Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR CARACTERÍSTICAS: 0 - 3 MESES - de 0 a 30 dias o bebê se apresenta em uma posição fisiológica em supino e prono, a postura é predominante; - o rosto fica voltado para os lados. Não consegue segurar a postura da cabeça, fazendo com que ela caia para trás; - Ao fim do primeiro mês e início do segundo, o bebê já consegue responder a estímulos com sorrisinhos; - as mãos do bebê ficam semi-fechadas, o polegar a mostra, porém sem estabilidade; - o tórax na linha média muda de posição de acordo com a movimentação da cabeça; - Em dois meses, o bebê consegue manter a cabeça elevada por algum tempo, mas logo em seguida, desestabiliza; - as mãos permanecem quase sempre fechadas; - O corpo se encontra mais simétrico e as pernas apresentam menos flexão, reflexo de moro ainda aparece quando a cabeça se move para posição dorsal quando ele é puxado para sentar.; - No terceiro mês a criança consegue manter a cabeça em postura média, o tronco se move junto com a cabeça; - já consegue mexer os dedos em movimento de abre e fecha, assim também tateando objetos; - apresenta melhoras no equilíbrio, suas costas estão mais firmes quando em posição sentado; - 2 meses: fixa o olhar e sorri; - 3 meses: firma o pescoço; Padrão de respostas Sons instrumentais: - No início, resposta de sobressalto ou de Moro em recém-nascidos com audição normal com estímulo de 65 dB NPS** ou mais alto, apresentado de forma súbita. Reação de sobressalto/resposta de atenção/virar a cabeça. SINAIS DE ALERTA - Não responde aos sons. - Não presta atenção aos rostos. - Não levanta as pernas quando de barriga para cima. - Não segura os objetos. - Resiste à alimentação. CARACTERÍSTICAS : 4 - 6 MESES - de 5 a 6 meses o bebê fixa olhar além da linha média, ocorrendo aumento da esfera visual, capaz de dissociar os movimentos dos olhos dos movimentos de cabeça, acuidade visual bem desenvolvida, reconhecer o familiar, ampliação do campo visual, movimentos de busca visual são rápidos e precisos; - aos 4 meses de idade, o bebe é capaz de sustentar e levantar a cabeça e o peito enquanto está de bruços, usando o cotovelo e o antebraço como apoios e se deitado de costas levanta a cabeça durante alguns segundos; - consegue sentar-se se estiver apropriadamente apoiado e tentar rolar; - já tem capacidade de segurar algum objeto com as mãozinhas de modo voluntário e erguer os bracinhos para que o pegue; - 5 meses: usa a mão; - 5 a 9 meses: deve estar andando; - já inicia o balbucio com algumas expressões faciais como sorrir, franzir a testa e mexer a boca; - com 5 meses, quando deitada de costas a criança começa a “pedalar” e brincar com seus pezinhos; - agarra objetos ao seu alcance e os coloca na boca para sugá-los; - sorri para seu reflexo no espelho; - é capaz de levar os pés à boca, eleva o quadril, inicia o rolar ainda sem muita rotação do tronco; - puxado para sentar, ele eleva a cabeça do apoio, colocado na posição sentada: a cabeça não oscila; começa a sentar com apoio, mantendo o tronco ereto, por momentos breves; - no 5° mês a capacidade de atenção aumenta e já passa mais tempo em uma mesma atividade; - emite sons vocálicos diferenciados, expressando emoções (ri e solta gritos de alegria ao brincar); - usa movimentos do corpo e sons para chamar a atenção do outro (levanta o braço, segura com a mão); - olha e pega tudo que está ao seu alcance, levando-os à boca propositalmente; - nos 6 meses de vida, a criança senta-se com apoio, passa a fazer a preensão com toda a palma da mão e polegar; - inicia a balbuciação e aprende a localizar a direção dos sons com maior precisão. Indo então de supino à prono, passa a ter mais interesse em se arrastar até variados objetos e brinquedos; - aprende a localizar a direção dos sons; - Uma série de