Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INTRODUÇÃO DO ESTUDO DA A técnica cirúrgica estuda todos os procedimentos realizados para fazer aberturas e reconstituição dos tecidos. CIRURGIA A cirurgia nem sempre tem o objetivo de tratamento. Nem sempre os enxames por imagem vão conseguir diagnosticar de fato a doença, sendo necessário uma cirurgia para investigar melhor por isso que existe a cirurgia terapêutica e a diagnóstica Terapêutica: trata de forma definitiva onde tem objetivo de extirpar ou corrigir a causa da doença ou trata de forma paliativa onde visa aliviar o mal, mas não cura totalmente a doença Diagnóstica: Tem o intuito de fechar um diagnóstico Ex: laparotomia exploratória (explorar pelo abdomem). MANOBRAS CIRURGICAS São as três manobras fundamentais da cirurgia Diérese: São manobras manuais e instrumentais que visam a realização de incisão para abrir/dividir os tecidos Materiais usados: bisturi e lâmina, além de uma variedade de tesouras empregadas na incisão de tecidos ou dissecção. Devem ser aplicado na divisão exata do tecido causando a menor lesão possível as estruturas vizinhas * Tesouras retas: superfície tecidual: * Tesouras romba: partes profundas dos tecidos * Tesoura mayo: corte de tecido mais resistente * Tesoura de metzenbaum: dissecção de tecidos mais finos * Tesoura de lister: cortar ataduras * Tesoura de Spencer: retirada de sutura * Pinça de allis: tem dentes nas extremidades e são empregadas * Pinça backaus: utilizada para preensão de campo Hemostasia: Manobras manuais e instrumentais que visam evitar, prevenir ou deter a hemorragia ou impedir a circulação temporária em determinada área. Ex: Ligadura transfixa – vai entrar com fio e agulha por entre a estrutura. A vantagem dela pela ligadura simples é que ela é mais fixa, o fio não escorrega e solta. Finalidade: limpeza da área, pois o sangue dificulta a visualização. Evitar o choque e hipóxia tecidual. Evitar coágulos nas bordas das feridas, pois estes são meio de cultura para bactérias, podendo retardar a cicatrização Materiais usados: pinças hemostáticas, cauterização elétrica, fios de sutura e entre outros. * Pinça halsted mosquito: ocluir pequenos vasos * Pinça kelly e: Pinça crille: ocluir vasos maiores * Pinça Rochester-carmalt: OSH (vasos) Síntese: É o conjunto de manobras manuais e instrumentais, através do uso de fios e outros materiais, que visa reestabelecer a condição anatômica funcional dos tecidos. é a união/fechamento dos tecidos com o intuito de reestabelecer a função e anatomia daquela região Materiais usados: porta agulha (mayo hegar, Olsen hegar para grandes animais e mathieu), fios de sutura C c I c R c U c R c G c I c A c Classificação dos fios * Fio absorvível: é aquele que perdem gradualmente sua resistência à tração até serem fagocitados ou hidrolisados. * Fio inabsorvível: são aqueles que se mantêm no tecido onde foram implantados. Condições para se estabelecer uma boa cicatrização: Anti-sepsia e assepsia; Hemostasia perfeita; Abolição do “espaço morto”; Bordas das feridas limpas e regulares; Ausência de corpo estranho e tecido morto; Posição anatômica correta; Tração moderada dos nós; Escolha correta dos instrumentais e materiais de sutura. * Cicatrização de primeira intenção: é o tipo de cicatrização que ocorre quando as bordas são apostas ou aproximadas, havendo perda mínima de tecido, ausência de infecção e mínimo edema. A formação de tecido de granulação não é visível. Exemplo: ferimento suturado cirurgicamente * Cicatrização de segunda intenção: neste tipo de cicatrização ocorre perda excessiva de tecido com a presença ou não de infecção. A aproximação primária das bordas não é possível. As feridas são deixadas abertas e se fecharão por meio de contração e epitelização. DEFINIÇÕES Período pre operatório: pode ser um período de horas ou até mesmo semanas antes da cirurgia. Vai variar de acordo com o tipo de cirurgia ou do animal. Período transoperatório: período que acontece em tempo cirúrgico, desde o início até o fim da cirurgia. É onde o cirurgião vai fazer as 3 manobras cirúrgicas, é também onde é super importante monitorar os parâmetros do animal * Uma boa cicatrização vai ser influenciada por esse período, por exemplo usar um instrumental muito brusco pro tipo de tecido, uma sutura não tão boa, um fio que não seja ideal, e entre outros. Período pós operatório: Imediato: acontece ainda no bloco cirúrgico Tardio: onde os pacientes