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1 
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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES 
André Cunha 
Direito Eleitoral 
Aula 1 
 
 
ROTEIRO DE AULA 
 
 
• DIREITOS POLÍTICOS I 
 
➢ Definição real: 
 
o Conjunto de normas que cuida da soberania popular (arts. 14 a 16, CF). 
 
➢ Alexandre de Moraes lembra dois aspectos: objetivo e subjetivo. 
 
o No primeiro, constitui as regras da atuação da soberania popular (art. 14, caput, da CF), confunde-se com o direito 
eleitoral. 
o No segundo, é o direito público subjetivo que investe o cidadão no status civitatis, permitindo-lhe participar do 
governo. 
▪ Atributo da cidadania. 
 
➢ Definição etimológica: 
 
o DIREITO: AQUILO QUE É RETO, QUE NÃO SE DESVIA, QUE DIRIGE, VEM DO LATIM DIRECTUM, DO VERBO DIRIGERE. 
o POLÍTICA: DO GREGO POLITIKÓS, ADJETIVO DA PALAVRA PÓLIS, A CIDADE-ESTADO GREGA. DESIGNA O QUE SE 
REFERE À CIDADE, INCLUSIVE O GOVERNO. 
 
 
 
 
 
2 
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➢ Soberania Popular (características): 
 
o Princípio constitucional. 
o Art. 1º, parágrafo único e art. 14, caput, ambos da CF. 
o Exercido pelo sufrágio universal (voto secreto, direto e igualitário), mas também pelo plebiscito, pelo referendo 
e pela iniciativa popular. 
▪ O sufrágio universal é o que indica a democracia 
✓ Voto igualitário: cada cidadão terá direito a um voto de valor igual independentemente de qualquer característica 
do eleitor (origem; condição financeira; etc.) 
❖ voto não é mais censitário: restrito à determinada profissão ou renda (exemplo: época do império) 
 
✓ No Brasil o voto é direto (há democracias em que o voto é indireto: ex. EUA; no Brasil, o voto foi indireto na época 
do regime militar e do império) 
❖ vota-se diretamente nos candidatos 
 
✓ O voto deve ser secreto para que o eleitor faça sua escolha sem temor ou interferências 
❖ o voto secreto é característica de todas as democracias 
 
o Restringida pela capacidade político-eleitoral. 
▪ Sendo atributo da cidadania 
▪ Cidadão como aquele que detém capacidade político eleitoral (pode se inscrever eleitor) 
▪ Nem todo habitante do Estado possui cidadania 
▪ Regra: aos 18 anos se atinge a capacidade política eleitoral (facultativo aos 16 anos) 
 
o É atributo da cidadania, pois nem todos são cidadãos e podem exercer a soberania. 
 
o O Plenário, por maioria, deferiu medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade para suspender, com 
eficácia ex tunc, o art. 59-A da Lei 9.504/1997, incluído pela Lei 13.165/2015 (Lei da Minirreforma Eleitoral), o qual 
determina que, na votação eletrônica, o registro de cada voto deverá ser impresso e depositado, de forma 
automática e sem contato manual do eleitor, em local previamente lacrado. (...) O ministro Alexandre considerou 
que o art. 59-A e o seu parágrafo único permitem a identificação de quem votou, ou seja, a quebra do sigilo, e, 
consequentemente, a diminuição da liberdade do voto. Cabe ao legislador fazer a opção pelo voto impresso, 
eletrônico ou híbrido, visto que a CF nada dispõe a esse respeito, observadas, entretanto, as características do voto 
nela previstas. 
[ADI 5.889, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 6-6-2018, P, Informativo 905.] 
 
 
 
3 
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o A segurança do procedimento de identificação dos eleitores brasileiros no ato de votação ainda apresenta 
deficiências que não foram definitivamente solucionadas. A postergação do implemento de projetos como a 
unificação das identidades civil e eleitoral num só documento propiciou, até os dias atuais, a ocorrência de inúmeras 
fraudes ligadas ao exercício do voto. A apresentação do atual título de eleitor, por si só, já não oferece qualquer 
garantia de lisura nesse momento crucial de revelação da vontade do eleitorado. Por outro lado, as experiências das 
últimas eleições realizadas no Brasil demonstraram uma maior confiabilidade na identificação aferida com base em 
documentos oficiais de identidade dotados de fotografia, a saber: as carteiras de identidade, de trabalho e de 
motorista, o certificado de reservista e o passaporte. A norma contestada, surgida com a edição da Lei 12.034/2009, 
teve o propósito de alcançar maior segurança no processo de reconhecimento dos eleitores. Por isso, estabeleceu, 
já para as eleições gerais de 2010, a obrigatoriedade da apresentação, no momento da votação, de documento oficial 
de identificação com foto. Reconhecimento, em exame prefacial, de plausibilidade jurídica da alegação de ofensa ao 
princípio constitucional da razoabilidade na interpretação dos dispositivos impugnados que impeça de votar o eleitor 
que, embora apto a prestar identificação mediante a apresentação de documento oficial com fotografia, não esteja 
portando seu título eleitoral. Medida cautelar deferida para dar às normas ora impugnadas interpretação conforme 
à CF, no sentido de que apenas a ausência de documento oficial de identidade com fotografia impede o exercício 
do direito de voto. 
[ADI 4.467 MC, rel. min. Ellen Gracie, j. 30-9-2010, P, DJE de 1º-6-2011.] 
 
o A cláusula tutelar inscrita no art. 14, caput, da Constituição tem por destinatário específico e exclusivo o eleitor 
comum, no exercício das prerrogativas inerentes ao status activae civitatis. Essa norma de garantia não se aplica, 
contudo, ao membro do Poder Legislativo nos procedimentos de votação parlamentar, em cujo âmbito prevalece, 
como regra, o postulado da deliberação ostensiva ou aberta. As deliberações parlamentares regem-se, 
ordinariamente, pelo princípio da publicidade, que traduz dogma do regime constitucional democrático. A votação 
pública e ostensiva nas Casas Legislativas constitui um dos instrumentos mais significativos de controle do poder 
estatal pela sociedade civil. 
[ADI 1.057 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 20-4-1994, P, DJ de 6-4-2001.] 
▪ Vide ADI 4.298 MC, rel. min. Cezar Peluso, j. 7-10-2009, P, DJE de 27-11-2009 
 
o O princípio do sufrágio universal vem conjugado, no art. 14 da Constituição, à exigência do sigilo do voto: não o 
ofende, portanto, a decisão que entende nula a cédula assinalada de modo a poder identificar o eleitor. 
[AI 133.468 AgR, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 15-2-1990, P, DJ de 9-3-1990.] 
 
➢ Capacidade Político-Eleitoral 
 
o Restringe a soberania. 
o Ativa (votar) 
 
 
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▪ Adquire-se facultativamente aos 16 anos e 
▪ Obrigatoriamente aos 18 anos 
 
o Passiva (ser votado) 
▪ Ser eleito; se apresentar como candidato; submeter seu nome ao sufrágio 
▪ Gradativa: somente existe plenamente aos 35 anos, pois apenas nessa idade que poderá ser candidato a todos os 
cargos eletivos do Brasil 
▪ 18 anos: vereador 
▪ 21: deputado e prefeito 
▪ 30: governador 
▪ 35: senador e presidente 
 
➢ Direito Político Positivo: 
 
o Conjunto de normas que asseguram o direito subjetivo de participação no processo político e nos órgãos 
governamentais. 
 
