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INSTITUTO TAUBATÉ DE ENSINO SUPERIOR – ITES GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM MICHELE CRISTINA DUTRA ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA: ESTUDOS DE CASOS TAUBATÉ 2021 MICHELE CRISTINA DUTRA ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA: ESTUDOS DE CASOS Trabalho apresentado para o Curso de Graduação em Enfermagem do Instituto Taubaté de Ensino Superior - ITES, para a disciplina Atividades Práticas Supervisionadas – Prática Clínica Proc. Cuidar Saúde Adulto. Orientadora: Rosana vador TAUBATÉ 2021 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 5 2 OBJETIVO 6 3 INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO 7 3.1 Estudo da patologia 7 3.1.1 Conceito e fisiopatologia 7 3.1.2 Quadro clínico 7 3.1.3 Tratamento 8 3.1.4 Diagnóstico 8 3.2 Sistematização da Assistência de Enfermagem 8 3.2.1 Histórico de enfermagem e exame físico 8 3.2.2 Evolução de emfermagem 9 4 GLOMERULONEFRITE DIFUSA AGUDA 13 4.1 Estudo da patologia 13 4.1.1 Conceito e fisiopatologia 13 4.1.2 Quadro clínico 13 4.1.3 Diagnóstico 14 4.1.4 Tratamento 14 4.2 Sistematização na assistência de enfermagem 14 4.2.1 Histórico de Enfermagem e exame físico 14 4.2.2 Evolução de Enfermagem 16 4.2.3 Diagnósticos de enfermagem 16 5. PROSTATITE MASCULINA 19 5.1 Estudo da patologia 19 5.1.1 Conceito e fisiopatologia 19 5.1.2 Quadro clínico 19 5.1.2 Diagnóstico 19 5.1.4 Tratamento 20 5.2 Sistematização da Assistência de Enfermagem 20 5.2.1 Histórico de enfermagem e exame físico 20 5.2.2 Evolução de enfermagem 20 5.2.3 Diagnósticos de enfermagem 21 6 DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) 24 6.1 Estudo da patologia 24 6.1.1 Conceito e fisiopatologia 24 6.1.2 Quadro clínico 24 6.1.3 Diagnóstico 25 6.1.4 Tratamento 25 6.2 Sistematização da Assistência de Enfermagem 25 6.2.1 Histórico de enfermagem e exame físico 25 6.2.2 Evolução de enfermagem 26 6.2.3 Diagnóstico de enfermagem. 26 7 CONCLUSÃO 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32 1 INTRODUÇÃO O estudo de caso pode ser uma valiosa ferramenta para o professor que busca estratégias facilitadoras para a aprendizagem. Seu valor prático é prover oportunidade para examinar-se uma situação de vida real, a partir da qual o estudante pode discutir a causa específica do problema, sua prevenção e sugerir soluções. Esse método viabiliza uma maior correlação entre teoria e prática, favorecendo assimilação e aplicação prática do ensino teórico pelos alunos, além de proporcionar o estudo dos problemas e necessidades do paciente, família e comunidade, o que oferece subsídios para se identificar a melhor estratégia para solucionar os problemas. (FREITAS e CARMONA, 2011). O estudo de caso é definido como uma investigação empírica que busca em profundidade um fenômeno contemporâneo, ou seja, o caso em seu contexto do mundo real; caracteriza-se por ser um método abrangente que contempla desde o planejamento do projeto de pesquisa, com a definição de seus componentes, até as técnicas de coleta de dados e as abordagens específicas para análise de dados.(SILVA; MERCÊS, 2018) As Classificações podem enriquecer tanto o ensino quanto a implementação do Processo de Enfermagem, uma vez que separam, codificam e ordenam os fenômenos de interesse, fazendo com que os alunos e enfermeiros tenham que considerar possibilidades e descrições previamente estudadas e estabelecidas. Na prática, nenhuma Classificação é completa ou perfeita, mas seu desenvolvimento exige a identificação dos propósitos e elementos centrais de uma determinada ciência ou profissão, além de estimular o desenvolvimento de estudos. (FREITAS e CARMONA, 2011). Para a realização deste trabalho foram elencados cinco casos para estudo, sendo o primeiro um caso real e os demais de livre escolha do aluno. 2 OBJETIVO Descrever as principais características das doenças, aplicando a sistematização da assistência de enfermagem pertinentes a cada uma delas. 3 INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO 3.1 Estudo da patologia 3.1.1 Conceito e fisiopatologia O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma síndrome de elevada prevalência no Brasil e no mundo, devido o envelhecimento populacional, baixos níveis de controle da pressão arterial (PA) e os alimentos ricos em sódio e gorduras que são bem comuns em nosso dia-a-dia. (ANDRADE et al., 2013). Os fatores de risco para o desencadeamento do infarto podem ser classificados como modificáveis e não modificais, os modificáveis são baseados no estilo de vida que incluem a alimentação desregrada, rica em carboidratos, gorduras, sódio e alimentos processados, o uso do álcool, do cigarro e de outras drogas e situações recorrentes de estresse e o sedentarismo, já os não modificais mais comuns são: a raça, a idade, o sexo e o histórico familiar. (BRUNORI et al, 2014) Para ROBINS (2013), O infarto agudo do miocárdio IAM é causado pela obstrução do suprimento vascular para o tecido afetado, processo pelo qual tais lesões formam o chamado infarto é uma causa comum. O IAM também pode ser definido como necrose do músculo cardíaco ocasionado pela interrupção do fluxo sanguíneo nas artérias que irrigam o coração, seus respectivos sinais e sintomas são: dor no peito esquerdo irradiando para membro superior esquerdo, vertigens, sudorese, formigamento, dor no estomago, dispnéia, pele fria e pegajosa. O diagnóstico precoce é fundamental na redução de sequelas e mortes. Após o infarto as células atingidas perdem suas funções, podendo levar a uma arritmia acompanhada de taquicardia. A equipe de enfermagem deve monitorar constantemente esses pacientes, sempre avaliando os níveis da dor, sinais vitais, arritmias, deve-se verificar, através da escala do estado de consciência do paciente, promover o balanço hídrico, oxigenoterapia conforme prescrição médica, observar qualquer alteração no paciente e realizar o eletrocardiograma (ECG). (WAJNGARTEN, 2012). 