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Química Carla Alves Lara Marciana Almendro David Transformando experiências Ciências da Natureza e suas Tecnologias Li vr o do p ro fe ss or Q uí m ic a Tr an sf or m an do e xp er iê nc ia s Li vr o de fo rm aç ão c on tin ua da 9 7 8 6 5 5 7 4 2 2 0 3 8 ISBN 978-65-5742-203-8 Livro de formação continuada Livro do professor PDF_6048-13_CAPA_Quimica_PNLD21 Obj3.indd 1PDF_6048-13_CAPA_Quimica_PNLD21 Obj3.indd 1 13/01/21 15:2113/01/21 15:21 G U I A P N L D G U I A P N L D A autora tem licenciatura plena em Química pela Universidade Vale do Rio Verde. É pós-doutora em Engenharia de Alimentos na Universidade Federal de Santa Catarina, pós-doutora em Microbiologia, doutora e mestre em Ciência de Alimentos pela Universidade Federal de Minas Gerais. Experiência de mais de 20 anos como professora de Química. A autora tem graduação em Química, é mestre e doutora em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais. Experiência docente na Educação Básica, no Ensino Superior e na formação de professores. Tem participação nas equipes de Desenvolvimento Curricular das Secretarias de Educação dos Estados de Minas Gerais e Pernambuco. Transformando experiências Química Livro do professor Carla Alves Lara Marciana Almendro David 1a edição São Paulo, 2021 Ciências da Natureza e suas Tecnologias D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 1D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 1 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D Copyright © Carla Alves Lara, Marciana Almendro David, 2021 Diretor-geral Ricardo Tavares de Oliveira Diretor adjunto Cayube Galas Gerente editorial Isabel Lopes Coelho Edição Rosa Visconti Kono (coordenação) Angela CDCM Marques, Maria Amélia de Almeida Azzellini e Maria Ângela de Camargo Coordenador de produção editorial Leandro Hiroshi Kanno Assistente de conteúdo Gabriela de Avila Preparação Aline Araújo (líder) Cátia de Almeida e Tereza Gouveia Projeto gráfico Estúdio Rebimboca Edição de arte, diagramação e revisão lab212 Capa Simone Oliveira Vieira Imagem: Rasi Bhadramani/iStockphoto/Getty Images Colaboradora Ana Luiza Arêas Coordenadora de imagens e textos Marcia Berne Iconografia Equipe de iconografia da editora Licenciamento de textos Equipe de licenciamento da editora Ilustração lab212 Tratamento de imagens lab212 Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à EDITORA FTD S.A. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Lara, Carla Alves Transformando experiências : química / Carla Alves Lara, Marciana Almendro David de Sousa. – 1. ed. – São Paulo : FTD, 2021. “Área do conhecimento: Ciências da natureza e suas tecnologias” ISBN 978-65-5742-203-8 1. Química (Ensino médio) I. Sousa, Marciana Almendro David de. II. Título. 20-52809 CDD-540.7 Índices para catálogo sistemático: 1. Química : Ensino médio 540.7 Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129 Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada. Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antônio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 2D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 2 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D Em 2018, o Ministério de Educação (MEC) homologou a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), contemplando toda a Educação Básica, incluindo o Ensino Médio. Ao longo dos úl- timos anos, essa implementação tem sido objeto de discussão de do- centes, gestores educacionais, instituições formadoras de professores e Secretarias de Educação. Um aspecto importante dessa discussão trata da formação inicial e continuada de professores. Nesse contexto, estamos propondo que os professores de Química voltem o seu olhar para a nova configuração do Ensino Médio e reflitam sobre a prática docente. Acreditamos que uma formação crítica e refle- xiva poderá servir aos interesses da sociedade do século XXI. Desde os anos 1970, a formação de educadores tem sido objeto de preocupação e de pesquisa de educadores e de responsáveis pelas políticas públicas de educação. Esse tema é central quando se pensa em propostas de mudança nos sistemas educativos. Para atender a essa demanda, esta obra foi elaborada com o propósito de auxiliar os professores na tarefa de pensar sobre um currículo de Química que desenvolva competências e habilidades definidas na BNCC associadas às Ciências da Natureza e que garanta a aprendizagem significativa dos conceitos fundamentais desse componente. Com este trabalho, pretendemos incentivar a contextualização e a integração dos conteúdos das Ciências da Natureza com as de- mais áreas do conhecimento, favorecendo os processos de ensino e aprendizagem. Esperamos poder contribuir para o enriquecimento do processo de formação docente, sintonizado com as competências, co- nhecimentos, habilidades, atitudes e valores que buscam promover o desenvolvimento dos estudantes em todas as suas dimensões e dar sentido à prática docente. As autoras apresentação D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 3D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 3 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D sumário I N T R O D U Ç Ã O 6 Carta ao professor 6 Motivações e justificativas 7 Apresentando as Unidades 10 Referências bibliográficas comentadas 28 Bibliografia complementar comentada 32 U N I D A D E 1 Projeto de vida do professor 33 Para começo de conversa 34 Capítulo 1: Preparando a construção de um projeto de vida do professor 35 Construção da identidade profissional do professor 36 Identidade profissional docente e formação do professor 37 Formação docente para a aquisição de competências e habilidades 39 Projeto de vida como um componente curricular 42 Capítulo 2: Teoria do prático reflexivo e desenvolvimento profissional de professores 43 Desenvolvimento profissional de professores 48 Trabalho em equipe e desenvolvimento profissional e pessoal 51 Capítulo 3: Competências que o professor precisa desenvolver 52 Dez competências para ensinar 52 Capítulo 4: Construção do projeto de vida 56 Passos para o desenvolvimento de um projeto de vida 59 O professor do futuro 65 Histórias de vida para se inspirar 67 U N I D A D E 2 Ensinar e aprender Química no Novo Ensino Médio 73 Para começo de conversa 74 Capítulo 1: A Química como componente curricular das Ciências da Natureza 75 Dimensões do conhecimento das Ciências da Natureza 77 Competências, habilidades e objetos de conhecimento da Química 79 Capítulo 2: Taxonomia de Bloom revisada para o desenvolvimento de habilidades 81 Relacionando as habilidades aos objetos de conhecimento 83 Definindo focos para os objetos de conhecimento da Química: conceitos, procedimentos e atitudes 90 Definindo critérios para escolha dos objetos de conhecimento 93 Formas de abordagem dos objetos de conhecimento da Química 94 Capítulo 3: Planejando o ensino de habilidades e objetos de conhecimento 97 Capítulo 4: Sugestões de atividades 100 Atividade baseada em texto literário 100 Atividade experimental 103 Atividade baseada em filme 106 Atividade desenvolvida a partir de simulação 108 Atividade baseada em um tema 112 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 4D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 4 07/01/21 10:2307/01/21 10:23 G U I A P N L D U N I D A D E 3 Um olhar interdisciplinar da Química 115 Capítulo 1: Níveis de interaçãoentre os saberes escolares 116 Interdisciplinaridade no ensino de Química e na formação dos professores 118 Capítulo 2: Seleção de temas contemporâneos transversais 121 Capítulo 3: Química e Temas Contemporâneos Transversais 124 Capítulo 4: Desenvolvimento de atividades investigativas e projetos 131 Características das atividades investigativas 131 Exemplos de atividades investigativas 133 Construção de um jogo de controvérsias 141 Desenvolvimento de projetos 150 U N I D A D E 4 Ensino, aprendizagem e processos de avaliação 157 Capítulo 1: Avaliação da aprendizagem 158 