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15/09/2021 1 CURSO DE GRADUAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA Paralisias e paresias de pregas vocais Prof. Dr. Rafael Nóbrega Bandeira 1 Conteúdos a serem abordados Temas • Breve revisão da inervação laríngea • Etiologia • Sintomatologia • Diferença entre paralisias e paresias • Avaliação e diagnóstico • Classificação • Fisiopatologia • Intervenção fonoaudiológica • Casos limitantes • Outras condutas 2 Leitura recomendada Livro: Deglutição, voz e fala nas alterações neurológicas Barros et al., 2013, Editora DiLivros Parte !II – Intervenção multidisciplinar Capítulo 13 – Fonoterapia nas paralisias de pregas vocais ? 3 Breve revisão da inervação laríngea Quais as funções da laringe? 4 15/09/2021 2 Breve revisão da inervação laríngea Que estruturas fazem parte da laringe? 5 Breve revisão da inervação laríngea Que nervo é responsável pela laringe? 6 Breve revisão da inervação laríngea Informações importantes X Par craniano Maior par craniano Origem no tronco encefálico • Região posterior do bulbo • Sai do crânio pelo forame jugular Nervo misto • Funções motoras • Funções sensoriais Nervo aferente e eferente Nervo vago 7 Nervo vago Nervo Faríngeo Breve revisão da inervação laríngea Informações importantes Primeiro ramo Sensibilidade da orofaringe Mobilidade • Músculo Elevador do véu palatino • Músculos faríngeos o Mm. Constritores superior, médio e inferior (Camada externa) o Mm. Palatofaríngeo, Salpingofaríngeo e estilofaríngeo (Camada interna) 8 15/09/2021 3 Nervo vago Nervo laríngeo superior Nervo Faríngeo Breve revisão da inervação laríngea Informações importantes Segundo ramo – origem no núcleo nodoso de X Subdivide-se em dois ramos • Ramo externo – Função motora o M. Crico[reóideo § Efeito de báscula • Ramo interno – Função sensi[va o Supraglote 9 Nervo vago Nervo laríngeo recorrente Nervo laríngeo superior Nervo Faríngeo Breve revisão da inervação laríngea Informações importantes Terceiro ramo – Origem no núcleo ambíguo do X Varia de acordo com o hemicorpo Lado direito • Passa abaixo da A. Subclávia e ascende à laringe Lado esquerdo • Trajeto mais longo • Passa abaixo da A. Aorta e ascende à laringe • Mais suscepavel à danos 10 Nervo vago Nervo laríngeo recorrente Nervo laríngeo superior Nervo Faríngeo Breve revisão da inervação laríngea Informações importantes Envolvido na maioria dos casos de paralisias e paresias de PPVV Ramo motor • Músculos Intrínsecos da laringe, exceto CT • Músculo cricofaríngeo ou ESS o Abertura da TFE Ramo sensitivo • Infraglote 11 Etiologia E[ologias mecânicas • Traumas cervicais e/ou torácicos • Traumas cirúrgicos o Em região de pescoço § Tireoidectomias § Aneurismas de Artéria Caró[ca o Em região de pescoço § Pulmão § Esôfago § Coração § Vasos de grande calibre • Neoplasias 12 15/09/2021 4 Etiologia Etiologias neurogênicas • Acidentes Vasculares Encefálicos • Traumatismos Crânio Encefálicos • Doenças neurodegenerativas que acometam TE e junção mioneural Etiologias idiopáticas • Sem causa definida • Suspeita de doenças virais como herpes vírus e citomegalovírus o Neuropatias acometendo a inervação periférica das PPVV 13 Sintomatologia Geralmente os sintomas surgem de forma brusca • Mais intensos nos casos de paralisias Sintomas auditivos Voz rouca Voz soprosa Voz diplofônica Respiração ruidosa Sintomas sensoriais Esforço à fonação Fadiga vocal Falta de ar ao falar Tosse não efe[va Engasgo ou tosse ao deglu[r Estase em orofaringe 14 Qual a diferença entre paralisias e paresias? 15 Paralisias e paresias de pregas vocais Paresias de pregas vocal Movimentação fraca ou anormal Interrupção parcial do impulso nervoso Pode ter reabilitação espontânea Paralisias de pregas vocais Ausência de movimentação Interrupção total do impulso nervoso Atingem ambos os gêneros Atinge todas as faixas etárias 16 15/09/2021 5 Paralisias e paresias de pregas vocais Vídeo 1: Paresia e paralisia de PPVV no mesmo paciente 17 Avaliação e diagnóstico Avaliação fonoaudiológica multidimensional da voz • Anamnese • Avaliação vocal • Autoavaliação vocal • Exame físico • Exames complementares • Realização de provas posturais o Manobras de cabeça o Manipulação laríngea 18 Avaliação e diagnós?co O laudo otorrinolaringológico após nasolaringofibroscopia deve incluir • Simetria laríngea • Mobilidade das aritenóides durante fonação • Mobilidade das aritenóides durante respiração • Contato entre as aritenóides • Pregas vocais • Tensão e alongamento