reflexos e reações do RN vão sendo inibidos por esta diferenciação e vão desaparecendo progressivamente ao longo do 3º e 4º mês de vida; Padrão de respostas Sons instrumentais: - Entre 3 e 4 meses: o lactente pode começar a virar lentamente a cabeça. Resposta de atenção/virar a cabeça/localização lateral. - Procura ou localiza o som da mãe. SINAIS DE ALERTA Portanto, se o bebê aos 4 meses não apresentar reação antecipatória, ou seja, não faz sons como se estivesse conversando, não sorri para as pessoas, não balbucia ou emite sons, não acompanha objetos com o olhar, não leve objetos na boca, não sustenta a cabeça, não firmar ou estender as pernas quando sustentado na posição dura. Tem dificuldade em mover os olhos, seguir alguma direção / objeto ou não faz contato visual. E também bebe é quieto ou irritado demais, não provoca ou gosta de interações. Estes são alguns sinais de alarme, que devem ficar atentos. Bebê diferente das outras crianças da mesma idade. Não tem controle motor. Dificuldade para levar objetos à boca. Não emite sons. CARACTERÍSTICAS : 7 - 9 MESES - é previsto que ele balbucie sílabas repetidas (como ma-ma e pa-pa); - se arraste para conseguir se movimentar; - faça contato visual e escute atentamente enquanto alguém fala com ele; - consegue amassar um pedaço de papel com as duas mãos e quando sentada, a criança coloca as duas mãos à frente ou ao lado do corpo, apoiadas no chão, como forma de se sustentar; - demonstra movimentos mais precisos do que quando tinha 6 meses e os sons passam a ser melhor percebidos; - com 8 meses a criança já consegue ter firmeza para sentar sozinha; - aos 9 meses já compreende o “não” e começam a fazer movimentos mais complexos, como conseguir se levantar e/ou ficar em pé com algum apoio; - é muito comum o bebê colocar muitos objetos na boca e gosta de jogar brinquedos no chão para alguém resgatar; - Do 6º ao 9º mês de gestação aparece o TÔNUS MUSCULAR; - 9 a 15 meses: caminha; Padrão de respostas Sons instrumentais: - 7 meses: os músculos do pescoço do lactente estão suficientemente fortes para permitir que ele gire a cabeça diretamente para o lado de onde vem o som. Resposta de atenção/localização lateral. Localização INDIRETA para baixo. Entre 7 e 9 meses: começa a identificar a localização precisa da fonte sonora com uma virada direta da cabeça para o lado. A resposta é brusca e firme. Ainda não olha diretamente para o som apresentado acima do nível dos olhos. - Localiza a voz da mãe ou do examinador. SINAIS DE ALERTA - Não se senta sozinho. - Não se mantém em pé mesmo apoiado. - Não diz palavras simples (mamãe, papai). - Não usa gestos simbólicos. - Não aponta os objetos. CARACTERÍSTICAS: 15 MESES - aos 15 meses há o inicio do desenvolvimento do pensamento simbólico, em que a criança realiza imagens mentais, ou seja, a capacidade de representar simbolicamente uma realidade mental; - começam a testar ações a fim de obter resultados parecidos, em vez de apenas repetir os movimentos que trouxeram satisfação; - anda sozinha e arraste-se para subir em objetos; - fica em pé sozinha sem se segurar em nada; há um ganho gradativo de equilíbrio; - sobe escadas engatinhando; - explora objetos desconhecidos por todos os meios que conhece: pegar, levantar, soltar, sacudir e repetições destes esquemas; - são exemplos característicos: a conduta dos suportes (a criança descobre a possibilidade de atrair para si um objeto afastado puxando a seu encontro o suporte sobre o qual está colocado); a conduta do barbante (a criança puxa para si um barbante ao qual está amarrado um objeto, para atraí-lo em sua direção); e a conduta do bastão (utilização de um bastão como instrumento intermediário para alcançar um objeto distante, fora do campo de preensão da criança); - há busca de objetos escondidos, apesar