3.1.2 Quadro clínico A apresentação típica é caracterizada por dor precordial em aperto à esquerda, irradiada para o membro superior esquerdo, de grande intensidade e prolongada (maior do que 20 minutos), que não melhora ou apenas tem alívio parcial com repouso ou nitratos sublinguais. A irradiação para mandíbula, membro superior direito, dorso, ombros e epigástrio também é possível. Em pacientes diabéticos, idosos ou no período pós-operatório, o infarto pode ocorrer na ausência de dor, mas com náuseas, mal-estar, dispnéia, taquicardia ou até confusão mental. (ANDARADE et al, 2013) 3.1.3 Tratamento O mais importante no tratamento do infarto é a desobstrução da artéria entupida. Existem duas formas de realizar esta desobstrução: angioplastia coronária (desobstrução mecânica) ou fibrinolíticos (desobstrução com medicamentos). No primeiro, um cateter-balão é inserido por meio de uma punção arterial (no punho ou virilha) e direcionado até o local do entupimento da artéria. Esse cateter é inflado para que seja aberta a artéria. Em seguida é colocado um stent (um dispositivo semelhante a uma mola), mantendo a artéria aberta e normalizando a circulação de sangue. Já os fibrinolíticos são medicamentos para dissolução do coágulo. Essa técnica é indicada somente quando não é possível a desobstrução por angioplastia, pois pode causar hemorragias. Além disso, são associados ao tratamento outros medicamentos para evitar a formação de novos coágulos, prevenir arritmias e controlar o colesterol, além de favorecer a cicatrização da área afetada. (ROBINS, 2013) 3.1.4 Diagnóstico O diagnóstico é feito com base no quadro clínico, nas alterações eletrocardiográficas e na elevação dos marcadores bioquímicos de necrose. Tendo em vista que os sintomas são extremamente variados e que a elevação dos marcadores iniciase cerca de seis horas após o inicio da dor, o principal instrumento diagnóstico e determinante da conduta é o eletrocardiograma. Ele deverá apresentar o supradesnível do segmento ST ou o bloqueio agudo de ramo esquerdo, critérios suficientes para desencadear a tentativa imediata de reperfusão em um paciente com história sugestiva. (WAJNGARTEN, 2012). 3.2 Sistematização da Assistência de Enfermagem 3.2.1 Histórico de enfermagem e exame físico J.S. S sexo masculino,nascido no dia 05/01/1973, 41 anos, Brasileiro, natural de Caçapava, casado, tem duas filhas, comerciante, hipertenso relata fazer uso de medicamento em sua casa (losartana, amilorix), pressão sempre manteve controlada, costumava aferir a pressão no posto próximo de sua casa, mas não costumava fazer exercícios físicos, sempre fez os exames de rotina, que constava séricos de colesterol e/ou triglicérides acima do nível controle, não tinha adesão ao tratamento, pois, confirma que sua alimentação não era inadequada, em consumo de gorduras, era tabagista, etilista socialmente. Seu pai apresentou o mesmo problema, devido alimentação irregular. Relata não sentir nenhum sintoma anterior. No dia 10/03/2015 paciente relata que sofreu um assalto em seu estabelecimento apresentando assim dor em região esternal repentinamente e foi piorando sua intensidade com o passar das horas. Sensação de peso falta de ar, náuseas, tontura, após sua esposa levou o mesmo para o hospital de referencia onde os exames físicos e verificação dos sinais apresentou alteração, PA 190/111mmhg, FC 48, T 35º, FR 28, discreta cianose de extremidade, e a dor começou a irradiar para o braço esquerdo, sendo encaminhado para consulta com Drº Rodrigo que fez as intervenções, como exames laboratoriais, ECG, evidenciou IAM, optou-se pela realização de o cateterismo em região femural E, obteve sucesso no cateterismo, pois foi suficiente para desobstrução das artérias em nível de coronariana direita dominante, com TCE com placa calcificada de 40% distal; ADA com placa de 20% proximal e 30% medial; Dg1 com placa de 20% medial; Dg2 com placa de 20% medial. 3.2.2 Evolução de emfermagem 12/03/2015 2º DIH 2º PO CATE, Glasgow de 15, Sat. 97%, PA 150/100mmhg, FC 84, FR 19, T 36.1º, exame geral corado, hidratado, anictérico e acianótico, eupneico em ar ambiente, cardiológico RCR em 2T com BNF, abdome flácido, timpânico e indolor com RHA +, evacuação ausente, discreto hematoma em região femural E, boa perfusão periférica e pulsos presentes, deambulando com auxilio de familiares. 13/03/2015 3º DIH 3ºPO CATE, Glasgow de 15, Sat. 97%, PA 130/80mmhg, FC 87, FR 19, T 36º, exame geral corado, hidratado, anictérico e acianótico, espenico em ar ambiente, cardiológico RCR em 2T com BNF, abdome flácido, timpânico e indolor com RHA +, evacuação presente, discreto hematoma em região femural E, boa perfusão periférica e pulsos presentes, recebe alta medica hospitalar com orientações e receituário 3.2.3 Diagnóstico de enfermagem Quadro 1- Diagnósticos, Intervenções e Resultados Esperados de Enfermagem para paciente com quadro infarto agudo do miocárdio. Problema Diagnostico de enfermagem (NANDA) Intervenções de Enfermagem (NIC) Resultados de Enfermagem (NOC) Dor Dor aguda relacionada a elevação da pressão arterial e pré infarto agudo do miocárdio, caracterizada por relato verbal de dor. Ensinar os princípios de controle da dor. Orientar sobre métodos farmacológicos de controle da dor. Encorajar a paciente a usar medicamentos adequado para a dor. Incentivá-la a adesão da atividade física. Redução da dor Fadiga Fadiga relacionada á condição física debilitada e excesso de peso, caracterizado