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OFICINAS, LUDICIDADE E JOGOS COOPERATIVOS

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21/06/2022 18:14 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/17
 
 
 
 
 
 
 
 
OFICINAS, LUDICIDADE E JOGOS
COOPERATIVOS
AULA 2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21/06/2022 18:14 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/17
Profª Maria Cristina Trois Dorneles Rau
CONVERSA INICIAL
Olá! Nesta aula, vamos conhecer um pouco mais sobre o brincar, as crianças e as infâncias por
meio da abordagem dos estudos de Brougère (1995). O autor é professor de Ciências da Educação na
Universidade Paris XIII e suas pesquisas são muito esclarecedoras sobre o universo infantil e a
ludicidade.
Brougère (1995) explica que o jogo é uma atividade essencial na vida da criança, pois propicia aos
participantes que expressem seus sentimentos de forma espontânea, e isso diz respeito à formação da
personalidade e da identidade das crianças e jovens. O jogo também é visto como sistema de regras ou
como material ou objeto e, desse modo, está associado comumente ao brinquedo.
Por ser um excelente meio de favorecer o aprendizado de todas as crianças, vamos abordar
relações entre o brincar e o Transtorno do Espectro Autista, retomando algumas características e
sugerindo algumas orientações para a prática lúdica.
TEMA 1 – BRINQUEDO TRADICIONAL
O brinquedo é o material ou objeto pelo qual a criança explora sua materialidade e, por meio da
imaginação, livremente expressa seus desejos e interesses. Comumente, o brinquedo está ligado à
concepção de infância, o que traz alguns equívocos quanto à visão de que seja apenas passatempo ou,
como cita Brougère (1995), algo ligado à futilidade.
Assim, como nos esclarece o autor, "no brinquedo, o valor simbólico é a função" (Brougère, 1995,
p. 14). Isso revela que o objeto está associado ao brinquedo e à brincadeira pelo poder do simbólico
sobre o funcional.
1.1 A FUNÇÃO DO BRINQUEDO PARA A INFÂNCIA
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Para esclarecer melhor a função do brinquedo para a infância, destacamos seu valor social, afetivo
e simbólico. Quando a criança transforma uma folha de papel em um pássaro, dobrando, amassando e
criando movimentos, ela está fazendo de conta. Observe a imagem a seguir.
Figura 1 – O brinquedo na infância
Crédito: Oksana Kuzmina/Shutterstock.
As crianças estão interagindo pelo olhar, pelo sorriso e pela troca de expressões corporais e faciais.
Não há intencionalidade nesta ação, apenas a diversão e o prazer em brincar com a caixa, com o corpo,
seus gestos e sons. As crianças estão simbolizando, e não há a necessidade das imposições dos adultos
ou de brinquedos estruturados para que isso ocorra.
Pense nas experiências cotidianas da criança em que objetos como caixas de papelão estão
presentes.
  As imagens de objetos com que elas têm contato podem ser facilmente simbolizadas quando
brincam, e isso remete aos valores simbólicos do brinquedo e confere uma significação social e cultural
para a brincadeira. Dessa forma, o brinquedo propicia às crianças que vivenciem situações e entreguem
à brincadeira um conjunto de representações sociais e culturais ricas. Na brincadeira ocorre a interação
lúdica, de maneira que "a criança interioriza as formas imaginárias, o próprio processo da produção
imaginária, apoiando suas próprias invenções em esquemas preexistentes" (Brougère, 1995, p. 70).
A brincadeira na traz valores sociais e culturais e, assim, ocorre a construção de elementos
socializadores. Com efeito, as interações entre as brincadeiras da criança propiciam o protagonismo, já
que suas decisões são compartilhadas entre seus pares, criando, recriando regras, representando e
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delegando papéis sociais em que elas são os atores. "Uma regra da brincadeira só tem valor se for
aceita por aqueles que brincam" (Brougère, 1995, p. 101).