Avaliação de acordo com a BNCC 162 Capítulo 2: Condições necessárias para ensinar e avaliar conhecimentos de Química 174 Capítulo 3: Modelos de avaliação e aprendizagem 177 Avaliações externas ou sistêmicas 177 Avaliações processuais de habilidades 184 Avaliação durante as aulas remotas 187 Questionários on-line 188 Capítulo 4: Construção de itens de avaliação de habilidades 190 Formulação de itens e de questões de múltipla escolha 190 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 5D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 5 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D Carta ao professor A formação inicial e continuada de professores deve ser uma prioridade em qualquer proposta de mudança educacional, para fazer face às demandas da Reforma do Ensino Médio. Assim, entendemos que a formulação de diretrizes para a formação docente precisa estar de acordo com as demandas do Novo Ensino Médio, que envolvem estudantes, professores, equipe gestora e redes de ensino. Um dos objetivos desta obra é apresentar subsídios para o fortalecimento do diálogo entre professores de Química e professores de outras áreas de conheci- mento sobre a construção dos currículos de escolas e redes de ensino, a partir da BNCC. Outro objetivo é orientar a formação continuada, que se poderá realizar no âmbito da implementação curricular. O papel dos professores de Química no de- senvolvimento curricular das escolas e redes de ensino será, entre outros, garantir o desenvolvimento das competências e habilidades listadas na BNCC, definindo os objetos de conhecimento da Química que devem fazer parte das aprendizagens da área de Ciências da Natureza. As escolhas curriculares devem contemplar os conhecimentos da Ciência, his- toricamente construídos, assim como o contexto de vida dos estudantes. Nesse sentido, é importante que os professores reflitam sobre a natureza do conheci- mento científico e sobre as ideias que são fundamentais para a sua compreensão, para que sejam os agentes das mudanças necessárias. Iniciamos esta obra elencando os pressupostos metodológicos que referencia- ram o desenvolvimento das propostas. Em seguida, as reflexões e sugestões sobre o fazer docente foram divididas em quatro dimensões, em que se discutem o co- nhecimento de si, do outro e do nós (miniprojeto de vida para os professores), a Química escolar (problematização do isolamento disciplinar), a Química na área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias (problematização da interdisciplinaridade) e os processos de avaliação. Cada dimensão foi explorada em uma unidade. Há uma relação de referências bibliográficas básicas e complementares, comen- tadas, além das referências bibliográficas explicitadas ao longo do texto, que serão de interesse dos docentes que desejam se aprofundar nas questões levantadas e avançar na formação continuada. Um abraço. Introdução 6 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 6D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 6 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D Motivações e justificativas A BNCC é um documento de caráter normativo, que define o conjunto pro- gressivo de aprendizagens essenciais que todos os estudantes desenvolverão ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei n. 9.394/1996), a BNCC deve ser uma referência nacional para a formulação dos currículos dos sistemas e das redes escolares dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, assim como das instituições privadas. Embora os entes federativos continuem tendo autonomia para desenvolver os seus currículos, a BNCC pretende integrar a política nacional da Educação Básica, contribuindo para o alinhamento das diversas políticas e ações educacionais em todo o país. Uma mudança importante imposta aos estados, municípios e redes de ensino ocorre por conta da Lei n. 13.415/2017, que alterou a LDB e estabeleceu uma mudança na estrutura do Ensino Médio. Esta lei amplia o tempo mínimo do estudante na escola de 800 horas para 1 000 horas anuais, que deverá ser implementado até 2022. A Lei n. 13.415/2017 flexibiliza a organização curricular, definindo as aprendi- zagens obrigatórias desse nível de ensino em áreas do conhecimento, retirando a obrigatoriedade dos componentes curriculares tradicionais das áreas. Na BNCC, a expressão “itinerário formativo” foi adotada como referência à maneira como se organizam os sistemas de formação profissional ou, ainda, às formas de acesso às profissões. No entanto, na Lei n. 13.415/17, a expressão foi utilizada em referência a itinerários formativos acadêmicos, o que supõe o aprofundamento em uma ou mais áreas curriculares, e também a itinerários da formação técnica profissional. Os estudantes recebem uma formação geral básica obrigatória e percorrem itinerários formativos. Como os componentes curriculares não são obrigatórios, em tese, os estudantes, ao definirem os seus itinerários formativos, definem em quais áreas do conhecimento desejam aprofundar seu conhecimento. Essa é uma mudança importantíssima na organização do Novo Ensino Médio: De agente reativo, o estudante passa a ser o centro do processo de ensino e aprendizagem; assim, as atividades e vivências propostas devem desenvolver a autonomia, o protagonismo e a responsabilidade dos estudantes, despertando interesses e auxiliando na concretização de projetos de vida. No caso da área de Ciências da Natureza, os componentes Biologia, Física e Química continuam presentes ao longo do Ensino Médio, só não são compartimentados, nem são mais definidos os objetos de conhecimento desses componentes. Desse modo, fica a cargo dos estados e redes de ensino definir os objetos de conhecimento que de- sejam desenvolver, de acordo com o seu contexto e as demandas de sua comunidade. 7 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 7D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 7 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D A BNCC (BRASIL, 2018) apresentou as normas para a aprendizagem dos estudantes do Ensino Fundamental em áreas do conhecimento: Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens e Matemática. Apresentou tam- bém um conjunto progressivo de aprendizagens essenciais a todos os estu- dantes, por meio de competências específicas para as áreas de conhecimento, componentes curriculares, competências específicas para cada componente, unidades temáticas, objetos de conhecimento e as habilidades específicas relacionadas. Para o Ensino Médio, a BNCC definiu as aprendizagens em termos das compe- tências e habilidades específicas para as áreas de conhecimento: A definição das competências e habilidades para o Ensino Médio ar- ticula-se às aprendizagens essenciais estabelecidas para o Ensino Fundamental, com o objetivo de consolidar, aprofundar e ampliar a for- mação integral dos estudantes, atendendo às finalidades dessa etapa e contribuindo para que cada um deles possa construir e realizar seus projetos de vida, em consonância com os princípios da justiça, da ética e da cidadania. (BRASIL, 2018, p. 470) Assim, de acordo com a BNCC e com o apoio da escola e da coordenação pe- dagógica, os professores do Ensino Médio deverão definir os objetos de conheci- mento a serem ensinados, relacionados às competências e às habilidades espe- cíficas de cada área do conhecimento. Para isso, é necessário queos professores de Química tenham clareza sobre as aprendizagens necessárias à construção do conhecimento químico e também sobre como a BNCC trata as competências, as habilidades e os objetos de conhecimento. Para orientar a elaboração dos currículos de Ciências no Ensino Fundamental, as aprendizagens essenciais foram organizadas em três unidades temáticas: Vida e Evolução, Terra e Universo, Matéria e Energia, que são aprofundadas no Ensino Médio, relacionando os componentes curriculares, respectivamente, Biologia, Física e Química. Desse modo, os objetos de conhecimento da Química que devem ser complementados e aprofundados ao longo do Ensino Médio, estão relaciona- dos ao estudo dos materiais e suas transformações, o que possibilita construir conhecimento sobre a natureza da matéria, a produção de novos materiais e o aproveitamento de novas fontes de energia. Além das unidades temáticas, a BNCC também recomenda incorporar aos cur- rículos e às propostas pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos, que não pertencem a um componente curricular específico, mas que “afetam a vida Podemos dizer que as competências se referem ao saber, aos conheci- mentos que os estudantes devem adquirir, enquanto as habilidades reme- tem ao saber fazer, à aplicação do conhecimento em diferentes contextos. 