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Fisiocracia: a teoria econômica do século XVIII

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FISIOCRACIA 
Durante o século XVIII, diversas ideias surgiram na França em diversos âmbitos, desde o ideológico até o social. Movimentos como o Iluminismo e a Revolução Francesa foram resultados de ideias de liberdade e igualdade que surgiram nesse momento.
Por causa das transformações do século XVIII, várias ideologias políticas surgiram no século XIX na tentativa de organizar a sociedade após essas mudanças, como o comunismo e o liberalismo. Também surgiu uma reflexão sobre a atividade comercial e a produção de riqueza ainda no século XVIII conhecida como tradição fisiocrata ou apenas fisiocracia.
O que é fisiocracia 
A palavra “fisiocracia” é formada por dois radicais gregos: “physis”, que significa natureza, e “kratos”, que significa governo ou ordem. Dessa forma, fisiocracia significa literalmente governo da natureza. Os pensadores dessa corrente acreditavam que existia uma ordem natural que equilibrava a natureza e a vida em sociedade.
Assim, a fisiocracia é uma teoria econômica que defende que a riqueza dos países é derivada unicamente do desenvolvimento e valor de terras agrícolas. Por isso, a agricultura é o único modo verdadeiro de gerar riqueza.
A fisiocracia é considerada a primeira teoria econômica desenvolvida detalhadamente. Essa escola econômica foi fundada por François Quesnay, um médico e economista francês da corte de Luís XV. Ele era filho de agricultores, o que influenciou na criação da teoria fisiocrática. O economista Anne Robert Jacques Turgot também foi um famoso fisiocrata.
Ideias econômicas da fisiocracia
A principal ideia da fisiocracia é a divisão da sociedade em apenas três classes: a classe produtora, a classe dos proprietários e a classe estéril.
Como os nomes sugerem, a classe produtora é responsável pelo cultivo da terra, a dos proprietários é formada pelos donos da terra e a estéril é formada por todos os outros que ocupam outras funções, os artesãos.
Na fisiocracia, a agricultura possui um valor maior do que qualquer outra atividade, o que pode ser visto no quadro de compensações, também conhecido como Quadro Econômico de Quesnay. Nesse quadro, a fisiocracia determina que:
Agricultores podem comprar e vender para proprietários, artesãos e para outros agricultores;
Proprietários só podem vender e comprar de agricultores e artesãos;
Artesãos só podem comprar de agricultores e vender para agricultores e proprietários.
Assim, a agricultura é extremamente valorizada e tem maior mobilidade econômica, enquanto todos os outros setores são desvalorizados e têm menor crescimento.
Além disso, a fisiocracia também defendia a liberdade econômica e a não-intervenção do Estado na economia. Isso fica expresso na frase “laissez-faire, laissez-passer, le monde va de lui-même”, que significa “deixai fazer, deixai passar, que o mundo caminha por si mesmo”.
Fisiocracia e liberalismo
A fisiocracia surgiu por volta de 1759, quando François Quesnay publicou o Tableau Économique, que descrevia o modelo econômico fisiocrata. Já o liberalismo econômico surgiu em 1776 com o lançamento da obra A Riqueza das nações, de Adam Smith.
Com influência direta da fisiocracia por meio de Anne Robert Jacques Turgot, o liberalismo também defende a liberdade econômica sem intervenção do Estado. Assim, para o pensamento liberalista, uma “mão invisível” é responsável pela regulação do mercado.
Dessa forma, a principal diferença é que a fisiocracia defendia que a natureza era responsável por essa regulações. Logo, o liberalismo se encaixou melhor que a fisiocracia no contexto da Revolução Industrial e do surgimento do capitalismo, mesmo incorporando princípios fisiocráticos.