➢ Direito Político Negativo: 
 
o Determinações constitucionais que, de uma forma ou de outra, importam em privar o cidadão do direito de 
participação no processo político e nos órgãos governamentais. 
o São negativos porque precisamente consistem no conjunto de regras que negam, ao cidadão, o direito de eleger, 
ou de ser eleito, ou de exercer atividade político-partidária ou de exercer função pública, estabelecendo os 
pressupostos ou condições de elegibilidade, as inelegibilidades, as incompatibilidades, a alistabilidade, a inabilitação, 
a perda e a suspensão dos direitos políticos. 
 
➢ Condições de elegibilidade 
 
o A doutrina, em sua maioria, considera condições de elegibilidade e pressupostos de elegibilidade expressões 
equivalentes. 
o Constituem os requisitos gerais que devem ser preenchidos para que o eleitor possa ser elegível. 
o As condições de elegibilidade (CF, art. 14, § 3º) e as hipóteses de inelegibilidade (CF, art. 14, § 4º a § 8º), inclusive 
aquelas decorrentes de legislação complementar (CF, art. 14,§ 9º), aplicam-se de pleno direito, independentemente 
de sua expressa previsão na lei local, à eleição indireta para governador e vice-governador do Estado, realizada pela 
assembleia legislativa em caso de dupla vacância desses cargos executivos no último biênio do período de governo. 
[ADI 1.057 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 20-4-1994, P, DJ de 6-4-2001.] 
 
 
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= ADI 4.298 MC, rel. min. Cezar Peluso, j. 7-10-2009, P, DJE de 27-11-2009 
 
o Estão previstas no § 3º, do art. 14, da CF. 
o Adriano Soares da Costa entende que o legislador infraconstitucional pode criar outras, classificando-as, por um 
critério topológico, em:1 
▪ Condições de elegibilidade próprias 
✓ (§ 3º, art. 14, CF) 
✓ São chamadas de condições de elegibilidade pela própria CF/88 
 
▪ Condições de elegibilidade impróprias: 
✓ Constitucionais e 
✓ Infraconstitucionais 
 
o A fixação por lei estadual de condições de elegibilidade em relação aos candidatos a juiz de paz, além das 
constitucionalmente previstas no art. 14, § 3º, invade a competência da União para legislar sobre direito eleitoral, 
definida no art. 22, I, da Constituição do Brasil. [ADI 2.938, rel. min. Eros Grau, j. 9-6-2005, P, DJ de 9-12-2005.] 
▪ Somente a União pode legislar sobre matéria eleitoral 
 
o Condições de elegibilidade impróprias constitucionais: 
▪ Alfabetização (art. 14, § 4º, CF); 
✓ Analfabetismo é causa de inelegibilidade constitucional 
✓ Para postular a candidatura deve demonstrar que não é analfabeto total (semialfabetizado ou alfabetizado) – 
analfabetismo se presume (todos são analfabetos quando nascem) 
 
▪ As regras especiais para militares (art. 14, § 8º, CF); 
▪ Desincompatibilização (§§ 6º e 7º, art. 14, da CF). 
✓ Evita-se a inelegibilidade ao se licenciar ou exonerar de função ou cargo no prazo previsto na Lei 
 
o Condições de elegibilidade impróprias infraconstitucionais: 
▪ Indicação em convenção partidária (inciso I, § 1º, art. 94, Código Eleitoral); 
▪ Tempo de filiação partidária que deve ser de pelo menos seis meses da data do pleito (art. 9º, da Lei 9.504/1997); 
▪ Desincompatibilização (Lei Complementar n. 64/90). 
 
 
 
1 obs. as inelegibilidades do §9º do art. 14 da CF, não podem ser criadas por lei ordinária, visto que a CF diz expressamente ser 
necessária LC; 
 
 
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o Ac.-TSE, de 21.10.2014, nos ED-REspe nº 38875 e, de 15.9.2010, no REspe nº 190323: 
▪ Certidão de quitação eleitoral é uma das condições de elegibilidade (Lei nº 9.504/1997, art. 11, §1º). 
 
o Ac.-TSE, de 28.9.2010, no REspe nº 442363: 
▪ A apresentação das contas de campanha é suficiente para se obter quitação eleitoral, sendo desnecessária sua 
aprovação. 
 
o Constitucionais 
▪ I - a nacionalidade brasileira; 
▪ II - o pleno exercício dos direitos políticos; 
▪ III - o alistamento eleitoral; 
▪ IV - o domicílio eleitoral na circunscrição (6 meses – Lei 13.488/2017); 
▪ V - a filiação partidária (6 meses – Lei 13.165/2015); 
▪ VI - a idade mínima de (considerada a data da posse): 
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; 
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; 
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; 
d) dezoito anos para Vereador (aqui, 18 anos até o dia 15/08/2016 – data limite para registro – Lei 13.165/2015 – 
alterou o art. 11, § 2º, da Lei 9.504/1997). 
 
▪ Obs. veja que os prazos da filiação e do domicílio são condições de elegibilidade impróprias e infraconstitucionais 
 
o O domicílio eleitoral na circunscrição e a filiação partidária, constituindo condições de elegibilidade (CF, art. 14, § 
3º), revelam-se passíveis de válida disciplinação mediante simples lei ordinária. Os requisitos de elegibilidade não se 
confundem, no plano jurídico-conceitual, com as hipóteses de inelegibilidade, cuja definição – além das situações já 
previstas diretamente pelo próprio texto constitucional (CF, art. 14, § 5º a § 8º) – só pode derivar de norma inscrita 
em lei complementar (CF, art. 14, § 9º). [ADI 1.063 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 18-5-1994, P, DJ de 27-4-2001.] 
▪ A regulamentação/normatização referentes às condições de elegibilidade próprias constitucionais podem ser 
objeto de lei ordinária, pois não se equiparam às hipóteses de inelegibilidades 
 
➢ Inelegibilidades 
 
o Constituem obstáculos ou impedimentos postos pela Constituição da República ou por lei complementar ao 
exercício da cidadania passiva (capacidade eleitoral passiva), o que significa dizer limitações à capacidade de ser 
representante dos cidadãos, em razão de certas condições ou certas circunstâncias. 
o Segundo Niess, a palavra inelegibilidade tem no nosso direito um sentido amplíssimo, amplo e estrito. 
 
 
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▪ Amplíssimo: 
✓ Abrange falta de condições de elegibilidade, as inelegibilidades propriamente ditas e as incompatibilidades, sendo 
utilizada nesse sentido pela alínea j, do inciso I, do art. 22, do Código Eleitoral (ação rescisória eleitoral em caso de 
inelegibilidade), e também, pelo art. 13, da Lei nº 9.504/1997 (substituição de candidato pelo partido, considerado 
inelegível). 
 
▪ Amplo: 
✓ São integradas pelas inelegibilidades propriamente ditas e ora pelas incompatibilidades, ora ainda pela falta de 
condições de elegibilidade, conforme o caso, podendo-se recordar o inciso II, do art. 1º, da Lei Comp. n. 64/90 
(incompatibilidade para a Presidência) e o recurso contra a expedição de diploma eleitoral previsto no inciso I, do 
art. 262, do Código Eleitoral (revogado 2013). 
 
