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Estágio Supervisionado I - Peça 1 (Constitucional) - Ação Popular

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA XXª CÍVEL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE TAUBATÉ – SP.
Benjamim, brasileiro, (estado civil), advogado, portador do RG XXXXX, inscrito no CPF N° XXX.XXX. XXX-XX, cidadão eleitor com o título de N° XXXX, este que advoga em causa própria, vem, respeitosamente, á presença de V. Ex., com fulcro no art. 5°, inciso LXXIII, da Constituição Federal de 1988 e na Lei n° 4.717/65, propor a presente
AÇÃO POPULAR
Em desfavor do Sr. Salame, prefeito da cidade de Quiririm do Sul, brasileiro, (estado civil), podendo ser encontrado na Sede da Prefeitura no Município de Taubaté, localizado na Rua XXXX, n° XXX, no bairro XXXXX, na cidade de Quiririm do Sul, em São Paulo, já a Empreiteira e Construtora Funeral, sendo esta, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ N° XXXXX.XX.XXX.XX, localizada na rua XXXX, n° XXX, no bairro XXXX, no Município de Taubaté, em São Paulo, CEP XXX.XXX, faz-se o presente sob os fatos e fundamentos a serem apresentados
I - DO CABIMENTO DA AÇÃO POPULAR
Nos termos do art. 5°, inciso LXXIII, da CF e do art. 1° da Lei 4717/65 (Lei da Ação Popular), qualquer cidadão é parte legítima para propor uma ação, que vise anular o ato lesivo ao patrimônio público e a moralidade administrativa.
A ação popular é um remédio constitucional, que provoca o judiciário, dentro da visão democrática participativa dos jurisdicionados pátrios, fiscalizando e evitando os atos lesivos ao patrimônio público.
Os cidadãos vêm com a condição de direitos e deveres, que se perfazem com o título de eleitor (art. 1°, §3° da Lei 4.717/65), onde consta os cidadãos brasileiros e os estrangeiros equiparados no pleno exercício dos seus direitos políticos.
II - DA LEGITIMIDADE ATIVA
Com amparo no Art. 5, LXXIII, da Carta Magna, tem direito ao ajuizamento de AÇÃO POPULAR, todo cidadão que participa da vida política do Estado fiscalizando a gestão do Patrimônio Público, conforme os princípios da moralidade e legalidade.
III - DA LEGITIMIDADE PASSIVA
A Lei 4.717/65, em seu Art. 6°, estabelece um espectro abrangente de modo a incluir no polo passivo, aqueles que produzem os atos lesivos, e também aqueles que contribuem ou omitem tais atos. A partir disso, tornam-se de forma passiva os requeridos do processo.
IV - DOS FATOS
O prefeito da cidade de Quiririm do Sul, Sr. Salame, tomou uma atitude muito duvidosa em relação a legalidade, quando o mesmo alegou estado emergencial devido a pandemia do COVID19, e resolveu construir o terceiro estádio de futebol da cidade, sem licitação e por meio de um Decreto Municipal (171/2021), contratando de forma direta a "Empreiteira e Construtora Funeral", a qual seu irmão, Luiz Copa é proprietário, ato que é contraditório aos princípios constitucionais que regem a Administração Pública, ferindo o art. 37, da Constituição.
Ainda por meio do Decreto Municipal (171/2021), o Prefeito alegou para as pessoas que não era necessária licitação em razão da pandemia do COVID19 e porquê a empresa era de confiança pessoal dele, portanto, deveria iniciar as obras de forma imediata. A obra teve o valor de R$ 2,5 milhões e consumiu boa parte dos recursos que haviam sido recebidos pelo município para a abertura de vagas hospitalares para tratar de pacientes com COVID. 
Tais fatos foram levados ao conhecimento da Câmara Municipal, bem como ao Ministério Público, ainda assim, não houve nenhuma providência, contando quatro meses de inércia total dos órgãos públicos.
V – DOS DIREITOS
No art. 2° da Lei 4.717/65, dispõe sobre a nulidade dos atos lesivos ao patrimônio das entidades públicas, de forma direta ou indireta, nos casos em que há vício na ação, reponde pela alínea "B" do art. 2°, já em casos de desvio de finalidade, responde pela alínea "E" também do art. 2°, ambos da LAP.
Ademais, a forma como o prefeito procedeu, sem utilizar licitação ao contratar a Empreiteira e Construtora Funeral, que é propriedade de seu irmão feriu o art. 37, XXI da CRFB/88 e o art. 20 da Lei n. 8666/93.
De acordo com os fatos narrados anteriormente, contribuem eles para a improbidade administrativa, com base nos artigos 10 e I l, da Lei 8.429/92 — Lei de Improbidade Administrativa, após ter a ação ou omissão apresentada, ensejo à lesão patrimonial, desvio, apropriação e dilapidação de bens públicos, e atentado contra os princípios da administração pública e violado os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade. Além disso, aconteceu a violação da norma do artigo 57 da Lei n. 8.666/93, que estabelece que a vigência dos contratos administrativos é adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, pois o prazo de vigência do contrato administrativo ora impugnado está estabelecido no seu instrumento contratual em 60 (sessenta) meses, apesar de não se encaixar na possibilidade de exceção do inciso II do art. 57 da Lei anteriormente destacada.
VI – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a. O recebimento e o processamento desta Ação Popular, já que a mesma contém atos ilegais e lesivos ao património público, em conformidade com a Lei 4.717/65
b. A citação de todos os réus para apresentação de defesa
c. A intimação do ilustre representante do Ministério Público
d. A procedência do pedido para anular o contrato administrativo impugnado
e. A procedência do pedido para condenar os réus a ressarcir os danos causados ao erário
f. Para qualquer eventualidade, a produção de todos os meios de prova juridicamente permitidos
g. Pede-se os honorários sucumbenciais fixados em 20% do resultado da condenação e demais despesas judiciais.
h. Por fim, pede-se a condenação do Sr. Salame e seu irmão Sr. Luiz Copa, a restituírem aos cofres públicos, por depósito judicial, para posterior repasse a Municipalidade, a totalidade dos valores eventualmente pagos á Empreiteira e Construtora Funeral , conforme já provado e se evidencia apropriadamente no processo
i. A justa investigação dos atos de improbidade administrativa praticados pelo Sr. Salame e o seu irmão Luiz Copa tal como o impeachment judicial, disposto na Lei 8429/92.
Dá-se à causa o valor de R$ XXX
Nestes termos,
Pede deferimento,
Município de Taubaté/SP, XX de XX de XXXX
Benjamim OAB/XX.XXX.XX

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