pelo cansaço. Incentivar a uma alimentação saudável. Descrever o que é alimentação saudável. Descrever o numero de vezes de se alimentar durante o dia, bem como quantidade de comida. Incentivar a pratica de atividade física. Apresentara redução Da fadiga bem como O risco de glicemia Instável e adequará a sua alimentação. Glicemia instável Risco de glicemia instável relacionado ao excesso de peso e sedentarismo evidenciado por teste de glicemia Encorajar o paciente a realizar exames de rotina. Encorajar a paciente fazer testes rápidos afim de monitorar os seus níveis de glicemia. Incentivar a pratica de atividade física. Apresentara redução Da fadiga bem como O risco de glicemia Instável e adequará a sua alimentação. Estresse Estresse relacionado ao trabalho repetitivo e aumento de peso caracterizado por rotina diária. Incentivar a pratica de atividade de laser. Investigar o que é de mais importante na vida da pessoa. Avaliar sistemas de apoio disponíveis. Encorajar a pratica de atividade física. Diminuição dos níveis de estresse Nutrição desequilibrada Nutrição desequilibrada: mais que as necessidades corporais relacionado ao estresse caracterizado por obesidade mórbida. Incentivar a uma alimentação saudável. Descrever o que é alimentação saudável. Descrever o número de vezes de se alimentar durante o dia, bem como quantidade de comida. Incentivar a pratica de atividade física. Encorajar a paciente a realizar exames de rotina. Encorajar a paciente fazer testes rápidos afim de monitorar os seus níveis de glicemia. Apresentara redução Da fadiga bem como O risco de glicemia Instável e adequará a sua alimentação. Desconforto Mobilidade prejudicada caracterizada por: Desconforto relacionado a dor. Administrar analgésicos com prescrição médica. Promover um repouso adequado para o alívio dessa dor. Repouso adequado para diminuição da dor. Sedentarismo Estilo de vida sedentário: Caracterizado por média de atividade física diária inferior a recomendada para idade e sexo; Relacionado a conhecimento insuficiente sobre os benefícios a saúde associado ao exercício físico e motivação insuficiente para atividade física. Incentivar a prática de exercícios físicos. Diminuição do IMC; Maior disposição; Melhor qualidade de vida; Infarto agudo do miocárdio Infarto agudo do miocárdio associado a hipertensão, estilo de vida sedentário e níveis séricos. Monitorar evolução da dor precordial; Monitorar sinais vitais; Administrar medicação prescrita; Colher amostras de sangue para exames laboratoriais. Monitorar os níveis de gasometria; Monitorar o estado cardiovascular. Melhores risco de desenvolvimento de doenças ateroscleróticas; Melhor qualidade de vida; Maior disposição; Melhorar o processo circulatório. Falha no tratamento Controle ineficaz da saúde caracterizado por: Dificuldade com o regime prescrito; Falha em agir para reduzir fatores de risco; Falha em incluir o regime de tratamento na vida diária Orientar sobre a importância do tratamento; Orientar sobre as consequências do não cumprimento do tratamento; Orientar como deve ser realizado o tratamento. Incluir o tratamento na vida diária Falha no segmento das orientações Comportamento de saúde propenso a risco –Caracterizado por: Falha em agir de forma a prevenir problemas de saúde; Falha em alcançar um senso de controle ideal. Identificar o comportamento do paciente a ser modificado; Determinar a motivação do paciente para mudar o comportamento; Reforçar decisões construtivas sobre as necessidades de saúde; Promover a aprendizagem do comportamento desejado. Modificação do comportamento no estilo de vida. Melhora do hábito alimentar 4 GLOMERULONEFRITE DIFUSA AGUDA 4.1 Estudo da patologia 4.1.1 Conceito e fisiopatologia A glomerulonefrite difusa aguda (GNDA) é uma afecção glomerular que, em geral, apresenta-se como síndrome nefrítica, sendo esta caracterizada pelo aparecimento súbito de hematúria, edema e hipertensão, com graus variáveis de proteinúria e redução da taxa de filtração glomerular, embora nem todas estas manifestações precisem estar presentes. (KOJIMA, 2011) A manifestação clássica dessa patologia é um quadro nefrítico agudo, onde há o aparecimento de edema de leve a moderado, frio, depressível, com predominância matutina em região pré-tibial e periorbitária, bipalpebral, além hipertensão arterial geralmente leve, hematúria macroscópica e alguns relatos de urina cor de chá ou de refrigerantes a base de cola, com o acréscimo eventual de cilindros hemáticos e proteinúria leve (predominantemente menor que 1g/dia). Sintomas gerais de cefaleia, mal-estar, anorexia, e dor no flanco (pela distensão da cápsula renal) são referidos em até 50% dos casos. Um maior comprometimento renal com evolução para insuficiência renal aguda grave, oligúriaou até anúria e diálise se instala menos comumente, enquanto formas subclínicas são mais comuns que manifestações nefríticas evidentes. (RIELLA MC, 2010). As manifestações renais ocorrem, geralmente, de sete a 14 dias após a infecção de pele ou vias aéreas superiores. A apresentação típica inclui oligúria, hipertensão, hematúria, edema de membros inferiores e periorbital, proteinúria e acometimento moderado da função renal. (ROSÁRIO; JOÃO, 2011) 4.1.2 Quadro clínico Os mais frequentes são hematúria, causando uma urina de coloração escura e devido à perda de sangue, aumenta o risco de anemia. Outro sintoma e a proteinúria, urina nebulosa, devido ao excesso de proteína que encontra na urina. Também ocorre a diminuição na micção ou oligúria, devido a diminuição da taxa de filtração glomerular (TFG). E com a diminuição da TFG, ocorre a retenção de sódio e água, e a liberação inapropriada de renina, causando hipertensão branda ou grave, aumento