▪ Sentido estrito: 
✓ Não se confunde com as condições de elegibilidade, nem com as incompatibilidades, caracterizando-se, então, 
como “embaraço incontornável à elegibilidade” (Niess), lembrando-se do § 7º, do art. 14, da CF (inelegibilidade por 
parentesco). 
 
o Fundamento e finalidade - § 9º, do art. 14, CF: 
▪ Princípio da moralidade eleitoral: “Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de 
sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada 
a vida pregressa do candidato, e a normalidade e a legitimidade das eleições contra influência do poder econômico 
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta (Emenda de Revisão n. 
4/94). 
✓ Verifica-se a vida pregressa do candidato e a normalidade/legitimidade das eleições 
✓ Fundamento é a moralidade eleitoral 
✓ Finalidade é evitar a influência do abuso de poder econômico, do abuso de poder político e do abuso de 
autoridade nas eleições 
 
▪ Súmula 13, do TSE, considera que o dispositivo não é auto-aplicável. 
✓ Requer lei complementar 
✓ Somente se considera inelegível se a hipótese que ocorreu na vida da pessoa estiver tipificada em LC 
 
o CLASSIFICAÇÃO 
▪ Quanto à abrangência: 
✓ Amplas (gerais, totais ou absolutas – todos os cargos em disputa) e 
 
 
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✓ Restritas (parciais, especiais ou relativas – referem-se a um cargo ou alguns dos cargos, com limitação apenas 
territorial). 
 
▪ Quanto à duração: 
✓ Temporárias (ou transitórias – cuidam de uma situação de tempo ou à permanência de uma situação temporal 
superável pelo desaparecimento do óbice à inelegibilidade) e 
✓ Duradouras (ou permanentes). 
✓ Exemplos das primeiras: conscritos, condenação penal, etc. 
✓ Exemplos das segundas: a perda dos direitos políticos. 
 
▪ Quanto ao conteúdo: 
✓ Próprias (inelegibilidades em sentido estrito) e 
✓ Impróprias (condições de elegibilidade). 
 
▪ Quanto à origem normativa: 
✓ Constitucionais ou infraconstitucionais (legislação complementar, § 9º, art. 14, da CF). 
✓ As primeiras não precluem, enquanto as outras sim. 
✓ Inata (ou original): 
❖ É a comum a todos os nacionais, decorrenteda ausência de elegibilidade. 
❖ Não pressupõe nenhuma conduta da pessoa. 
❖ Já nasce assim: analfabeto; não filiado a partido político. 
 
✓ Cominada: 
❖ É a aplicada como sanção, após regular processo judicial, ao nacional para que ele fique impossibilitado de obter 
a elegibilidade, ou se já a tiver, para que a perca, podendo ser 
❖ cominada simples (vale para a eleição em que o fato ilícito aconteceu) e cominada futura ou 
❖ potenciada (vale para as próximas eleições) (sempre no prazo de 8 anos) 
 
▪ Quanto à produção: 
✓ Endógenas: 
❖ Nasce no e do processo eleitoral. 
❖ Decorrem do abuso do poder econômico ou político eleitoral, constituindo sanção. 
 
✓ Exógenas: 
❖ Todas as demais hipóteses, pois nascem fora do processo eleitoral, mas repercutem na capacidade eleitoral 
passiva do cidadão. 
 
 
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❖ Exemplo: condenação criminal em determinados crimes que geram a inelegibilidade por 8 anos; condenação por 
improbidade administrativa (enriquecimento ilícito ou dano ao erário) 
 
▪ Quanto ao modo de incidir: 
✓ Diretas 
❖ Causa o impedimento do próprio envolvido no fato que a desencadeia; 
 
✓ Indiretas ou reflexas 
❖ Causa o impedimento de terceiros, como cônjuges e parentes. 
 
➢ Ficha Limpa – Teoria 
 
o Início 2006 – Fundamento art. 14, § 9º, CF. 
o Vedação Súmula 13 TSE (não é autoaplicável). 
o RECURSO ORDINÁRIO N.º 1069 – CLASSE 27ª – RIO DE JANEIRO (Rio de Janeiro). Relator: Ministro Marcelo 
Ribeiro. Eleições 2006. Registro de candidato. Deputado Federal. Inelegibilidade. Idoneidade moral. Art. 14, § 9º, da 
Constituição Federal. 1. O art. 14, §9º, da Constituição não é autoaplicável (Súmula n. º 13 do Tribunal Superior 
Eleitoral). 2. Na ausência de lei complementar estabelecendo os casos em que a vida pregressa do candidato 
implicará inelegibilidade, não pode o julgador, sem se substituir ao legislador, defini-los. Recurso provido para deferir 
o registro. Acordam os Ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por maioria, vencidos os Ministros Carlos Ayres Brito, 
Cesar Asfor Rocha e José Delgado, em conhecer e prover o recurso. 
 
➢ Retroação da Lei Ficha Limpa 
 
o ADC n.s 29 e 30; ADIN 4578, em 2012: 
▪ Lei Ficha Limpa é constitucional e pode alcançar atos e fatos ocorridos antes da sua vigência. 
 
o Depois, STF, chegou a decidir que a Lei Ficha, nas hipóteses de inelegibilidades geradas por abuso de poder, não 
alcançaria situações anteriores a 2010, contrariando o que ele próprio já decidira no passado (Cf. Rcl 24.224, Ação 
Cautelar n. 4.079/RJ), pois se entendeu que naquele julgamento de 2012 não fora enfrentada a questão sob todos 
os seus aspectos. 
 
o STF, em 04.10.2017, decidiu, por 6 a 5, no RE 929.670, no qual fora reconhecida repercussão geral, gerando o 
Tema de Repercussão Geral 860, que é possível a aplicação da alínea d), do inciso I, do art. 1º, da Lei de 
Inelegibilidades, com a redação dada pela Lei Ficha Limpa, aos fatos anteriores à lei, suspendendo-se, no entanto, o 
julgamento final para análise de proposta de modulação da decisão. 
 
 
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➢ Lei de Inelegibilidades – Ficha Limpa 
 
o Sistema: 
▪ Prazo sempre de 8 anos para as inelegibilidades cominadas (decorrentes de condenações). 
✓ Exceção: 
❖ i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto 
de processo de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva 
decretação, cargo ou função de direção, administração ou representação, enquanto não forem exonerados de 
qualquer responsabilidade. 
 
▪ Todas as inelegibilidades dependentes de condenações judiciais incidem com o trânsito em julgado ou com 
decisões proferidas por órgãos colegiados 
✓ Atente-se que órgão colegiado não é apenas órgão de tribunal (segundo grau); exemplo tribunal do júri é órgão 
colegiado e não é tribunal 
 
▪ Art. 26-C. “O órgão colegiado do tribunal ao qual couber a apreciação do recurso contra as decisões colegiadas a 
que se referem as alíneas d, e, h, j, l e n do inciso I do art. 1o poderá, em caráter cautelar, suspender a inelegibilidade 
sempre que existir plausibilidade da pretensão recursal e desde que a providência tenha sido expressamente 
requerida, sob pena de preclusão, por ocasião da interposição do recurso. 
✓ § 1o Conferido efeito suspensivo, o julgamento do recurso terá prioridade sobre todos os demais, à exceção dos 
de mandado de segurança e de habeas corpus. 
✓ § 2o Mantida a condenação de que derivou a inelegibilidade ou revogada a suspensão liminar mencionada 
no caput, serão desconstituídos o registro ou o diploma eventualmente concedidos ao recorrente. 
✓ § 3o A prática de atos manifestamente protelatórios por parte da defesa, ao longo da tramitação do recurso, 
acarretará a revogação do efeito suspensivo.” 
 
