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APS 4 Período - Manhã

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FICHA DAS ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS – APS
1. Com base nas pesquisas, identifique, defina e aponte as principais causas da violência sexual e doméstica no Brasil?
É importante destacarmos que, por vivermos numa sociedade estruturada no patriarcado, ou seja, na cultura de sobreposição da figura do homem sob a mulher, e onde o machismo impera a idéia de que o valor moral, ético e de potencial feminino são inferiores, podemos encontrar variadas facetas onde a violência se apresenta. O comportamento controlador, intimidador e persecutório apresentado pelos homens, são fatores aos quais as mulheres, ainda que no séc.XI, “devem” conviver todos os dias. No trabalho, meio social, na família, em casa... E apesar de, por vezes, apresentar-se indícios e gatilhos perceptíveis desse comportamento, não existe uma causa única, ou causas únicas, centrais e desencadeadoras. Vai desde uma saia curta, um emprego novo... Tudo pode virar motivo para agressão e abuso. Mas, existem fatores comportamentais que evidenciam o comportamento agressor. Atitudes agressivas, alteradas e desproporcionais. Uso de adjetivos abusivos e ofensivos. A preferência pelo alto tom de voz, ao invés do dialogo pacífico. E, no caso da violência sexual, o comportamento se designa de uma pessoa que, alem de todos esse atributos comportamentais, usufrui de sua força e do desvio psicológico como sentido de posse e controle sob o corpo feminino.
2. Quais os principais efeitos causados às vítimas? O que as estatísticas indicam sobre a violência doméstica e sexual no Brasil?
Segundo pesquisas, as vítimas podem “desenvolver incapacidades físicas, problemas de saúde crônicos, doenças mentais, incapacidade de voltar a criar
relações afetivas saudáveis e incapacidade financeira. As vítimas podem ainda desenvolver problemas psicológicos, como perturbação de stress pós-traumático. As crianças que vivem em lares violentos demonstram frequentemente problemas psicológicos desde muito novas, como agressividade latente, o que em idade adulta pode contribuir para perpetuar o ciclo de violência”. Todos, sintomas/efeitos causados por uma ruptura na dignidade, privacidade e integridade da pessoa humana. Porque, é isso que o abuso físico e mental representa. Uma fenda na alma.
3. O que a legislação garante de direitos à criança e ao adolescente (em destaque o Estatuto da Criança e Adolescente)?
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) é o documento que traz a Doutrina da Proteção Integral dos Direitos da Criança, que coloca a criança e o adolescente como sujeitos de direito com proteção e garantias específicas, como dito anteriormente. Para que isso seja alcançado, estruturou-se em dois princípios fundamentais:
Princípio do Interesse do Menor: todas as decisões que dizem respeito ao menor devem levar em conta seu interesse superior. Ao Estado, cabe garantir que a criança ou o adolescente tenham os cuidados adequados quando pais ou responsáveis não são capazes de realizá-los;
Princípio da Prioridade Absoluta: contido na norma constitucional (artigo 227), ele estabelece que os direitos das crianças e dos adolescentes devem ser tutelados com absoluta prioridade.
Considerando esses princípios, o ECA tenta garantir aos menores os direitos fundamentais que todo sujeito possui: vida, saúde, liberdade, respeito, dignidade, convivência familiar e comunitária, educação, cultura, esporte, lazer, profissionalização e proteção no trabalho. Enfim, tudo para que possam exercer a cidadania plena.
4. Como é caracterizado o Feminicídio e quais as punições previstas aos agressores?
O Feminicídio é o homicídio doloso praticado contra a mulher por “razões da condição de sexo feminino”, ou seja, desprezando, menosprezando, desconsiderando a dignidade da vítima enquanto mulher, como se as pessoas do sexo feminino tivessem menos direitos do que as do sexo masculino.
Na maioria dos casos, o delito é cometido na própria residência da vítima pelo seu marido, namorado ou companheiro. Os primeiros sinais de violência devem ser combatidos o quanto antes, isso porque a maioria das vítimas costuma sofrer
outros tipos de agressões antes do crime propriamente dito, como violência psicológica, física, sexual e/ou moral.