Ainda, podemos dizer que isso confere um dos aspectos socializadores da brincadeira, pois, para
participar do jogo, as crianças seguem uma sequência de atos que, embora resultem de suas
interpretações e criações individuais, ocorrem em um ambiente coletivo. No entanto, mesmo com a
presença de regras, a brincadeira não perdeu seu caráter simbólico, mas a regra permite criar outros
sentidos ao brinquedo que liberam os limites do real.
1.2 A FUNÇÃO DA BRINCADEIRA PARA A CRIANÇA
Você se lembra da sua brincadeira preferida na infância? E quem eram seus pares de brincadeiras?
Provavelmente, para responder a essas perguntas, você precise resgatar suas memórias lúdicas da
infância, junto das quais vêm a saudade, a alegria, a diversão e outros sentimentos presentes nas
brincadeiras.
Isso ocorre porque a brincadeira surge do desejo de expressar sensações, relações, vivências e,
desse jeito, possibilita à criança experimentar o novo e recriar papéis pelo seu próprio olhar para o
mundo. Brincar é saudável para as crianças porque possibilita a experimentação de novos
comportamentos, o que favorece a formação pessoal e a construção da identidade. Dessa forma, a
brincadeira é um meio de educação da criança, pois possibilita o domínio do pensamento na relação
com o outro. Observe a imagem a seguir.
Figura 2 – Brincadeira como meio de educação
Crédito: Standret/Shutterstock.
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As crianças estão brincando com os jogos de encaixar. O objetivo desse brinquedo é encaixar as
peças de forma sequencial quanto ao tamanho e forma. No entanto, apesar de haver o aprendizado de
cores, tamanho e formas, as crianças experimentam ações que envolvem a imaginação e a associação
com suas experiências anteriores e, dessa forma, resgatam memórias afetivas e simbólicas.
Mas será que brincar é uma atividade natural e espontânea das crianças?
Crédito: Vilmos Varga/Shutterstock.
A resposta a esta pergunta será esclarecida no próximo tema, no entanto, procure refletir sobre
essa questão antes de dar continuidade à leitura do texto.
TEMA 2 – BRINCAR: ATIVIDADE NATURAL OU APRENDIDA?
Ao pesquisarmos a historicidade das brincadeiras, compreendemos por que os adultos têm pouca
compreensão sobre seu significado na vida da criança. Isso diz respeito ao brincar em diferentes
contextos, inclusive na escola. No entanto, é essencial conhecer as concepções sobre o lúdico na
educação.
2.1 BRINCAR EDUCATIVO
Entre os pesquisadores e autores da área, temos a professora Kishimotto (2008). Suas pesquisas
estão relacionadas ao brincar na formação docente para a prática pedagógica na educação escolar.
Desse modo, a autora explica as funções lúdica e educativa no brincar.
Veja a imagem a seguir.
Figura 3 – Brincar educativo
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Crédito: Avtk/Shutterstock.
Entre os brinquedos expostos na imagem, você vê um jogo de argolas. Esse brinquedo é bastante
comum e de fácil aquisição, pois seu valor econômico não é alto e é vendido em várias lojas de
brinquedos. Por isso, o escolhemos para explicar as funções lúdica e educativa no brincar.
Imagine que você ofereceu este brinquedo para uma criança pela primeira vez. As peças estão
soltas, ela não conhece como se brinca nem sabe que ele tem objetivos. Assim, ela utiliza os círculos
para arremessar, montar um caminho pelo chão ou qualquer outra forma de exploração e
reconhecimento dos objetos. Aos olhos de um adulto leigo na área, poderá parecer que ela está
brincando, no entanto, ela está apenas a explorar o material. Não há a presença da função lúdica nesse
ato. Para que a função lúdica seja exercida, é importante que a diversão, o prazer, e até o desprazer, a
escolha voluntária seja exercida pela criança. Estas características diferem a função lúdica da função
educativa.
Nesta segunda função, a criança vai descobrir como brincar com o jogo de argolas e, para isso,
alguém mais experiente precisará ensinar-lhe a utilizar o brinquedo.  Dessa forma, o brinquedo passa
ser um recurso quepode ensinar conceitos sobre tamanho, forma, ordem, seriação e outros conteúdos.