➢ Súmulas 
 
o Súmula-TSE nº 33 “Somente é cabível ação rescisória de decisões do Tribunal Superior Eleitoral que versem sobre 
a incidência de causa de inelegibilidade. “ 
 
o Súmula-TSE nº 36 “Cabe recurso ordinário de acórdão de Tribunal Regional Eleitoral que decida sobre 
inelegibilidade, expedição ou anulação de diploma ou perda de mandato eletivo nas eleições federais ou estaduais 
(art. 121, § 4º, incisos III e IV, da Constituição Federal).” 
 
o Súmula-TSE nº 41 “Não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto das decisões proferidas por 
outros Órgãos do Judiciário ou dos Tribunais de Contas que configurem causa de inelegibilidade. “ 
 
 
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o Súmula-TSE nº 44 “O disposto no art. 26-C da LC nº 64/90 não afasta o poder geral de cautela conferido ao 
magistrado pelo Código de Processo Civil. “ 
 
o Súmula-TSE nº 45 “Nos processos de registro de candidatura, o Juiz Eleitoral pode conhecer de ofício da existência 
de causas de inelegibilidade ou da ausência de condição de elegibilidade, desde que resguardados o contraditório e 
a ampla defesa. “ 
 
o Súmula-TSE nº 47 “A inelegibilidade superveniente que autoriza a interposição de recurso contra expedição de 
diploma, fundado no art. 262 do Código Eleitoral, é aquela de índole constitucional ou, se infraconstitucional, 
superveniente ao registro de candidatura, e que surge até a data do pleito.” 
 
o Súmula-TSE nº 66 “A incidência do § 2º do art. 26-C da LC nº 64/90 não acarreta o imediato indeferimento do 
registro ou o cancelamento do diploma, sendo necessário o exame da presença de todos os requisitos essenciais à 
configuração da inelegibilidade, observados os princípios do contraditório e da ampla defesa.” 
 
o Súmula-TSE nº 70 “O encerramento do prazo de inelegibilidade antes do dia da eleição constitui fato 
superveniente que afasta a inelegibilidade, nos termos do art. 11, § 10, da Lei nº 9.504/97.” 
 
o Súmula-TSE nº 62 “Os limites do pedido são demarcados pelos fatos imputados na inicial, dos quais a parte se 
defende, e não pela capitulação legal atribuída pelo autor.” 
 
o obs.: Art. 11, § 10. As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no momento 
da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes 
ao registro que afastem a inelegibilidade. 
▪ Súmula-TSE nº 43. As alterações fáticas ou jurídicas supervenientes ao registro que beneficiem o candidato, nos 
termos da parte final do art. 11, § 10, da Lei n° 9.504/97, também devem ser admitidas para as condições de 
elegibilidade. Publicada no DJE de 24, 27 e 28.6.2016. 
 
▪ Portanto, tanto a situação de inelegibilidade quanto a condição de elegibilidade devem ser aferidas no registro 
da candidatura. Entretanto, com base nesse dispositivo e nas súmulas 43 e 70 do TST, toda vez que existir situação 
superveniente que irá permitir a candidatura, que ocorram até a data antes das eleições, poderão ser considerados 
para possibilitaressa candidatura. 
 
➢ INCOMPATIBILIDADES 
 
o Niess: são situações decorrentes do exercício de certas funções que, permanecendo, poriam em risco o equilíbrio 
das eleições. São superadas com o afastamento oportuno dos interessados das funções indicadas no texto 
constitucional ou legal (desincompatibilização), por exemplo o § 6º, do art. 14, da CF. 
 
 
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o Walter Costa Porto: é o impedimento a que o representante acumule o mandato, com certos encargos que ele 
detinha antes da eleição ou que ele assuma depois, ou os acumule durante a eleição, privilegiando-se. Não torna a 
eleição nula, uma vez que haja desincompatibilização na época certa. Caso contrário, a pessoa é inelegível e pode ter 
sua candidatura impugnada. 
o É preciso distinguir duas espécies de incompatibilidades: 
▪ Para o exercício do mandato – impede o mandato. É posterior à eleição. Não é da esfera do Direito Eleitoral. É 
matéria constitucional (art. 54, CF, por exemplo) 
▪ Para concorrer ao mandato – impede a candidatura, mas é relativa, porque pode ser evitada, se houver a 
desincompatibilização. 
 
➢ ALISTAMENTO 
 
o É o ato pelo qual as pessoas que não tiverem vedação legal, em caráter obrigatório ou facultativo, se inscrevem 
no corpo eleitoral, adquirindo a condição de eleitor, mediante o recebimento da inscrição e do título eleitoral (Joel 
Candido). 
 
➢ CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE (dissecando as espécies próprias) 
 
o Estão previstas no § 3º, do art. 14, da CF. 
o Condições de elegibilidade próprias 
▪ (§ 3º, art. 14, CF) 
 
o Condições de elegibilidade impróprias: 
▪ Constitucionais e Infraconstitucionais 
 
o Constitucionais 
▪ I - a nacionalidade brasileira; 
▪ II - o pleno exercício dos direitos políticos; 
▪ III - o alistamento eleitoral; 
▪ IV - o domicílio eleitoral na circunscrição (seis meses); 
▪ V - a filiação partidária (seis meses); 
▪ VI - a idade mínima de (considerada a data da posse): 
▪ a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; 
▪ b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; 
▪ c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; 
▪ d) dezoito anos para Vereador (aqui, 18 anos até o dia 15/08/2016 – data limite para registro). 
 
 
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o Nacionalidade Brasileira – art. 12, CF 
▪ Brasileiro nato 
✓ Nascido no Brasil, salvo se filho de estrangeiros que estão a serviço do país de origem; ou aquele nascido no 
exterior, mas tendo mãe ou pai brasileiros, desde que estejam a serviço do Brasil ou que a pessoa nascida, vindo a 
residir no Brasil, opte pela nacionalidade brasileira 
 
▪ Brasileiro naturalizado 
✓ É o estrangeiro que, cumpridas certas formalidades, previstas na Lei n. 13.445/2017) teve sua naturalização 
deferida pela Justiça Federal. 
 
▪ O naturalizado pode votar e ser votado, menos para os cargos privativos (art. 12, § 3º, CF). 
▪ Se o naturalizado não se alistar em até um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira, incorrerá em multa 
imposta pelo Juiz Eleitoral e cobrado no ato da inscrição, tal qual o brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos 
(TSE – Res. 21.538/2003, art. 15). 
 
o Pleno Exercício dos Direitos Políticos 
▪ Art. 15, da CF, trata das causas de perda e suspensão dos direitos políticos (capacidade eleitoral ou política ativa 
e passiva, não vota, nem pode ser votado). 
✓ NÃO há cassação de direitos políticos 
✓ “Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: 
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; 
II - incapacidade civil absoluta; 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.” 
 