A Lei 13.104/15 modificou o art. 121 do Código Penal e acrescentou o crime de feminicídio na categoria dos crimes hediondos.
Art. 121 do Código Penal:
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino;
VII - contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:
I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
O indivíduo que praticou um homicídio simples poderá pegar de 6 a 20 anos de reclusão, enquanto aquele que condenado por feminicídio pode pegar de 12 a 30 anos.
Desse modo, a condição do feminicídio passou a ser considerada como uma circunstância qualificadora do homicídio. Esse fato também passou a incluir o crime na lista de crimes hediondos, pelos requintes de crueldade e motivação. Logo, as penas são mais rígidas e censuráveis.
A pena deve ser cumprida em regime fechado e pode ser aumentada de um terço até a metade caso o agente pratique sob a incidência de algum agravante. Assim, a progressão de regime para o mais brando apenas é permitida se o condenado já tiver cumprido no mínimo 2/5 da pena, caso réu primário, ou quando tiver cumprido 3/5 da pena, caso seja réu reincidente.
Além disso, a pena para o feminicídio pode sofrer um aumento em sua terça (1/3) nos casos em que o indivíduo seja condenado a 15 anos de prisão e o crime se encaixe em uma das situações agravantes a seguir:
crime praticado durante a gestação ou nos três primeiros meses posteriores ao parto;
crime praticado contra menor de 14 anos ou maior de 60 anos de idade; crime praticado contra uma mulher com deficiência;
crime praticado na presença de ascendentes ou descendentes da vítima (pais, avós, filhos ou netos, por exemplo).
5. Como se dá o acolhimento às vítimas e quais os órgãos para denúncia nos casos de violência sexual e doméstica?
De acordo com o art. 5º da Lei Maria da Penha, violência doméstica e familiar contra a mulher é “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.
A violência sexual é toda relação sexual em que a pessoa é obrigada a se submeter, contra a sua vontade, por meio de força física, coerção, sedução, ameaça ou influência psicológica. Essa violência é considerada crime, mesmo quando praticada por um familiar, seja ele pai, marido, namorado ou companheiro. Considera-se também, como violência sexual o fato de o agressor obrigar a vítima a realizar alguns desses atos com terceiros. Consta, ainda, no Código Penal Brasileiro que a violência sexual pode ser caracterizada de forma física, psicológica ou com ameaça, compreendendo o estupro, a tentativa de estupro.
Como deve ser feito o acolhimento da vítima feito através do atendimento de emergência.
* 1. Atendimento nas Emergências Acolhimento pela enfermeira e encaminhamento para atendimento médico, para realização dos exames e profilaxia das doenças resultantes da violência sexual (se necessário).
Médico: 1) realizar a anamnese (tipo de violência, hora da violência, qual a relação do agressor com a vítima, agressor fez uso de preservativo, número de agressores, última menstruação etc.); 2) prescrever as medicações de acordo com o protocolo e orientar o seu uso, em conjunto com a enfermeira; e 3) solicitar TGO, TGP e o TIG (teste imunológico para gravidez), caso seja necessário o uso de antiretrovirais, assim como esclarecer os seus efeitos colaterais, visando melhor adesão. Além disso,o médico deve referendar o paciente para Centro de Saúde referência em DST/AIDS de sua localidade para continuidade da profilaxia das doenças.
Serviços e Centros Especializados de Atendimento à Mulher
Os Centros de Referência são espaços de acolhimento/atendimento psicológico e social, orientação e encaminhamento jurídico à mulher em situação de violência, que devem proporcionar o atendimento e o acolhimento necessários à superação de situação de violência, contribuindo para o fortalecimento da mulher e o resgate de sua cidadania.
Casas-Abrigo
As Casas-Abrigo são locais seguros que oferecem moradia protegida e atendimento integral a mulheres em risco de morte iminente em razão da violência doméstica. É um serviço de caráter sigiloso e temporário, no qual as usuárias
permanecem por um período determinado, durante o qual deverão reunir condições necessárias para retomar o curso de suas vidas.