da procura sempre recair no primeiro local usado para esconder o objeto; - já se comunica melhor; pode falar nomes de fácil pronúncia; reconhece o próprio nome quando chamado; surgem as primeiras palavras de duas sílabas, como “tasa” (casa) e “tato” (pato); Padrão de respostas Sons instrumentais: - 10 meses: começa a localizar o som acima da cabeça. Localização para o lado. Localização DIRETA para baixo. - Reconhececomandos verbais Exemplo: dá tchau!; joga beijo; bate palma. SINAIS DE ALERTA - Não anda sem apoio até aos 18 meses. - Não fala algumas palavras. - Não imita ações ou palavras. - Não compreende a função dos objetos familiares. CARACTERÍSTICAS: 18 MESES - quanto à motricidade ampla, a criança deve andar bem, recuar, abaixar-se, apanhar um brinquedo do chão e dar uma breve corrida, além de conseguir subir escadas (com apoio); - a respeito da motricidade fina, deve ter a lateralidade mais definida, fazer rabiscos no papel, empilhar três cubos, olhar para o livro voltando as páginas com mais interesse no conteúdo e montar quebra-cabeças simples de três peças, tendo noção de forma e cor; - desenvolvendo a autonomia e a socialização, a criança consegue beber pelo copo sem derramar, segurando-o com ambas as mãos, usar a colher (derramando pouco) e tirar meias e sapatos; - além disso, não gosta que lhe peguem, demonstra independência crescente, mas quer muita atenção, mostrando afeto para as pessoas com quem está familiarizada e gruda nos cuidadores em situações desconhecidas; - inicia o jogo simbólico, imitando atividades domésticas ou brincando de faz de conta simples, como alimentar uma boneca; - desenvolve maior noção do seu «eu» e fica mais animada com a companhia de crianças, iniciando a socialização; - se o bebê se encaixa nos parâmetros de linguagem, ele usará 6-26 palavras reconhecíveis e compreenderá muito mais, saberá mostrar três partes do corpo e os sapatos, quando for pedido. Vai saber identificar objetos de uso corrente e nomear alguns (bola, carro) e também saber para que servem as coisas comuns, como telefone, escova e colher; - já consegue usar gestos para se comunicar – apontar, mostrar e dizer “não” balançando a cabeça. Padrão de respostas Sons instrumentais: - Localiza diretamente os sons para o lado, para baixo e para cima. - Reconhece comandos verbais Exemplo (12 a 15 meses): Cadê a chupeta? Cadê a mamãe? Exemplo (15 a 18 meses): Cadê o pé? Cadê a mão? SINAIS DE ALERTA É sinal de alarme e considerado anormal para a faixa etária se o bebê não se põe de pé, anda na ponta dos pés, não anda ou possui assimetrias; não faz pinça fina, arremessa objetos ou leva-os sistematicamente à boca, não apresentando uso funcional; apresenta ausência de resposta à voz, não vocaliza espontaneamente; não se interessa pelo que o rodeia, não percebe ou não liga se um cuidador sai ou retorna, não estabelece contato e não apresenta intencionalidade comunicativa; não cumpre ordens; perde habilidades que já teve. CARACTERÍSTICAS: 2 ANOS - por volta dos 2 anos de idade, o equilíbrio da criança encontra-se bem avançado, devido à grande flexibilidade de joelhos que a permite ficar em posição estática. Porém, dificuldades em atividades que exijam corrida ainda estão presentes, pois aos 24 meses, o indivíduo necessita de uma maior vivência motora para executá-las; - possuir facilidade em manipular e utilizar objetos com as mãos (como pegar um lápis de cor para desenhar ou uma colher para comer sozinho); - aperfeiçoar as suas competências motoras finas; - correr com segurança evitando objetos; - Ser capaz de correr e chutar uma bola sem perder o equilíbrio; - movimentar-se, como se estivesse dançando, ao ouvir o som de uma música; - Gostar de ver livros e ser capaz de virar uma página de cada vez; - começar a definir sua