▪ O indeferimento de registro de candidato por deficiência de documentação exigida por lei não implica suspensão 
de direitos políticos: a titularidade plena dos direitos políticos não o dispensava do registro de sua candidatura por 
partido ou coligação e esse, da prova documentada dos pressupostos de elegibilidade, entre eles, o pleno exercício 
dos mesmos direitos políticos (CF, art. 14, § 3º, II): negar o registro por falta de prova oportuna desse pressuposto 
não equivale obviamente a negar-lhe a realidade, mas apenas a afirmá-la não comprovada. [AI 231.917 AgR, rel. min. 
Sepúlveda Pertence, j. 3-12-1998, P, DJ de 5-2-1999.] 
 
 
 
 
 
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▪ Ac.-TSE, de 30.11.2016, nos ED-REspe nº 13273 e, de 5.8.2010, no AgR-REspe nº 35830: 
✓ A suspensão dos direitos políticos decorrente de decisão transitada em julgado é apta para impedir a diplomação 
de candidato eleito. 
 
▪ Ac.-TSE, de 30.11.2016, nos ED-REspe nº 13273: 
✓ Possibilidade de determinação do cumprimento imediato da decisão pelo órgão competente. 
 
▪ PERDA/SUSPENSÃO: HIPÓTESES 
✓ 1) Cancelamento da naturalização (naturalizado realiza atividade nociva ao interesse nacional). 
❖ É hipótese de perda. 
❖ O brasileiro nato que perder seu status nacional, também não mais pode alistar-se (art. 14, § 2º, CF – estrangeiro 
não pode alistar-se) e, portanto, deixa de ter direitos políticos, por via reflexa. 
 
✓ 2) Incapacidade civil absoluta: declarados incapazes, de forma absoluta, em ação de interdição. 
❖ Hipóteses previstas no art. 3º, CC (menores de 16 anos, todos que por enfermidade mental ou deficiência mental 
não possuírem discernimento para os atos da vida civil, os que não puderem exprimir sua vontade por causa 
transitória). 
❖ Questão: Lei n. 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). O Estatuto incentiva a participação da PCD 
❖ Esse inciso do art. 15, diante da derrogação do art. 3º do CC, não tem mais aplicação 
❖ A enfermidade ou a doença mental, pela letra da lei do Estatuto, que derrogou o art. 3º, do CC, não causam mais 
a incapacidade absoluta. 
❖ A causa transitória ou permanente que impede a manifestação da vontade causa incapacidade relativa (art. 4º, 
CC). 
❖ Art. 76, da Lei n. 13.146/2015, chega mesmo a garantir o direito do voto do deficiente, que pode ser mesmo 
ajudado por terceiros. 
❖ Não pode haver restrição ao direito ao voto (art. 85, § 1º, do Estatuto). 
❖ Se não há mais incapazes absolutos, não se tem mais como aplicar o art. 15, inciso II, da CF. 
❖ TSE, PROCESSO ADMINISTRATIVO N° 114-71.2016.6.00.0000 – CLASSE 26 – SALVADOR – BAHIA 
Relatora: Ministra Maria Thereza de Assis Moura 
Interessada: Corregedoria Regional Eleitoral da Bahia 
PROCESSO ADMINISTRATIVO. QUESTIONAMENTOS. APLICABILIDADE. VIGÊNCIA. LEI N° 13.146, de 2015. ALTERAÇÃO. 
ART. 30. CÓDIGO CIVIL. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA. SUSPENSÃO. DIREITOS POLÍTICOS. ART. 15, II, DA 
CONSTITUIÇÃO. ANOTAÇÃO. CADASTRO ELEITORAL. ANTERIORIDADE. 
 
✓ 3) Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos: 
❖ Não precisa mencionar na sentença, pois é efeito automático; 
 
 
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❖ É caso de suspensão, só se restabelecendo os direitos políticos após cessar os efeitos da condenação, pelo 
cumprimento ou extinção da pena, ou a extinção da punibilidade, inclusive pela prescrição; 
❖ É desnecessária a reabilitação ou comprovação da reparação dos danos (Súmula n. 9. TSE), para restabelecer os 
direitos políticos; 
❖ TSE (Rext. 179.502/SP); TRE/SP (Rep. 9.447, Acórdão 112.985): 
- é auto-aplicável; 
 
❖ NO INÍCIO: TSE (Rext. 179.502/SP); TRE/SP (Rep. 9.447, Acórdão 112.985): 
- Entendia que cuidava apenas dos crimes dolosos, não abrangendo culposos nem contravenções penais; 
 
❖ HOJE: Ac.-TSE nºs 13.027/96, 302/98, 15.338/99, e 252/2003: 
- Para incidência deste dispositivo, é irrelevante a espécie de crime, a natureza da pena, bem como a suspensão 
condicionaldesta. 
 
❖ Res.-TSE nº 22.193/2006: aplicação deste dispositivo quando imposta medida de segurança. 
 
❖ Ac.-TSE nº 13.293/96: incidência, ainda, sobre condenação por prática de contravenção penal. 
 
❖ Não confundir esta hipótese, que causa suspensão dos direitos políticos, com a inelegibilidade do art. 1º, inciso I, 
alínea “e”, da Lei Comp. 64/1990 
- São inelegíveis os que forem condenados criminalmente, com sentença transitada em julgado, pela prática de 
crimes contra a economia popular, a fé pública, a administração pública, o patrimônio público, o mercado de capitais, 
o meio ambiente, pelo tráfico de drogas, por crimes eleitorais, etc., pelo prazo de 8 anos, após o cumprimento da 
pena. 
 
❖ Observe, portanto, que nem todo crime causará inelegibilidade, mas todo crime causará suspensão dos direitos 
políticos 
 
✓ 4) Recusa de cumprir obrigação a todos imposta (escusa de consciência): 
❖ Para alguns é suspensão, para outros é perda; 
❖ É causa de suspensão visto que se cumprir terá os direitos políticos retomados 
❖ Só valerá se a pessoa também se recusar a cumprir obrigação alternativa, prevista em lei. 
❖ Art. 143, CF (serviço militar obrigatório). Parágrafo primeiro – obrigação alternativa. Lei n. 8.239/1991. Portaria 
n. 2.681, Ministério da Defesa. 
 
 
 
 
 
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✓ 5) Improbidade Administrativa: art. 37, § 4º, da CF, e art. 12, da Lei nº 8.492/1992. 
❖ É causa de suspensão dos direitos políticos, como sanção, dependendo o período da espécie de improbidade (art. 
12, incisos I, II e III). 
❖ Não é efeito automático, como no caso da condenação penal 
❖ No caso da improbidade administrativa, deve estar prevista expressamente como pena 
❖ Não confundir com a hipótese de inelegibilidade por condenação por improbidade administrativa. 
❖ Art. 1º, inciso I, alínea l), da Lei Complementar n. 64/1990, com a redação dada pela Lei n. 130/2010). 
- “os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por 
órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público e 
enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após 
o cumprimento da pena” 
 
o Alistamento Eleitoral 
▪ É o ato de integração do indivíduo, quando preenchidos os requisitos constitucionais, ao corpo de eleitores, 
viabilizando o exercício efetivo da soberania popular, consagrando a cidadania. 
▪ Comprova-se pelo título eleitoral ou por certidão da Justiça Eleitoral. 
▪ O alistamento é obrigatório para os maiores de 18 anos de idade. 
▪ O alistamento é facultativo para: 
✓ Os analfabetos; 
✓ Maiores de 16 e menores de 18 anos de idade; e, 
✓ Para os maiores de 70 anos de idade. 
 