Casas de Acolhimento Provisório
Constituem serviços de abrigamento temporário de curta duração (até 15 dias), não-sigilosos, para mulheres em situação de violência, acompanhadas ou não de seus filhos, que não correm risco iminente de morte. Vale destacar que as Casas de Acolhimento Provisório não se restringem ao atendimento de mulheres em situação de violência doméstica e familiar, devendo acolher também mulheres que sofrem outros tipos de violência, em especial vítimas do tráfico de mulheres. O abrigamento provisório deve garantir a integridade física e emocional das mulheres, bem como realizar diagnóstico da situação da mulher para encaminhamentos necessários.
Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs)
São unidades especializadas da Polícia Civil para atendimento às mulheres em situação de violência. As atividades das DEAMs têm caráter preventivo e repressivo, devendo realizar ações de prevenção, apuração, investigação e enquadramento legal, as quais dever ser pautadas no respeito pelos direitos humanos e pelos princípios do Estado Democrático de Direito. Com a promulgação da Lei Maria da Penha, as DEAMs passam a desempenhar novas funções que incluem, por exemplo, a expedição de medidas protetivas de urgência ao juiz no prazo máximo de 48 horas.
Núcleos ou Postos de Atendimento à Mulher nas Delegacias Comuns
Constituem espaços de atendimento à mulher em situação de violência (que em geral, contam com equipe própria) nas delegacias comuns.
Defensorias Públicas e Defensorias da Mulher (Especializadas)
As Defensorias da Mulher têm a finalidade de dar assistência jurídica, orientar e encaminhar as mulheres em situação de violência. É órgão do Estado, responsável pela defesa das cidadãs que não possuem condições econômicas de ter advogado contratado por seus próprios meios. Possibilitam a ampliação do acesso à Justiça, bem como, a garantia às mulheres de orientação jurídica adequada e de acompanhamento de seus processos.
Juizados Especializados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher
Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher são órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal que poderão ser criados pela União (no Distrito Federal e nos Territórios) e pelos Estados para o processo, julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher. Segundo a Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), que prevê a criação dos Juizados, esses poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar a ser integrada por profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e da saúde.
Promotorias e Promotorias Especializadas
A Promotoria Especializada do Ministério Público promove a ação penal nos crimes de violência contra as mulheres. Atua também na fiscalização dos serviços da rede de atendimento.
Casa da Mulher Brasileira
A Casa da Mulher Brasileira integra no mesmo espaço serviços especializados para os mais diversos tipos de violência contra as mulheres: acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia; Juizado; Ministério Público, Defensoria Pública; promoção de autonomia econômica; cuidado das crianças – brinquedoteca; alojamento de passagem e central de transportes.
Serviços de Saúde Geral e Serviços de Saúde voltados para o atendimento dos casos de violência sexual e doméstica
A área da saúde, por meio da Norma Técnica de Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes, tem prestado assistência médica, de enfermagem, psicológica e social às mulheres vítimas de violência sexual, inclusive quanto à interrupção da gravidez prevista em lei nos casos de estupro. A saúde também oferece serviços e programas especializados no atendimento dos casos de violência doméstica.
6. Apontamentos sobre o problema e desenvolvimento de um projeto de combate (soluções) à violência sexual e doméstica na cidade de Curitiba e/ou RMC.
O projeto escolhido foi um aplicativo que ajude mulheres que sofrem violência sexual ou domestica a se sentirem um pouco mais seguras.
Nesse aplicativo estaria contido varias formas de ajudar como: comunicados de lives, palestras e encontros que especialistas dariam e fariam, enviaríamos uma notificação, com link e informações para que não perdessem nenhum evento.
Teríamos também dentro do aplicativo frases para conscientizar e apoiar as vítimas, como um lembrete de que a culpa não é delas.
Algumas mulheres acham simplesmente normal sofrer esse tipo de violência então criamos um espaço no app para ter um chat para interação tanto entre as próprias usuárias como com alguém mais especializado, para tirarem duvidas e terem algum amparo psicológico.
E temos uma sugestão para os órgãos públicos de que investissem no aplicativo, disponibilizando uma rede de viaturas que estivessem ativas somente para casos de violência sexual e doméstica. Elas seriam acionadas pela barra de emergência do aplicativo, que no cadastro já teria informações certas para o resgate da vítima (exemplo: endereço, Telefone e etc).
