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AVALIAÇÃO PRÉ- ANESTÉSICA É o momento do pré-operatório que é realizado em pacientes que serão submetidos a procedi- mentos cirúrgicos, com a intenção de estimar os riscos, traçar o plano de abordagem ou até mes- mo pensar em uma forma de postergar esse pro- cedimento. Cirurgia eletiva: “o paciente está nas melhores condições possíveis para ser submetido a cirurgia proposta?” Emergência: “o risco de operar o paciente agora são maiores do que não operar?” OBJETIVOS Principal: reduzir a morbimortalidade e diminuir o número de suspensão de cirurgias. Quando essas avaliações eram feitas no momento da cirurgia, se conhecia o paciente na hora da cirurgia, muitas vezes o paciente não apresentava uma condição adequada para se submeter à anestesia e o procedimento acabava sendo sus- penso. Por isso da importância da avaliação pré anestésica para justamente evitar essas suspen- sões e diminuir os gastos dos hospitais e a questão emocional do paciente. - Captar a confiança do paciente e diminuir a an- siedade - Obter informações pertinentes sobre a história medica e condições físicas e mentais do paciente - Determinar exames complementares e intercon- sultas - Planejar a anestesia e os cuidados pós-operató- rios: tendência é individualizar a conduta e trata- mento - Estimar o risco anestésico-cirúrgico pós-procedi- mento - Obter o consentimento esclarecido - Motivar o paciente a adotar hábitos saudáveis. ANAMNESE - Existência de anestesia anterior: se já foi submeti- do a algum procedimento, se teve complicação ou desconforto ao qual pode-se abordar de for- ma mais especifica nesse procedimento (náusea e vômitos por exemplo, agitação ou histórico fami- liar de problemas – como a hipertermia maligna, que é patologia genética mas o gatilho para o desenvolvimento da patologia se dá com alguns medicamentos anestésicos, principalmente os anestésicos inalatórios e o bloqueador neuromus- cular despolarizante); - Hábitos e vícios – tabagismo e carga tabágica, alcoolismo (crônico ou agudo – importante saber se tem uso agudo de álcool ou outras drogas, pois muitas são depressoras do SNC e SCV, assim como alguns anestésicos usados. O etilista crônico pode ter algum tipo de indução enzimática em que os anestésicos tem um efeito aquém do esperado, usuários crônicos de opioides como paciente em tratamento de dor de câncer tem que ter cuida- do para não antagonizar e levar a uma crise de abstinência), é claro que não deve submeter a uma cirurgia eletiva um paciente alcoolizado ou drogado, mas numa situação de emergência é importante captar esse tipo de informação pois inter fere muito nas medicações a serem utilizadas. - Obter informações sobre alergias que o paciente pode ter: medicamentosas, alimentares – e lem- brar de reações cruzadas (alergia a um tipo de alimento que culmina no desenvolvimento de alergia a látex por exemplo), e lembrar que nada impede de desenvolver alergia a algo que nunca teve (sempre usou dipirona e desenvolve alergia, foi sensibilizado previamente e criou anticorpo). A alergia ao látex tem sido cada vez mais prevalen- te, profissionais de saúde tem maior propensão a desenvolver, devido a exposição frequente. - Outras comorbidades: . Sistema Cardiovascular (paciente tem dispneia, tosse, palpitação, edema, HAS, história de IAM prévio, estimar capacidade funcional) – através da história clinica é possível estratificar e intensifi- car o paciente que merece maior investigação, em muitos é a 1ª avaliação cardiológica por exemplo (pergunta de tem hipertensão, fala que não, mas PA esta altíssima). . Sistema Respiratório: avaliar presença de asma, apneia do sono, prematuridade (imaturidade de SR em neonato, precisa de UTI). . Sistema Endócrino – Diabetes: quando muito descompensada provoca dificuldade na movi- mentação da articulação atlanto-occipital que pode dificultar a abordagem da via aérea. Po- dem desenvolver gastroparesia