▪ obs. Apesar do alistamento do analfabeto não ser obrigatório, tão logo se alfabetize, deve se inscrever eleitor. 
✓ Contudo, não o fazendo, não fica sujeito à multa por alistamento tardio (TSE – Res. 21.538/2003, artigo 16, 
parágrafo único). 
 
▪ Indígenas 
✓ Proteção especial – art. 231, da CF. 
✓ Não estão excluídos do alistamento – art. 14, § 2º, da CF. 
✓ Estatuto do Índio – Lei 6.001/1973). Tutelados pela União. Tornam-se capaz, requerendo à Justiça Federal, nos 
termos do art. 9º, quando: 
❖ Idade mínima de 21 anos (CC agora em 18 anos); 
❖ Conhecimento da língua portuguesa; 
❖ Razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional. 
 
 
 
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✓ Pode haver emancipação por reconhecimento da Funai, desde que homologado judicialmente ou por decreto 
presidencial. 
 
✓ Se o indígena estiver integrado na sociedade brasileira, deve ser alistar. SE não, não é obrigado (TSE – Resolução 
n. 7.919/66, B.O. 184, t. 1, p. 172). 
 
✓ "Alistamento eleitoral. Exigências. São aplicáveis aos indígenas integrados, reconhecidos no pleno exercício dos 
direitos civis, nos termos da legislação especial (Estatuto do Índio), as exigências impostas para o alistamento 
eleitoral, inclusive de comprovação de quitação do serviço militar ou de cumprimento de prestação 
alternativa." (Res. nº 20.806, de 15.5.2001, rel. Garcia Vieira.) 
 
✓ “[...] Alistamento. Voto. Indígena. Categorização estabelecida em lei especial. 'Isolado'. 'Em vias de integração'. 
Inexistência. Óbice legal. Caráter facultativo. Possibilidade. Exibição. Documento. Registro Civil de Nascimento ou 
administrativo da FUNAI.1. A atual ordem constitucional, ao ampliar o direito à participação política dos cidadãos, 
restringindo o alistamento somente aos estrangeiros e aos conscritos, enquanto no serviço militar obrigatório, e o 
exercício do voto àqueles que tenham suspensos seus direitos políticos, assegurou-os, em caráter facultativo, a 
todos os indígenas, independentemente da categorização estabelecida na legislação especial infraconstitucional 
anterior, observadas as exigências de natureza constitucional e eleitoral pertinentes à matéria, como a 
nacionalidade brasileira e a idade mínima. 2. Os índios que venham a se alfabetizar, devem se inscrever como 
eleitores, não estando sujeitos ao pagamento de multa pelo alistamento extemporâneo, de acordo com a 
orientação prevista no art. 16, parágrafo único, da Res.-TSE 21.538, de 2003. 3. Para o ato de alistamento, faculta-
se aos indígenas que não disponham do documento de registro civil de nascimento a apresentação do congênere 
administrativo expedido pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI).” (Ac. de 6.12.2011 no PA nº 180681, rel. Min. 
Nancy Andrighi.) 
 
✓ “Processo administrativo. Solicitação. Alteração. Normas de serviço. Exigência. Apresentação. Comprovante. 
Quitação militar. Indígenas ‘integrados’. Garantia. Alistamento eleitoral. Desinfluência. Categorização. Atendimento. 
Preceitos legais. Apresentação. Documentação comprobatória. 1. Os indígenas têm assegurado o direito de se alistar 
como eleitores e de votar, independentemente de categorização prevista em legislação especial infraconstitucional, 
a partir dos dezesseis anos, desde que atendidos os preceitos legais regulamentadores da matéria, conforme 
orientação firmada por esta corte superior. 2. Todo cidadão do sexo masculino, maior de dezoito anos, que 
comparece a unidade eleitoral - cartório, posto ou central de atendimento - com a finalidade de se alistar eleitor, 
deve apresentar, entre outros documentos, comprovante de quitação das obrigações militares, nos exatos termos 
do art. 44, II, do Código Eleitoral. 3. Tendo em conta a desinfluência da classificação conferida ao indígena para esta 
justiça especializada e a garantia constitucional relativamente a sua organização social, costumes, línguas, crenças e 
tradições (Constituição, art. 231), será solicitado, na hipótese de requerer alistamento eleitoral, documento hábil 
 
 
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obtido na unidade do serviço militar do qual se infira sua regularidade com as obrigações correspondentes, seja pela 
prestação, dispensa, isenção ou quaisquer outros motivos admitidos pela legislação de regência da matéria, em 
conjunto ou não com o do órgão competente de assistência que comprove a condição de indígena, ambos estranhos 
à órbita de atuação da justiça eleitoral”. (Ac. de 10.2.2015 no PA nº 191930, rel. Min. João Otávio de Noronha.) 
 
▪ Estão impedidos de se alistar: 
✓ Estrangeiros 
❖ (Portugueses, pela reciprocidade, podem alistar-se eleitores, desde que com residencial habitual no Brasil e o 
requeira ao Ministério da Justiça – não é naturalização, mas garantia da reciprocidade). 
 
✓ Conscritos 
❖ (os que estão prestando o serviço militar obrigatório, sem integrar as forças armadas profissionalmente). 
 
❖ Res.-TSE nº 15850/1989: a palavra conscritos constante deste dispositivo alcança também aqueles matriculados 
nos órgãos de formação de reserva, bem como médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam serviço 
militar inicial obrigatório.❖ "[...] 3. Alistamento. Voto. Serviço militar obrigatório. O eleitor inscrito, ao ser incorporado para prestação do 
serviço militar obrigatório, deverá ter sua inscrição mantida, ficando impedido de votar, nos termos do art. 6 °, 
II, c, do Código Eleitoral." (Res. nº 15.072, de 28.2.89, rel. Min. Sydney Sanches; no mesmo sentido a Res. nº 15.099, 
de 9.3.89, Villas Boas.) 
 
❖ “[...] 2. Alistamento. Policiais militares. CF, art. 14, § 2º. Os policiais militares, em qualquer nível de carreira são 
alistáveis, tendo em vista a inexistência de vedação legal.” (Res. nº 15.099, de 9.3.89, rel. Min. Villas Boas.) 
 
❖ “1. Eleitor. Serviço militar obrigatório. 2. Entendimento da expressão ‘conscrito' no art. 14, § 2º da CF. 3. Aluno 
de órgão de formação da reserva. Integração no conceito de serviço militar obrigatório. Proibição de votação, ainda 
que anteriormente alistado. 4. Situação especial prevista na Lei nº 5.292. Médicos, dentistas, farmacêuticos e 
veterinários. Condição de serviço militar obrigatório. 5. Serviço militar em prorrogação ao tempo de soldado 
engajado. Implicação do art. 14, § 2º da CF.” NE: “[...] Nessa situação, estão abrangidos pela proibição do art. 14, § 
2º da CF, isto é, não podem se alistar. [...]” 
(Res. nº 15.850, de 3.11.89, rel. Min. Roberto Rosas.) 
 
o Domicílio Eleitoral na circunscrição: 
▪ Regra introduzida pelo Cód. Eleitoral de 1950, impedindo as candidaturas simultâneas. 
▪ Não admite, como no domicílio civil, pluralidade, devendo o eleitor escolher dentre os domicílios civis que tiver 
em qual se inscreverá eleitor. 
 
