Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Conjunto de aptidões físicas e habilidades psicossociais, interligadas ao ambiente e propriedades biológicas do indivíduo, que vão surgindo gradualmente ao longo dos primeiros anos da infância e refinando-se logo em seguida, para que nos tornemos independentes, autossuficientes e sociáveis. O desenvolvimento é um processo contínuo que envolve a aquisição de novas funções e habilidades (intelectuais, sociais e motoras). É ordenado por estágios sequenciais e único para cada criança. Ocorre na direção céfalo- caudal, próximo-distal e do geral para o específico. Desenvolvimento infantil é um processo que vai desde a concepção, envolvendo vários aspectos de maturação: neurológica, comportamental, cognitiva, social e afetiva da criança. Tem como produto tornar a criança competente para responder às suas necessidades e às do seu meio, considerando seu contexto de vida. Enquanto o crescimento prossegue de maneira razoavelmente contínua, o desenvolvimento está sujeito a períodos de estagnação e regressão. Domínios do desenvolvimento infantil: físico, motor (grosso e fino), moral, cognitivo (organização do pensamento), socioemocional, sexual (2-3 anos se reconhece como menino (a) e neurológico. Desenvolvimento motor grosso: • 18 a 24 meses: agacha para pegar objetos, corre, sobe escadas com apoio segurando, sem alternar os pés. • 3 a 3,5 anos: sobe escadas sozinho, alterna pés, pedala triciclo, equilibra-se em um pé • 4 anos: pula em um pé só, imita gestos • 5 anos: equilibra-se com a ponta de pé encostada no calcanhar do outros, com olhos abertos. Anda para frente com o calcanhar encostado • 6 anos: equilibra-se com a ponta do pé encostada no calcanhar do outro, com olhos fechados. Anda para trás com calcanhar encostado. Desenvolvimento motor fino: • 18 a 24 meses: constrói torre de 3 blocos aos 18 meses; 6 a 7 blocos aos 2 anos e inicia a lateralidade fugaz • 3 a 4 anos: copia círculo, desenha uma pessoa, inicia abotoar e desabotoar, copia um quadrado (4 a) • 5 anos: desenha pessoa com face, tronco, braços e pernas • 6 anos: define lateralidade, boa habilidade motora Avaliação do desenvolvimento A intervenção precoce é o melhor prognóstico. Avaliar é o processo que visa verificar a aquisição de competências e habilidades em determinada área. Pressupõe a comparação a determinados valores de referência ✓ Constatar a presença de atrasos, diagnosticas e orientar a terapêutica ✓ Identificar e atuar sobre as situações de risco ✓ Orientar medidas de promoção do desenvolvimento 1º ano: sensório motor 2º ano linguagem (se expressar – falar- compreender) 3º - 5º ano: funções executivas (autorregulação – adaptação) Escolar: cognitivo (raciocínio – lógica) Os métodos de avaliação consistem em: • VIGILÂNCIA: Processo de avaliação continua e permanente para eleger crianças que devem ser submetidas a uma triagem específica. A vigilância longitudinal deve ser realizada em todas as consultas com a anamnese, exame físico e observação (não estruturada). A vigilância estruturada é um instrumento de acompanhamento da aquisição dos marcos do desenvolvimento. • TRIAGEM: Processo para identificar as crianças que devem ser submetidas a um processo diagnóstico mais detalhado. Na anamnese é possível identificar os riscos ambientais como violência doméstica, depressão materna, drogas ou alcoolismo entre os moradores da casa ,suspeita de abuso sexual, presença de infecções durante o período gestacional ( STORCH +Zika), pré-natal não realizado ou incompleto, intercorrências gestacionais, durante o parto ou pós nascimento, prematuridade ( < 37 semanas ), peso abaixo de 2500 gramas, icterícia grave, hospitalização no período neonatal, doenças graves como meningite, traumatismo craniano e convulsões, parentesco entre os pais. Exame físico: devemos nos atentar a características como perímetro