lateralidade, dando preferência para os membros (mãos e pés) de um lado (direito ou esquerdo); - iniciar a brincadeira de imitar os adultos; - começar, de forma gradual, a controlar os esfíncteres (intestinos e bexiga); - começar a participar das atividades cotidianas, como por exemplo, vestir-se e beber água sozinho; - dominar um vocábulo de 50 a 300 palavras; - utilizar verbos e adjetivos em frases de até 4 palavras; - identificar os gêneros (feminino/masculino); - nomear pelo menos uma cor; - nomear partes simples do corpo humano; - reconhecer membros da família e objetos comuns; - distinguir tamanhos (grande/pequeno); - falar para ela própria enquanto brinca; - pode apresentar uma “gaguez” natural, quando excitado com algum acontecimento, repetindo palavras completas; - pronunciar protopalavras; - começar a fazer perguntas do tipo Sim/Não; - aparecimento de pronomes possessivos e da terceira pessoa do plural no discurso “meu”, “teu” e “ele”; - começar a usar o passado; - usar frases simples do tipo sujeito-verbo-objeto (SVO); - envolver-se e estabelecer contato visual durante as conversações; - demonstrar as suas frustrações através das palavras e menos com “amuos” e choro; - mostrar coisas ao adulto e obter a sua atenção constantemente, usando palavras como: “Olha!”; - rabiscos (depois de alguns meses a criança começa a nomear o que o rabisco representa); - interagir com adultos e crianças, tanto familiares quanto amigos; - brincar com outras crianças, de forma conjunta ou separadas em um mesmo ambiente; - dividir e pegar brinquedos emprestados; - entreter-se com o faz de conta na companhia dos colegas; - transmitir os seus sentimentos além do choro. - Os membros superiores tornam-se gradativamente cada vez mais ágeis para alcançar, segurar e manipular objetos. - Primeiro, agarra o objeto com a mão; depois, usa os dedos e finalmente o movimento de pinça fina (polegar e indicador). A partir daí, começa a brincar e utilizar os objetos para mordê-los e jogá-los fora e assim vai construindo a sua vida psíquica e relações com o mundo. - A partir dos 24 meses, as crianças já respondem diretamente para todos os lados, ou seja, vira a cabeça para o som apresentado acima, abaixo e aos lados. SINAIS DE ALERTA - Não faz “birras”. - Tem dificuldade para manipular os objetos. - Não entende as instruções simples. - Faz pouco contato visual. - Dificuldade para se afastar da mãe. CARACTERÍSTICAS: 3 ANOS - formar frases gramaticais (EU); - dizer o próprio nome completo; - produz frases respeitando tempo verbal (passado, presente, futuro), gênero (masculino/feminino) e número (singular e plural); - criança totalmente integrada em diversos níveis; - motoramente pronta; - segura o lápis entre o polegar e o indicador, apoiando-o sobre o dedo médio; - noções de frio, cansaço e fome; - inicia equilíbrio sobre 1 pé só; - sobe escadas alternando pés; - pedala bicicleta; - corre contornando obstáculos; - conta estórias; - cortar com tesouras; - descreve ações de pessoas e animais (livro); - tem ciúme de tudo; - identifica cores principais; - ideia real de permanência do objeto; - começa a desenvolver de forma muito clara a empatia pelas outras crianças; - pula correndo; - desce escadas; - lava e seca as mãos; - inventa nomes para pessoas e objetos; - assimila 10 pontos do corpo; - planeja e realiza atividades mais complicadas; - tem equilíbrio estático com os olhos abertos; - a criança veste-se com auxílio, coloca os sapatos, mas ainda não faz laços. SINAIS DE ALERTA Anda sistematicamente em pontas; Mantém flapping dos braços (por exemplo, esticar e abanar); Não parece compreender o que lhe dizem, não junta duas palavras; Não usa funcionalmente os objetos e não tenta fazer algo construtivo e criativo; Não tenta interagir com os outros, não