Portanto, é um brinquedo educativo. Quando os professores planejam o espaço, organizam os
brinquedos, está pressuposto um objetivo que irá trazer ao brincar uma intencionalidade educativa.
Contudo, é importante que você saiba que a função lúdica sempre deverá estar presente no brinquedo
educativo, caso contrário, deixa de ser jogo e passa a ser trabalho.
Ou seja, se o ensino por meio do brincar for limitado às expectativas dos professores, a brincadeira
deixa de existir e se torna uma atividade pedagógica como qualquer outra que envolva, por exemplo, a
escrita e o cálculo na matemática.
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2.2 BRINCAR E APRENDER, APRENDER E BRINCAR
Ao retomar a imagem, você pode perceber que os brinquedos são coloridos, de diversos tamanhos
e formas, e isso os torna mais atrativos para as crianças. Mesmo os brinquedos confeccionados com
materiais alternativos precisam ter qualidade, e isso envolve as condições materiais e a riqueza do
repertório lúdico. Ao ver um brinquedo, a criança precisa ter vontade de brincar. Assim, confeccionar
um brinquedo com a criança pode ser uma ótima ideia para ensinar-lhe sobre o uso responsável dos
materiais alternativos, a reciclagem e, ainda, desenvolver o processo criativo necessário à formação
humana.
Os brinquedos industrializados também cumprem a função de ensinar e divertir. Como exemplo,
temos as peças de encaixe, mais conhecidas como os LEGOs. Com essas peças, as crianças criam seus
brinquedos, exploram formas e resolvem problemas de encaixe identificando os tamanhos e formas.
Ramalho e Sarmento (2017) utilizaram as peças de LEGO para o trabalho com crianças com autismo
para motivar o trabalho em grupo, apresentando modelos prontos e mediando a construção. O
resultado do estudo evidenciou que o brinquedo utilizado em pareceria com as crianças intervém de
maneira positiva no desenvolvimento de habilidades sociais, cooperativas, de comunicação social,
resolução de problemas, comunicação verbal e não-verbal.
Deste modo, verificamos que os brinquedos educativos auxiliam nas aprendizagens acadêmicas,
cognitivas, pessoais e motoras para as crianças. Com esse esclarecimento, respondemos à questão;
brincar não é uma atividade natural da criança, pois a brincadeira surge quando ela intenciona, imita
ações e papéis e age criando cenários temas para suas brincadeiras.
Para aprofundar seu conhecimento sobre o brincar educativo, sugerimos a leitura do livro: A
ludicidade na educação: uma atitude pedagógica, que pertence à série Metodologias e trata dos
diferentes assuntos relacionados com o trabalho docente na área da ludicidade na educação. Estuda o
brincar e a atitude pedagógica dos professores, apontando encaminhamentos para a prática lúdica
consciente e sugere textos para compor um estudo sobre as classificações do brincar. Ao final,
apresenta uma vasta bibliografia a respeito do jogo, do brinquedo e da brincadeira na educação. A
linguagem é bastante clara e, aos conceitos, segue-se boa exemplificação. A referência completa está
ao final do texto.
TEMA 3 – BRINCADEIRA, FAZ-DE-CONTA E O TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA
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O brincar é uma excelente ferramenta para desenvolver as capacidades comunicativas dos
estudantes. No entanto, para a criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a comunicação e a
socialização são grandes desafios para seus professores e pais quando pensamos nessas duas
habilidades. O brincar poderá contribuir para que estas crianças aprendam a lidar com suas
características nestas áreas.
3.1 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)
Você sabe o que caracteriza esse transtorno? Vamos retomar algumas de suas características e
depois conhecer algumas dicas sobre o brincar para as crianças com TEA.
O autismo é uma síndrome neuropsiquiátrica que se caracteriza por um conjunto de sinais clínicos
nem sempre provocados por uma causa comum. O espectro autista possibilita a compreensão sobre o
quadro de gravidade do transtorno, havendo quadros mais graves (com maior dependência de outras
pessoas, no autismo de baixo funcionamento) e mais leves (autismo de alto funcionamento).
