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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E SUAS CAUSAS CARDIOLOGIA 2 Eduardo Siqueira Insuficiência Cardíaca Introdução Função do Coração Bombear Sangue → Sistólica Recebe do sistema venoso e envia para o pulmão para oxigenar a partir dai é levado para todo o corpo. Suprir Demanda Se necessita de mais sangue, deverá mandar mais sangue. S/ Elevar Pressões de Enchimento → Diastólica O coração precisa de relaxamento para ser capaz de encher e enviar o sangue adiante. Tipos de IC Sistólica ↓ Força de contração Ejeção ruim FE < 40% (reduzida) ↑ das Câmaras cardíacas → ↑ Coração ↑ Coração → Bulha B3 (sobrecarga de volume) Ictus globoso / difuso Exames RX → Cardiomegalia (hipertrofia excêntrica) Diastólica ↓ Relaxamento Enchimento ruim FE ≥ 50% (normal) Câmaras cardíacas normais → Coração normal Coração que não enche → Bulha B4 (sobrecarga de pressão). Ictus normal / propulsivo Exames RX → Normal ECG → Alterado HVE - Hipertrofia concêntrica Obs: Nas duas situações eu tenho DC baixo. Fração de Ejeção É tudo aquilo que o coração enche e manda pra fora. Não esquecer do volume residual (evita o colaba- mento do coração). Ex: O coração enche 100 ml, mas a FE é de 30%, ou seja, o coração conseguiu enviar apenas 30 ml dos 100 ml que o coração foi enchido → Sistólica Ex: O coração enche 50 ml (porque não consegue relaxar), mas ele mandou 30 ml, ou seja, FE é de 60% o que é normal → Diastólica. Como ambos enviaram pouca quantidade de san- gue, entendemos que o débito cardíaco desses exemplos são baixos (30 ml). Direita x Esquerda Em todas elas, o paciente pode apresentar sinto- mas de baixo débito. O que as diferencia é o tipo de congestão. IVE Congestão no pulmão IVD Congestão no “resto” Obs: ICC = temos de ter tanto congestão sistêmi- ca quanto congestão pulmonar, do contrário, devere- mos dizer que o paciente tem apenas “IC). 1 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E SUAS CAUSAS CARDIOLOGIA 2 Eduardo Siqueira Alto Débito Maior trabalho cardíaco ↑ Demanda ou desvio de sangue Causas → Problemas fora do coração Sepse Anemia Beribéri (Vitamina B1) Obesidade Tireotoxicose Fístula AV sistêmica Doença de Paget Obs: Geralmente são de baixo débito. Porém, al- guns pacientes podem ter IC mesmo com DC normal ou aumentado (por aumento da demanda dos teci- dos, por exemplo). Aguda x Crônica Não existe um tempo claramente definido. Ex: HAS de longa data com cardiopatia → Crônico Ex: Ruptura de cordoalha tendínea → Aguda Diagnóstico Clínico Vai te guiar em uma possível causa dessa IC e complemento ao diagnóstico. Critérios de Framingham “2 maiores ou 1 maior + 2 menores” Os critérios maiores → Devemos lembrar: “ABC = Aumento da jugular; B3; Congestão P.” Para dúvida ou prognóstico (quanto maior o valor = maior a chance de ser insuficiência cardíaca e pior será o prognóstico). BNP (Peptídeo Natriurético Cerebral) O grande valor desse teste é valor preditivo nega- tivo. É um peptídeo ventricular, apesar de ser chamado de cerebral. NT-Pró-BNP (é um pré-BNP). - > 450 (< 50 anos) → IC - > 900 (50 a 75 anos) → IC - > 1.800 (> 75 anos) → IC BNP - BNP > 400 → IC - BNP < 100 → Não é IC Indicação Dispneia na sala de emergência. É utilizado para diferenciar se é causa pulmonar ou cardíaca. Na IC teremos BNP / NT-pró-BNP elevados. Obs: O Peptídeo atrial não é utilizado para diag- nóstico de IC. Ecocardiograma Ajuda a definir a causa. Define a classificação Fornece o prognóstico (a FE é um dos mais impor- tantes marcadores prognósticos). Causas Principais Doença coronariana HAS Maiores Menores Dispneia paroxística noturna Edema maleolar bilateral Turgência jugular patológica Tosse noturna Estertorarão pulmonar Dispneia aos esforços Cardiomegalia Hepatomegalia EAP Derrame pleural B3 ↓ Capacidade vital Pressão Venosa Central > 16 FC > 120 Refluxo hepatojugular Perda > 4,5 kg com diurético 2 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E SUAS CAUSAS CARDIOLOGIA 2 Eduardo Siqueira Classificação da IC Funcional (NYHA) Evolutiva Tratamento da ICFE Reduzida Alguns Conceitos Redução da força de contração (↓ FE) - “Fica muito sangue” (↑ Volume) → Congestão** - “Sai pouco sangue” (↓ Débito) → Renina-Angio- tensiva-Aldosterona (Noradrenalina) → Remode- lamento* *Esse sistema prejudica o coração, então se blo- quearmos esse remodelamento, retarda a progressão da doença. **Se bloquear essa congestão, não é que retar- damos a progressão da doença, mas aliviamos esse coração. Obs: O coração, no momento em que começa a falhar, diferentemente de outros órgãos, não “se pou- pa”, ao contrário, ele acaba se sobrecarregando como uma forma de compensação. - Ativação neuro-hormonal (sistema renina-angio- tensina-aldosterona → Volume e adrenérgico → FC) - Sobrecarga ventricular → Em um primeiro mo- mento, isso mantém o paciente com uma função estável, porém com o tempo teremos alteração na estrutura cardíaca (remodelamento cardíaco) - Assim, o que aumenta a sobrevida desses paci- entes é a atuação sobre esse remodelamento (e não apenas sobre os sintomas). Drogas que ↑ Sobrevida ß-Block IECA/BRA II Antagonista de aldosterona Hidralazina + Nitrato (atua na pré e pós-carga) Ivabradina (é semelhante ao ß-block) Valsartan + Sacubitrill (vasodilatador) Inibidores de SGLT2 (Não se sabe ainda o motivo) Drogas Sintomáticas Diuréticos Digital (Digoxina) Drogas que ↑ Sobrevida IECA Para quem? Todos (mesmo assintomático) Dose baixa até dose adequada Cuidado com hipotensão Não usar se… K+ > 5,5 IR Estenose bilateral da A.Renal Cr > 3 (relativo) Obs: Substituir IECA por → Valsartan + Sacubitril - Pacientes que toleram o IECA, mas ainda conti- nuam sintomático - Efetuar essa troca. ß-Block Metoprolol - succinato / Carvedilol / Bisoprolol Para quem? Todos (mesmo assintomático) Cuidado com bradicardia Começa com baixa dose e titular aos poucos Não iniciar se… Paciente agudamente descompensado Antagonista da Aldosterona Espironolactona I S/ dispneia c/ atividades usuais II C/ dispneia c/ atividades usuais III Dispneia c/ atividade leve IV Dispneia em repouso ou qualquer atividade A Só fatores de risco: tabagismo; DM; HAS B Doente, mas assintomático C Sintomático D Refratário 3 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E SUAS CAUSAS CARDIOLOGIA 2 Eduardo Siqueira Para quem? CF II a IV (sintomáticos com IECA ou BB) Não usar se… K+ > 5,0 IR Cr > 2-2,5 Hidralazina + Nitrato Para quem? Alterativa a IECA e BRA-2 OU Sintomáticos c/ IECA + BB + Ant. Aldosterona Até pode mudar a sobrevida, mas esse benefício é mais evidente em negros. BRA Para quem? Intolerância ao IECA (tosse ou angioedema) Não usar se… = IECA K+ > 5,5 IR Estenose