socializa, não mostra, não partilha e não pede; Não usa o gesto como suporte para comunicar, no caso de dificuldades expressivas. CARACTERÍSTICAS: 4 ANOS - certas atividades da vida diárias (AVD’s) como vestir-se ou despir-se com pouca ajuda, escovar sozinho os dentes comer e pentear os cabelos também sozinho; - brincadeiras como pular com um pé só, correr mudando de direção e andar de triciclo (moto infantil); - na escola deve conseguir fazer recortes com a tesoura de objetos geométricos simples; - ao desenhar, a figura humana já deve estar mais detalhada e também se espera que o desenho representa histórias ou algum evento; - cantar uma canção simples de cabeça; - conseguir dizer seu nome e sobrenome; - sabe diferenciar as cores, contar alguns números; - inicia o processo da escrita copiando as letras de forma (desde que tenha estimulaçãopara tal ação); - consegue distinguir o tempo (hoje, ontem, amanhã); - compreende alguns conceitos; fase de fazer muitas perguntas; - ela prefere brincar com outras crianças do que sozinha; - aprende o dividir, aceitar regras e respeitar a vez do outro; - tem mais confiança em si mesma; - inicia o processo de diferenciar a realidade da fantasia; - mentem para sua própria proteção, mesmo sem saber que está mentindo, pois o conceito de mentir ainda não é claro pra ela; - consegue perceber situações de perigo, como medo de monstro ou do escuro. SINAIS DE ALERTA - Não consegue saltar ou pular. - Tem dificuldade para desenhar garatujas. - Ignora as outras crianças. CARACTERÍSTICAS: 5 ANOS - habilidades motoras; - escolhas de brinquedos e brincadeiras; - diálogo com adultos; - expressão de sentimentos; - desenhos com mais detalhes; histórias e eventos; - relação de palavras com objetos; - manusear talheres; - vestir-se e despir-se; - conhecimento de letras e números; - entendimento de tempo. SINAIS DE ALERTA - Não sabe dizer o seu nome. - Não usa fantasia nas brincadeiras. - Não brinca com as outras crianças. - É pouco autônoma. - Não expressa emoções. CARACTERÍSTICAS: 6 ANOS - desenvolvimento motor: a coordenação motora se consolida; - a criança possui muita energia. Desenvolvimento cognitivo: aprendizagem da leitura e escrita; - fase dos "porquês?" mais complexos. - Desenvolvimento social: atividades em grupo; fase de fazer amizades e também criar desavenças; - desenvolvimento emocional: maior independência, mas acompanhada de insegurança; - estágio maduro da maior parte — aos 6 anos completos das habilidades motoras fundamentais. Características neurológicas normais no rn: - atitude assimétrica; - hipotonia axial; - hipertonia apendicular (em flexão dos 4 membros); - reflexos profundos; - reflexo cut-plantar em extensão; - reflexo olhos de boneca; - reflexo fotomotor. Relações Automáticas ou Reflexas: - rtca; - r. apoio + retificação; - r. da marcha; - r. preensão palmar; - r. busca + sucção; - r. de moro. Até mesmo no momento do nascimento, a facilidade ou a dificuldade com que nascemos e começamos a respirar, ou mesmo a eficiência ou não do nosso serviço de saúde, também podem afetar significativamente o processo de desenvolvimento do nosso cérebro.O cérebro precisa dos estímulos sensoriais, porque tudo chega a ele através dos sentidos. Portanto, para desenvolver o cérebro é fundamental estimular os sentidos (tato, olfato, audição, paladar e visão) através do componente emocional. Isso porque o vínculo afetivo é essencial tanto para motivar a criança em sua adaptação ao novo ambiente, quanto para promover a sua estruturação e a organização neurológica. E quais são os fatores que podem vir a prejudicar este desenvolvimento? 