8 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 8D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 8 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D humana em escala local, regional e global, preferencialmente de forma transversal e integradora” (BRASIL, 2018, p. 19). Seguindo essa orientação, sugerimos alguns objetos de conhecimento de modo a contemplar os Temas Contemporâneos Transversais, fazendo associações com assuntos de interesse dos estudantes e que conduzam à reflexão sobre questões de desenvolvimento, protagonismo e cidadania. Muitas vezes, os professores hesitam na condução de uma prática docente que atenda às demandas da modernidade, notadamente a de levar os estudantes a uma posição de onde possam conduzir o próprio aprendizado com compro- misso e protagonismo, transformando-os de meros espectadores a sujeitos ativos. Tomando por base essa ideia, as metodologias ativas oferecem um caminho para que sejam atingidos esses objetivos. Elas podem variar em pressupostos, modelos e estratégias, mas buscam o protagonismo dos estudantes na construção de seus próprios conhecimentos. No desenvolvimento de atividades sugeridas, apresen- tamos algumas possibilidades de metodologias ativas. Metodologias são grandes diretrizes que orientam os processos de ensino e aprendizagem e que se concretizam em estratégias, abordagens e téc- nicas concretas, específicas e diferenciadas. Metodologias ativas são estratégias de ensino centradas na participa- ção efetiva dos estudantes na construção do processo de aprendizagem, de forma flexível, interligada e híbrida. As metodologias ativas, num mundo conectado e digital, expressam-se por meio de modelos de ensino híbridos, com muitas possíveis combinações. A junção de metodologias ativas com modelos flexíveis e híbridos traz contribuições importantes para o desenho de soluções atuais para os aprendizes de hoje. [...] As metodologias ativas constituem alternativas pedagógicas que co- locam o foco do processo de ensino e de aprendizagem no aprendiz, envolvendo-o na aprendizagem por descoberta, investigação ou reso- lução de problemas. Essas metodologias contrastam com a abordagem pedagógica do ensino tradicional centrado no professor, que é quem transmite a informação aos alunos. No entanto, a proposta de um en- sino menos centrado no professor não é nova. No início do século pas- sado, John Dewey concebeu e colocou em prática a educação baseada no processo ativo de busca do conhecimento pelo estudante, que deveria exercer sua liberdade. BACICH, L.; MORAN, J. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre, Penso Editora, 2018. p. 4, 27, 28. Assim, de acordo com essas orientações da BNCC, desenvolvemos esta obra, que foi estruturada em quatro unidades descritas a seguir. 9 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 9D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 9 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D Apresentando as Unidades Unidade 1 (primeira dimensão): Projeto de vida do professor A primeira dimensão tem por objetivo prin- cipal propiciar momentos de reflexão e autoco- nhecimento, por meio de atividades e vivências. Essa é uma oportunidade para que o professor repense o seu projeto de vida. A Unidade 1 apresenta uma proposta de re- flexão aos professores de Química, buscando o conhecimento sobre si, sobre sua vida profis- sional e sobre as características dos estudantes aos quais dirigem o seu trabalho. O propósito dessa reflexão é levá-lo a identificar os próprios interesses e necessidades, na vida pessoal e na profissional, assim como as suas crenças rela- cionadas à sua vida e às suas atividades profis- sionais. A partir dessa reflexão, espera-se que você reconheça e atribua sentido às suas esco- lhas, entendendo as suas próprias necessidades, assim como a perspectiva dos estudantes, compreendendo as necessidades e os sentimentos deles. Essa refle- xão, que é a prática da alteridade, é necessária para a construção de um projeto de vida, pessoal e profissional. Pensamos que a reflexão sobre o próprio projeto de vida, pessoal e profis- sional, poderá contribuir para que você se torne mais capaz de orientar os estu- dantes do Ensino Médio na construção de seus projetos de vida. Para promover essa reflexão, buscamos discutir alguns referenciais teóricos baseados em pes- quisas educacionais. Para a reflexão sobre a formação da identidade profissional docente, recor- remos a Garcia, Hypolito e Vieira (2005). Esses autores identificaram diferentes concepções de identidade profissional docente a partir de cinco modelos de pro- fissionalismo: clássico, como trabalho flexível, como trabalho prático, como traba- lho extensivo e como trabalho complexo. De acordo com os autores, o professor precisa ter consciência de quem é, de quem não quer ser como um professor e de como se transformar em quem se deseja ser. Nesse contexto, é necessário que você tenha consciência de si e do outro para que possa refletir sobre a própria formação profissional. Para a reflexão sobre os conhecimentos e as competências necessárias à profissão docente, apresentamos as contribuições de Antoni Zabala e Philippe Perrenoud. Zabala (1998) discute a função social do ensino, permitindo ao pro- fessor refletir sobre as suas próprias crenças sobre ensino e aprendizagem. É importante reservar um tempo para si mesmo e repensar seu projeto de vida. Além de contribuir com sua prática docente, esse cuidado possibilita uma maior qualidade de vida. Pi xe l-S ho t/ Sh ut te rs to ck .co m 10 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 10D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 10 07/01/21 10:4407/01/21 10:44 G U I A P N L D Perrenoud (2000), a partir da sua pedagogia das competências, elencou dez com- petências necessárias para a profissão docente no século XXI. Essas competências aparecem nas discussões realizadas pelos educadores, nos últimos anos, assim como nos documentos oficiais, Diretrizes e Parâmetros Curriculares que deram origem às Propostas Curriculares desenvolvidas por estados e municípios. Segundo Perrenoud, as competências são traduzidas em termos de conhe- cimento prático sobre as situações cotidianas, referem-se à ação empreendida, ao seu uso e a que se destina. Perrenoud também explica que as habilidades são representadas pelas ações propriamente ditas, ou seja, as ações (habilidades) rea- lizam a competência de forma concreta. Na BNCC, o projeto de vida tem importância central e possui atenção compa- rável à de um componente curricular. Dessa forma, o professor será o orientador dos projetos de vida dos estudantes.Por isso, foi proposto que o professor de- senvolva o seu próprio projeto de vida, a fim de se tornar mais capaz de orientar o desenvolvimento do projeto de vida dos estudantes. De acordo com a BNCC, esta etapa de formação demanda especial atenção, porque tem como objetivo preparar a juventude para o exercício da cidadania e para a inserção no mundo do trabalho. E, para tal, deve atender às expectativas dos jovens em sua formação, contribuindo para a construção de seu projeto de vida. Para isso, discutimos, nesta unidade, a formação do professor como prático reflexivo. A teoria do prático reflexivo aplicada ao desenvolvimento profissional