por lesão nervosa, culminando em retardo do esvaziamento gástrico e risco maior de broncoaspiração. Também por lesão nervosa podem ter IAM silencioso, infarto sem clínica. Hipo/Hipertireoidismo também tem que avaliar. . Sistema Hematológico: tem que lembrar que mui- tos pacientes já chegam para operar com ane- mia crônica, fazendo com que uma pequena perda sanguínea leve a um agravamento da pa- tologia de base (ICC, IAM); pesquisar sangramen- tos importantes (epistaxe, dentário, antecedentes familiares – distúrbios da coagulação). . Sistema Nervoso Central - ver se o paciente é portador de cefaleia, convulsão, neuropatias re- centes, alterações neuropáticas, extremamente importante captar informação, assim como do- cumentar isso no prontuário. . Sistema Gastrintestinal e Hepático – lembrar de situações como pacientes em pós-operatório que desenvolvem muito náuseas e vômitos, RGE, obs- trução intestinal com risco de broncoaspiração. Lembrar que uma das primeiras alterações do ponto de vista clinico em pacientes hepatopatas são as coagulopatias e lembrar que o fígado me- taboliza determinados medicamentos. . Sistema Urinário – ver se tem cálculo, ITU, insufici- ência renal é absolutamente importante lembrar já que muitas drogas são excretadas e/ou meta- Amanda Viol bolizadas a nível renal (preocupação também presente em relação ao fígado). . Sistema Musculoesquelético – perguntar sobre dor lombar, artrite, doenças musculoesqueléticas podem ou não estar relacionadas com hiperter- mia maligna. No caso de crianças, deve-se focar muito em IVAS pois, se a criança teve IVAS nos últimos 30 dias e for submetida a uma anestesia geral (com acesso por via aérea) a chance de broncoespasmo é muito grande. Com relação à náusea e vômitos é importante ressaltar que tais complicações da anestesia po- dem acarretar em complicações cirúrgicas, pois os vômitos podem aumentar a pressão intratorá- cica e abdominal. Por isso, é muito importante avaliar os fatores de risco para que o paciente tenha esses sintomas de forma a tentar controla- los. Tais fatores de risco para vomito são: sexo fe- minino, não tabagista (pois cigarro é fator protetor para náusea e vomito) e cirurgia inalatória (au- menta risco de náusea e vomito). EXAME FÍSICO Sempre captar informações como altura, peso, estado de nutrição do paciente, coloração da pele (ver se o paciente pode ter algum tipo de cianose). VIA AÉREA Deve ser feita uma previsão de intubação com avaliação das vias aéreas do paciente – algumas situações como trauma de face/pescoço, boca pequena, pescoço curto, sequelas de queimadu- ra na região cervical, algumas comorbidades congênitas, tumores, abcessos, trismo, história de intubação difícil são fatores que dificultam a abordagem da via aérea desse paciente, pre- vendo intubação difícil. A avaliação de via aérea é muito importante na avaliação pré-anestésica, tendo em vista que a intubação endotraqueal é fundamental para a prática da anestesia segura. Assim, a previsão de uma via aérea difícil pode ajudar a reduzir a incidencia de intubação malsu- cedida ou com falha. Sendo assim, foi criado um sistema de pontuação denominado LEMON, para prever intubação difícil, de forma a melhorar significativamente a capaci- dade de prever intubação difícil: – L (Look): é olhar para o paciente e observar se ele tem marcadores de via aérea difícil. Ex: trau- ma facial, incisivos grandes, barba ou bigode, lín- gua grande; – E (Evaluate): é uma avaliação feita, que utiliza a regra 3-3-2: a) Distancia inter-incisivos: a boca do paciente é aberta adequadamente para permitir a colocação de 3 dedos entre os dentes superio- res e inferiores; b) distância de Hyomental: três de- dos; c) distancia tireoimentoniana: 2 dedos. Se essa distância for acima de 8cm é uma distância adequada com o paciente deitado com exten- são total da cabeça. – M (Mallampati): é uma avaliação de via aérea. Pede-se ao paciente para abrir a boca o