tem os cuidados em casa com remédios, curativos e entre outros durante alguns dias Prolongado: o paciente precisa de uma reabilitação no período pre operatório, durando semana e até meses Tempo nobre da cirurgia: Momento da cirurgia que precisa de mais atenção e concentração, por ser o período mais delicado da cirurgia * Ex: OH eletiva – cirurgia como forma de prevenção. O tempo nobre vai ser no pinçamento e ligamento do pedriculo, onde vai exigir mais atenção * Ex: OH com piometra – está castrando por ter infecção no útero. O tempo nobre vai ser diferente, pois aqui o pinçamento e o ligamento fica mais evidente pelo tamanho aumentado da região sendo mais “fácil”, nesse caso o tempo nobre vai ser a exposição do útero para fora da cavidade abdominal pelo risco de rompimento. NOMENCLATURA CIRÚRGICA Prefixo - relacionado a estrutura Sufixo - relacionado ao tipo de procedimento ou manobra * Ex: entero (intestino) + tomia (incisão) = enterotomia (incisão no intestino) * Ex: láparo (flanco) + tomia (incisão) = Laparotomia (incisão da cavidade abdominal pelo flanco) Nesse caso em especial pela origem da palavra a nomenclatura significa abertura pelo flanco, mas no cotidiano esse nome é comumente usado para abertura pela linha alba (linha média). Principais prefixos * esternotomia: abertura pelo esterno Principais sufixos * luxação – deslocamento do osso * síntese – é uma cirurgia de união CLASSIFICAÇÃO DA CIRURGIA Quanto ao campo de ação Cirurgia especial Cirurgia geral Quanto ao porte (grau de dificuldade) Pequeno porte: procedimentos mais simples, rápidos e que não é necessário uma anestesia geral Médio porte: é a maioria da rotina, tem um pouco mais de risco do que uma de pequeno porte, mas que não tem um tempo cirúrgico muito grande. * Ex: cesariana Grande porte: procedimentos mais complexos e mais demorados devido à dificuldade de trabalhar com tal região Quanto a presença de microrganismo Asséptica (ou limpa): Não existe contaminação ou é mínima, não interferindo na cicatrização. São realizadas em tecidos estéreis ou passiveis de infecção. São cirurgias em que não ocorrem penetrações no trato digestivo, respiratório ou urinário. Potencialmente sépticas: são aquelas cirurgias realizadas em órgãos que tem sua própria flora microbiana, como por exemplo na região gastrointestinal. São cirurgias que podem vim a ser sépticas, vai depender dos cuidados que a equipe vai ter no manuseio Séptica ou contaminada: cirurgia em estruturas que existem microrganismos patogênicos, que não fazem parte daquela estrutura, vai haver infecção. Quanto ao tempo até a realização da cirurgia Programada (eletiva ou não urgente): cirurgias realizadas em animais saldáveis, onde pode ser marcadas Urgente (ou de urgência): tem que ter cuidado para não virar emergência, mas é uma cirurgia que pode esperar ainda um certo tempo * Ex: correção de hérnia inguinal não encarcerada; cirurgia ortopédica (normalmente) Emergência: tem que ser imediato, não dá para aguardar. Não vai ter tempo de pé operatório * Ex: DGV - síndrome da dilatação gástrica com vólvulo (torsão) Quanto ao risco de morte Leve: * Ex: exerese de papilomas cutâneos Moderada: * Ex: remoção de cálculo vesical Grave:* Ex: cirurgia cardíaca ou em paciente não estabilizado Quanto à existência de hemorragia Incruenta (ou seca): não tem sangramento, ou se tem é bem pouco onde não atrapalha o campo de visão. Não é o caso da maioria das cirurgias * Ex: catarata a laser, exodontia de dente instável Cruenta (ou úmida): possui uma perda significativa de sangue. São mais passiveis a infecção, além de haver dificuldade do campo operatório por isso a importância de fazer a hemostasia. * Ex: mastectomia Quanto a técnica utilizada Regrada (ou clássica): vai seguir uma técnica pré determinada. São aquelas que já tem passo a passo nas literaturas, nos livros. * Ex: orquiectomia pela técnica Não regrada (ou de gênio): não existe uma técnica pré estabelecida. Vai havendo manobra cirúrgica de acordo com o que vai aparecendo. * Ex: cirurgia exploratória e exérese de neoplasia infiltrativa Quanto a eficiência no tratamento cirúrgico ou prognostico Radical: trata de forma definitiva o paciente * Ex: orquiectomia em paciete portador de sertolioma Paliativa: o objetivo não é tratar a doença (porque nesses casos não tem jeito) mas sim tratar a dor, melhorando a qualidade de vida * Ex: excisão de cabeça e colo femorais em cão displásico
Compartilhar