Projeto do Aplicativo
Relatório
5. Produzir um relatório do debate contendo as impressões e percepções do grupo sobre o tema do grupo.
O grupo se reuniu para debater os objetos de pesquisa do presente trabalho através de reuniões no zoom, conforme as recomendações de distanciamento social. Antes de abrirmos para discussão e apontamentos, separamos as questões e seguimos a mesma ordem em que se encontram no trabalho.
O primeiro tópico analisado foi baseado nas principais causas de violência sexual e doméstica no Brasil que segundo uma pesquisa da AVON, foi constatado que 46% dos entrevistados acreditam que a violência doméstica contra a mulher acontece principalmente porque é uma questão cultural/muito homem ainda se acha “dono” da mulher/o homem brasileiro é muito violento (41% dos homens, 50% das mulheres); 31%, por causa de problemas com bebida/alcoolismo (33% dos homens, 30% das mulheres); 9%, porque a mulher fala demais ou provoca o companheiro (13% dos homens, 5% das mulheres); 6%, porque a mulher não tem autoestima (4% dos homens, 9% das mulheres); 6%, por causa de problemas econômicos/financeiros (8% dos homens, 5% das mulheres); e 2% não souberam ou não responderam. A partir desta pesquisa e outros dados, chegamos em um consenso de que a maioria dos casos acontecem em ambiente familiar e em decorrência da influência cultural, religiosa ou psicológica, muitas mulheres acabam aceitando a convivência em ambientes violentos, assim como a figura masculina apresenta um perfil de controle, agressividade, transtorno, bipolaridade e até mesmo um tom de voz alto, intimidador. Outro fator presente no perfil de muitos agressores, são relacionados aos relacionamentos amorosos, em decorrência de ciúmes, brigas e controle excessivo sob suas companheiras. Além disso, muitos homens utilizam como argumento e justificação de suas ações, o uso de bebidas alcoólicas e acrescentando-se as informações acima, segundo dados da OMS, o Brasil é apontado como o quarto maior consumidor de álcool das Américas, assim, podemos percebero quanto o consumo de bebidas alcoólicas contribui para elevar os números de violência doméstica e familiar contra a mulher em nosso país, entretanto, bebidas alcoólicas não podem ser atribuídas como causa de justificação
para agressão ou violência sexual, pois o álcool é somente um facilitador de tais atos e não a causa destes.
O segundo tópico discutido foram os principais efeitos causados às vítimas de violência doméstica (sexual e física). Podemos apontar a violência sexual como a violência que causa danos extremos e muitas vezes irreparáveis, além de causar dor, constrangimento e medo no momento em que ocorre, a vítima, na maioria dos casos, carrega danos psicológicos ao longo de toda sua vida. Os principais comportamentos que são identificados são o medo, a insegurança, baixa autoestima, a desconfiança e muitas vezes até mesmo o sentimento de culpa, pois muitas vítimas acreditam que elas “provocaram” o abuso, podendo ser através de suas roupas e entre outras questões. Em decorrência destes efeitos gerados após os abusos ou agressões, muitas vítimas demoram para relatar os abusos, consequência de bloqueios que são gerados e a falta de confiança nas pessoas, se tornando retraídas em seus relacionamentos interpessoais sejam na família, amizades e principalmente em relacionamentos amorosos e, alguns casos, as vítimas tentam suicídio, por diversos fatores já citados anteriormente. Abordamos também em debate, especificamente a questão da agressão que trata-se de um caso presente na violência doméstica, ou seja, no cotidiano de milhares de mulheres, que também compromete a integridade física e psicológica da vítima e essas agressões físicas podem ser gravíssimas, como as que causam inflamações e hematomas e muitas vezes ocorrem fraturas ou crônicas que deixam marcas para a vida toda. Os sintomas psicológicos frequentemente encontrados em vítimas de violência doméstica são a insônia, pesadelos, falta de concentração, irritabilidade, falta de apetite, e até o aparecimento de sérios problemas mentais como a depressão, ansiedade, síndrome do pânico e transtorno de estresse pós-traumático.