A Síndrome de Asperger é um quadro do TEA de alto funcionamento, assim, o desenvolvimento da
infância é bem próximo ao esperado. "A criança não apresenta atraso para falar e tem inteligência
normal. Geralmente, os problemas estão relacionados à dificuldade de fazer amigos, obsessões por
alguns assuntos, comportamentos inadequados e um jeito concreto de pensar" (Seabra et al., 2014, p.
221).
Esse tipo de transtorno é bastante complexo e, comumente, surge antes de a criança completar
três anos, mantendo-se ao longo da vida. Isso, por conseguinte, ocasiona vários prejuízos à pessoa com
TEA e aos familiares.
O que é o autismo? "É uma condição que reflete alterações no neurodesenvolvimento de uma
pessoa, determinando quadros muito distintos, que têm em comum um grande prejuízo na
sociabilidade" (Seabra et al., 2014, p. 223).
Para saber um pouco mais sobre o TEA, leia com atenção os aspectos a seguir.
Quadro 1 – Causas e características do TEA
Causas do TEA:
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• Depende de diversos fatores, entre eles genéticos, ambientais, intercorrências no parto e gestação, uso de álcool, substâncias
abortivas, idade paterna avançada.
 
Características do TEA:
• Problemas de sociabilidade: pouca interação ou interesse por pessoas de mesma idade, dificuldades em fazer e manter
amizades.
• Problemas na comunicação: atraso na linguagem verbal, falar de maneira estranha, falar de si mesmo na terceira pessoa,
ecolalia, neologismos, falar como um personagem da televisão.
• Estas alterações dificultam o contato com outras pessoas.
• Comportamentos e interesses restritos e estereotipados: movimentos repetitivos sem finalidade, como balançar para frente e
para trás, andar na ponta dos pés, ficar girando em torno de si mesmo, movimentar os dedos em frente aos olhos.
• Apego a rotinas.
• Comportamentos associados: pode haver alterações nos sentidos, hipersensibilidade auditiva, hipersensibilidade tátil,
alterações do sono, oscilações entre calmaria e agitação entre outros comportamentos.
Fonte: Elaborado com base em Seabra et al., 2014, p. 224.
Agora que você já retomou algumas características deste transtorno, vamos explicar algumas
orientações para que você aborde o lúdico com as crianças com TEA.
3.2 COMO MEDIAR OS JOGOS E AS BRINCADEIRAS PARA CRIANÇAS COM
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)
Os jogos e as brincadeiras são importantes aliados no processo de aprendizado dos estudantes
com TEA, no entanto algumas orientações são fundamentais para que o brincar seja prazeroso. Os
estudos de Estanislau e Bressan (2014) auxiliaram nesta elaboração. Vale lembrar, contudo, que cada
criança tem suas características próprias, assim, precisamos conhecer sua individualidade.
Quadro 2 – Orientações específicas para a prática lúdica com crianças com TEA
• Explique os jogos e as brincadeiras claramente e com objetivos bem específicos.
• Lembre-se de verificar se a criança está olhando para você enquanto explica as brincadeiras.
• Promova rotinas, descrevendo o encaminhamento dos jogos em cartazes.
• Se possível, mostre o horário em que as brincadeiras serão desenvolvidas.
• Você pode pedir ajuda das crianças da sala para fazer os cartazes.
• Deixe-os próximos à criança com TEA.
• Priorize a prática de atividades lúdicas mais curtas para facilitar a realização.
• Utilize os recursos das artes visuais; tintas, lápis coloridos, mas não ofereça muitos materiais de uma só vez para a prática de
atividades lúdicas.
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• Quando o jogo ou a brincadeira terminar, explique de forma clara.• Facilite a linguagem, conectando palavras com gestos e objetos.
• Estimule a interação do aluno com TEA com outras crianças em jogos e brincadeiras, mas respeite sempre seus limites.
• Divida as brincadeiras em partes, pensando sempre em ações que vão de execução mais simples a mais complexas.
