o contrato de trabalho devido a negligência mútua ou força maior
(inciso I). 
Neste caso, se o empregado for demitido sem justa causa, poderá utilizar sua conta 
do FGTS e depositar valor de acordo com seu contrato de trabalho em vigor. No 
entanto, ele não poderá usá-lo se houver rescisão por justa causa ou se o mesmo 
pedir demissão. Nestas situações, a conta continua a ser propriedade do colaborador, 
mas torna-se uma conta inativa, pelo que deixará de receber quaisquer depósitos 
apesar das correções necessárias. 
Os valores existentes nas contas inativas podem ser sacados se o empregado 
permanecer 3 anos fora do regime do FGTS sem interrupção, por exemplo, por ter 
iniciado a atividade autônoma ou servidor público estatutário ou em caso de 
aposentadoria ou falecimento do empregado. Portanto, o fato do empregado ter sido 
dispensado por justa causa não o impede de sacar recursos de sua conta do FGTS 
quando se aposentar, ou quando comprar ou quitar o pagamento da própria casa, 
valores esses por intermédio de seus dependentes ou herdeiros em caso de morte. 
Também pode ocorrer a morte do empregador individual. Não havendo 
continuidade do contrato de trabalho com a cessação da atividade da empresa por 
morte do empregador individual, os contratos de trabalho são rescindidos e os 
empregados podem sacar os valores pagos de FGTS em sua conta durante a vigência 
do contrato. 
 
33 
 
No caso de extinção total da empresa, fechamento de quaisquer dos seus 
estabelecimentos, filiais ou agências ou supressão de parte das suas atividades, há a 
previsão de saque dos valores depositados em sua conta do FGTS, em relação ao 
último contrato de trabalho. (ROMAR, 2017). 
11.3 Hipóteses de movimentação durante a vigência do contrato de trabalho 
O art. 20 da Lei nº. 8.036/1990 também prevê algumas situações em que o 
saque do FGTS pode se dar mesmo durante o regular desenvolvimento do contrato 
de trabalho. 
O FGTS pode ser pago para abater prestações decorrentes de financiamento 
habitacional concedido no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), desde 
que conte com o mínimo de 3 anos de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma 
empresa ou em empresas distintas; além de o valor bloqueado ser utilizado, no 
mínimo, durante o prazo de 12 meses. Para esses casos, o valor do abatimento deve 
atingir, no máximo, 80% do montante da prestação. Também há a previsão de uso do 
FGTS no caso de liquidação ou amortização extraordinária do saldo devedor de 
financiamento imobiliário, observada a previsão de interstício de 2 anos para cada 
movimentação. (ROMAR, 2017). 
O FGTS pode ser usado ainda para pagamento total ou parcial do preço da 
aquisição de moradia própria ou lote urbanizado de interesse social não construído, 
desde que haja o mínimo de 3 anos de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma 
empresa ou empresas diferentes, e que a operação seja financiável nas condições 
vigentes para o SFH. 
Outra possibilidade de saque do FGTS é o caso de o trabalhador ou qualquer 
de seus dependentes ser acometido de neoplasia maligna (câncer), ou ser portador 
do vírus da imunodeficiência humana (HIV), ou, ainda, estiver em estágio terminal em 
razão de doença grave. Além disso, admite-se o saque para o trabalhador que tiver 
idade igual ou superior a 70 anos. O saque durante a vigência de trabalho também é 
previsto em caso de necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorram de 
desastre natural. (ROMAR, 2017). 
 