bilateral A.Renal Ivabradina Ação Inibidor seletivo da corrente IF do nó sinoatrial Para quem? Sintomáticos c/ IECA e BB + FC ≥ 70 e sinusal Valsartan + Sacubitril Ação BRA + Inibidor de Neprilisina (degrada vasodilata- dores). Para quem? Substituir o IECA nos pacientes que permanecem sintomáticos. Inibidor da SGLT2 Dapaglifozina Empaglifozina Ação Inibidor a reabsorção tubular de glicose - Puxa água → ↓ PA Para quem? Sintomáticos c/ IECA + BB + Ant. Aldosterona Obs: Porque não pode usar IECA + BRA? - A associação de BRA com IECA diminui a pro- teinúria em nefropatia diabética e não diabética. - Essas duas classes de fármacos inibem a vaso- constrição das arteríolas glomérulos aferente e efe- rente, com maior intensidade na arteríola eferente. Drogas Sintomáticas Diuréticos Para quem? Sintomáticos Preferência… Furosemida Digital Digoxina Para quem? Refratários Benefício Melhora sintomática ↓ Tempo de internação Não usar se… Insuficiência diastólica pura Cardiomiopatia hipertrófica Resumindo… Clínica Conduta A Só fatores de risco Tratar os fatores B Doença estruturalassintomático IECA + ß-Block C Sintomático Depende D Sintomas refratários 4 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E SUAS CAUSAS CARDIOLOGIA 2 Eduardo Siqueira C e D vai depender porque necessita de auxílio do Nyha. - Nyha I → IECA/BRA + ß-Block - Nyha II a IV → + Diurético - Não resolveu → + Espironolactona (Classe C*) + Hidralazina e Nitrato (negros) + Ivabradina + Glifozina + Digital… (sintomas persistentes) + Furosemida (hipervolemia) IV → Tentar otimizar as medicações. Tratamento da ICFE Normal Controlar os fatores que prejudicam o relaxamento PA FC Coronariopatia FA *Não tem medicamento específico que demonstre melhor sobrevida, então pode fazer qualquer medi- camento. Medicamentos IECA ß-Block Antagonista dos Canais de Cálcio Obs: Não utilizar DIGITAL - Além de não haver benefícios, só teríamos os prejuízos por conta da intoxicação - Contraindicação formal nesses casos. Se congestão… Diurético em baixas doses IC Descompensada ß-Block Devemos suspender o betabloqueador de todo paciente que interna com IC descompensada? Não! Pois essa classe de drogas tem um benefício imprescindível na IC sistólica. Assim, ele só seria reti- rado nas descompensações graves, a ponto do paci- ente apresente sinais de instabilidade hemodinâmica. Observação QRS > 120-150 ms Ressincronização ventricular (marca-passo) Posso adicionar Ivabradina se FC ≥ 70 Perfusão Periférica Inadequada? Evidência de Congestão? Não Sim Não A (Quente e Seco) B (Quente e Úmido) Sim C (Frio e Seco) D (Frio e Úmido) CONDUTA A Avaliar outras causas para os sintomas, pois ele não tem gravidade da sua IC É o IDEAL para todo paciente com IC. B Diurético + Vasodilatadores C Inotrópico + Vasodilatadores (PAS > 90) D Hidratação venosa cautelosa É o PIOR prognóstico 5 Função do Coração Sistólica Diastólica Fração de Ejeção Direita x Esquerda Alto Débito Aguda x Crônica Clínico BNP (Peptídeo Natriurético Cerebral) Ecocardiograma Principais Funcional (NYHA) Evolutiva Alguns Conceitos Drogas que ↑ Sobrevida Drogas Sintomáticas IECA ß-Block Antagonista da Aldosterona Hidralazina + Nitrato BRA Ivabradina Valsartan + Sacubitril Inibidor da SGLT2 Diuréticos Digital Controlar os fatores que prejudicam o relaxamento Se congestão… ß-Block QRS > 120-150 ms