de peso e edema. Outro fator é a hipervolemia, que pode apresentar dispneia, ortopneia, edema periorbital e estertores na auscultação pulmonar. Pode também apresentar fadiga, sendo uns dos sinais da anemia e da insuficiência renal, náuseas e mal-estar. (VIEIRA, 2013) 4.1.3 Diagnóstico No exame de elementos anormais de sedimentação podemos encontrar hemácias dismórficas e cilindros hemáticos granulosos, hialinos ou leucocitários, além de osmolaridade elevada e proteinúria positive1,6,7 . Quanto à função renal, os níveis séricos de ureia e creatinina podem estar elevados com função tubular preservada. Insuficiência renal aguda pode ser deflagrada por redução no ritmo de filtração glomerular com acidose metabólica, hipercalemia e hiponatremia. Ao hemograma, encontra-se anemia dilucional, podendo ocorrer plaquetopenia transitória pelo declínio na meia-vida plaquetária. Ao coagulograma, os fatores de coagulação podem sofrer alteração, com declínio do fator XIII, alfamacroglobulina, atividade da antitrombina III e um leve aumento de alfa-1- antitripsina. (DARYELL e NASCIMENTO, 2013) 4.1.4 Tratamento O tratamento consiste na erradicação do agente infeccioso e controle da pressão arterial, preferencialmente com penicilina, diuréticos de alça e restrição salina (10,11). A erradicação do microorganismo não cura a doença, mas evita a colonização por cepas nefritogênicas, diminuindo o estímulo para a formação de imunocomplexos(14,15). Inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) desempenham importante papel contra fibrose e proteinúria(15). Pacientes com glomerulonefrite crescente necessitam de diálise. Além dessa, são indicações para diálise a hipervolemia (anasarca, edema agudo de pulmão), distúrbios hidroeletrolíticos graves, acidose metabólica (pH menor que 7,0), intoxicações específicas, uréia acima de 200mg/dL, sintomas neurológicos. (ROSÁRIO; JOÃO, 2011). 4.2 Sistematização na assistência de enfermagem 4.2.1 Histórico de Enfermagem e exame físico Realizada a entrevista com a mãe do paciente: O paciente K.L.M. 13 anos, sexo masculino, leito 01 da UTI, nascido em 15/04/2002, católico, estudante, natural de Caraguatatuba, reside com os pais na Enseada bairro do município de São Sebastião há 10 anos, admitido no Hospital de Clínicas de São Sebastião em 31/05/2015 pelo Pronto Socorro Central, com diagnóstico de Glomerulonefrite Difusa Aguda sendo internado na clínica médica. Procurou o pronto socorro após apresentar hematúria, edema generalizado e sentir fortes dores na região ilíaca direita, a mãe relata que o filho não gosta de ficar internado, mas que não se recusa a fazer o tratamento toma as medicações e deixa realizar os procedimentos, espera melhorar para voltar à escola. Antes da internação: costumava dormir por volta das 22:00 hs, acordava às 7:00 hs para ir à escola, tem um sono tranquilo e pesado, não tem dificuldade para dormir, as vezes dormia depois do almoço quando retornava da escola. É um pré-adolescente ativo, jogava futebol várias vezes na semana. Comia pouco antes da internação, tomava café com leite de manhã, mas não queria comer nada, na hora do almoço alimentava-se pouco, à tarde tomava achocolatado ou suco e no jantar comia somente lanche. Não tinha muito apetite, bebia pouca água. Evacuava todos os dias sem dificuldades, urinava com pouca frequência, antes da internação, apresentou hematúria. Tomava banho uma vez ao dia, escovava os dentes quando acordava, depois do almoço e antes de dormir. Mora na Enseada, em casa de alvenaria, com água encanada e rede de esgoto, o posto de saúde é um pouco distante. Sempre que pode joga futebol com os amigos, no hospital jogava jogos no tablet, ficava um pouco entediado de permanecer no hospital. É católico, mas não frequenta igreja. Não tem nenhuma alergia a medicamentos nem a alimentos, está com as vacinas em dia, e há pouco tempo foi ao dentista. Exame físico geral: Paciente regular estado geral encontra-se sedado, em decúbito dorsal horizontal, afebril com temperatura axilar36ºC, frequência cardíaca de 90bpm com ritmo regular, em ventilação mecânica com FIO2 40%, frequência respiratória 12 irpm e Saturação de O2 95%, pressão arterial 120x70mmHg. Apresenta pele pálida, fria, emagrecido, com edema generalizado. Presença de sonda nasogástrica para gavagem, cateter venoso central em subclávia direita com soroterapia e sedação em bomba infusora, sonda vesical de demora com bolsa coletora sistema fechado, diurese presente com aspecto hematúrico. Exame físico ampliado e específico: Mucosas hipocoradas, presença de tubo orotraqueal (Nº 7.0), pupilas isocóricas e fotorreagentes, presença de SNG na narina direita, ausência de alterações em cabeça e pescoço, ausculta pulmonar com sibilos, estertores crepitantes e subcrepitantes até os ápices dos pulmões respiratórios, ausculta cardíaca sem alterações, abdome normotenso, foram auscultados ruídos hidroaéreos, com ausência de massas ou coleção de líquido, ausência de alterações em genitais com presença de SVD com débito hematúrico, MMSS e MMII foram inspecionado e apresentam edema, com inatividade musculoesquelética resultante de sedação. 4.2.2 Evolução de Enfermagem Paciente no 2º DIH por Glomerulonefrite Difusa Aguda, regular estado geral, evolui hemodinamicamente estável em uso de midazolan + fentanil 5 ml/h. Não apresenta pico febril nas últimas 24hs em uso de antibioticoterapia. Paciente em desmame da sedação, Ramsay 3 (sonolento acordado), apresenta pupilas isocóricas e fotorreagentes. Mantém Cateter Venoso Central em VSCD sem sinais flogísticos. Mantém intubação orotraqueal em ventilação mecânica controlada; SNG com dieta em bomba de infusão; tórax simétrico, ausculta pulmonar apresenta melhora de ruídos adventícios. Apresenta melhora do edema em MMSS e MMII. Normocárdico, 80bpm, PA 100x60mmHg com ritmo cardíaco regular. Abdome normotenso. Mantém SVD com diurese em volume normal e apresenta melhora da hematúria. Sem presença de hiperemia na região dorsal, sacral e trocanterianas. 