• Deixe que os colegas ajudem a criança com TEA quando sentirem vontade de fazê-lo.
Fonte: Rau, 2020.
TEMA 4 – O FAZ-DE-CONTA PARA CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA
Ao saber um pouco mais sobre as características das crianças com TEA e conhecer algumas dicas
para desenvolver os jogos e as brincadeiras, podemos planejar as práticas lúdicas com maior
segurança. Com efeito, vamos pensar em algumas atividades para as crianças com TEA. Mas lembre-se
da necessidade de conhecer mais sobre a realidade dessas crianças, assim, sempre vale a pena saber
mais sobre elas por meio de leitura de artigos em revistas e das características das próprias crianças na
escola ou em espaços coletivos.
4.1 O MENINO QUE AMAVA A LUA
Matheus, de nove anos, era um menino que tinha dificuldades em fazer amigos na escola. Muitas
vezes, os colegas o chamavam para brincar e ele tentava participar de atividades e trabalhos em grupo,
mas quase nunca tinha sucesso. A professora Ana o estimulava, porém, Matheus quase sempre era
excluído pelos colegas do grupo, que reclamavam: “professora, a gente tenta chamá-lo para participar,
mas ele perde os materiais do trabalho e esquece o que é para fazer nas tarefas, mesmo quando lhe
explicamos que é importante. Ele perde muito tempo para fazer alguma coisa e nunca termina. Parece
que está sempre no mundo da lua!”.
Figura 4 – “Parece que está sempre no mundo da lua!”
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Crédito: Ardea-Studio/Shutterstock.
Essa é a história de Matheus. Na escola, essas crianças nem sempre são bem compreendidas, mas
saiba que, assim como o menino que amava a lua, elas são inteligentes, no entanto, têm seus próprios
interesses e características.
Assim, as práticas lúdicas poderão abordar o faz-de-conta. Veja as sugestões a seguir.
4.2 TEATRO COM FANTOCHES
O teatro é um recurso da arte muito interessante para crianças e jovens de diferentes idades. Por
meio dele, é possível estimular as capacidades comunicativas envolvendo a expressão oral e corporal e,
dessa forma, canalizar a imaginação para temas interessantes para as crianças e jovens com TEA e
outras. Assim, você pode abordar diversos tipos de teatro e dramatizações e verificar qual deles
aproxima mais as crianças com TEA aos seus colegas. As práticas lúdicas servem à inclusão, pois
propiciam a valorização das características de cada um.
Para deixar a explicação da a atividade mais concreta, veja a imagem a seguir.
Figura 5 – Teatro com fantoches
Crédito: Iconic Bestiary/Shutterstock.
Existem diversos tipos de fantoches: em forma de luvas, que se encaixam nas mãos das crianças; os
dedoches; os palitoches, comumente confeccionados pelas crianças com desenhos e colagens em
palitos de madeira; e muitos outros.
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Sugerimos o livro de Anna Torres, A cigarra autista, para que você possa trazer o assunto para
melhor conhecimento de todos os alunos da turma, como no caso apresentado anteriormente, que
mostra a queixa dos colegas sobre Matheus.
A cigarra autista, de Anna Torres
<https://www.amazon.co.uk/CIGARRA-AUTISTA-Portuguese-ANNA-TORRES-ebook/dp/B084SGZV4
Z>
Fonte: Torres; Bajard, [S.d.].
O livro é um projeto da autora com o escritor Márcio Paschoal, e vem com um CD com o texto e as
músicas. Você poderá contar a história, ou ouvir e cantar as músicas com as crianças e logo levantar
algumas questões para debater coletivamente. Por exemplo, quais são as preferências de todos, seus
interesses e necessidades, promovendo, com isso, uma reflexão sobre as diferenças. Em seguida, traga
alguns fantoches de pano e entregue para as crianças representarem os personagens do livro e das
músicas para que se familiarizem com a proposta.