34 
 
11.4 Depósitos e cálculos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 
De acordo com Martinez, (2020) o principal ativo do FGTS são as operações 
de crédito, algo esperado, pois o FGTS foi criado para ajudar o trabalhador em certas 
situações, mas também para oferecer crédito em condições favoráveis a setores 
considerados importantes. O risco de crédito das operações é de responsabilidade da 
Caixa, à exceção do saldo existente até 1º de junho de 2001, que é da União. 
Ainda, cada contrato de trabalho firmado formalmente resulta na abertura de 
uma conta vinculada do FGTS, em que o mesmo trabalhador poderá possuir saldos 
em diversas contas. O FGTS é um fundo formado por depósitos mensais, efetuados 
pelos empregadores em uma conta vinculada ao nome de seus empregados, no valor 
equivalente ao percentual de 8% das remunerações (proventos) que lhes são pagas 
ou devidas. 
O FGTS pode rescindir sobre os seguintes proventos do trabalhador: 
 Salários; 
 Abonos, adicionais, gorjetas, entre outros (com exceção do abono de férias); 
 Aviso prévio indenizado e trabalhado; 
 Comissões; 
 Décimo terceiro salário. 
Portanto, de acordo com sua hipótese de incidência, o FGTS somente deve 
incidir sobre verbas da natureza salarial, sendo inadmissível sua incidência sobre 
verbas indenizatórias. 
São beneficiários os empregados urbanos e rurais, incluindo os que trabalham 
apenas na época das colheitas, atletas profissionais, trabalhadores avulsos e 
temporários, além dos empregados domésticos. A partir da Lei Complementar nº. 150, 
de 1º de junho de 2015, passou a ser obrigatória a inclusão do trabalhador doméstico 
no FGTS, conforme previsto no art. 21, cuja regulamentação iniciou no prazo de 120 
dias a contar da sua promulgação: 
Art. 21 É devida a inclusão do empregado doméstico no Fundo de Garantia 
do Tempo de Serviço (FGTS), na forma do regulamento a ser editado pelo 
Conselho Curador e pelo agente operador do FGTS, no âmbito de suas 
competências, conforme disposto nos arts. 5º e 7º da Lei nº 8.036, de 11 de 
maio de 1990, inclusive no que tange aos aspectos técnicos de depósitos, 
saques, devolução de valores e emissão de extratos, entre outros 
determinados na forma da lei. 
 
35 
 
Parágrafo único. O empregador doméstico somente passará a ter obrigação 
de promover a inscrição e de efetuar os recolhimentos referentes a seu 
empregado após a entrada em vigor do regulamento referido no caput 
(BRASIL, 2015). 
A conta vinculada de FGTS recebe correção monetária, que tem como base a 
atualização dos saldos de depósitos da poupança e a capitalização de juros 
remuneratórios de 3% ao ano. Essa remuneração é creditada na conta vinculada no 
dia 10 de cada mês (art. 13 da Lei nº. 8.036/1990) (BRASIL, 1990). 
12 PROCESSO RESCISÓRIO 
Como afirma Mattos (2020), o desligamento nada mais é do que o rompimento 
da relação profissional estabelecida entre empregado e empregador, e é fato notório 
que cada relação trabalhista tem sua particularidade, a ser considerada face ao tipo 
de contrato firmado até o motivo do rompimento desse contrato. 
Ainda segundo Mattos (2020), são esses dois fatores: Contrato e motivo de 
rompimento do contrato, preponderantemente, que conduzem as ações que serão 
tomadas pela empresa ao término da relação trabalhista, pois, de posse dessas duas 
variáveis, a empresa dá início às apurações das verbas rescisórias. O contrato, por 
sua vez, irá determinar aquilo que ficou acordado inicialmente entre empregado e 
empregador. Em um contrato por prazo indeterminado, por exemplo, incidirão verbas 
adicionais sobre as verbas que são devidas em uma relação de trabalho firmada por 
contrato com prazo determinado. 
Já em relação ao motivo do rompimento do contrato, Mattos (2020) afirma que, 
serão dadas tratativas distintas para cada situação. Desse modo, no mercado de 
trabalho, há distinção clara entre um rompimento de contrato que parte do empregado 
e um rompimento de contrato que parte do empregador, assim como há distinção 
quando alguma das partes comete falta grave. Esses aspectos serão estudados 
detalhadamente nas seções a seguir. 
 