de pro- fessores foi discutida a partir de Schön (1983) e Zeichner (1993). De acordo com Schön, a reflexão sobre a ação docente pode contribuir para o desenvolvimento profissional dos professores. Para a reflexão dos professores sobre sua ação do- cente, na Unidade 1 são discutidas algumas formas de engajamento profissional do professor, incluindo o trabalho em equipe. Ainda de acordo com Schön, um processo de desenvolvimento profissional eficaz precisa levar ao engajamento dos professores no trabalho coletivo. São três as principais ideias de Zeichner (1993) sobre o professor como prático reflexivo: fNão basta o professor refletir sobre o seu próprio exercício profissio- nal, deve refletir também sobre as condições nas quais é produzido tal exercício. fA prática reflexiva deve levar em conta a desigualdade e injustiças que ocorrem em sala de aula, envolvendo valores éticos, estéticos e morais. fA prática reflexiva consiste em um compromisso com a prática social da profissão de professor. Acreditamos que as ideias de Zeichner con- tribuem para a reflexão do professor sobre os seus valores. Para o autor, não se podem eliminar as condições sociais nas quais são desen- volvidos o trabalho do professor e o seu processo de reflexão. 11 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 11D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 11 07/01/21 10:4407/01/21 10:44 G U I A P N L D O caminho Ação docente Desafios do fazer docente Aprendizagem com a prática Construir o projeto de vida Po ng st or n Pi xs /S hu tt er st oc k. co m Cinco passos para desenvolver um projeto de vida. Para iniciar a construção do projeto de vida é necessário definir o seu signifi- cado. Definimos o projeto de vida como um sistema de planejamento, a partir do qual podemos identificar nossas capacidades e nossos interesses. O projeto de vida pessoal é uma estrutura que expressa um plano para o futuro, direcionando as principais áreas da vida, especialmente aquelas que requerem tomada de decisões importantes para o futuro pessoal e profissional. Considere três dimensões: a pessoal, a social e a profissional. Essas três dimen- sões relacionam-se entre si e definem o modo de vida da pessoa. Para desenvolver um projeto de vida, é necessário pensar no seu planejamento. Para isso, apresenta- mos um plano de orientações sobre as reflexões necessárias, em cinco passos. Vale ressaltar que esses passos não são uma receita pronta para o seu desenvolvimento profissional, ou para o seu projeto pessoal de futuro. Trata-se de um ponto de par- tida para se pensar um projeto de futuro, ao mesmo tempo que realiza o trabalho de orientar os estudantes em seus itinerários formativos e em seus projetos de vida. No primeiro passo, você reconstitui o seu caminho e suas escolhas, até chegar ao lugar onde está no momento presente, que será o ponto de partida de um pro- jeto para o futuro. O passo 1, assim como os seguintes, foram descritos por meio de esquemas, pelos quais algumas indagações são apresentadas. São indagações que você fará a si mesmo, para, a partir das respostas, poder reconstituir a sua história e tomar consciência do seu ponto de partida, dos seus interesses, sonhos e desejos, para começar a definir aonde quer chegar e o que deseja ser no futuro. O passo 2 será uma reflexão sobre as suas ações como professor. Um pro- cesso crítico reflexivo exige que você se volte para dentro de si e questione as suas crenças, as suas ações e a sua forma de abordagem em sala de aula. Nessa reflexão, é importante olhar para os estudantes e para as suas diversas formas de dar sentido ao que lhes é apresentado nas situações de ensino. Para isso, deve fazer indagações sobre a sua atuação, acerca da sua prática docente. No passo 3, tome consciência das características, oportunidades e desafios do fazer docente. Neste ponto, reflita sobre o seu desenvolvimento profissional e crescimento na carreira de professor. A carreira docente não é igual em todas as instituições ou redes, assim, o profissional precisa conhecer os diversos aspec- tos da carreira profissional e verificar como ocorre a progressão na carreira nas 12 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 12D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 12 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D instituições públicas e privadas. O projeto de vida deve incluir um plano para o desenvolvimento profissional e progressão na carreira de professor. No passo 4 são propostas questões sobre as ações profissionais para a sua reflexão, sobre o planejamento de ensino e sobre as atividades propostas aos estudantes. Também foram propostas questões acerca da sua formação (pes- quisas da área e formação acadêmica) e, finalmente, a própria reflexão sobre a prática, sobre a aprendizagem com a própria prática. O passo 5 é a culminância da construção do seu projeto de vida. Defina os seus objetivos e o seu plano de ações para um determinado período de sua vida. Como em qualquer projeto, você é convidado a fazer escolhas. Isso dependerá da motivação e da segurança que já tem sobre as suas escolhas. Finalmente, para motivá-lo na construção de seu projeto de vida, apresentamos algumas histórias de vida inspiradoras, de profissionais da Ciência e do Ensino de Ciências. Acreditamos que conhecer histórias de vida possa contribuir para dar sentido ao projeto de vida. Para o psicólogo Carl Rogers (2009), histórias de vida podem nos estimular a evoluir como pessoas, a fazer escolhas, a nos libertar das dependências e nos tornar mais produtivos e realizados em todos os aspectos. Para o educador Ivor Goodson (2007), histórias de vida são como processos de aprendizagem; o currículo e a apren- dizagem são narrativas que também se constroem no percurso, em contraposição às narrativas prontas, definidas previamente nos sistemas convencionais de ensino. Unidade 2 (segunda dimensão): Ensinar e aprender Química no Novo Ensino Médio Na Unidade 2, orientamos as escolhas curriculares que os professores podem fazer para o componente curricular Química, da área de Ciências da Natureza. Sabendo que a BNCC flexibiliza o currículo, retirando dele a obrigatoriedade da divisão dos componentes curriculares, cabe aos professores a reflexão sobre a pertinência dos conhecimentos dos componentes curriculares de sua área. Nesse sentido, é importante que os professores reflitam sobre quais são os conhecimentos fundamentais à compreensão da Química. Ao fazerem escolhas sobre os objetos de conhecimento a serem propostos aos estudantes, os professores devem dar sentido a esse conhecimento. Para isso, é preciso ter em mente que os objetos de conheci- mento de Química devem possibilitar aos estudantes compreender melhor o mundo em que vivem e como o conhecimento científico é historicamente construído. Mas o que são objetos de conhecimento? Os objetos de conhecimento são entendidos como conteúdos, conceitos e processos que, por sua vez, são organizados em unidades temáticas. Para cada unidade, são os conteúdos, con- ceitos e processos abordados nas habilidades, onde aparecem como o complemento do verbo. Por exemplo, em Química, a habilidade “nomear e identificar evidências de uma reação química” trabalha o objeto de conhecimento “Transformações químicas”. 