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Alterações fisiológicas da gestação 2

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MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
@junamed
Ginecologia e 
obstetrícia 
Alterações fisiológicas da 
gestação 2 
Placenta
- A placenta humana pode ser discoidal, 
deciduada ou hemocoriônica 
- Funções: modulação imunológica, produção 
de hormônios e enzimas e controle de 
trocas materno-fetais 
Mecanismos de transporte placentário 
Hormônios placentários 
1. Gonadotrofina coriônica humana (hCG) 
- Tem pico de liberação entre a 8ª e 10ª 
semana de gestação 
- Apresenta 2 subunidades: alfa (hormônios 
hipofisários) e beta (dosagem quantitativa) 
- Tem como função manter o corpo lúteo 
- Quando acima de 2500 significa que já é 
possível visualizar o feto através do USG 
• Interpretação
. Valor do beta hCG dobra em 48h = gestação 
tópica/viável 
. Valor do beta hCG aumenta pouco ou diminui 
= gestação não viável 
. Valor do beta hCG aumentado 
expressivamente = gestação gemelar ou câncer 
2. Hormônio lactogênico placentário (hPL) 
- É um hormônio somatotrófico coriônico (uma 
somatotrofina coriônica)
- Tem meia vida curta
- Função: aumenta a resistência periférica à 
ação da insulina
3. Progesterona 
- É produzida a partir do colesterol
- Até a 8ª semana de gestação é secretada 
pelo corpo lúteo 
- Funções: promove implantação embrionária e 
tolerância imunológica; relaxamento da 
musculatura lisa; deprime o sistema nervoso 
central; estimula a produção do hormônio 
melanotrófico; aumenta a ventilação 
pulmonar; estimula o aumento das glândulas 
mamárias e inibe a lactogênese; promove 
excreção tubular de sódio 
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4. Estrógenos 
- São eles: estradiol, estrona e estriol
- São produzidos a partir dos precursores 
androgênicos (DHEAS e sulfato de 16-alfa-
hidroxihidroepiandrosterona)
- Funções: estimula a produção de proteínas 
transportadoras de hormônios pelos 
hepatócitos; estimula a contratilidade 
miometral; estimula a hiperplasia e 
hipertrofia endometrial; estimula o aumento 
do fluxo sanguíneo uteroplacentário; 
estimula a produção de prolactina; inibe a 
lactogênese durante a gestação; estimula 
contratilidade do miocárdio a aumentar; 
induz mecanismos que acarretam a retenção 
hídrica embebição gravídica 
 