36 
 
12.1 Tipos de desligamentos 
Segundos Mattos (2020), a legislação brasileira prevê tratativas distintas para 
as mais diversas circunstâncias que podem levar ao rompimento de uma relação 
trabalhista. 
Portanto, em um primeiro momento, faz-se necessário ter o entendimento 
dessas situações para que possam ser utilizadas na apuração de verbas rescisórias, 
quando for o caso. A seguir,
constam as definições das principais formas de 
desligamento: 
Demissão voluntária 
A demissão é o instrumento (documento) com o qual o trabalhador solicita a 
rescisão do seu contrato de trabalho com o empregador. Essa forma de desligamento 
é regida por regras, direitos e deveres específicos, que devem ser cumpridos por 
ambas as partes (empregador e empregado). (MATTOS 2020). 
Demissão involuntária 
A demissão involuntária é o instrumento (documento) pelo qual o empregador 
realiza a rescisão do contrato de trabalho firmado com o empregado, e, assim como 
ocorre com a dispensa solicitada pelo empregado, seguirá regras, direitos e deveres 
específicos, a serem cumpridos por ambos os atores do contrato. (MATTOS 2020) 
Justa causa 
O desligamento por justa causa é o resultado de um ato ilícito por parte do 
empregado que faz com que a confiança e a boa fé entre as partes desapareçam e a 
continuidade da relação de trabalho seja indesejável. (MATTOS 2020) 
Dispensa indireta 
A dispensa indireta ocorre por conta de ato faltoso do empregador que faz 
desaparecer a confiança e a boa-fé existentes entre as partes, tornando indesejável o 
prosseguimento da relação empregatícia. (MATTOS 2020) 
Culpa recíproca 
Caracteriza-se a culpa recíproca quando ambas as partes (empregador e 
empregado) colaboram para a rescisão contratual em função da prática concomitante 
de atos faltosos, ou seja, da ocorrência simultânea das culpas. 
Além dos tipos de desligamento citados acima, podem ocorrer o rompimento 
do contrato de trabalho por aposentadoria, seja ela especial ou não, ou pelo 
falecimento do empregado. Em ambos os casos, será necessário realizar apurações 
 
37 
 
das verbas rescisórias, que terão tratativas distintas dos demais casos de 
desligamento apresentados. (MATTOS 2020) 
Existe ainda o desligamento por acordo entre empregado e empregador, 
previsto no Art. 484 da Lei 13.467/17, como segue: 
O contrato de trabalho pode ser rescindido por acordo entre o empregado e o 
empregador, caso em que são devidos as seguintes verbas: 
I - Por metade: 
a) o aviso prévio, se indenizado; e 
b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, 
prevista no § 1o do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990; 
II - Na integralidade, as demais verbas trabalhistas. 
§ 1º A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a 
movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia do 
Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de 
maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos. 
§ 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não 
autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.”(BRASIL,1943) 
O § 1º, do artigo 18 da Lei n.º 8.036/90, determina que a indenização sobre o 
saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é devida na hipótese de 
demissão sem justa causa. Nesses casos, o empregador deverá depositar o valor 
equivalente a 50% do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada 
do FGTS do empregado durante a vigência do contrato de trabalho. Quarenta por 
cento (40%) desse valor deverá ser pago ao empregado como verba rescisória e dez 
por cento (10%) deverá ser retido nos cofres públicos. 
12.2 Aviso prévio 
O aviso prévio é uma notificação de que o empregador deverá notificar o 
empregado ou vice-versa dentro de um determinado período de tempo sobre a 
rescisão do contrato de trabalho. O aviso prévio é obrigatório se o funcionário não for 
demitido por motivos não envolvendo justa causa. (MATTOS 2020) 
Essa comunicação está descrita no Art. 1º da Lei nº 12.506/2011: 
 