máximo que ele puder com a língua para fora sem vocali- zação. Assim, de acordocom o que o médico en- xergar o paciente será avaliado em Classe I, II, III e IV, sendo I e II preditores de intubação adequada e III e IV preditores de via aérea mais difícil. I Visualização de úvula completa e dos pilares amigdalianos. ll Visualização da úvula. lll Visualização apenas da base da úvula e o pala- to. lV Visualização apenas do palato. Nota: não significa necessariamente que o paci- ente Mallampati I vai ser fácil de intubar, pois não é um exame único. Claro que quando tem um fator muito importante pode ser evidenciado (ex paciente que não abre a boca, 1 dedo de aber- tura bucal, é um fator de dificuldade), mas não necessariamente um paciente Mallampati IV vai ter essa dificuldade, por isso temos vários outros parâmetros que vão estar na aula sobre as vias aéreas. – O (Obstruction): Avaliar se o paciente possui al- guma obstrução na via aérea → ex: obesidade, abscessos, tumores, epiglote inflamada, hemato- ma em expansão, etc. – N (Neck mobility): avalia a mobilidade do pes- coço. Este é um requisito vital para a intubação bem sucedida e deve ser avaliado com o pacien- te na posição sentada para que ele coloque o queixo no peito e, em seguida, estenda o pesco- ço para que olhe para o teto. PREDITORES DE UMA VIA AÉREA DIFÍCIL: incisivos longos, incapacidade de fazer protusão da man- díbula, distância entre s incisivos, formato do pala- to, dentição, pescoço curto dentre outros. Amanda Viol PREDITORES DE UMA VENTILAÇÃO DIFÍCIL: barba dificulta o acoplamento da máscara, IMC alto, apneia do sono (história de ronco) , ausência de dente, idade acima de 55 anos. ACESSO PERIFÉRICO: verificar a presença de veias periféricas calibrosas EXAME DA COLUNA VERTEBRAL: verificar presença de alguma estrutura que possa atrapalhar possível anestesia. Cada vez mais frequente presença de tatuagem dentre outras coisas, que podem atra- palhar a abordagem do neuroeixo (numa raqui ou peridural). CAPACIDADE FUNCIONAL A capacidade funcional é um preditor confiável de complicações cardiovasculares no intraopera- tório, pois mede os equivalentes metabólicos do mesmo (MET). Um paciente de 70 kg com 40 anos em repouso consome simplesmente por existir, 3,5ml kg/min de O2 (= 1 MET). Contudo, pacientes com sua capacidade funcional restrita possui limi- tação ao esforço e exercício, sendo indivíduos que tem chances de complicações cardíacas no intraoperatório. O individuo com capacidade 1 MET tem capaci- dade de comer, vestir-se, usar banheiro, caminhar dentro de casa e caminhas 3,2 a 4,8 km/h. Dessa forma, considera-se um paciente com uma capacidade funcional (MET) > 4 um indivíduo com boa capacidade funcional – são pacientes que conseguem subir, por exemplo, 2 lances de esca- da sem falta de ar, caminhar 6,4 km/h, correr pe- quenas distâncias, limpar assoalhos ou móveis e realizar atividades moderadas (dançar, jogar tênis). Sendo assim, é importante saber se é METS>4 pois, se for abaixo, deve-se avaliar minuci- osamente. O indivíduo que participa de esportes externuan- tes (natação, tenis, basquete) é >10 MET EXAMES COMPLEMENTARES São frequentemente essenciais, o que se procura otimizar é evitar realizar exames “de rotina” (ver sempre a real necessidade de cada exame solici- tado - muitas vezes ou a rotina não cobre a ne- cessidade do indivíduo ou é desnecessária). Lem- brar sempre que todo exame tem um risco para o paciente (não sair pedindo cateterismo pra todo mundo acima de 55anos). Ex: paciente com angina estável, qual a real vali- dade de pedir um ECG em repouso? Um evento isquêmico não vai aparecer no repouso, um teste mais aprofundado seria melhor. Por isso a avalia- ção clínica é muito importante. - Paciente usuário de diurético: extremamente interessante pedir algum título de eletrólitos, o diurético em si pode alterar a função renal, mui- tas vezes pode aumentar o volume vascular e levar a algum tipo