1- Os riscos biológicos, causados por eventos ocorridos pré (antes), peri (durante) e pós (depois) nascimento – são exemplos de riscos biológicos, a ingestão de substâncias químicas pela mãe durante a gravidez, a prematuridade do parto e as meningites, que resultam em danos para a criança; 2- Os chamados “riscos estabelecidos” que são, por exemplo, as más formações congênitas e as síndromes genéticas; 3- Os riscos ambientais que são as experiências adversas ligadas à família, ao meio e à sociedade – como, por exemplo, a desnutrição, as condições precárias de saúde, a falta de recursos sociais e educacionais, as práticas inadequadas de cuidado e educação, os estresses intrafamiliares (como a violência, o abuso, os maus-tratos e os problemas graves de saúde mental da mãe ou de quem cuida). Todos estes fatores podem, na primeira infância, interferir negativamente no processo de desenvolvimento do cérebro da criança. A PROGRESSÃO CÉFALO-CAUDAL Inicia na cabeça e vai até aos dedos dos pés. O controle se desenvolve primeiro na cabeça e depois no pescoço, nos ombros, no tronco, no quadril, nas pernas e nos pés. A PROGRESSÃO PRÓXIMO-DISTAL Inicia no eixo central se deslocando para as extremidades. O controle se desenvolve a partir dos ombros para os cotovelos, os punhos, as mãos e os dedos. Entendendo que o desenvolvimento segue esta progressão, devemos ter cuidado ao exigir da criança ações que a sua maturação cerebral ainda não permite, como, por exemplo, oferecer-lhe brinquedos para manipular antes dela ter sustentado o pescoço ou colocá-la em pé antes dela ter controle dos quadris.o bebê já nasce com alguns reflexos – que são reações involuntárias em resposta a um estímulo externo e consistem nas primeiras formas do movimento humano. Os reflexos servem como fonte primária de informações que se armazenam no córtex (porção do cérebro) em desenvolvimento. Tipos de Reflexos Reflexos primitivos: são aqueles relacionados à sobrevivência, com funções de busca de alimentação e de proteção. Reflexos primitivos posturais: são os precursores (iniciadores) dos movimentos voluntários. Alguns destes reflexos, como o da sucção, da preensão palmar, plantar e o da marcha, serão substituídos por atividades voluntárias. Outros, como o de Moro, simplesmente desaparecerão. Os reflexos serão apresentados quando formos estudar sobre “desenvolvimento motor”. “Nos primeiros meses de vida, a presença, a intensidade e a simetria desses reflexos podem ser usadas para avaliar a integridade do cérebro. A presença deles indica que o cérebro está se desenvolvendo e trabalhando corretamente, e também ajuda a detectar anormalidades como as alterações músculo-esqueléticas congênitas ou as lesões no cérebro. Por outro lado, a persistência da maioria desses reflexos, no segundo semestre de vida, também indica anormalidades no desenvolvimento.” As mudanças motoras se apresentam de forma relativamente mais lenta (passando por um processo de maior aperfeiçoamento), as mudanças sócio afetivas e intelectuais/cognitivas avançam com maior intensidade. ● 0-3 meses, a boa alimentação ajuda na capacidade de atenção e concentração, no desenvolvimento motor. as habilidades auditivas vão surgindo e se interligando no dia a dia, à medida que a função auditiva vai se desenvolvendo e as experiências auditivas vão acontecendo, na rotina de vida da criança. O desenvolvimento das habilidades auditivas requer que a criança passe pelas seguintes etapas auditivas: • Detecção auditiva: perceber a presença e a ausência de som; • Discriminação auditiva: perceber a diferença entre dois ou mais sons, de acordo com intensidade e frequência; • Reconhecimento auditivo: identificar o som, classificando e nomeando o que ouviu, repetindo ou apontando o estímulo. • Compreensão auditiva: entender os estímulos sonoros sem repeti-lo. Responder perguntas, seguir instruções e recontar histórias. Ao nascer, a audição do bebê é reflexa, mas, a partir do momento em que a criança