4.2.3 Diagnósticos de enfermagem Quadro 2 – Diagnóstico e Intervenções de Enfermagem para paciente com quadro de Glomerulonefrite Aguda Difusa. Problema Diagnostico de enfermagem (NANDA) Intervenções de Enfermagem (NIC) Resultados de Enfermagem (NOC) Paciente acamado Risco de integridade da pele prejudicada relacionado à fatores mecânicos (por pressão), à imobilidade física, ao emagrecimento, à proeminências ósseas, à sensações prejudicadas. Realizar mudança de decúbito de 2 em 2 horas, observando e informando sinais de infecção da pele a cada troca de posição; Manter colchão piramidal no leito; Aplicar AGE (Ácidos Graxos Essenciais) nas proeminências ósseas 3x ao dia; Detecção de riscos; Controle de riscos; Integridade tissular: pele e mucosas; Edema Perfusão tissular periférica ineficaz caracterizada por edema e hipertensão Controle da Hipervolemia; Cuidados com os Pés; Monitoração das Extremidades Inferiores; Monitoração de Sinais Vitais; Precauções contra Embolia Melhora da perfusão Oligúria Volume de líquidosexcessivo caracterizada por dispneia, edema, ganho de peso em um curto período de tempo, oligúria, ortopneia e ruídos adventícios respiratórios relacionado à mecanismo de regulação comprometido Controle de Eletrólitos Hipocalemia Hiponatremia Controle Hidroeletrolítico Monitoração de Sinais Vitais Monitoração Hídrica Balanço hidroeletrolítico Hipertensão Risco de perfusão renal ineficaz caracterizada por hipertensão e glomerulonefrite Controle de Infecção Identificação de Risco Monitoração Hídrica Identificação de Risco Melhora da Anemia Fadiga caracterizada por Energia insuficiente relacionado à anemia Controle da Nutrição Estabelecimento de Metas Mútuas Bem-estar físico Volume de líquido excessivo Risco de integridade tissular prejudicada relacionado à volume de líquidos excessivo Controle de Infecção Monitoração das Extremidades Inferiores Identificação de Risco Precauções Circulatórias Controle Hídrico Controle Hidroeletrolítico Monitoração de Eletrólitos Monitoração de Sinais Vitais Equilíbrio eletrolítico e ácido base. Hematúria (perda de sangue na urina) Risco de infecção relacionado à hemoglobina diminuída Controle de Infecção Proteção contra Infecção Supervisão Controle Hidroeletrolítico Monitoração de Sinais Vitais Proteção contra infecção; Insuficiência renal Risco de desequilíbrio eletrolítico relacionado à volume de líquidos excessivo e disfunção renal Controle da Náusea Controle de Eletrólitos Controle do Vômito Controle Hídrico Controle Hidroeletrolítico Identificação de Risco Melhora do conforto Oligúria Risco de débito cardíaco diminuído relacionado à edema, fadiga, ganho de peso e oligúria Cuidados Circulatórios Monitoração de Eletrólitos Monitoração de Sinais Vitais Monitoração Hídrica Controle Hídrico Controle Hidroeletrolítico Melhora na circulação Aumento de peso Risco de pressão arterial instável relacionado à desequilíbrio eletrolítico e retenção de líquidos Cuidados Cardíacos Monitoração de Sinais Vitais Controle do peso Diminuição na micção Retenção urinária caracterizado por eliminação urinária em pequena quantidade Controle da Eliminação Urinária Controle Hídrico Cuidados com Sondas: Urinária Cuidados na Retenção Urinária. Eliminação urinária; Controle hídrico 5. PROSTATITE MASCULINA 5.1 Estudo da patologia 5.1.1 Conceito e fisiopatologia A prostatite é uma condição multifatorial, de largo espectro clínico, podendo a sintomatologia ser aguda ou apresentar-se de uma forma complexa quando crónica. É definida como um processo inflamatório da glândula prostática, normalmente traduzido por um infiltrado linfocítico no estroma aquando da análise histológica. O refluxo urinário intraprostático é a hipótese mais frequente. A urina infectada reflui para os ductos ejaculatórios e prostáticos da uretra prostática posterior. Devido à anatomia da próstata, os ductos que drenam a glândula na maioria da zona periférica estão horizontalmente localizados em relação aos outros ductos, facilitando a ocorrência de refluxo e posteriormente de infecção nessas zonas periféricas. (CAETANO, 2012) 5.1.2 Quadro clínico Os sintomas sistémicos incluem febre (com temperaturas iguais ou superiores a 38,0ºC), mal-estar, síndrome pseudo-gripal (arrepios, astenia, anorexia, perda de força), náuseas, vómitos, artralgias e mialgias, hipotensão, taquipneia e taquicardia em casos de septicémia. Dor e irritabilidade suprapúbica assim como a existência de uma massa nesta localização poderão indicar uma retenção urinária devendo ser alvo de estudo, nomeadamente através da realização de uma ecografia vesical. (BREDE e SHOSKES, 2011). 