Para criar um palco, você pode usar uma cortina presa no teto da sala ou em algum lugar que seja
possível amarrar facilmente. Divida a turma em dois grupos e peça que criem uma história em que o
personagem principal seja a cigarra autista, como na história. Faça a mediação dos diálogos, escreva os
textos da peça com as crianças e, assim que estiver tudo pronto, convide-as a apresentarem para o
grupo, utilizando os fantoches.
As práticas lúdicas que envolvem o faz-de-conta e a fantasia são interessantes para as crianças
com autismo, pois neste tipo de brincadeira ocorre a vivência de outros papéis e a atribuição de
significado aos objetos.  “Esse modelo sugere que o mundo imaginado pela criança durante o faz-de-
conta é, em muitos aspectos, semelhante ao mundo real, sendo apenas determinadas circunstâncias
modificadas, como a areia que se torna uma torta de maçã ou a boneca que ganha vida” (Fiaes; Bichara,
2009, p. 235). Isso diz respeito às brincadeiras de faz-de-conta em que a criança dá vida aos objetos,
independentemente de sua função real. Com efeito, na brincadeira de faz-de-conta as crianças
desenvolvem a imaginação e a criatividade, formas de pensamento importantes para o
desenvolvimento das habilidades comunicativas.
https://www.amazon.co.uk/CIGARRA-AUTISTA-Portuguese-ANNA-TORRES-ebook/dp/B084SGZV4Z
21/06/2022 18:14 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/17
TEMA 5 – JOGOS SENSORIAIS PARA CRIANÇAS COM TRANSTORNO
DO ESPECTRO AUTISTA
A prática lúdica com jogos sensoriais tem em comum os jogos de faz-de-conta o mundo
imaginário. Assim, os objetos têm sua função modificada para dar sentido às ações e interações das
crianças. Por exemplo, ao fazer uma torta com a areia ou brincar com uma boneca, conferindo-lhe vida.
5.1 O MENINO ANDARILHO
Juliano, de sete anos, estudava em uma turma de ensino regular em uma escola municipal no
estado de Alagoas. Sempre que tocava o sinal para a entrada, ele saía correndo e não conseguia ficar
na fila, pois o som do sino o incomodava muito. Enquanto os colegas entravam na sala, o menino ficava
do lado de fora, sentado no chão, e, quando entrava, se posicionava debaixo da mesa. Outras vezes,
andava em círculos pela sala, puxando sua mochila com rodinhas. Durante o intervalo, ele não
participava de brincadeiras nem conversava com as outras crianças. Preferia mesmo era ficar dentro da
sala, continuando sua caminhada.
Figura 7 – O menino andarilho
Crédito: Sharomka/Shutterstock.
Essa é a história de Juliano e, na escola, essas crianças comumente têm dificuldades para participar
da rotina. Contudo, saiba que, assim como o menino andarilho, é possível inserir práticas lúdicas que
desenvolvam as habilidades sensoriais na rotina e, com isso, possam ampliar suas possibilidades de
interação e comunicação.
21/06/2022 18:14 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/17
Assim, as práticas lúdicas poderão abordar os jogos sensoriais. Veja as sugestões a seguir.
5.2 JOGO DE BOLICHE
O jogo de boliche é uma prática lúdica muito divertida. Você pode utilizar um jogo pronto,
geralmente de material plástico comprado em lojas de brinquedos. O brinquedo vem com sete pinos e
duas ou três bolas para arremesso.
No entanto, será bem mais interessante se você aproveitar para confeccionar um jogo com
materiais alternativos com os alunos da sua turma. E, claro, com as crianças como o Juliano, do relato
anterior. Mesmo que ele não se interesse em participar, entregue materiais para que ele explore e
perceba suas características, isso vai estimular seus sentidos, sendo um bom início para a prática lúdica.
Você precisará de sete tubos de papelão (tipo rolo do papel toalha), folhas de jornal e três bexigas
ou balões coloridos.
Veja a imagem a seguir. Vamos ensinar a confeccionar um jogo de boliche bem colorido.
Figura 8 – Boliche
Crédito: Zlikovec/Shutterstock.