está exposta a estímulos auditivos variados, iniciam-se as experiências auditivas e as respostas comportamentais aos sons . As experiências auditivas, nos primeiros anos de vida, auxiliam a organização de processos neuropsicológicos, orgânicos, afetivos e simbólicos. O sistema auditivo está formado ao nascimento e, em função da estimulação sonora, ocorre maturação das vias auditivas, em nível de tronco encefálico e córtex auditivo. O período de maior plasticidade neuronal da via auditiva compreende a faixa etária que vai do nascimento aos 2 anos de idade. Durante esse período, o sistema auditivo central encontra-se permeável às modificações, que dependerão da quantidade e da qualidade dos estímulos ofertados e captados; por isso, é fundamental a detecção precoce de qualquer alteração neste sistema. A partir dos 24 meses, a criança já responde diretamente para todos os lados, ou seja, vira a cabeça para o som apresentado acima, abaixo e aos lados . visão depende da integridade não só das estruturas oculares, como também das radiações ópticas, de diferentes áreas corticais e subcorticais, sendo o cérebro humano responsável pela análise e interpretação das informações captadas pelos olhos.O desenvolvimento da visão segue algumas etapas, que vão do estabelecercontato de olho, movimentar os olhos para buscar o estímulo visual, sorrir para as pessoas, reconhecimento dos pais e de objetos, respostas para expressões faciais, seguimento de objetos e pessoas, piscar para objetos que se aproximam do campo visual, imitação de brincadeiras, compreensão de gestos e apontar para objetos desejados. Vale destacar que todo RN nasce com baixa visão, porém, conforme já explicitado anteriormente, assim como o SNC, o sistema visual desenvolve-se, também, conforme os estímulos visuais aos quais é exposto. Nas primeiras semanas de vida, tanto retina, quanto as vias ópticas e córtex visual têm um rápido desenvolvimento, sendo o 1º ano de vida o período evolutivo de maior importância. Até os 4 anos, há um refinamento do desenvolvimento das funções visuais que se completa entre 9 a 10 anos de idade. Motricidade Espontânea: 1. Os movimentos da criança são simétricos. 2. As mãos da criança se abrem e fecham espontaneamente. 3. Os membros superiores e inferiores apresentam algum grau de liberdade em sua movimentação, que será maior à medida que a roupa for retirada, e atingirá sua amplitude no momento que o bebê estiver sem roupa e em ambiente aquecido. 4. Os movimentos de “busca e fuga” ocorrem nos membros superiores, tendendo a linha média. Se estiver sobre a influência do Reflexo Tônico Cervical Assimétrico (RTCA), o padrão de movimentação muda, ficando mais assimétrico, conforme a posição de lateralização da cabeça (extensão dos membros do lado para o qual a face está voltada, principalmente do membro superior, e flexão dos membros do lado contralateral). O examinador pode chamar a atenção da criança para o lado oposto a fim de observar a mudança do padrão de movimentação.. 5. Os movimentos dos membros inferiores são menos amplos do que os movimentos dos membros superiores, imitando ocasionalmente o pedalar, ora fletindo-se, ora estendendo-se, simétricos. O primeiro padrão é chamado de “padrão flexor próprio do recém-nascido” em virtude de que, em um bebê nascido a termo e sem alterações, pode-se observar a flexão de todos os membros do corpo. Todos os movimentos tendem à linha média e, em prono, a descarga de peso corporal concentra-se na região cervical, em função da flexão do quadril e consequente elevação da pelve, exigindo um grande esforço do bebê para a extensão cervical. A experiência em extensão nessa fase é desencadeada pelo reflexo de Moro e a reação positiva de suporte. Aos poucos, esse padrão flexor diminui e, a partir do primeiro mês de