O sistema hematológico na gravidez
- Ocorre aumento maior de líquido (plasma) do 
que soluto (hemácias), resultando em uma 
anemia dilucional (anemia fisiológica)
- O aumento de hemácias gera uma 
necessidade de reposição de ferro
- Os fatores de coagulação encontram-se mais 
elevados (principalmente o fibrinogênio) e 
associados à estenose venosa e ao útero 
gravídico comprometem o retorno venoso, 
proporcionam um quadro propício para 
tromboembolismo 
- Os níveis plaquetários se encontram pouco 
reduzidos, principalmente pela hemodiluição
• Ocorre:
O sistema hemodinâmico na gravidez 
- Ocorre aumento da frequência cardíaca, do 
débito cardíaco, do volume sanguíneo e do 
volume plasmático enquanto há diminuição 
da resistência vascular e da pressão 
sanguínea
- A hipervolemia induzida pela gestação é 
uma adaptação do organismo materno no 
sentido de suprir as necessidades feitas e 
evitar perdas importantes de sangue na hora 
do parto 
- Após a 20ª semana, grávidas em posição 
supina podem ter hipotensão pela 
compressão do útero gravídico dificultando o 
retorno venoso e causando síncope (em 
função disso, o decúbito lateral esquerdo 
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favorece a descompressão e restaura o 
débito cardíaco)
• Ocorre:
O sistema endócrino na gravidez
- A hipófise aumenta tanto de volume como de 
peso, e isso decorre da hipertrofia e 
hiperplasia da adeno-hipófise por estímulo 
dos estrógenos
- A produção aumentada da prolactina obtida 
por essas modificações preparará as mamas 
para a lactação no pós-parto
- O hormônio estimulante da tireoide sofre 
diminuição pela presença da fração beta do 
hormônio gonadotrófico que apresenta 
semelhança molecular
- As altas concentrações de progesterona 
provocam uma má resposta dos tecidos ao 
cortisol
O metabolismo dos carboidratos na gravidez
- O consumo de glicose fetal é contínuo, 
enquanto a ingestão materna passa por 
períodos de jejum, como é o caso do período 
noturno, quando a grávida está dormindo
- Para manter a fonte de energia contínua ao 
feto, o transporte da glicose, através da 
placenta, ocorre por difusão facilitada, 
mesmo com pequenas diferenças nos 
gradientes de concentração
- Para manter a disponibilização da glicose ao 
feto priorizada, há aumento da resistência 
insulínica materna (efeito diabetogênico)
O sistema urinário na gravidez
- Tanto os rins quanto ureteres e a bexiga 
sofrem compressão pelo útero gravídico
- A progesterona atua no tônus da 
musculatura lisa ureteral promovendo 
também a dilatação do trato urinário e 
causando estase urinária
- As alterações circulatórias desencadeiam o 
aumento de fluxo plasmático renal e da taxa 
de filtração renal (TRF) 
- A creatinina plasmática e a ureia 
encontram-se em valores menores que em 
não gestantes em decorrência da elevação 
da TFR
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- A glicosúria deve-se a aumento da oferta de 
glicose em nível renal, que ultrapassa a 
capacidade de absorção
- A bexiga apresenta-se com retificação do 
trígono vesical pela sua posição mais 
elevada na gestação, provocando refluxo 
vesicoureteral (essas transformações podem 
favorecer a formação de cálculos renais, 
infecções, incontinência urinária e até 
hematúria, esta principalmente em 
parturientes)
• Ocorre:
O sistema digestório na gravidez
- Pela ação hormonal, principalmente da 
progesterona, todo o aparelho digestivo 
permanece com tônus diminuído, facilitando 
o aparecimento de pirose, obstipação e 
hemorroidas 
- A pirose é desencadeada por refluxo das 
secreções gástricas, além do relaxamento do 
esfíncter esofágico (com o evoluir da 
gestação, o útero deslocará o intestino para 
cima e para a direita e o estômago para 
cima e a para esquerda, prejudicando a 
digestão e agravando a pirose)
- O peso do útero gravídico comprimindo as 
veias do plexo hemorroidário e a obstipação 
podem provocar a manifestação de 
hemorroidas
- Há propensão para a formação de cálculos 
de colesterol pela potente ação relaxante da 
musculatura lisa provocada pela 
progesterona na vesícula biliar e pela 
alteração do metabolismo lipídico no período 
gestacional
O sistema respiratório na gravidez
- A elevação do diafragma leva à redução do 
volume residual pulmonar
- A capacidade respiratória total encontra-se 
reduzida (cerca de 200 mL), pois ocorre 
diminuição da capacidade residual funcional
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O sistema músculo-esquelético na gravidez
- A embebição gravídica acomete todas as 
articulações gerando: mais elasticidade nas 
articulações da bacia, maior capacidade 
pélvica, modificação da postura e da 
deambulação
- O aumento dos diâmetros e estreitos da 
pelve é indispensável para a expulsão fetal
- A marcha anserina da gestante decorre da 
necessidade de mudança de centro da 
gravidade para manter o equilíbrio (ela 
projeta o ventre para frente, afasta a base 
de sustentação dos membros inferiores e os 
ombros se inclinam para trás)
• Ocorre:
O sistema tegumentar na gravidez
- As alterações cutâneas observadas na 
gestação são decorrentes dos níveis elevados 
da progesterona e da produção placentária 
de estrógenos
- As modificações mais encontradas estão 
relacionadas a pigmentação, vascularização 
e atrofia
- Ocorre maior dissipação materna de calor 
pela pele devido à vasodilatação periférica
- A hiperpigmentação atinge 
preferencialmente a face (cloasma), linha 
alba (linha nigra), aréolas mamárias, períneo 
e axilas (geralmente desaparecem após o 
parto e pioram com a exposição ao sol)
- Podem surgir eritema palmar, 
teleangiectasias, hipertricose, secreção 
sebácea exacerbada e sudorese
- Quanto à atrofia, 50% das gestantespodem 
apresentar estrias gravídicas: violáceas 
(quando recentes) e nacaradas (quando 
antigas)
• Ocorre:

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