13 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd13D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 13 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D A unidade traz questões reflexivas como: Qual o papel das Ciências da Natureza? Como as ciências podem contribuir para a formação da juventude para a cidadania? E ainda: O que os componentes curriculares das Ciências da Natureza têm em comum? Ao pensar sobre essas questões, o professor consegue fazer conexões entre os com- ponentes das Ciências da Natureza e elencar os objetos de conhecimento em três dimensões: os conceitos, os procedimentos e as atitudes ou valores, que estão contidos nas Ciências da Natureza e devem estar contemplados na construção do currículo. Com isso, cria-se a oportunidade de recuperar e aprofundar alguns conceitos já trabalhados no Ensino Fundamental. A BNCC dá ênfase às habilidades, que expressam as ações que os estudantes devem realizar e os processos cognitivos que devem ser mobilizados por eles durante a apren- dizagem. As habilidades são um guia para o professor escolher o material didático, as metodologias de ensino e de avaliação da aprendizagem. Articulamos os processos de ensino e aprendizagem com as habilidades propostas na BNCC usando a taxonomia de Bloom revisada (1983). A taxonomia de Bloom revi- sada favorece uma visão mais ampla do processo de ensino, que inclui não somente a aquisição de conhecimento, mas também a sua aplicação em situações novas e variadas. O quadro 1 correlaciona os níveis de aprendizagem do mais simples para o mais complexo, com o desenvolvimento dos processos cognitivos, de acordo com a taxonomia de Bloom revisada. Nessa unidade, objetos de conhecimento da Química são sugeridos segundo dois fatores: as ideias que estruturam o conhecimento das Ciências Naturais e da Química; e as habilidades sugeridas na BNCC, que se relacionam com os objetos de conheci- mento da Química. Então, apresentamos as três competências específicas das Ciências da Natureza e as habilidades relacionadas nos quadros 2, 3 e 4. Para cada habilidade ci- tada, elencamos os objetos de conhecimento que consideramos pertinentes de serem desenvolvidos em sala de aula. Juntamente com os objetos de conhecimento, inserimos temas interdisciplinares que abarcam as habilidades para cada competência específica. Os quadros constituem meras sugestões, pontos de partida ou embasamentos para construção curricular, sem pretensão de esgotar as possibilidades e nem de definir uma ordem de execução. Em seguida, fizemos uma discussão sobre a definição do foco para os objetos de co- nhecimento da Química envolvendo os três componentes fundamentais do currículo: Propriedades e características dos materiais Constituição da matéria Transformações químicas Conceitos Procedimentos Atitudes ou valores la b2 12 la b2 12 Foram propostas algumas questões para reflexão acerca da importância dos obje- tos de conhecimento e dos critérios elencados para a seleção destes objetos. A Química tem como objetos de estudo: 14 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 14D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 14 07/01/21 10:4507/01/21 10:45 G U I A P N L D Mantendo o foco nos conceitos que estruturam o conhecimento na Química, é preciso organizar os conteúdos para a aprendizagem, considerando que há um vasto conhecimento disponível e um tempo restrito na sala de aula para que possam ser desenvolvidos os objetos de conhecimento da Química. A escolha adequada dos objetos de conhecimento fará com que, ao final do Ensino Médio, os estudantes sejam capazes de relacionar os conhecimentos sobre os diversos materiais, suas propriedades, constituição e transformações ao sistema produtivo, aos hábitos de consumo e às questões ambientais e, com habilidades desenvolvidas, sejam capazes de propor soluções para problemas no âmbito da ciência que surgem no dia a dia. Ainda nesse contexto, apresentamos outras questões para reflexão, sem res- posta única, e uma discussão sobre as características que o ensino deve ter para ser significativo na vida dos estudantes, os critérios para a escolha dos objetos de conhecimento e as formas de abordagem deste ensino. Por fim, sugerimos atividades e metodologias que podem ser desenvolvidas em sala de aula, com o propósito de incentivar nos estudantes as boas práticas de observação, investigação e registro dos fenômenos abordados, além de responsa- bilidade, autoria e protagonismo. Foram sugeridas atividades segundo cinco meto- dologias distintas; a realização dessas atividades ocupa, em média, três aulas cada. As escolhas metodológicas devem ser feitas pelos professores, sempre conside- rando as condições do seu contexto de trabalho, assim como o contexto dos estu- dantes. As metodologias sugeridas conduzem a uma abordagem ativa, permitindo que as atividades possam ser desenvolvidas na escola, em casa ou, ainda, de modo híbrido. A condução da atividade pelo professor é determinante do quanto ela será mais aberta e, portanto, mais “ativa”. A primeira atividade é sobre um texto extraído de uma obra de divulgação científica, O que Einstein disse ao seu cozinheiro (2003). O trecho selecionado tece considera- ções sobre as qualidades dos caldos de ossos, que o autor logo declara deverem-se à presença do colágeno. Para compreenderem essas qualidades, os estudantes deverão entender a estrutura dessa proteína, as características de lipo e hidrossolubilidade das moléculas e, também, a formação das emulsões. Para manter a curiosidade e a moti- vação dos estudantes, o professor pode conduzir uma pesquisa sobre os componentes das proteínas e a presença do colágeno nos organismos. A escolha do texto seguiu o critério de estudar os fenômenos químicos segundo uma habilidade que se deseja desenvolver e desenvolver a habilidade de investigar, a partir de fontes variadas de informação e de contextos reais, envolvendo materiais de fácil acesso. Esta atividade poderá ser executada em uma ou duas aulas, dependendo da condu- ção do professor. As pesquisas podem ser orientadas para serem trabalhadas em casa. A segunda atividade se refere a um experimento de identificação e separação de pigmentos da folha da trapoeraba-roxa. Os estudantes terão oportunidade de recu- perar e aprofundar alguns conceitos já trabalhados no Ensino Fundamental, como distinguir misturas e substâncias ou estabelecer relação entre os constituintes dos materiais e suas propriedades. Ao aprofundarem-se na constituição das substâncias envolvidas, os estudantes deverão saber explicar a constituição dos pigmentos, usando 15 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 15D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 15 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D os modelos de ligação química e de forças intermoleculares. Também deverão explicar a composição das misturas homogêneas e heterogêneas. Atividades baseadas em filmes costumam manter os estudantes motivados e atentos. No terceiro exemplo, propõe-se explorar os acontecimentos que se desenrolam no filme de ficção O inferno de Dante (1997), sobre um vulcão adormecido que se torna ativo. Para levantar conhecimentos prévios, pode-se fazer uma roda de conversa com questões preliminares sobre os vulcões, seus componentes e sua atividade. É uma boa estratégia dividir a turma em grupos e selecionar aspectos do filme, para que os estudantes obser- vem, analisem e registrem para discussão com o grupo todo, posteriormente. Formação de óxidos, transformação química, evidências de transformações químicas e pH são ob- jetos de conhecimento que poderão ser tratados de forma lúdica e investigativa. A quarta atividade está centrada em uma simulação da plataforma PhET (https://phet.colorado.edu. Acesso em: 29 dez. 2020). As atividades envolvem os es- tudantes por meio de um ambiente intuitivo e semelhante a um jogo, e o aprendizado acontece por meio de exploração e descoberta. Sugerimos uma simulação envolven - do os conceitos de solução, dissolução, diluição e concentraçãode soluções, com um roteiro para o desenvolvimento da atividade. Os simuladores dessa plataforma podem ser copiados para diversas mídias: computadores, tablets e celulares, e podem ser usa- dos sem conexão com a Internet. Isto favorece a sua utilização na escola ou em casa, contribuindo para o ensino híbrido. Sugerimos, por fim, uma atividade de problematização com o tema Alimentos, par- tindo da constatação de que muitos estudantes consideram que os conhecimentos da Química aplicam-se invariavelmente a temas abstratos. Essa é uma das razões pelas quais atividades experimentais e investigativas devem ser mais exploradas em sala de aula. Como o tema alimentos tem muitas oportunidades de exploração do ponto de vista químico, sugerimos o tema como gerador da investigação proposta. Para isso, apresentamos algumas questões problematizadoras de fatos tidos como comuns ou corriqueiros e ações enraizadas, que se repetem sem questionamentos e que podem desencadear o desenvolvimento de objetos de conhecimento. As questões, uma vez respondidas pelos estudantes, poderão fornecer aos professores informações sobre as ideias que eles têm sobre as substâncias químicas. O conceito de substância apresenta diversas interpretações, que emergiram ao longo da história da Ciência. O texto apresenta um breve relato do desenvolvimento histórico do conceito de substância química, contemplando as cinco zonas do perfil conceitual: gene- ralista, utilitarista ou pragmática, substancialista, racionalista e relacional, destacando as concepções do perfil relacional. SILVA, João Roberto Ratis Tenório da. Diversos modos de pensar o conceito de substância química na história da ciência e sua visão relacional. Ciência & Educação, Bauru, v. 23, n. 3, p. 707-722, jul./set. 