38 
 
Art. 1 O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação 
das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto- Lei no 5.452, de 1o de 
maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos 
empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma 
empresa.(BRASIL, 2011) 
No entanto, no artigo 1º, a lei permite o acréscimo de 3 dias de serviços 
prestados pelos trabalhadores por ano em cláusula distinta, até um máximo de 60 
dias; em geral, dependendo do tempo de serviço, os trabalhadores têm direito a um 
máximo de aviso prévio de 90 dias. 
12.3 Documentos 
Mattos (2020) enfatiza que quando a relação de trabalho é encerrada, o 
empregador deve apresentar determinados documentos para encerrar formalmente a 
relação de trabalho. 
TRCT 
O Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho (TRCT) é o instrumento de 
 quitação das verbas rescisórias, e será utilizado para o saque do Fundo de 
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). 
O recibo de quitação de rescisão de contrato de trabalho será válido somente 
se formalizado de acordo com a legislação vigente, notadamente quanto à respectiva 
homologação. (MATTOS 2020). 
TQRCT 
O Termo de Quitação de Rescisão do Contrato de Trabalho (TQRCT), assim 
como o TRCT, é o instrumento para a quitação das verbas rescisórias, e será utilizado 
para o saque do FGTS, porém em casos em que não é devido o THRCT. (MATTOS 
2020) 
THRCT 
O Termo de Homologação da Rescisão do Contrato de Trabalho (THRCT) está 
alinhado com o Art. 500 da CLT, tendo como objetivo preservar e garantir a 
autenticidade do desligamento do trabalhador. A partir desse documento, evidencia-
se a anuência dos órgãos competentes para com o processo rescisório. (MATTOS 
2020) 
 
39 
 
12.4 Entrega de documentos e pagamento das verbas Rescisórias 
A Lei n.º 13.467/17, artigo 477, determina que, na extinção do contrato de 
trabalho, o empregador faça a anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, 
comunique a dispensa aos órgãos competentes e realize o pagamento das verbas 
rescisórias dentro do prazo estabelecido em Lei. 
De acordo com o § 6º, do artigo 477, da Lei n.º 13.467/17, a entrega ao 
empregado de documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual 
aos órgãos competentes, bem como o pagamento dos valores constantes do 
instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados em até dez dias 
contados a partir do término do contrato de trabalho. 
12.5 Rescisão do contrato de trabalho por acordo entre empregado e 
empregador 
Como aponta Mattos (2020), antes da Reforma Trabalhista, ou seja, até 
10/11/2017, a legislação trabalhista não disciplinava a modalidade de rescisão 
contratual por acordo entre empregador e empregado. 
 Para a rescisão do contrato de trabalho, quer o trabalhador tenha dado aviso 
prévio, ou o empregador formalizava a dispensa imotivada do trabalhador, dentre 
outras hipóteses de rescisão. Com a promulgação da Lei nº 13.467/2017, foi 
introduzida a Lei da Reforma Trabalhista, que trouxe algumas alterações à CLT - foi 
instituída uma nova modalidade de dispensa, ou seja, rescisão contratual entre 
empregado e Empregador por acordo. Portanto, empregados e empregadores podem 
agora decidir se rescindem o contrato de trabalho por mútuo acordo. 
Se a relação de trabalho for rescindida por mútuo acordo, as seguintes verbas 
são devidas: 
Metade: 
a) Aviso-prévio, se indenizado: 
O empregado tem direito a metade do total de dias do aviso-prévio indenizado, 
sendo que esse cálculo leva em consideração os 3 dias a mais por tempo de serviço 
na empresa a que se refere a Lei 12.506/2011. 
Por exemplo, se o funcionário tiver 6 anos completos de serviço, o direito ao 
aviso prévio é de 48 dias. 
 
40 
 
No entanto, se o contrato de trabalho for rescindido por mútuo acordo, o 
empregador paga metade desses dias, ou seja, apenas 24 dias de aviso-prévio 
indenizado. 
b) da indenização de 40% calculada sobre o saldo do FGTS. 
Na rescisão do contrato de trabalho por acordo, a empresa depositará na conta 
vinculada do FGTS do empregado, somente 20% (metade da indenização de 40% do 
FGTS) do montante de todos os depósitos realizados durante a vigência do contrato 
de trabalho, atualizados monetariamente

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