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1 LABORATÓRIO DE BROMATOLOGIA PADRÃO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO MEL ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br PADRÃO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE MEL Produtos naturais sempre foram alvo de consumo do ser humano, principalmente, pelos benefícios nutricionais contidos neles. Dentre esses produtos naturais requisitados, destaca-se o mel. Ele é utilizado pelo homem como alimento, sendo produzido pelas abelhas a partir do néctar das flores (FILHO et al., 2011). De uma forma geral, o mel é uma mistura complexa, com certa viscosidade, contendo açúcares, água, ácidos orgânicos, grãos de pólen, partículas de cera, pigmentos, compostos aromáticos, álcoois, aminoácidos, dextrinas, enzimas, hormônios, vitaminas e minerais. Além disso, pode conter uma certa quantidade de fungos, algas, leveduras e outras partículas sólidas resultantes de seu processamento e que podem variar dependendo de sua origem, condições climáticas, estágio de maturação, processamento e armazenamento (SILVA et al., 2004; BRASIL, 2001). O mel de abelha é um alimento de alto valor nutricional e amplamente procurado, principalmente, pelos seus benefícios terapêuticos. Sua qualidade e composição físico-química depende da região da flora, das condições climáticas da área de produção e do manejo do apicultor (FILHO et al., 2011). A produção do mel ocorre por duas principais modificações (processos) sofridas pelo néctar: uma é o processo de desidratação, que ocorre pela evaporação na colmeia. Ademais, ocorre uma reação química que atua sobre o néctar, transformando a sacarose, por meio da enzima invertase, em glicose e frutose (LENGLER, 2001). No Brasil, a legislação indica algumas análises físico-químicas para o controle da qualidade do mel. Para isso, são analisados umidade, hidroximetilfurfural (HMF), açúcares redutores, sacarose aparente, cinzas, acidez livre, sólidos insolúveis em água e atividade enzimática. A presença de ácidos orgânicos no mel pode ser causada pela ação da enzima glicose-oxidase, que dá origem ao ácido glucônico, bactérias presentes durante a mailto:contato@algetec.com.br 2 LABORATÓRIO DE BROMATOLOGIA PADRÃO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO MEL ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br maturação do mel; pela quantidade de minerais presentes no mel; ou, ainda, pela presença de ácidos orgânicos em equilíbrio com suas lactonas correspondentes. É importante lembrar que a acidez do mel é um componente muito relevante, pois além de apresentar propriedades químicas e sensoriais, o mel também tem estabilidade contra o desenvolvimento microbiano (FINCO; MOURA; SILVA, 2010). A análise de pH do mel não é obrigatória para avaliar a sua qualidade, porém normalmente os trabalhos sempre divulgam os resultados. Nessas análises, os valores de pH variam entre 3,00 a 4,50. A umidade do mel pode variar entre 15 a 21% de acordo com o clima da região. Por se tratar de uma mistura concentrada de açúcares, o mel absorve facilmente uma grande quantidade de água. Baseado na legislação brasileira, o mel deve conter, no máximo, 20g de umidade/100g (BRASIL, 2000). Além disso, é avaliado o teor de HMF, um aldeído cíclico formado pela desidratação ácida de açúcares simples, como a glicose e a frutose, que são quebradas na presença de ácido glucônico e outros ácidos do mel. Ele é um indicador de qualidade, uma vez que apresenta baixas concentrações em um produto fresco. No Brasil, a legislação aceita, no máximo, 60mg/kg de hidroximetilfurfural no mel (BRASIL, 2000). A presença de HMF é feita por meio da reação de Fiehe, que pode indicar adulterações no mel por xaropes e glicose. A cor vermelha persistente no teste indica a presença elevada de HMF, podendo chegar a mais de 200mg/kg (LEAL et al., 2001). Os principais componentes encontrados no mel são os açúcares redutores e a água, na qual os monossacarídeos frutose e glicose representam 80% desse total, e os dissacarídeos sacarose e maltose apenas 10%. Baseado na Instrução Normativa n° 11 de outubro de 2000, a quantidade dos açúcares redutores no mel é de, no mínimo, 65g/100g de mel (BRASIL, 2000). Além disso, a sacarose (glicose e frutose) aparente para o mel floral deve ser de, no máximo, 6g/100g de mel; e para o mel de melato, no máximo, 15g/100g de mel (BRASIL, 2000). A presença de substâncias albuminoides no mel é indicativa de qualidade. Essas substâncias podem ser determinadas pelo teste conhecido como prova de Lund. Ele indica a presença de substâncias albuminoides, que são componentes normais do mel, precipitados pelo ácido tânico adicionado na amostra. Na presença de mel natural, esse precipitado forma um depósito de 0,6 a 3,0mL no fundo da proveta. Contudo, a reação mailto:contato@algetec.com.br 3 LABORATÓRIO DE BROMATOLOGIA PADRÃO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO MEL ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br não ocorre em mel artificial e, no caso de mel adulterado, o volume do precipitado aparecerá em menor quantidade (BERTOLDI et al., 2004). Além disso, é possível detectar a presença de adulterantes, tais como amido e dextrina, pela reação de lugol. Esse teste utiliza uma mistura de iodo e iodeto de potássio, e a mudança para a coloração azul da amostra confirma a presença dessas substâncias. Em função da grande procura por mel no mercado brasileiro, adulterantes são adicionados com o objetivo de aumentar o volume do produto. Normalmente, a adulteração do mel é feita com a adição de carboidratos, sobretudo açúcares comerciais como glicose (SILVA et al., 2004). Por isso, são importantes testes cada vez mais eficientes para controlar as possíveis adulterações nesse produto. Portanto, no laboratório virtual, você irá utilizar de técnicas específicas para avaliar a qualidade do mel. mailto:contato@algetec.com.br 4 LABORATÓRIO DE BROMATOLOGIA PADRÃO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO MEL ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Agricultura. Instrução normativa nº 11, de 20 de outubro de 2000. Estabelece o regulamento técnico de identidade e qualidade do mel. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 23 out. 2000. Seção 1, p. 16-17 BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 12 de 02 de janeiro de 2001. Aprova o Regulamento Técnico sobre Padrões Microbiológicos para Alimentos. Diário Oficial da União, 10 jan. 2001. Seção 1, p. 45, 2001. FILHO, J. P. A. et al. Estudo físico-químico e de qualidade do mel de abelha comercializado no município de Pombal – PB. Revista Verde, Mossoró, v. 6, n. 3, p. 83- 90, 2011. FINCO, F. D. B. A.; MOURA, L. L.; SILVA, I. G. Propriedades físicas e químicas do mel de Apis mellifera L. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, v. 30, n. 3, p. 706-712, 2010. LEAL, V. M.; SILVA, M. H.; JESUS, N. M. Aspecto físico-químico do mel de abelhas comercializado no município de Salvador-Bahia. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, [s. l.], v. 1, n. 1, p. 14-18, 2001. LENGLER, S. Inspeção e controle da qualidade do mel. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2001. SILVA, C. L.; QUEIROZ, A. J. M.; FIGUEIREDO, R. M. F. Caracterização físico-química de méis produzidos no Estado do Piauí para diferentes floradas. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, [s. l.], v. 8, n. 2-3, p. 260-265, 2004. mailto:contato@algetec.com.br
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