vida, por influência do RTCA, o bebê adquire um padrão mais assimétrico e os movimentos se tornam mais livres e voluntários. Ao atingir os 4 meses de idade, inicia-se o primeiro padrão extensor: se colocado em prono, o bebê é capaz de estender-se totalmente, tirando as pernas e os braços do plano de exame e apoiar se apenas no abdômen. Ao posicionar a criança de pé, o mesmo já é capaz de sustentar seu próprio peso, sem a influência da reação positiva de suporte, utilizando a força do quadríceps. Aos 6 meses de idade, entra em ação o segundo padrão flexor. O bebê já é capaz de segurar os pés e levá-lo à boca. Este segundo padrão, integrado às habilidades motoras, permite que o bebê assuma a postura de gatas. O último padrão extensor é definitivo para o ser humano. Ele é percebido a partir da capacidade da criança em saltar quando colocada de pé. O melhor equilíbrio de tronco permite liberar uma das mãos quando está em gatas e posteriormente quando está de pé. Desse momento em diante, não ocorrem novas mudanças do padrão de tônus. O que se percebe é apenas o refinamento das habilidades motoras como engatinhar, ficar de pé, ficar de joelhos e andar. As anormalidades do tônus são consideradas, por muitos autores, como sendo um dos sinais mais evidentes de alterações no desenvolvimento neuro-sensório-motor. Tais alterações se caracterizam pela diminuição da tensão em que se encontra permanentemente um músculo normal em repouso e diminuição da resistência ao movimento passivo (hipotonia); aumento da tensão em repouso e/ou da resistência ao movimento passivo (hipertonia) ou, ainda, a variação entre diminuição e aumento da tensão e/ou resistência ao movimento passivo (flutuação tônica). Os reflexos podem, conforme sua evolução, ser divididos em três grupos: • manifestações normais durante algum tempo e que desaparecem com a evolução, somente aparecendo em condições patológicas: reflexo tônico cervical e de retificação corporal, ambos desaparecendo com um ou dois meses de idade; reflexo de Moro, que desaparece em torno de 4-6 meses; quando bilateral, pode ser normal até 18 meses; • reflexos que existem normalmente, desaparecem com a evolução e reaparecem como atividades voluntárias: reflexo de preensão, sucção e marcha, por exemplo; • manifestações que persistem por toda a vida: os vários reflexos profundos e os reflexos cutâneos abdominais. O uso funcional das mãos é essencial na realização das atividades de vida diária. Durante o desenvolvimento, a criança se engaja em diferentes papéis, cada vez mais complexos, que requerem o uso unimanual ou bimanual de forma eficiente. Esta ação se inicia com a descoberta das mãos pelo bebê, quando o segmento passa a ser percebido no campo visual. A criança pode permanecer longos períodos observando, fase que representa o início do desenvolvimento das habilidades óculo-manual. Ao longo do primeiro ano é frequente o contato involuntário – passando a voluntário – das mãos com o próprio corpo, objetos, pessoas. 1. Reflexo de preensão: a criança fecha a mão ao se colocar um estímulo na palma, iniciando desde recém-nascido, e finalizando aos 3/4 meses. 2. Alcance: movimentos dos membros superiores em direção a um objeto: a. Aos 3/4 meses, a criança em decúbito dorsal possui o seu ombro mais estável, levando todo o membro superior à região dos olhos. b. Aos 5/8 meses, o complexo ombro encontra-se ainda mais estável, permitindo o cotovelo fazer a extensão e alcançar objetos mais distantes. c. Aos 9/12 meses, o bebê já domina a posição sentada, e apresenta maior estabilidade das articulações do ombro, cotovelo, punho e mãos. Nessa idade, a criança já se locomove engatinhando e/ou andando com ou sem ajuda física, alcançando o objeto de seu interesse. supino: atitude simétrica: decúbito ventral:
Compartilhar