cefálico < P10 ou P>90, presença de alterações fenotípicas, sinais ou estigmas de síndromes genéticas e doenças, fenda palpebral oblíqua, olhos afastados, implantação baixa das orelhas, lábio leporino, fenda palatina, pescoço curto e /ou largo, prega palmar única, 5° dedo da mão curto e encurvado, Observar também reflexos, movimentação ativa e passiva, linguagem, interação com a mãe e com as demais pessoas, interesse pelo ambiente e objetos. A triagem é uma avaliação transversal e existem instrumentos de aplicação. Quando suspeita de atraso durante a vigilância independente da idade: AAP 9. 18 e 30 meses + triagem para TEA 18 e 24 meses. Os instrumentos utilizados podem ser abrangentes (Denver II, ASQ-3, SWYC, bayley III) ou específicos (M-chat R/F, SNAP -IV, SDQ). Acompanhamento do desenvolvimento 15 dias: Entre 1 e 2 meses há o predomínio do tônus flexor,assimetria postural e preensão reflexa. Reflexos: • Apoio Plantar: Sucção e Preensão Palmar- desaparecem até 6° mês • Preensão dos Artelhos- Desaparece até 11º mês • Reflexo cutâneo plantar: Obtido através da estimulação da porção lateral do pé. No RN desencadeia extensão do hálux. A partir do 13° mês, ocorre flexão do hálux. A partir desta idade a flexão é patológica. • Reflexo de Moro: Medido pelo procedimento de segurar a criança pelas mãos e liberar bruscamente seus braços. Deve ser sempre simétrico. É incompleto a partir do 3° mês e não deve existir a partir do 6º mês. • Reflexo Tônico- Cervical: Rotação da cabeça para um lado, com consequente extensão do membro superior e inferior do lado facial e flexão dos membros contralaterais. A atividade é realizada bilateralmente e deve ser simétrica. Desaparece até o 3° mês. 0- 1 mês: postura com barriga para cima, pernas e braços fletidos, cabeça lateralizada. Observa um rosto, reage ao som, eleva a cabeça 1- 2 meses: percepção melhor de um rosto, medida com base na distância entre o bebê e o seio materno. Sorriso social quando estimulado . Abre as mãos. Emite sons. Movimenta ativamente os membros. 2-4 meses: bebê fica de bruços, levanta a cabeça e os ombros. Em torno dos 2 meses inicia a ampliação do seu campo de visão ( o bebê visualiza e segue objetos com o olhar ), resposta ativa ao contato visual, segura objetos, ri alto (gargalhadas). 4-6 meses: O bebê vira a cabeça na direção de uma voz ou de um objeto sonoro., busca ativa de objetos, leva objetos a boca, muda de posição ativamente. Entre 6 e 8 mês: O bebê apresenta reações a pessoas estranhas Entre 6 e 9 mês : o bebê arrasta-se e engatinha. Brinca de esconde-achou, transfere objetos de uma mão para outra, duplica sílabas., bebê se senta sem apio. Em torno de 10 meses o bebê fica em pé sem apoio 9-12 meses: Imita gestos (:bater palmas), segura objetos com a ponta dos dedos em forma de pinça, produz jargão, anda com apoio 12-15 meses: mostra o que quer, coloca blocos na caneca, diz uma palavra, anda sem apoio. 15-18 meses: usa colher ou garfo, constrói torre de dois cubos, fala 3 palavras, anda para trás. 18-24 meses: Tira a roupa, constrói Torre de três cubos. Desenham linhas verticais, aponta duas figuras, apontam para si mesmos, entendem o significado de “meu”. Usam de 10 a 20 palavras, imitam sons de animais e reconhecem fotografias, chuta Bola, movimentam-se livremente pela casa., sobe e desce 2 degraus, dão pequenas corridas, Em torno de 2 anos o bebê reconhe-se no espelho e começa a brincar de faz de conta ( atividade que auxilia no desenvolvimento cognitivo e emocional, ajudando a criança a lidar com ansiedades e conflitos e elaborar regras sociais. 