durante modulação de frequência • Posição de fixação • Arqueamento/atrofia • Lado comprometido • Compensação supraglótica 19 Avaliação e diagnós?co Podem ser uni ou bilaterais • Em diversas posições Respiração Fonação Sem paralisia Paralisia Uni D Paralisia Bi 20 15/09/2021 6 Vídeo 2: Paralisia unilateral de PPVV Avaliação e diagnóstico 21 Vídeo 3: Paralisia unilateral de PPVV Avaliação e diagnóstico 22 Avaliação e diagnóstico Vídeo 4: Paralisia bilateral de PPVV 23 Avaliação e diagnóstico Vídeo 5: Paralisia bilateral de PPVV 24 15/09/2021 7 Classificação Mediana Paramediana Intermediária Abdução Abdução forçada ou cadavérica > Afastamento da linha mediana Maior comprometimento neural Classificação da posição de fixação das PPVV 25 Mediana Paralisia em posição mediana Excelente prognós[co • Pode ocorrer recuperação vocal espontânea Envolvimento maior do NLR Classificação da posição de fixação das PPVV Classificação 26 Paramediana Paralisia em posição paramediana Bom prognóstico Paralisia à 1,5 mm da linha média Envolvimento maior do NLR Classificação da posição de fixação das PPVV Classificação 27 Vídeo 6: Paralisia unilateral de PPVV em posição paramediana Classificação 28 15/09/2021 8 Classificação Vídeo 7: Paralisia bilateral de PPVV em posição paramediana 29 Classificação Intermediária Paralisia em posição intermediária Prognóstico ruim • Pode haver intervenção cirúrgica Paralisia à 3,5 mm da linha média Paralisia em posição neutra Envolvimento do NLS e NLR Classificação da posição de fixação das PPVV 30 Abdução Paralisia em abdução Sem prognóstico Intervenção cirúrgica • Paralisia à 7 mm da linha média • Grande limitação vocal Envolvimento do NLS e NLR Classificação Classificação da posição de fixação das PPVV 31 Paralisia em abdução Sem prognóstico Intervenção cirúrgica • Paralisia à 9,5 mm da linha média • Grande limitação vocal • Cadavérica Envolvimento do NLS e NLR Abdução forçada Classificação Classificação da posição de fixação das PPVV 32 15/09/2021 9 Fisiopatologia Nervo Laríngeo Superior • Menos frequentes em relação ao NLR • Sinais e sintomas vocais o Diminuição de F0 § ”Minha voz está mais grossa” § ”Não consigo a mesma afinação de antes” § Restrição na modulação de sons agudos o Discreta soprosidade § Desnivelamento das PPVV o TMF pode estar dentro dos padrões de normalidade o Fadiga vocal 33 Fisiopatologia Nervo Laríngeo Superior • Geralmente os pacientes não apresentam queixas em relação à deglu[ção o Verificação de aspirações silentes através de Videofluoroscopia Unilateral QV Rouca, soprosa, bitonal Perda da modulação de frequência Fadiga vocal Queixas de deglutição menos frequentes Bilateral QV Rouca de grau severo • Voz em ”Fry” (Crepitante) Perda da modulação de frequência Loudness reduzida Fadiga vocal Queixas de deglutição mais frequentes Prognóstico fonoterápico questionável 34 Fisiopatologia Nervo Laríngeo Recorrente • Pode afetar a deglu[ção e/ou fonação • Ipsilateral à lesão quando unilateral • A gravidade dos sintomas varia de acordo com o Paralisia/Paresia o Uni/Bilateral o Posição de fixação das PPVV § Quanto mais próximas da linha média: presença de bitonalidade § Quanto mais afastada da linha média: presença de soprosidade 35 Fisiopatologia Nervo Laríngeo Recorrente • Unilateral em posição mediana o Impactomínimo na fonação § Sintoma de fadiga vocal § QV pode ser bitonal § TMF Reduzido § 5%: voz em falsete o Impacto mínimo na deglu[ção § Pacientes podem relatar engasgos para líquidos inicialmente q Pode melhorar espontaneamente • Aspirações silentes em VFC são raras 36 15/09/2021 10 Fisiopatologia Nervo Laríngeo Recorrente • Bilateral em posição mediana o Impacto maior na fonação § Fadiga vocal § QV pode ser rugosa e bitonal § CPFA o Impacto mínimo na deglutição § Aspirações silentes em VFC são raras 37 Fisiopatologia Nervo Laríngeo Recorrente • Bilateral em posição mediana o Pode haver limitação respiratória § Discreta ou grave q Dispneia q Estridor à respiração § Limitações nas a[vidades rsicas § Pode haver indicação cirúrgica q Traqueostomia q Aritenoidectomia § Qualquer procedimento para alívio respiratório pode piorar a QV 38 Nervo Laríngeo Recorrente • Unilateral em posição paramediana o Impacto importante na fonação § Pode haver bitonalidade q Desnivelamento das PPVV § Pode haver compensação supraglótica q Ocasiona diminuição do Pitch § Esforço para falar § Mudanças na voz ao período do dia § Períodos de afonia Fisiopatologia 39 Fisiopatologia Nervo Laríngeo Recorrente • Unilateral em posição paramediana o Impacto na deglutição § Disfagia para líquidos q Normalmente ocorre compensação espontânea § Estase de alimento espesso em orofaringe § Videofluoroscopia q Pode ocorrer penetração e aspiração durante a deglutição para líquidos q Estase de grau discreta em TFE q Redução ou desequilíbrio da elevação laríngea e faríngea q Diminuição da pressão infraglótica 40 15/09/2021 11 Fisiopatologia Nervo Laríngeo Recorrente • Bilateral em posição paramediana o Impacto importante na fonação § Redução do TMF § ICPFA § QV Rugosa, soprosa e tensa de grau moderado à intenso § Prejuízo na inteligibilidade de fala § Compensação supragló[ca na maioria dos casos q Fadiga vocal o Achados na deglu[ção § Semelhantes aos achados da unilateral, porém mais sistemá[cos e de pior grau 41 Fisiopatologia Nervo Laríngeo Recorrente • Uni ou bilaterais em abdução o Prognós[co fonoterápico limitado o Impacto na fonação § Evolução com afonia § Importante compensação supragló[ca § QV Rugosa, soprosa e tensa de grau intenso § Redução do TMF § Fadiga vocal 42 Fisiopatologia Combinação entre NLS e NLR unilateralmente • Varia de acordo com a posição de fixação o Associado com quadros neurológicos centrais o Pregas vocais arqueadas / glote obliqua o QV Soprosa e bitonal o Perda da modulação o Fadiga vocal • Fonoterapia com prognóstico questionável 43 Combinação entre NLS e NLR bilateralmente • Varia de acordo com a posição de fixação o Associado com quadros neurológicos centrais o Ocorre em abdução e abdução forçada o Tosse imprecisa o Dispneia o Fadiga vocal • Fonoterapia com mau prognóstico Fisiopatologia 44 15/09/2021 12 Intervenção fonoaudiológica Fonoterapia • Reabilitar deglu[ção • Estabilizar qualidade vocal • Adequar demanda vocal • Evitar compensações nega[vas Tempo médio de fonoterapia • Posição mediana e paramediana o 8 sessões, 2 vezes na semana o Exercícios 6 vezes ao dia 45 Paralisias/paresias do NLR em posição mediana • Estabilização da QV • Maximização da amplitude de vibração • CPFA • Resultados costumam ser satisfatórios Intervenção fonoaudiológica 46 Paralisias/paresias unilaterais do NLR em posição mediana • Estabilização da QV • Maximização da amplitude de vibração • CPFA • Resultados costumam ser satisfatórios Paralisias/paresias bilaterais do NLR em posição paramediana • Semelhante ao das paralisias/paresias unilaterais • Menos chance de bons resultados à curto prazo • Pode haver indicação cirúrgica Intervenção fonoaudiológica 47 Intervenção fonoaudiológica Paralisias/paresias uni e bilaterais do NLR em abdução • Fonoterapia pouco efe[va • Orientações para deglu[ção o Modificação de consistências o Manobras de proteção de vias aéreas 48 15/09/2021 13 Para raciocinar Paciente I.L.S, 22 anos, com paralisia unilateral e desvio vocal de grau intenso e grave influencia na qualidade de vida. Após 6 sessões de fonoterapia apresenta melhora significativa da voz. Qual conduta deve ser tomada? a) Dar alta fonoaudiológica b) Pedir exame laringológico c) Continuar fonoterapia d) Dizer “Sou o Topper das paralisia” 49 Intervenção fonoaudiológica Vídeo 8: Reabilitação fonoaudiológica 50 Intervenção fonoaudiológica Caso 1 • FAF, 74 anos, sexo masculino, Paralisia unilateral E 51 Intervenção fonoaudiológica Caso 2 • GBJ, 22 anos, sexo masculino, Paralisia unilateral E • Demanda própria, por conta da mãe o Vídeo 1: Setembro 2016 o Vídeo 2: Novembro 2016 o Vídeo 3: Fevereiro 2017 52 15/09/2021 14 E quando a fonoterapia não traz resultado? 53 Intervenção fonoaudiológica Caso 3 • PVL, 34 anos, sexo masculino, Identificar alterações o Estenose subglótica 54 Intervenção fonoaudiológica Caso 4 • EMC, 73 anos, sexo feminino, Paralisia unilateral D Idiopática • Falsete paralitico 55 Outras condutas Tratamento cirúrgico • Paralisias bilaterais em posição mediana o Aritenoidectomia total o Aritenoidectomia subtotal • Estenose subglótica o Dilatações endoscópicas o Injeção intralesional de corticoides o Colocação de moldes o .... 56 15/09/2021 15 Outras condutas Tratamento cirúrgico • Paralisias em abdução o Injeção de material artificial § Teflon § Colágeno § Gordura autóloga § Toxina butolinica o Tireoplastia Tipo I § Inserção de prótese externa para medialização o Rotação de aritenóide 57 58 CURSO DE GRADUAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA Paralisias e paresias de pregas vocais Prof. Dr. Rafael Nóbrega Bandeira Rafael.nobrega@unipe.edu.br 59
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