 
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▪ Art. 9º, da Lei 9.504/1997 (candidato deve ter domicílio eleitoral por pelo menos 6 meses da data da eleição (Lei 
13.488/2017). 
 
▪ Ac.-TSE, de 8.4.2014, no REspe nº 8551; de 5.2.2013, no AgR-AI nº 7286; e, de 16.11.2000, no AgRgREspe nº 
18124: 
✓ conceito de domicílio eleitoral em que basta a demonstração de vínculos políticos, sociais, afetivos, patrimoniais 
ou de negócios. 
 
▪ Transferência: 
✓ desvinculação do domicílio eleitoral com os domicílios civis do eleitor, situação em que poderá ser requerida à 
Justiça Eleitoral a transferência, que só será assim denominada quando for de um Município para outro. 
 
▪ Revisão: 
✓ a mesma desvinculação do domicílio eleitoral com os domicílios civis do eleitor, mas que ocorrerá dentro do 
mesmo Município, modificando, contudo, a seção eleitoral, muitas vezes. 
 
▪ Inquérito. Conduta que configura, em tese, crime de falsa declaração de domicílio eleitoral (CE, art. 350). 
Declaração falsa firmada pelo proprietário do imóvel visando a comprovar que o indiciado, candidato ao cargo de 
prefeito municipal, tinha domicílio eleitoral na cidade de Santo André/SP.[Inq 1.645, rel. min. Eros Grau, j. 5-6-2008, 
P, DJE de 5-9-2008.] 
 
o Filiação Partidária: 
▪ Não existem candidaturas avulsas, só por partidos políticos. 
▪ Introduziu-se no artigo 11, da Lei 9.504/1997, o parágrafo quatorze, vedando expressamente o registro de 
candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha filiação partidária, com o objetivo nítido de fixar posição contrária 
a qualquer decisão do Supremo Tribunal Federal, que, um dia antes da publicação da Lei n. 13.488/2017, decidira 
reconhecer repercussão geral no Recurso Extraordinário com Agravo n. 1054490 – RJ, no qual um cidadão reclama 
do indeferimento de sua candidatura avulsa às eleições de 2016, considerando a interpretação que se dá à norma 
constitucional do art. 14, parágrafo terceiro, inciso V, ofensiva ao Pacto de San José da Costa Rica, no seu artigo 23, 
que trata dos Direitos Políticos. Tema 974 Repercussão Geral. 
 
▪ Ac.-TSE, de 29.9.2010, no AgR-REspe nº 224358: ausência de previsão de candidaturas avulsas, desvinculadas de 
partido, no sistema eleitoral vigente, sendo possível concorrer aos cargos eletivos somente os filiados que tiverem 
sido escolhidos em convenção partidária. 
 
▪ “Eleições 2018. Requerimento de registro de candidatura (RRCI). Cargo de presidente da república. Candidatura 
avulsa. Indeferimento. 1. A Lei nº 13.488/2017, ao introduzir o § 14 no artigo 11 da Lei 9.504/97, segundo o qual ‘é 
 
 
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vedado o registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha filiação partidária’, disciplinou expressamente 
a questão da candidatura avulsa, vedando-a.[...]”(Ac de 6.9.2018 na PET nº 060092171, rel. Min. Og Fernandes.) 
 
▪ Para filiar-se deve estar no gozo dos direitos políticos (art. 16, da Lei n. 9096/1995). 
 
▪ Para concorrer à eleição, deve estar filiado há, pelo menos, 6 meses no partido, podendo o Partido fixar prazo 
maior (art. 20, da Lei n. 9096/1995, art. 9º, da Lei n. 9.504/1997 – Lei n. 13.165/2015 e Lei n. 13.488/2017). 
 
▪ Súmula-TSE nº 2.: Assinada e recebida a ficha de filiação partidária até o termo final do prazo fixado em lei, 
considera-se satisfeita a correspondente condição de elegibilidade, ainda que não tenha fluído, até a mesma data, o 
tríduo legal de impugnação. 
 
▪ Súmula-TSE nº 20.: A prova de filiação partidária daquele cujo nome não constou da lista de filiados de que trata 
o art. 19 da Lei nº 9.096/95, pode ser realizada por outros elementos de convicção, salvo quando se tratar de 
documentos produzidos unilateralmente, destituídos de fé pública. 
✓ Atenção: o art. 19 foi modificado pela Lei 13.877 – introduziu o sistema de cadastro direto de filiação partidária 
na justiça eleitoral 
✓ A súmula se aplica para situações pretéritas, visto que a situação prevista não ocorrerá mais 
 
o Idade Mínima 
▪ a ser aferida por ocasião da posse, salvo para Vereador, que deve ser aferida quando do prazo da data limite para 
o registro da candidatura – art. 11, § 2º, da Lei n. 9.504/1997, redação da Lei n. 13.165/2015): 
▪ Obtenção gradativa da capacidade eleitoral passiva plena (inciso IV, do § 3º, do art. 14, da CF): 
✓ Vereador (18 anos); 
✓ Deputados federal, estadual, distrital; prefeito; vice e juiz de paz (21 anos); 
✓ Governador e vice (30 anos); 
✓ Presidente, vice e Senador (35 anos). 
 
➢ CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE (dissecando as espécies impróprias) 
 
o Condições de elegibilidade impróprias constitucionais: 
▪ alfabetização (art.14,§ 4º,CF); 
▪ as regras especiais para militares (art. 14,§ 8º, CF); 
▪ desincompatibilização (§§ 6º e 7º, art. 14, da CF). 
 
o Condições de elegibilidade impróprias infraconstitucionais: 
▪ indicação em convenção partidária (inciso I, § 1º, art. 94, Código Eleitoral); 
 
 
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▪ tempo de filiação partidária que deve ser de pelo menos seis meses da data do pleito (art. 9º, da Lei n. 
9.504/1997); 
▪ desincompatibilização (Lei Complementar n. 64/90). 
 
o Alfabetismo 
▪ obs.: Atente-se que a lei aduz que o analfabetismo é hipótese de inelegibilidade 
▪ Para Costa é condição de elegibilidade, fazendo leitura distinta do art. 14, § 4º, da CF, que impõe sua falta como 
inelegibilidade. 
 
▪ Súmula-TSE nº 15 O exercício de mandato eletivo não é circunstância capaz, por si só, de comprovar a condição 
de alfabetizado do candidato. 
 
▪ Súmula-TSE nº 55 A Carteira Nacional de Habilitação gera a presunção da escolaridade necessária ao deferimento 
do registro de candidatura. 
 
▪ A prova de alfabetização pode ser suprida por declaração de próprio punho preenchida pelo interessado, em 
ambiente individual e reservado, na presença de servidor da Justiça Eleitoral (art. 28, IV, c/c § 3º, Resolução n. 
23.548/2018). 
 
▪ Ac.-TSE, de 27.9.2016, no REspe nº 8941: o exame da causa de inelegibilidade referida neste parágrafo deve 
ocorrer em conjunto com os valores constitucionais da cidadania, da dignidade da pessoa humana e da isonomia, 
levando a concluir que analfabetismo de natureza educacional não pode nem deve significar analfabetismo na vida 
política. 
 