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ciedu/v23n3/1516-7313-ciedu-23-03-0707.pdf. Acesso em: 8 dez. 2020. Diversos modos de pensar o conceito de substância química na história da ciência e sua visão relacional Um bom texto 16 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 16D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 16 07/01/21 10:4807/01/21 10:48 G U I A P N L D Unidade 3 (terceira dimensão): Um olhar interdisciplinar da Química A Unidade 3 problematiza a interdisciplinaridade nas Ciências da Natureza, como área de conhecimento curricular, de acordo com a BNCC. Nesta unidade, apresentamos aos professores sugestões de como relacionar os objetos de co- nhecimento da Química, sugeridos na Unidade 2, com os temas contemporâneos, sugeridos na BNCC, para o desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar. Ainda nesta unidade, apresentamos algumas ideias e sugestões para o trabalho inter- disciplinar, por meio de atividades investigativas e desenvolvimento de projetos. Esperamos que as sugestões contidas nessa unidade possam contribuir para a reflexão e o diálogo dos professores de Química sobre diferentes metodologias de ensino e estratégias didáticas, que possam melhorar o ensino e a aprendizagem das Ciências da Natureza no Ensino Médio. É importante ressaltar que a BNCC não indicou os componentes curriculares da área de Ciências da Natureza, nem os objetos de conhecimento para o Ensino Médio. Para apresentar a Química como um componente curricular, relacionamos as habilidades específicas das Ciências da Natureza aos temas contemporâneos apresentados na BNCC e incluímos objetos de conhecimento da Química que jul- gamos pertinentes aos temas. A BNCC recomendou que os objetos de conhecimento do Ensino Fundamental, da área de Ciências da Natureza, sejam complementados e aprofundados no Ensino Médio. Assim, os objetos de conhecimento relacionados aos temas con- temporâneos foram escolhidos para aprofundamento do Ensino Fundamental e por sua pertinência contextual. Dos 15 Temas Contemporâneos abordados na BNCC (BRASIL, 2018), escolhemos quatro para trabalhar os conhecimentos das Ciências da Natureza, que são: Ciência e Tecnologia, Educação Alimentar e Nutricional, Educação Ambiental e Educação para o Consumo. Esses temas foram apresentados em quatro quadros, nos quais relacionamos os objetos de conhecimento, subtemas a serem trabalhados em pro- jetos e atividades pedagógicas, assim como sugerimos os componentes curriculares que têm mais afinidade com a temática, para trabalharem de modo integrado. A Unidade 3 trata da interdisciplinaridade no ensino de Química, um tema que vem sendo discutido nas últimas décadas e tem um caráter polis- sêmico para os educadores. Assim, a incorporação da interdisciplinaridade ao currículo torna-se um desafio para os professores. Nossa proposta perpassa por uma discussão do que seja a interdisciplinaridade e de como ela pode ser trabalhada na sala de aula. Muitas vezes, ela é confundida com termos similares como multidisciplinaridade e pluridisciplinaridade. Cabe ao professor um aprofundamento para identificação das particularidades de cada 17 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 17D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 17 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D termo. Nos documentos oficiais, ela aparece na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 5692/1971, ficando mais conhecida na LDB de 1996. Porém, a interdisciplinaridade fundamentando o currículo surge nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), em 1999, e na BNCC, em 2018. Nossa discussão é baseada nas diretrizes e nas orientações da BNCC junta- mente com as ideias difundidas por autores que são referência na área de ensino. Para que o professor possa introduzir a interdisciplinaridade no ambiente esco- lar, é necessário um conhecimento prévio do termo e, nesta obra, pontuaremos como esse termo pode ser introduzido no currículo ou no planejamento político pedagógico. Em sua obra O que é interdisciplinaridade, Fazenda (2008) a define como uma atitude, um modo de relacionar com o conhecimento e sua complexidade no ambiente escolar. Escolhemos a autora para auxiliar na construção da discussão da introdução da interdisciplinaridade na promoção da aprendizagem. Nesta unidade discutimos sobre a interdisciplinaridade científica e como a Química facilita a compreensão das outras ciências. Ressaltamos que no ambiente escolar a interação com outros componentes curriculares ou mesmo com outras áreas do conhecimento ajuda e facilita a aprendizagem dos estudantes e o trabalho docente. A BNCC (BRASIL, 2018) determina os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) como referência nacional obrigatória para a elaboração ou adequação de currículos e propostas pedagógicas, considerados como conteúdos a serem inte- grados aos currículos da Educação Básica, a partir das habilidades a serem desen- volvidas pelos componentes curriculares. Ademais, a BNCC recomenda incorporar aos currículos e às propostas pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos que afetam a vida humana em escala local, regional e global, preferencialmente de forma transversal e integradora. Os TCTs propostos pela BNCC têm o objetivo de se efetivar como uma estra- tégia eficaz na construção da cidadania do estudante e da participação ativa da vida em sociedade. Temas Contemporâneos Transversais: fCiência e Tecnologia fDireitos da Criança e do Adolescente fDiversidade Cultural fEducação Alimentar e Nutricional fEducação Ambiental fEducação em Direitos Humanos fEducação Financeira fEducação Fiscal fEducação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais Brasileiras fEducação para o Consumo fEducação para o Trânsito fProcesso de Envelhecimento, respeito e valorização do Idoso fSaúde fTrabalho fVida Familiar e Social 18 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 18D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 18 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D Cabe aos sistemas e redes de ensino, assim como às escolas, incorporarem aos currículos a abordagem dos TCTs, que são de interesse sociocientífico, de forma transversal e integradora,considerando para isso a integração entre os compo- nentes curriculares. O tema Ciência e Tecnologia é bastante amplo e é referenciado nos documen- tos oficiais. Na LDB, artigo 35, uma das finalidades do Ensino Médio é “a com- preensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina” (BRASIL, 1996). No artigo 36, parágrafo 1o, uma das competências que o estudante deve demons- trar é “o domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna” (BRASIL, 1996). Na BNCC, o tema aparece como uma das opções a serem trabalhadas no ambiente escolar. Portanto, o estudo da Ciência e do conhecimento