de lesão renal. - Paciente com doença hepática: Solicitar coa- gulograma, avaliação da função hepática, ou então pesquisar a possibilidade de uma hipo- proteinemia – muitas drogas que utilizadas se ligam a proteínas, e o que tem ação é a droga livre (a que vai atravessar a BHE); - Paciente com grande carga tabágica: pedir serie vermelha e frequentemente Raio x de tó- rax. Claro que tem que pesar a natureza o procedi- mento e a real urgência. Se paciente chegar mui- to descompensado, muitas vezes vai operar sem nenhum tipo de exame. MEDICAMENTOS Existe muita duvida sobre quais medicamentos devem ser suspendidos em casos de pacientes com algumas patologias. - Anti-hipertensivos: não se suspende normalmen- te. Tem sido discutido agora a respeito dos IECAs, em que talvez NO DIA do procedimento sejam suspensos, principalmente em procedimentos de maior gravidade. Os diuréticos também são sus- pensos apenas NO DIA do procedimento. Mas de forma geral, não são suspensos (se o paciente está estabilizado com o AH, a retirada pode des- controlar e elevar a PA). - Hipoglicemiantes (HG): partir do momento que o paciente entra em jejum, a utilização do HG pode se tornar um problema. Então deve-se SUS- PENDER OS HG A PARTIR DA INTRODUÇÃO DO JE- JUM. A partir daí utiliza-se medicação de controle, com ação RAPIDA e CURTA (se necessário). Quando paciente já usa a NPH, retira ou reduz substancialmente a dose. A monitorização da gli- cemia é muito importante nesses casos pois tanto a hiperglicemia quanto a hipoglicemia afetam a morbimortalidade do paciente. Ex: glibenclamida - Antidepressivos: de modo geral não são suspen- sos. MANTEM! Só lembrar dos IMAO que podem alterar a utilização de drogas vasoativas. - Fitoterápicos: suspende pela falta de estudos comprovatórios (muitos alteram coagulação, etc) - Anticoagulantes: faltam estudos para esses mais novos, mas de forma geral deve-se suspender an- tecipadamente um TEMPO 2X A MEIA VIDA do medicamento. Os cumarínicos (vafarina - Mare- van) devem ser suspensos 5 DIAS ANTES e SUBSTI- TUÍDOS por anticoagulantes como a heparina de baixo peso ou as não fracionadas (suspende o medicamento e no dia da cirurgia pEde exames de controle, se tiver alterado usa HBPM ou NÃO FRACIONADAS). Ex: heparina, varfarina, bivalirudi- na, rivaroxabana. - Antiagregantes plaquetários: DEPENDE da indi- cação ao uso. Estudos indicam que o AAS aumen- ta o pequeno sangramento, não o grande, então o risco de o paciente ter uma trombose no stent (se essa for a indicação do uso, e for suspenso) é maior do que desenvolver um sangramento pelo ato cirúrgico. Então em pacientes com indicação adequada, MANTÉM a medicação. A dupla agregação plaquetária não tem estudos que embasem, então SUSPENDE CLOPIDOGREL e MANTÉM AAS. Se o paciente só toma o clopido- Amanda Viol grel, 7 DIAS ANTES retira e faz a TROCA PELO AAS. Nota: a avaliação da coagulação é extremamen- te importante e deve ser avaliada individualmente no intraoperatório. CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO FÍSICO SEGUNDO A ASA - ASA 1: Individuo saudável, sem nenhum distúrbio orgânico, psicológico, bioquímico ou psiquiátrico. Sendo assim, o processo da doença é localizado e não gera distúrbio sistêmico. Não usa nenhuma medicação, tem capacidade funcional boa, en- tre outros. - ASA 2: Paciente com doença sistêmica leve e controlada. (ex: HAS controlada ou DM controla- da). Sendo assim, é um paciente com distúrbio sistêmico moderado a médio, causado tanto pela doença a ser tratada pela cirurgia quanto por um processo fisiopatológico. Obeso mórbido se encai- xa aqui – doença sistêmica leve e controlada. - ASA 3: Paciente com doença sistêmica grave porem não é incapacitante (limita, mas não inca- pacita) – (ex: DRC dialítico, não pode ficar mais de 3 dias sem fazer a hemodiálise; coronariopata com angina estável, incapaz de correr mais de 200m). - ASA 4: Paciente com doença sistêmica grave incapacitante e