▪ Ac.-TSE, de 21.8.2012, no AgR-REspe nº 424839: a inelegibilidade dos analfabetos é de legalidade estrita,vedada 
a interpretação extensiva, devendo ser exigido apenas que o candidato saiba ler e escrever minimamente, de modo 
que se possa evidenciar eventual incapacidade absoluta de compreensão e de expressão da língua. 
 
o CONDIÇÕES ESPECIAIS PARA MILITARES: art. 14, § 8º, da CF 
▪ Se contar com menos de 10 anos de serviço, deverá se afastar da atividade para a disputa eleitoral; 
▪ Se contar com mais de 10 anos, será agregado pela autoridade superior e, se eleito for, passará automaticamente, 
no ato da diplomação, para a inatividade. 
✓ Agregação: permanece na corporação, mas sem ocupar vaga na escala hierárquica. 
 
o Indicação em convenção partidária. 
▪ Art. 8o A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deverão ser feitas no período de 
20 de julho a 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições, lavrando-se a respectiva ata em livro aberto, 
 
 
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rubricado pela Justiça Eleitoral, publicada em vinte e quatro horas em qualquer meio de comunicação. (Redação 
dada pela Lei nº 13.165, de 2015) 
§ 1º Aos detentores de mandato de Deputado Federal, Estadual ou Distrital, ou de Vereador, e aos que tenham 
exercido esses cargos em qualquer período da legislatura que estiver em curso, é assegurado o registro de 
candidatura para o mesmo cargo pelo partido a que estejam filiados. (Vide ADIN - 2.530-9) 
§ 2º Para a realização das convenções de escolha de candidatos, os partidos políticos poderão usar gratuitamente 
prédios públicos, responsabilizando-se por danos causados com a realização do evento. 
 
▪ Art. 11. Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até as dezenove horas 
do dia 15 de agosto do ano em que se realizarem as eleições. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) 
§ 1º O pedido de registro deve ser instruído com os seguintes documentos: 
I - cópia da ata a que se refere o art. 8º; 
 
o Desincompatibilização 
▪ Há quem as considere como condições de elegibilidade impróprias, já que o eleitor se afasta para poder concorrer, 
mas a maioria considera como espécie diferenciada das condições e da inelegibilidade. Veremos na sexta semana do 
curso. 
 
o Tempo de Filiação Partidária 
▪ A filiação partidária é condição de elegibilidade constitucional, mas há quem considere que o tempo de filiação 
partidária, que deve ser de pelo menos seis meses da data do pleito (Anteriormente disposto no art. 18, da Lei 
Orgânica dos Partidos Políticos, revogado pela Lei n. 13.165/2015, que passou a tratar disso no art. 9º, da Lei n. 
9.504/1997, com a redação dada pela Lei n. 13.488/2017), é também condição de elegibilidade. 
 
o Registro de Candidatura 
▪ Arts. 87 do Cód. Eleitoral. Artigos 10 ao 16-b, da Lei n. 9.504/1997. 
▪ Há quem a considere como condição de elegibilidade, pois sem o registro não se tem candidatura e os votos dados 
serão nulos (art. 101, § 3º, do Código Eleitoral). 
 
➢ INELEGIBILIDADES CONSTITUCIONAIS 
 
o ABSOLUTAS: 
▪ Analfabetos e inalistáveis – art. 14, § 4º, da CF. 
▪ Deve ser aquele que não saiba ler ou escrever minimamente (analfabeto absoluto é inavistável) 
▪ CNH presume que o indivíduo seja alfabetizado 
▪ Exercício anterior do mandato não presume 
 
 
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▪ Se não tiver diploma, fará declaração de próprio punho perante a justiça eleitoral 
 
o RELATIVAS: 
▪ Art. 14, §§ 5º, 7º e 8º, CF. 
▪ Reeleição para um único período subsequente; 
▪ Se for eleição para outro cargo, conforme o § 6º, deve haver desincompatibilização (6 meses). 
✓ Apenas nos cargos executivos 
 
▪ Por força da reeleição, o vice pode disputar o mesmo cargo, sem desincompatibilização; 
▪ O vice pode disputar outro cargo, se renunciar ao mandato 6 meses antes da eleição; 
▪ O vice pode disputar outro cargo, sem renunciar, mas não pode vir a substituir o titular. 
 
▪ Ac.-STF, de 1º.8.2012, no RE nº 637.485: 
✓ a proibição da segunda reeleição é absoluta e torna inelegível para determinado cargo de chefe do Poder 
Executivo o cidadão que já tenha exercido dois mandatos consecutivos e sido reeleito uma única vez em cargo da 
mesma natureza, ainda que em ente da Federação diverso. 
 
▪ Ac.-TSE, de 28.4.2011, no AgR-REspe nº 35880; de 27.5.2010, no AgR-REspe nº 4198006; e de 17.12.2008, nos 
REspe nºs 32507 e 32539: 
✓ a inelegibilidade de chefe do Poder Executivo para exercício de terceiro mandato consecutivo para esse mesmo 
cargo estende-se a todos os níveis da Federação. 
 
▪ Ac.-STF, de 1º.8.2012, no RE nº 637.485: 
✓ a proibição da segunda reeleição é absoluta e torna inelegível para determinado cargo de chefe do Poder 
Executivo o cidadão que já tenha exercido dois mandatos consecutivos e sido reeleito uma única vez em cargo da 
mesma natureza, ainda que em ente da Federação diverso. 
 
▪ Ac.-TSE, de 16.8.2011, no REspe nº 36038: 
✓ Caracteriza violação a este parágrafo e ao § 7º deste artigo o mesmo grupo familiar permanecer por quatro 
mandatos consecutivos à frente do Executivo Municipal. 
✓ Obs. Cada grupo familiar ou cada pessoa desse grupo só pode exercer dois mandatos consecutivos, pela regra da 
reeleição. Não dá para ir para o terceiro ou quarto mandato, conforme a decisão acima indicada. 
 
▪ Vice-governador eleito duas vezes para o cargo de vice-governador. No segundo mandato de vice, sucedeu o 
titular. Certo que, no seu primeiro mandato de vice, teria substituído o governador. Possibilidade de reeleger-se ao 
cargo de governador, porque o exercício da titularidade do cargo dá-se mediante eleição ou por sucessão. Somente 
 
 
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quando sucedeu o titular é que passou a exercer o seu primeiro mandato como titular do cargo. Inteligência do 
disposto no § 5º do art. 14 da CF.[RE 366.488, rel. min. Carlos Velloso, j. 4-10-2005, 2ª T, DJ de 28-10-2005.]= AI 
782.434 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 8-2-2011, 1ª T, DJE de 24-3-2011 
 
▪ O cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Chefe do Executivo, ou de 
quem os tenham substituído nos 6 meses antes da eleição, são inelegíveis, salvo se já titular de mandato e candidato 
à reeleição, no território do mandato do titular e se na mesma esfera federativa. (cônjuge = companheira). 
 
▪ Tema 678 STF: 
✓ Súmula Vinculante.-STF nº 18/2009: "A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, 
não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do art. 14 da Constituição Federal". 
✓ A Súmula Vinculante 18 do STF não se aplica aos casos de extinção do vínculo conjugal pela morte de um dos 
cônjuges.