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Relações utero-fetais

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VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
Relações útero-fetais 
Diferentemente do que ocorre com outras espécies de seres vivos, o feto humano precisa de auxílio para nascer 
com segurança. Nesse contexto, é de fundamental importância que o profissional que presta essa assistência consiga 
identificar, enquanto o concepto ainda se encontra dentro do organismo materno, suas características anatômicas, bem 
como a maneira como ele se dispõe e se relaciona com o ambiente materno. Essa avaliação é essencialmente clínica e 
requer grande conhecimento e experiência. 
Por meio da palpação e do toque vaginal, o médico deve ter a capacidade “ver” em tempo real e dinâmico como 
o feto se posiciona e se relaciona com a mãe durante a sua passagem pelo canal de parto. 
 
Cabeça fetal 
 A cabeça fetal se constitui no principal ponto de dificuldade a passar pelos estreitos da pelve. É representada por: 
suturas (espaços membranosos entre os ossos justapostos), fontanelas (pequenos espaços – vulgarmente conhecidos 
como “moleiras”), diâmetros, circunferências e formações especiais. 
 
 
 
 Sutura sagital ou interparietal: localiza-se entre as bordas internas dos dois ossos parietais, estende-se do 
bregma ao lambda, sendo de grande importância clínica. 
 
 Fontanela Bregma: anterior, maior, quadrangular, situado na confluência das suturas sagital , coronária e 
metópica; tamanho: 4 x 3 cm; não desaparece durante o parto. 
 
 Fontanela Lambda (occipício): posterior, menor, formato triangular, encontrado na convergência da sutura 
sagital e occipitoparietal; deforma-se no trabalho de parto; compasso de Varnier. 
 
 
 
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Diâmetros anteroposteriores: 
 Diâmetro occipitomentoniano (OM): da ponta do occipício até o mento, é o maior diâmetro cefálico (13 cm). 
 Diâmetro occipitofrontal (OF): da ponta do occipício até a raiz do nariz (12 cm). 
 Diâmetro suboccipitofrontal (SOF): do suboccipício até a bossa frontal (10,5 cm). 
 Diâmetro suboccipitobregmático (SOBr): do suboccipício até o bregma (9,5 cm). 
 
Diâmetro vertical: 
 Diâmetro submentobregmático (SMBr): do submento (ângulo da mandíbula) até o meio da fontanela bregmática, 
mede 9,5 cm. 
 
 
Diâmetros transversais: 
 Diâmetro biparietal (BP): de uma bossa parietal (ponto mais saliente do osso parietal) até a outra, mede 9,5 cm. 
 Diâmetro bitemporal (BT): de uma têmpora a outra, mede 7,5 cm. 
 Diâmetro bimalar (BM): de um arco zigomático a outro, mede 7 cm. 
 
 
 
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Cintura escapular (ombros fetais) 
 Diâmetro Bisacromial (entre os dois acrômios): Mede 12 cm antes da insinuação e 9 cm após compressão. 
 Circunferência Bisacromial: corresponde e se relaciona com o diâmetro Bisacromial, medindo 34 cm. 
 Circunferência esternodorsal ou torácica: circunda o tronco fetal, medindo 32 cm. 
 
Cintura pélvica 
 Diâmetro Bitrocantérico: estende-se de um trocanter maior a outro e mede 9 cm. 
 Circunferência sacrotibial (apresentação pélvica completa) ou sacrofemoral (apresentação pélvica incompleta). 
 
Estática fetal 
Para estudar e descrever o mecanismo de parto, é necessário conhecer as relações espaciais entre o produto 
conceptual e o organismo materno; saber como se dispõe o feto dentro do útero da mãe. Para isso, é fundamental o 
conhecimento dos conceitos que se seguem. 
 
1) Atitude fetal: 
 Relação das diferentes partes fetais entre si. 
 Para que o feto (cerca de 50 cm) caiba dentro do útero (30 cm)  O feto assume a posição ovóide (polo cefálico e 
polo pélvico): Flexão da coluna vertebral, cabeça fletida (mento se aproxima do esterno) e coxas sobre a bacia. 
 
 
2) Situação fetal: 
 Relação entre maior eixo uterino com o maior eixo fetal. 
 
 
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 Longitudinal: maior eixo uterino e fetal coincidem. Ocorre em 99,5% das vezes. 
 Transversa: o feto se dispõe perpendicularmente ao maior eixo uterino; 
 Oblíqua: fase de transição da situação fetal, que no momento do parto se definirá em longitudinal ou transversa. 
 
3) Apresentação fetal: 
 Região fetal que ocupa a área do estreito superior e que nele vai se insinuar. 
 Na situação longitudinal, a apresentação pode ser cefálica ou pélvica, de acordo com a região que ocupa a área do 
estreito superior. 
 Na situação transversa, a apresentação é denominada córmica. 
 
 
 Teoria da gravitação (Aristóteles): Força da gravidade  cabeça de maior densidade ocupa a área do estreito superior 
no final da gestação. 
 Teoria da acomodação de Pajot: Todo sólido de superfície arredondada e lisa, contido em outro que apresente 
alternativamente contração e descontração, procura acomodar-se à forma e às dimensões do continente. 
 
 
 
 
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- Completo pode ter parto vaginal em alguns casos raros, mas o incompleto nunca pode. 
 
 
 
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Posição 
 Relação dos pontos de referência fetais com os maternos. 
 Relação do dorso fetal com a periferia uterine: lado direito/esquerdo maternos. 
 
Variedade de posição fetal 
 Relação do ponto de referência fetal em relação à bacia materna. 
 
 
 
 
 
 
 
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Nomenclatura obstétrica 
 A primeira letra se refere à apresentação fetal (identificado na palpação e toque): O (occipício), B (bregma), N (naso), 
M (mento), S (sacro) e A (acrômio). 
 A segunda letra se refere à posição (lado materno para o qual está direcionado o ponto de referência fetal): D (direita) 
e E (esquerda). A segunda letra vai existir nas variedades anteroposteriores (púbica e sacral). As posições esquerdas 
são mais frequentes. 
 A terceira letra se refere à variedade de posição, em que o feto está voltado para o ponto de referência da bacia 
materna: A (anterior – eminência ileopectínea), T (transversa – extremidade do diâmetro transverso), P (posterior – 
sinostose sacroilíaca ou púbis), S (sacro). 
 
 
Apresentações cefálicas fletidas. A. occipito esquerda anterior (OEA), B. occipito esquerda transversa (OET), C: occipito 
esquerda posterior (OEP), D. occipito direita anterior (ODA), E. occipito direita transversa (ODT), F. occipito direita 
posterior (ODP). 
 
 
Apresentações cefálicas defletidas de 3º grau. G. mento esquerda anterior (MEA), H. mento esquerda posterior (MEP), I. 
mento direita posterior (MDP), J. mento direita anterior (MDA). 
 
 
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Apresentação pélvica. K. sacra esquerda anterior, L. sacra esquerda posterior, M. sacra direita anterior, N. sacra direita 
posterior. 
 
 
Apresentações córmicas. O. acrômio esquerda posterior, P. acrômio esquerdo anterior, Q. acrômio direito posterior, R. 
acrômio direito anterior. 
	Diâmetros anteroposteriores:

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