que representa perigo de vida. É um distúrbio grave, com risco de vida, que nem sempre é corrigível pela cirurgia (ex: ICCdescom- pensada com EAP; choque séptico grave em uso de droga vasoativa). - ASA 5: Paciente bem grave/morimbundo, com perspectiva de sobrevida menor do que 24horas, será submetido a cirurgia como último recurso pra tentar estabilizar. (ex: aneurisma roto de aorta; TCE grave; massa intracraniana; politrauma com ruptu- ra de baço e choque hipovolêmico gravíssimo). - ASA 6: Paciente que já morreu e vai ser submeti- do a extração para doação de órgãos. Diagnos- ticado com morte encefálica (situação irreversí- vel) -> esse paciente precisa de anestesia? Sim, e muito bem feita. Tem muitas alterações hidroele- trolíticas, cardiovasculares e se não fizer preserva- ção dos órgãos de forma adequada pode-se ter um desfecho inadequado para o órgão extraído. Não é necessário hipnose, mas precisa de analge- sia, controle de reflexo autonômico, controle de SCV, S respiratório, S renal. - Classificação E: paciente atendido de forma emergencial. Significado: – ASA I e II: 0,008 a 0,27% de chances de mortali- dade; – ASA III: 1,8%; – ASA IV: 7,8 a 9,4%; – ASA V: sem dados disponíveis; – ASA VI: 100% chance de mortalidade. MEDICAÇÕES PRÉ-ANESTÉSICAS Além de abordar e otimizar as medicações que o paciente já usa, pode-se administrar algum tipo de ansiolítico (uma conversa explicativa é bem melhor que a medicação, mas em algumas situa- ções é interessante administrar um ansiolítico para dar essa amnesia e fazer a ansiólise do paciente). Não é obrigatória. Exemplo: benzodiazepínicos (Diazepam, lorazepam e midazolam). As indicações da medicação pré-anestésica são: a redução da ansiedade, promover uma seda- ção, desenvolver uma amnesia anterógrada e retrograda, desenvolver uma analgesia, redução de secreções do indivíduo, prevenção de respos- tas autonômicas, redução do conteúdo e aumen- to o pH gástrico e facilitação da indução suave da anestesia (este último muito utilizado na popu- lação pediátrica). ANSIÓLISE: Comum ansiedade com a anestesia e não com a cirurgia. A abordagem é interessante para o paciente já chegar no centro com os sinais vitais estabilizados. Geralmente é feito benzodia- zepínico de curta duração, midazolan, geralmen- te em pacientes mais jovens com IMC 30. JEJUM PRÉ-ANESTÉSICO - Alimentos Sólidos e leite não humano: 8 horas – refeições pesadas com carne, gordura, etc (ten- dência a encurtar, é prejudicial o jejum prolonga- do -> aumenta o catabolismo do indivíduo, pro- põe-se jejum seletivo). - Líquidos sem resíduos podem ser ingeridas até 2 horas antes, com carga proteica e substrato que diminui a situação de catabolismo. Ex: água, suco coado -> essa ingestão até melhora pois ou acele- ra o esvaziamento gástrico, ou aumenta o pH, di- minuindo o risco de desenvolver pneumonia em caso de broncoaspiração. - Leite materno: até 4 horas antes - Refeição leve: 6 horas (refeição sem gordura, torrada, bolo, biscoito) PROFILAXIA DE BRONCOASPIRAÇÃO A síndrome de Mendelson é uma pneumonia quí- mica, broncopulmonar, causada pela aspiração de conteúdo gástrico durante o processo de anestesia, devido à abolição dos reflexos larínge- os, especialmente durante a gravidez. Paciente broncoaspira volume gástrico acima de 25ml em pH abaixo de 2,5 -> pneumonite inicial- mente química e posteriormente bacteriana -> óbito pós operatório. Por isso, é feita uma profilaxia de broncoaspiração antes da cirurgia, com antagonistas H2 e inibidores da bomba de prótons, de modo a auxiliar no es- Amanda Viol vaziamento gástrico. Os pacientes que mais se beneficiam com isso são os diabéticos com gas- troparesia (que tem retardo no esvaziamento gás- trico), gestantes (que tem insuficiência do esfíncter esofágico inferior),obesos (perdem mecanismos anti-refuxo) e situações de emergências (que au- menta a secreção gástrica) Amanda Viol
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