Nestes casos, o tratamento psicológico é fundamental desde o início, dessa forma, o profissional poderá utilizar técnicas para dessensibilização de traumas, entretanto, o profissional deverá respeitar o tempo e espaço da vítima.
No terceiro tópico do debate, falamos sobre os direitos garantidos em legislação para crianças e adolescentes que estão previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei 8069/90 | Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Neste Estatuto percebemos como a legislação preocupa-se em garantir todos os direitos
fundamentais as crianças e adolescentes, principalmente para auxiliar e facilitar o desenvolvimento destas seja intelectual, moral, espiritual, social, condições de liberdade e dignidade. Além disso, outro ponto extremamente importante, observado em debate, é o que diz no parágrafo único do artigo 3º do estatuto “Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem”, à vista disso, todas as crianças e adolescentes, terão seus direitos preservados sem discriminações. Além do ECA, existem leis penais que também asseguram e protegem as crianças e adolescentes em ocasiões de violência (física ou sexual) ou grave ameaça, um exemplo destas leis encontrados no Código Penal, é o artigo 129 de lesão corporal, em que suas penas e execuções são aplicadas diversas vezes em casos que crianças ou adolescentes sofrem lesões, sejam leves ou graves, por qualquer pessoa maior de idade, seja desconhecida ou dentro do núcleo familiar, mesmo sendo praticada pelos genitores que utilizam de argumentos que estão somente “educando” seus filhos. Portanto, como discutido anteriormente, a legislação não priva-se somente na proteção contra a violência, questões básicas necessárias para o desenvolvimento das crianças e adolescentes, também estão previstos e assegurados, sendo assim, quando sofrem abandono ou maus tratos que demonstrem grave risco aos menores, serão apurados para que sejam garantidos de algum meio, seja pela própria família ou terceiros. Em todos estes casos, a junção do Conselho Tutelar, acompanhamentos psicológicos e até mesmo em casos mais graves a polícia civil, possuem um papel extremamente importante no combate a violência, maus tratos, abandono, entre outros e desta forma garantiram eficácia na aplicação da legislação.
No quarto tópico discutido, abordamos o feminicídio, seu conceito, o que a legislação prevê e a análise de alguns dados. Ao analisarmos o novo tipo penal que estabelece a Lei 13.104, de 9 de março de 2015, notamos que este foi inserido em um inciso do artigo 121 (matar alguém) do Código Penal e, este inciso descreve que feminicídio será considerado quando o homicídio for cometido contra mulher por razões da condição de sexo feminino. Sendo assim, podemos chegar à conclusão
de que se, em uma das circunstâncias especificadas no item anterior, o agente ativo deliberadamente mata intencionalmente ou tentou matar uma mulher (quando ele tem vontade e a consciência produz resultados), ele cometerá o crime de feminicídio. A grosso modo, podemos ter certeza de que, de acordo com o primeiro inciso do dispositivo, o assassinato de mulheres ocorre por meio da "intimidade".
Deve-se enfatizar que o que se estuda aqui não é apenas que os homens são o sujeito ativo do crime, pois a mulher também pode cometer um Feminicídio se incorrer nas hipóteses dos incisos I e II do art., 121, VI, § 2-A.
Neste sentido, o grupo entrou na questão de violência contra transsexuais, ocasião em que questionamos se a aplicação seria a mesma ou existiriam outras interpretações da lei e encontramos duas correntes sendo; a) não há Feminicídio contra transexual, pois é geneticamente homem (conceito biológico); b) adota-se o “conceito jurídico”, pois, se a Justiça autorizou a modificação do documento, pode ser vítima de Feminicídio. Conforme essas duas linhas de pensamento, o grupo concluiu acerca da condição dos transsexuais de que o legislador deveria seguir a segunda corrente, visto que a lei deve ser interpretada conforme o meio social atual. O § 7° do art. 121 do Código Penal prevê que a pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:
I. - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
II. - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência;
III. - na presença de descendente ou de ascendente da vítima.
O texto do dispositivo é muito instrutivo e pode ser entendido sem maiores explicações pelo grupo, entretanto o que concluímos foi que novos tipos de crimes são outra forma de combater a violência contra as mulheres, inclusive sendo incluídos na lista de crimes hediondos (Lei nº 8.07 / 90). No entanto, embora precisemos promulgar mais leis para alcançar o autocontrole coletivo, perceberemos que não estamos preparados para o desenvolvimento da sociedade e da humanidade, porque se a humanidade permanecer igual, será inútil mudar a legislação.