científico é importante para entender a natureza do mundo, enquanto o estudo dos usos da tecnolo- gia e seu desenvolvimento é importante para transformar o mundo. Assim, a tecnologia envolve principalmente a necessidade de solucionar problemas, e é um tema que pode ser bem desenvolvido no ambiente escolar. Escolhemos o tema Educação Alimentar e Nutricional por ser um facilitador para o entendimento de muitas transformações que ocorrem no nosso dia a dia. O tema proporciona na escola uma discussão para a adoção de uma alimentação mais saudável. Sendo a escola um dos espaços formativos, é apropriada para o desenvolvimento de ações que busquem estimular a adoção dessas práticas. O tema Educação Ambiental, presente nas discussões dentro das salas de aula, se torna bastante relevante para uma conscientização de um novo paradigma de educação: o cuidado. Segundo o filósofo e educador colombiano Bernardo Toro, citado por Matuoka (2019), o cuidado conosco, com os outros e com o ambiente é condição de sobrevivência no planeta. As ideias do filósofo só reforçam a necessi- dade de inserir a temática no ambiente escolar, pois ajuda a formar cidadãos que podem construir sociedades mais sustentáveis. Para orientar como viver nessa nova situação, Bernardo Toro aponta o cuidado como principal ferramenta. O cuidado com o corpo O cuidado com o espírito Cuidar de quem está próximo Cuidar de quem está distante O cuidado com o intelecto la b2 12 Fonte: MATUOKA, Ingrid. Bernardo Toro e a educação para o contexto das mudanças climáticas. Centro de Referências em Educação Integral, 26 set. 2019. Disponível em: https://educacaointegral.org.br/reporta- gens/bernardo-toro-e-educacao-no-contexto-das-mudancas-climaticas/. Acesso em: 8 dez. 2020. 19 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 19D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 19 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D Por fim, o quarto tema escolhido foi a Educação para o Consumo, assunto bas- tante pertinente num mundo globalizado e de mudanças rápidas. Segundo Costa (2009, p. 35-36), “o consumo é o centro organizador da ordem social, política, econô- mica e cultural do presente, e todos nós somos ‘educados’ para e por ele. As crianças de hoje nascem dentro da cultura consumista e crescem modelando-se segundo seus padrões e normas”. E os adultos também vão se instalando e conformando no molde da cultura consumista, muitas vezes sem uma visão crítica. A escola se torna um ambiente propício para a discussão sobre o consumo, fornecendo aos estudantes ferramentas para que se tornem consumidores críticos e conscientes. O documento Temas Contemporâneos Transversais na BNCC – Contexto Histórico e Pressupostos Pedagógicos (BRASIL, 2019) descreve em seu texto que não se tem a pretensão de elencar uma única teoria e concepção para os Temas Integradores, mas, sim, definir pressupostos pedagógicos básicos para a aborda- gem deles de forma que não se descaracterize sua real finalidade. Esses pressupostos buscam contribuir para que a educação escolar se efetive como uma estratégia eficaz na construção da cidadania do estu- dante e da participação ativa da vida em sociedade, e não um fim em si mesmo, conferindo a esses conteúdos um significado maior e classifican- do-os, de fato, como TCTs. Em relação às atividades interdisciplinares, esta obra sugere novas práticas pedagógicas no ambiente escolar com engajamento da escola e dos estudantes na implementação de um novo currículo, onde haja a prática da interdisciplinaridade. Nossa proposta é o desenvolvimento de temas contemporâneos por meio de ativi- dades investigativas e de projetos. Primeiro construímos uma correlação destes temas com as habilidades e os objetos de conhecimento do componente curricular de Química e da interação colaborativa de outros componentes curriculares. Como dissemos anteriormente, nosso objetivo não é esgotar as possi- bilidades, mas exemplificar; portanto, o professor poderá ficar à vontade para ampliar as correlações feitas das habilidades, objetos de conheci- mento e temas contemporâneos transversais. Entre as competências gerais da BNCC, a segunda recomenda que os estudan- tes devem [...] exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imagina- ção e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. (BRASIL, 2018, p. 9) 20 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 20D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 20 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D Diante dessa recomendação, sugerimos atividades investigativas e projetos que o professor, juntamente com o apoio da equipe escolar, poderá desenvolver com os estudantes. A abordagem dessas estratégias de ensino permite a contextualização dos conteúdos como orienta a BNCC (BRASIL, 2018). Para atender a essas demandas, acreditamos que o desenvolvimento de atividades investigativas e de projetos interdisciplinares seja ferramenta importante e proveitosa para os estudantes. É preciso considerar que o termo “atividade de investigação” também é com- preendido segundo vários significados, e que não há consenso ou uma fórmula única de se conduzir as referidas atividades. De qualquer modo, entendemos que a metodologia de atividade investigativa deve observar algumas características: fOs estudantes devem se engajar na realização das etapas; fOs conhecimentos prévios dos estudantes são conhecidos no momento de elaborar hipóteses; fDeve haver pesquisa bibliográfica ou realização de atividades experimentais para reunir informações; fComunicação de resultados obtidos para os colegas de classe. Assim como as atividades da Unidade 2, a exploração das atividades aqui su- geridas pode tomar até três aulas cada uma. Nesta unidade descrevemos as características das atividades investigativas e como elas promovem a autonomia e o protagonismo dos estudantes. No primeiro exemplo de atividade investigativa foram propostos experimentos factíveis de serem feitos em casa, usando o tema Alimentos como transversal. Essa atividade poderá ser feita pelos estudantes em casa, e os resultados podem ser comentados em sala com o professor usando três aulas para ser concluída. As atividades investigativas propostas abordaram reações que ocorrem com alimentos, tais como: escurecimento enzimático, descalcificação e modificação da clorofila. Ao trabalhar com estes experimentos, os professores deverão pro- por questões relacionadas a cada experiência ou situação problema. A primeira atividade experimental investiga a reação de um prego novo com uma maçã, que produz uma substância escura, o maleato ferroso. Um dos objetivos propostos foi investigar como o maleato ferroso pode ser aplicado no combate à anemia. Juntamente com a Biologia pode-se discutir com os estudantes o que é a anemia, quais os seus sintomas e por que o maleato ferroso poderia contribuir para o seu tratamento. Causas da anemia fDeficiência de ferro fDeficiência de cobalamina (vitamina B12) 21 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 21D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd21 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D fDeficiência de ácido fólico (vitamina B9) fDiminuição da produção de células vermelhas do sangue fPerda de sangue fDestruição de células vermelhas do sangue A segunda atividade experimental tem o objetivo de demonstrar o escureci- mento das frutas quando deixadas expostas ao oxigênio do ar. O professor pre- cisará somente de frutas como maçã ou banana. O resultado da experiência ex- plica, por exemplo, por que colocamos frutas cítricas, como a laranja, na salada de frutas – para evitar o escurecimento delas. A Biologia poderá trazer a discussão do papel da vitamina C no organismo e tratar sobre alimentos geneticamente modificados. O experimento de escurecimento dos ovos, em que serão utilizados somente ovos, água e uma fonte de calor, objetiva mostrar a presença de ferro na gema do ovo. O resultado permite a discussão