Paradeixar o material bem colorido e alegre, peça para as crianças pintarem os rolos com tinta
guache. Entregue pincéis grandes e tintas de diferentes cores para todas as crianças. Cada uma poderá
pintar um rolo e, assim, teremos vários conjuntos do jogo. Isso deve facilitar a participação de todos,
pois os jogos poderão ser espalhados em um espaço maior.
21/06/2022 18:14 UNINTER
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Enquanto os rolos secam, entregue folhas de jornal e peça que amassem até virar uma bola
(aproximadamente 5 a 7 cm). Em seguida, insira essas bolas de jornal em uma bexiga ou um balão.
Corte a parte usada para encher de ar para que fique mais fácil inserir o jornal amassado. Feche bem,
amarrando com barbante. Corte as pontas e logo terá bolas coloridas para arremessar nos pinos.
Faça grupos para que as crianças possam brincar juntas, mas não esperem tanto tempo pela vez de
jogar. Peça para que uma das crianças convide o menino andarilho para participar e, se ele não aceitar
no início, não desista, brinque com ele. Diga que aquele brinquedo está querendo brincar com ele.
Comumente, usamos um terceiro objeto para se referir à criança autista.
Os brinquedos são importantes aliados na motivação das crianças para brincar, e os sensoriais são
atrativos. Com efeito, os jogos que envolvem os sentidos despertam o interesse das crianças autistas e
auxiliam no desenvolvimento da audição e na percepção tátil e visual. Interaja com calma e, quando a
criança expressar interesse, fique atento ao seu limite. Caso ela aceite brincar ou segurar o brinquedo,
aproveite para elogiar sua iniciativa.
NA PRÁTICA
Agora que conhecemos a abordagem sobre o brincar e suas funções lúdica e educativa,
convidamos você para refletir sobre como o lúdico pode despertar o interesse das crianças em
aprender e, ao mesmo tempo, respeitar seu tempo. Durante a prática lúdica, o professor precisa
observar as crianças, seus interesses, verbalizações e necessidades. O olhar atento do professor pode
fazer a diferença para todos os estudantes na escola e, sobretudo, para as crianças com TGD ou
deficiências. 
Assim, convidamos você a pensar sobre como a prática lúdica poderá contemplar, ao mesmo
tempo, as funções lúdica e educativa. E, ainda, como pensar nas crianças com TEA? O que será essencial
para elas, na participação nos jogos e brincadeiras? Vamos deixar algumas palavras-chave para que
você possa elaborar suas reflexões.
Brincar;
Diversão;
Prazer;
Frustração;
Aprendizado;
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Interação;
Afeto;
Imaginação;
Criatividade;
Sentidos.
FINALIZANDO
A prática lúdica é uma importante ferramenta aliada ao desenvolvimento e aprendizado das
crianças. Evoca memórias do cotidiano das crianças, as quais, por meio disso, representam suas
intencionalidades e seus desejos.
O faz-de-conta e a imaginação nas brincadeiras e brinquedos fazem parte da vida de todos os
seres humanos. Por meio deste tipo de brincadeira, a criança representa papéis, aprende e desenvolve
suas capacidades comunicativas.
As funções lúdica e educativa são indissociáveis, já que o brincar por si só é uma prática que ensina
a todos que dela se beneficiam. O professor precisa conhecer as características do brincar e trazer para
o cotidiano da escola práticas inclusivas que possibilitem à maioria, ou quem sabe a todos, participar
de forma espontânea e alegre.
Os jogos sensoriais propiciam vivências corporais que enfatizam as capacidades motora, cognitiva
e afetiva, o que contribui para que as crianças aprendam a se expressar e a conviver na sua
individualidade, mas sempre respeitando as diferenças.
REFERÊNCIAS
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saber. Porto Alegre: ARTMED, 2014.
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21/06/2022 18:14 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/17
RAMALHO, N. P.; SARMENTO, S. M. de S. A. LEGO® Terapia como método de intervenção nas
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RAU, M. C. T. D. A ludicidade na educação: uma atitude pedagógica. 2. ed. Curitiba, 2011.
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