5.1.2 Diagnóstico Ao examinar a glândula prostática o urologista realizará exame de toque retal. Caso o paciente tenha prostatite, esse exame pode produzir momentaneamente dor ou desconforto. Se a prostatite é suspeitada, o médico pode pedir um exame de urina. Em alguns casos a coleta de secreção da próstata é realizada durante o exame de toque retal. O médico levemente pressiona a próstata causando saída de secreção prostática pela uretra peniana, que será coletada. Ambos, urina e secreção prostática, são analisados para detectar infecção. Isso pode ajudar o urologista a decidir pelo tratamento correto. (VIEIRA, ARAÚJO E VARGAS, 2012) 5.1.4 Tratamento A prostatite bacteriana aguda pode ser uma infecção grave. É requerida a administração parenteral de altas doses de antibióticos bactericidas, como aminoglicosídeos, derivados da penicilina ou cefalosporina de 3ª geração, até ocorrer melhora clínica e laboratorial. Em casos menos graves, as fluoroquinolonas podem ser indicadas por via oral por, pelo menos, 10 dias. (HURTADO, 2014) 5.2 Sistematização da Assistência de Enfermagem 5.2.1 Histórico de enfermagem e exame físico Paciente P.J.S de 51 anos, pardo, sexo masculino, 1º grau incompleto, pedreiro, casado, 66 Kg, 1,62 cm de altura, procedente de Teresina-PI, mora com 03 filhos, 02 netos, reside em casa própria, de alvenaria, 5 cômodos com saneamento básico. Relata acordar às 5:00 da manhã para atividade laboral, retornando à sua casa às 17:00. Faz acompanhamento mensal no PSF. Diagnósticos Médicos: hipertensão, dislipidemia e doença inflamatória da próstata (Prostatite). Queixa-se básicamente de disúria e noctúria. Descobriu ser portador de hipertensão há 10 anos. Ao Exame Físico apresenta-se consciente, orientado, participativo e cooperativo. Higiene corporal satisfatória, pele limpa, pouco ressecada, unhas translúcidas e grandes. Evacuações presentes em dias alternados. Diurese presente, de cor amarelo-escuro, nictúria e disúria (5 vezes por noite). Sinais vitais e dados antropométricos: FC: 70bpm, FR: 15 irpm, PA no início da consulta: 120 X 70 mmHg , Glicemia capilar pré-prandial: 100 mg/dl; Peso: 66kg; Altura: 1,62m; Circunferência abdominal: 87cm, IMC: 25,01. Resultado de exames: PSA: livre 0,32 ng/ml e total 1,13 ng/ml. 5.2.2 Evolução de enfermagem 10/07/2021 às 14:20, P.J.S encontra-se no leito em decúbito dorsal, consciente, orientado, comunicativo, pupilas isocóricas fotorreagentes, mucosas hipocoradas; MV (+) S/RA; BCRNF 2 tempos s/sopro; Abdômen plano, RHA (+), timpânico, indolor a palpação; Sinais vitais: PA: 120x70 mmHg; FC: 85 bpm; FR: 16 irpm; T: 36,5 C°; Glicemia: 101 mg/dl. 5.2.3 Diagnósticos de enfermagem Quadro 3: Diagnósticos, Intervenções e Resultados Esperados de Enfermagem para paciente com quadro de prostatite Problema Diagnóstico de Enfermagem (NANDA) Intervenção de Enfermagem (NIC) Resultados de enfermagem (NOC) Disúria Eliminação urinária prejudicada. Caracterizado por: Disúria, incontinência urinária, noctúria, urinar com frequência. Condições associadas: Infeção no trato urinário, obstrução anatômica. Investigar se existem fatores contribuindo para dificuldade de eliminação urinária; Monitorar o balanço hídrico; Manter higiene íntima; Investigar déficits sensoriais cognitivos; reduzir as barreiras ambientais. Micção eficaz Incapacidade de urinar Retenção urinária. Caracterizado por: Disúria, eliminação de urina em pequena quantidade, sensação de enchimento da bexiga, urinar com frequência. Monitorar a ingestão de líquidos; Medir o débito urinário; Orientar quanto à ingestão de alimentos hipossódicos. Micção eficaz Risco de infecção Risco de Infeção. Fatores de risco: Conhecimento insuficiente para evitar patógenos, estase de líquidos orgânicos. Monitorar sinais e sintomas de infeção. Criar um ambiente seguro para o paciente. Orientar o paciente e família como evitar infeções. Monitorar exames laboratoriais. Auto conhecimento da doença; Infecção ausente Algia Dor aguda. Caracterizado por: Comportamento de dor e alterações nas atividades, alteração no parâmetro fisiológico. Fatores relacionados: Agente biológico lesivo. Avaliar a dor quanto à localização, frequência e duração; Avaliar a eficácia das medidas de controle da dor; Favorecer repouso/sono adequados para o alívio da dor; Administração de medicamento; Controle da dorAngústia Sentimento de impotência Fator de risco: Ansiedade, baixa autoestima, dor. Condições associadas a: Doença. Analisar o conhecimento do paciente sobre sua condição e o plano de tratamento; Avaliar a resposta do paciente ao regime terapêutico; Determinar se houve alterações nos relacionamentos com familiares. Ansiedade reduzida Desmotivação Risco de baixa autoestima situacional. Condição associada por: Doença física, prejuízo funcional. Avaliar o sentimento do cliente sobre seu corpo; Identificar a ameaças potenciais à auto estima; Encorajar a participação contínua nas atividades e tomada de decisões; Encorajar o cliente a verbalizar suas preocupações; Encorajar o cliente e seu parceiro a compartilhar as suas preocupações individuais um com os outros. Auto estima melhorada Disfunção sexual Padrão de sexualidade ineficaz. Caracterizado por: Alteração na atividade sexual e dificuldade com atividade sexual. Orientar para mudança no padrão sexual; Oferecer apoio psicológico para o cliente e seu companheiro. Aflição Ansiedade. Caracterizado por: Inquietação. Afetivas: Agonia, irritabilidade, medo, nervosismo e sofrimento. Esclarecer dúvidas do paciente em relação ao tratamento; Estabelecer relação de confiança com o paciente; Estimular o paciente quanto ao relato de sua ansiedade; Monitorar o estado emocional do indivíduo; Oferecer um ambiente calmo e agradável; Oferecer apoio psicológico; Oferecer informações sobre o diagnóstico, tratamento e prognóstico; Proporcionar bem-estar. Ansiedade ansiedade reduzida Temor Medo. Caracterizado por: Aumento da tensão, estado de agitação sensação de pânico, receio e terror. Observar o que causa esse sentimento, buscando subsídios para compreender o estado emocional e possibilitar apoio; Oferecer apoio emocional; Oferecer apoio psicológico; Tirar suas dúvidas e fazendo o cliente se sentir seguro. Aceitação da condição de saúde melhorada Insônia Distúrbio no padrão de sono. Caracterizado por: Dificuldade no desempenho de suas funções diárias. Auxiliar nas situações estressantes antes de dormir; Discutir com o cliente e família medidas e conforto; Ensinar o cliente técnicas de relaxamento; Proporcionar um ambiente calmo e seguro. Sono