No quinto tópico discutido pelo grupo, o tema foi relacionado ao acolhimento das vítimas e quais os órgãos para denúncia sexual e doméstica. Através de
pesquisas, encontramos a Central de Atendimento à Mulher (ligue 180), que presta uma escuta acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento. O serviço também fornece informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso: Casa da Mulher Brasileira,Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros. Em relação as crianças e adolescentes, existe o CREAS que oferece um conjunto de procedimentos técnicos especializados por meio do atendimento social; psicossocial na perspectiva da interdisciplinaridade e articulação intersetorial, para atendimento às crianças e aos adolescentes vítimas de violência doméstica, abuso ou exploração sexual, bem como aos seus familiares e, quando possível, ao agressor, proporcionando-lhes condições para o fortalecimento da autoestima, superação da situação de violação de direitos e reparação da violência vivida. Este órgão é destinado a faixa etária de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos e 11 meses, de ambos os sexos, vítimas de violência, abuso e exploração sexual e suas famílias. Entretanto, o grupo levantou a questão atual em que estamos vivenciando uma pandemia e muitos desses órgãos, em decorrência da necessidade de isolamento social, tiveram algumas mudanças e não conseguiam atender totalmente as vítimas de violência doméstica e através de pesquisas, encontramos a proposta atual aprovada pela câmera que torna essenciais os serviços de acolhimento institucional às mulheres e seus dependentes que forem vítimas de violência doméstica durante a pandemia de Covid-19. As mulheres vítimas de violência doméstica terão direito a acolhimento institucional temporário de curta duração em abrigos ou até mesmo em hotéis, pousadas ou outros imóveis custeados pelo poder público para garantir a separação do agressor. A regra vale enquanto durar a situação de emergência causada pelo novo corona vírus, ou seja, até 31 de dezembro de 2020.
Outra forma de atender as vítimas de violência doméstica e até mesmo prevenir futuras violências, foi a campanha Sinal Vermelho para a Violência Doméstica, o objetivo da campanha é oferecer um canal silencioso, permitindo que essas mulheres se identifiquem nesses locais e, a partir daí, sejam ajudadas e tomadas as
devidas soluções. É uma atitude relativamente simples, que exige dois gestos apenas: para a vítima, fazer um X nas mãos e para a farmácia, uma ligação. Ao discutirmos sobre esta nova alternativa, podemos observar que realmente é eficaz e útil, não somente pelo fato de estarmos vivendo um momento de pandemia global, e sim, pela forma em que é feita, pois muitas vezes, as vítimas não podem demonstrar reações perto do agressor ou evidenciar que farão uma denúncia, e essa ideia de uma campanha que priorizasse a denúncia silenciosa surgiu para ajudar justamente aquela mulher que está presa em casa e que não tem como pedir socorro, seja porque o companheiro quebrou o celular dela, ou escondeu o telefone, ela não tem um computador, não tem como se comunicar com a família, enfim, não consegue chamar ninguém para auxiliá-la e não consegue fazer a denúncia de forma virtual.
Concluindo o debate, podemos chegar a um consenso de que a caminhada para combater a violência domestica contra mulheres, crianças ou adolescentes, nunca deixará de existir, porém nós como sociedade e os órgãos competentes, temos um papel extremamente importante nesta luta. Ainda existem milhares de vítimas que não conseguiram expor violências que sofreram e isso só mostra o quanto somente a criação de novos projetos de lei não são tão eficazes, sendo assim, a principal ferramenta que deveria ser implementada e melhorada, é o acompanhamento das famílias que demonstrarem qualquer indicio de violência doméstica, principalmente através de técnicas psicológicas. Desta forma, as vítimas de violência se sentiram acolhidas para expor as situações e notar indícios de que estão propensas a sofrerem estes tipos de violência, visto que é extremamente importante prevenir qualquer tipo de violência para evitar danos futuros nas vítimas, como citado anteriormente e em casos extremos até mesmo a morte.
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