24-30 meses: Veste-se com supervisão, constrói Torres de seis cubos, forma frases com 2 palavras, pula com ambos os pés 30- 36 meses: Brinca com outras crianças, imita linha vertical; Reconhece duas ações; Arremessa a bola 3-4 anos: a criança veste-se com auxílio Entre 4 e 5 anos: a criança conta ou inventa pequenas histórias. O comportamento da criança é predominantemente egocêntrico; porém com o passar do tempo, outras crianças começam a se tornarimportantes. A partir dos 6 anos a criança passa a pensar com lógica, embora esta seja predominantemente concreta. Sua memória e habilidade com a linguagem aumentam. Seus ganhos cognitivos melhoram sua capacidade de tirar proveito da educação formal. A autoimagem se desenvolve, afetando sua autoestima. Os amigos assumem importância fundamental. A criança começa a compreender a constância de gênero. A segregação entre os gêneros é muito frequente nesta idade (meninos “não se misturam” com meninas e vice-versa) Sinais de alerta “Sinal de alerta” não é sinônimo de “marco do desenvolvimento”. Os sinais de alerta são apenas sinais → Devem ser entendidos no contexto do seu impacto na função e no bem-estar da criança. No entanto, são o principal recurso na avaliação subjetiva do desenvolvimento. Os sinais de alerta variam segundo a idade, mas alguns valem para todas as idades. Sinais de alerta para todas as idades: • Forte preocupação dos pais • Perda de habilidades prévias • Ausência de resposta a estímulos sonoros ou visuais • Interação precária • Contato visual nulo ou escasso. • Comportamentos que atrapalham a socialização e o cotidiano • Diferenças entre os lados do corpo quanto à força, tônus ou movimentos • Hipotonia ou hipertonia significativa com prejuízo na aquisição de habilidades motoras. Alteração fenotípica ou do Perímetro Cefálico: > p97, < p3 ou cruza 2 percentis. Não aquisição dos marcos Sinais de alerta aos 9 meses: • Não responde ao próprio nome • Não tem lalação(ex: mama, dada) • Não olha onde você aponta • Não tem um brincar interativo • Não reconhece pessoas e familiares Sinais de alerta com 18 meses: • Não aponta • Não imita • Não consegue andar sem ajuda • Não sabe pelo menos 6 palavras • Não sabe para que servem objetos comuns • Não tem um brincar de “faz de conta” (como “dar comida” para uma boneca) • Não parece se importar quando sai ou chega um cuidador • Perde habilidades. Sinais de alerta com 2 anos: • Não sabe o que fazer com objetos comuns (telefone, colher) • Não copia gestos e palavras • Não sustenta contato visual • Não usa frases de ao menos 2 palavras (“beber leite”) • Não segue instruções simples • Não consegue andar com destreza • Perde habilidades Sinais de alerta com 3 anos: • Discurso pouco claro ou baba • Não fala frases • Não compreende comandos simples • Não brinca com brinquedos simples • Não brinca de faz de conta • Não quer brincar com outras crianças ou com brinquedos • Perdeu habilidades Sinais de alerta com 4 anos: • Discurso pouco claro • Não usa eu e você • Não consegue contar uma história favorita • Não segue um comando de 3 partes • Não compreende “igual” e “diferente” • Não demonstra interesse em jogos interativos ou “faz de conta” • Ignora outras crianças ou não responde a pessoas de fora da família. • Não sabe usar plural ou verbos no passado adequadamente • Não fala sobre atividades diárias ou experiências • Não responde a pessoas, ou o faz superficialmente • Não sabe diferenciar realidade de faz de conta • Não brinca de uma variedade de jogos e atividades. • É facilmente distraído ou tem dificuldade em focar a atenção por mais de 5 minutos • Não demonstra uma variedade de emoções Sinais de alerta aos 5 anos: • Não sabe usar plural ou verbos no passado adequadamente • Não fala sobre atividades diárias ou experiências • Não responde a pessoas, ou o faz superficialmente • Não sabe diferenciar realidade de faz de conta • Não brinca de uma variedade de jogos e atividades. • É facilmente distraído ou tem dificuldade em focar a atenção por mais de 5 minutos • Não demonstra uma variedade de emoções • Apresenta comportamentos extremos (medo, agressividade, timidez ou tristeza) • Perdeu habilidades
Compartilhar