adequado 6 DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) 6.1 Estudo da patologia 6.1.1 Conceito e fisiopatologia Em pacientes com DPOC, a ação de neutrófilos e de outras células inflamatórias liberam proteases como parte do processo inflamatório e ocasionando seu aumento; o exercício da protease ultrapassa a atividade da antiprotease, desencadeando destruição tecidual e hiperprodução de muco. A ativação de neutrófilos e macrófagos também ocasiona acúmulo de radicais livres, impossibilitando as antiproteases de promoverem a broncoconstrição, edema de mucosa e hipersecreção. (BEGATINE, OLIVEIRA e SILVA, 2019) O aspecto principal da DPOC é a limitação do fluxo aéreo ocasionada por constrição e/ou obstrução das vias respiratórias, comprometimento de retração elástica, ou ambas. A hipersecreção de muco gera a inflamação que desencadeia constrição e obstrução das vias respiratórias, tamponamento de muco, espasmo brônquico, fibrose peribrônquica e remodelação das pequenas vias respiratórias ou ainda a junção destes mecanismos. Isso acontece porque os septos alveolares são destruídos, diminuindo as inserções do parênquima nas vias respiratórias, possibilitando dessa forma o fechamento delas durante a expiração. (BEGATINE, OLIVEIRA e SILVA, 2019; WISE et al., 2018) 6.1.2 Quadro clínico Os sinais de DPOC incluem sibilos, uma fase expiratória prolongada da respiração; hiperinsuflação pulmonar que se manifesta pela atenuação dos sons cardíacos e pulmonares; e aumento do diâmetro anteroposterior do tórax; os sinais mais avançados envolvem respiração com lábios cerrados, uso de músculos respiratórios acessórios, movimento paradoxal da caixa torácica inferior para dentro durante a inspiração e cianose. Pacientes com enfisema avançado perdem peso e desenvolvem perda muscular decorrente da imobilidade; hipóxia; ou da liberação de mediadores inflamatórios sistêmicos. O pneumotórax espontâneo pode ocorrer (possivelmente relacionado com ruptura das bolhas) e deve-se suspeitar dele em todo paciente com DPOC cujo estado pulmonar piora de maneira súbita. (WISE et al., 2018) 6.1.3 Diagnóstico Sugere-se o diagnóstico pela história clínica, exame físico e achados de exames de imagem do tórax e é confirmado por testes de função pulmonar. Exames de imagem do tórax, como radiografia e tomografia, que mostram aumento das marcações intersticiais nas doenças pulmonares intersticiais, e testes de função pulmonar, que revelam um defeito ventilatório restritivo em vez de um defeito obstrutivo. (FERNANDES, 2019; WISE et al., 2018) 6.1.4 Tratamento Constitui-se principalmente pela cessação do tabagismo e admimistração ou uso contínuo de broncodilatadores inalatórios, corticoides, ou ambos e também pelo uso do tratamento de suporte, caracterizando-se pela suplementação de oxigênio e reabilitação pulmonar. O tratamento da DPOC estável visa prevenir as exacerbações e melhorar as funções pulmonares e física. Aliviar os sintomas de maneira rápida, principalmente com fármacos beta-adrenérgicos de ação rápida e diminuir as exacerbações com corticoides inalatórios. (FERNANDES, 2019; WISE et al., 2018) 6.2 Sistematização da Assistência de Enfermagem 6.2.1 Histórico de enfermagem e exame físico H.O.S., 59 anos, sexo masculino, com história de dispneia progressiva, tosse produtiva e expectoração branca e há seis dias. Relata ter procurado o Pronto Socorro anteriormente e feito inalação. Alega ser tabagista de longa data, consumir cerca de 50 cigarros por dia, ter bronquite e ter usado por um tempo Budesonida e Formoterol, os quais suspendeu por conta própria, ser hipertenso fazer uso de captopril, histórico de IAM fazer uso de AAS no almoço, carvedilol e aminofilina 600mg/dia. Suas queixas principais são o cansaço aos médios esforços, falta de energia, fraqueza e, muitas vezes, episódios de insônia. Ao exame físico: Encontra-se em regular estado geral. Apresenta-se desidratado, emagrecido, dispneico com respiração superficial, fazendo uso de musculatura acessória (tiragem intercostal e batimento de asa de nariz), desconfortável em decúbito inferior a 45 graus. PA= 160x100mmHg; FC= 118 bpm; FR= 26 rpm; T= 36,7 C°; Saturação parcial de O2= 90% Ausculta pulmonar: expiração prolongada com presença de sibilos difusos e roncos e murmúrios vesiculares diminuídos; Ausculta cardíaca: bulhas rítmicas, taquicárdicas, normofonéticas, sem sopro Exame abdominal: plano, flácido e indolor à palpação. Exames: Hemoglobina (Hb) = 15,2/l; Hematócrito (Ht) = 42%; Leucócitos = 7.400/mm3; Gasometria arterial – pH =7,20; PaCO2 = 74; HCO3 = 26, SatO2 = 92% (acidose respiratória). 6.2.2 Evolução de enfermagem Em 3° DIH por DPOC, evoluiu nas 24h anteriores, eupneico com 18rpm, medicado com êxito, glicemia estável, eliminações presentes após adesão de dieta, manteve humor espontâneo. No momento, lúcido, orientado, acamado, comunicativo. Ao exame físico: PA 130x90mmHg, FC 90bpm, FR 18rpm, T36° C, apresenta mucosas normocrômicas, escleróticas anictéricas, tórax expansivo e simétricos, asculta pulmonar com murmúrios vesiculares presentes sem ruídos adventícios, asculta cardíaca com bulhas rítmicas normofonéticas, abdome plano, flácido e indolor à palpação com ruídos hidroaéreos presentes, extremidades oxigenadas. Refere aceitação total da dieta e sono preservado. 6.2.3 Diagnóstico de enfermagem. Quadro 4- Diagnósticos, Intervenções e Resultados Esperados de Enfermagem para paciente com quadro de DPOC. Problema Diagnósticos de enfermagem (NANDA) Intervenções de enfermagem (NIC) Resultados esperados (NOC) Dor Dor aguda relacionada a agentes físicos, evidenciada por relatos verbais de dor. Avaliar a intensidade da dor e descrever as características da dor, incluindo localização, intensidade Alivio da dor Cansaço Padrão respiratórioineficaz, relacionado Fadiga respiratória, caracterizado alteração profundidade respiratória, capacidade diminuída dispnéia. Promoção de um padrão respiratório espontâneo excelente que maximize a troca de oxigênio e dióxido de carbono nos pulmões. Monitorar a ocorrência de fadiga dos músculos respiratórios; Iniciar e manter oxigênio suplementar, conforme a prescrição; Equilíbrio eletrolítico e ácido-base; Conservação da energia; Comportamento da cessação de fumar; Melhora do estado cardiopulmonar Dispnéia Perfusão tissular cardiopulmonar ineficaz, relacionado a problemas na troca gasosa, caracterizado por dispnéia, uso de musculatura acessória e alteração no equilíbrio ácido base Promoção de um padrão respiratório espontâneo excelente que maximize a troca de oxigênio e dióxido de carbono nos pulmões. Posicionar o paciente visando ao alívio da dispnéia; Manter desobstruída as vias aéreas; Coagulação Sanguínea; Equilíbrio Eletrolítico Ácido-Base; Equilíbrio Hídrico; Estado Cardiopulmonar; Fadiga Fadiga relacionada ao estado da doença e condição física desabilitada, além Controle de energia: Regulação do uso da energia para tratamento ou prevenção de fadiga e otimização de funções. Encorajar a respiração profunda Autocuidado: Atividades da Vida Diária (AVD); Autocuidado: de insônia caracterizado cansaço e falta energia. lenta, as viradas e o tossir; Monitorar a ingestão nutricional para garantir recursos energéticos adequados; Selecionar as intervenções para reduzir a fadiga usando combinações de categorias farmacológicas e não farmacológicas, conforme apropriado; Determinar quais atividades e quanto são necessárias para desenvolver a resistência. Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD); Energia Psicomotora; Estado de Autocuidados; Melhora do nível de Desconforto; Melhora do nível de Fadiga; Resistência; Tolerância à Atividade; Aptidão Física. Nutrição desequilibra da Nutrição desequilibrada relacionada a incapacidade de ingerir alimentos devido a dispnéia e fadiga caracterizado por emagrecimento e desidratação. Prevenção e tratamento de restrição alimentar grave e excesso de exercícios, ou período de excesso alimentar e provocação de vômito de alimentos e líquidos; Consultar o nutricionista para determinar a ingestão calórica diária necessária para atingir e/ou manter o peso-alvo; Ensinar e reforçar conceitos de uma boa nutrição com o paciente (e pessoas importantes, conforme apropriado); Monitorar a ingestão e a Comportamento de Adesão:Dieta Saudável; Conhecimento: Controle do Peso; Controle de Riscos: Uso de Tabaco; Estado Nutricional: Ingestão Alimentar; Risco infecção de Risco de infecçã relacionado defesas primárias inadequadas, diminuição ciliar e à doenç crônica. o a à a Limpar adequadamente o ambiente após o uso de cada paciente; Trocar o equipamento para cuidados do paciente conforme o protocolo da instituição; Isolar pessoas expostas a doença transmissível; Orientar o paciente sobre técnicas adequadas de lavagem das mãos; Manter ambiente asséptico ideal durante a inserção de linhas venosas centrais à beira do leito do paciente. Preparo pré- procedimentos; Detecção de Riscos; Estado Imunológico; Estado Nutricional; Controle de Riscos Comunitário: Doenças Contagiosas; Controle de Riscos: Processo Infeccioso; Fraqueza Intolerância a atividade relacionada a desequilíbrio entre a oferta e demanda de oxigênio, caracterizado por desconforto respiratório, dispnéia aos Facilitação de treinamento regular da resistência muscular para manter ou aumentar a força muscular; Auxiliar a conseguir os recursos necessários para envolvimento no treinamento muscular progressivo; Auxiliar a criar um ambiente em casa/trabalho que facilite o envolvimento no plano de Estado Cardiopulmona r; Estado Nutricional: Energia; Estado Respiratório; Estado Respiratório: Troca Gasosa; esforços médios e relato verbal da fraqueza. exercícios; Especificar o tipo e a duração da atividade de aquecimento/esfriamento (p. ex., alongamentos, andar, exercícios calistênicos); Orientar a fazer descansos breves após cada sequência se necessário. Estado Respiratório: Ventilação; Gravidade dos Sintomas; Movimento Coordenado; Nível de dor; Tolerância à atividade. Déficit no autocuidado Déficit no autocuidado para as atividades básicas, relacionado a cansaço, fraqueza e desconforto, caracterizado por incapacidade de esforço médio, incapacidade de se alimentar. Criar um ambiente agradável durante as refeições; Garantir a posição adequada do paciente para facilitar a mastigação e a deglutição; Oferecer assistência física, se necessário; Colocar o paciente em posição confortável para comer; Oferecer os alimentos e as bebidas preferidos, conforme apropriado. Autocuidado: banho; Autocuidado: alimentação; Autocuidado: higiene oral; Autocuidado: higiene; Autocuidado: sono; Autocuidado: exercícios físicos. 7 Conclusão: O método de estudo de caso pode ser utilizado por estudantes afim de obter um melhor aprendizado e contribuir para o avanço no conhecimento da enfermagem como ciência e consequentemente contribuir para uma prática de cuidado integral no contexto em que o fenômeno acontece, onde pode-se discutir a causa específica do problema, sua prevenção e sugerir soluções. Esse método viabiliza uma maior correlação entre teoria e prática, favorecendo assimilação e aplicação prática do ensino teórico, além de proporcionar o estudo dos problemas e necessidades do paciente, família e comunidade, o que oferece subsídios para se identificar a melhor estratégia para solucionar os problemas REFERêNCIAS bibliográficas ANDRADE. Jadelson Pinheiro. Et al. 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