da presença do íon ferro no ovo e em outros alimentos, assunto que poderá ser abordado de maneira integrada com a Biologia. Qual a relação entre o aumento das emissões de gás carbônico e o enfraqueci- mento dos corais? Essa pergunta pode ser contextualizada com o experimento de descalcificação da casca de ovos, feito com vinagre e casca de ovos. O objetivo é demonstrar uma das maneiras de descalcificação da casca de ovo, que é feita de carbonato. Esse tema pode ser explorado também em integração com a Biologia. O objetivo da atividade experimental 5 é demonstrar a descalcificação dos ossos, usando ossos, vinagre e um refrigerante de cola. O resultado proporciona uma discussão rica sobre os fatores que causam a descalcificação dos ossos e o tratamento. A Biologia auxilia na discussão e a Física poderá colaborar com a discussão de aparelhos que são usados para produzirem imagens de ossos fratu- rados ou para investigação de perda óssea, como o raio X. É possível evitar que os vegetais mudem de cor, depois de cozidos? A atividade expe- rimental 6 discute por que vegetais perdem o pigmento da clorofila, modificando a sua aparência. O que pode ser feito para evitar essa perda? E quais são as consequências da perda da clorofila? O objetivo é mostrar que a utilização de utensílios de alumínio no processo de cozimento potencializa a perda da clorofila dos vegetais. A Biologia pode discutir sobre a importância dos vege- tais verdes na dieta. A composição do solo, a carência do íon magnésio e a clorose tam- bém são conteúdos que podem ser tratados interdisciplinarmente. A destruição das barreiras de corais se deve a fatores como as mudanças climáticas, aumento das temperaturas dos oceanos, poluição e acidificação das águas oceânicas. Vista aérea de Porto de Galinhas (PE), Brasil. Gustavo Frazao/Shutterstock.com 22 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 22D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 22 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D Apresentamos também o Jogo de Controvérsias, como atividade inves- tigativa, com o objetivo de formar o estudante crítico e reflexivo. Para tal, propomos aos professores promoverem a pesquisa a partir de diversas fon- tes e o debate informado por diferentes opiniões, a respeito de temas de interesse social, conforme um modelo proposto na plataforma PlayDecide (https://playdecide.eu/es/playdecide-kits/167151. Acesso em: 29 dez. 2020). A BNCC traz a habilidade EM13CNT304, cujo texto é: Analisar e debater situações controversas sobre a aplicação de conhe- cimentos da área de Ciências da Natureza (tais como tecnologias do DNA, tratamentos com células-tronco, neurotecnologias, produção de tecnologias de defesa, estratégias de controle de pragas, entre outros), com base em argumentos consistentes, legais, éticos e responsáveis, distinguindo diferentes pontos de vista. (BRASIL, 2018, p. 545) Para atender essa habilidade da BNCC, estamos propondo o uso de jogos de controvérsia e, para tal, apresentamos um exemplo, cujo tema escolhido foi Uso de agrotóxicos. O tema é apenas um exemplo, o professor poderá escolher outros temas contemporâneos e de interesse sociocientífico, para serem debatidos em um jogo de controvérsias. A plataforma apresenta diversos jogos, de diferentes temas contemporâneos, que podem ser de interesse dos professores e estudantes, mas outros temas podem ser usados para a construção de novos jogos. Qual é a relevância desse tema? Atualmente é amplo o debate entre grupos que sugerem a liberação de novos produtos agrotóxicos para a aplicação na agricultura e movimentos permanentes de diversas instituições ambientalistas e setores or- ganizados da sociedade que não aprovam a liberação. Os objetivos da construção do jogo proposto são: frealizar pesquisa, em diferentes fontes, sobre um tema controverso de inte- resse da ciência e da sociedade; forganizar o debate sobre o uso de agrotóxicos, de modo a permitir a par- ticipação ativa dos estudantes, criando um ambiente favorável ao debate e ao diálogo. Sobre o debate construído é importante que o professor ressalte com os es- tudantes que nem sempre há um argumento vencedor, pois diferentes pontos de vista podem ser usados para a reflexão, desde que sejam baseados em informações confiáveis e científicas. A lógica do jogo é a construção de consenso por um grupo, sobre temas controversos, a partir de diferentes argumentos. Não são os jogadores que ganham ou perdem, vencem as ideias que são afirmadas como consenso do grupo. 23 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 23D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 23 07/01/21 10:4907/01/21 10:49 G U I A P N L D Outro tipo de atividade proposta nesta obra é o desenvolvimento de projetos, previstos nas orientações da BNCC, que sugere discutir o “papel do conhecimento científico e tecnológico na organização social, nas questões ambientais, na saúde humana e na formação cultural, ou seja, analisar as relações entre ciência, tecno- logia, sociedade e ambiente” (BRASIL, 2018, p. 549). Antes de exemplificar a cons- trução de um projeto que possa ser aplicado com os estudantes e os professores de outras áreas, levantamos uma discussão sobre projetos de aprendizagem como uma estratégia de ensino. Outro ponto que adicionamos na discussão foi o papel do professor na orien- tação do desenvolvimento de projetos. Este exige do professor algumas compe- tências, como compreensão do ambiente da sala de aula, das dinâmicas sociais presentes no ambiente de atuação e do papel que deve desempenhar. Na implementação do projeto, sugerimos que o professor, junto com os estu- dantes, faça uma discussão colaborativa para a definição do tema, dos objetivos e das metodologias que vão ser usadas no desenvolvimento do projeto. Depois disso, o professor deve esclarecer aos estudantes sobre as partes de um projeto: fIntrodução fObjetivos fJustificativa do tema fFundamentação teórica fMétodos usados fResultados fConclusão Algumas dessas partes podem ser tratadas em etapas: Apresentamos, como exemplo de proposta de projeto, um estudo da qualidade da água de um rio, córrego, lagoa ou curso d’água, uma abordagem investigativa para o ensino interdisciplinar de Química. Este projeto deve tratar de um problema real, sobre a qualidade da água. Professores e estudantes devem escolher um rio, lagoa, córrego ou curso d’água próximo da escola. O local deve ser escolhido, preferencial- mente, se houver algum indício de poluição, para que o trabalho seja mais proveitoso do ponto de vista social. O projeto pode ser executado de maneira interdisciplinar, principalmente, por professores de Química, Biologia, Geografia e História. Nesta discussão, convidamos os professores a usar ferramentas inte- rativas, a conviver em grupos heterogêneos e a reconhecer que a aprendi- zagem envolve afetos e emoções, além de habilidades intelectuais. Pesquisa bibliográfica Pesquisa de campo Coleta de dados Discussão dos resultados la b2 12 24 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 24D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd24 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D Unidade 4 (quarta dimensão): Ensino, aprendizagem e processos de avaliação Na Unidade 4, estamos propondo uma reflexão sobre as diversas for- mas de avaliação, procurando definir critérios para a adoção de processos avaliativos coerentes com os objeti- vos de aprendizagem estabelecidos a partir da implementação da BNCC. As avaliações devem ser diversifica- das e coerentes com as atividades de ensino, por isso torna-se necessário adotar estratégias que permitam diagnosticar não apenas as aprendi- zagens, como também as dificulda- des dos estudantes. Para discutir sobre os processos de avaliação da aprendizagem, buscamos as ideias de Hoffmann (2014) e outros autores, que discutiram, principalmente, a “avaliação formativa”. De acordo com esse autor, avaliar é parte inerente do processo de ensino e de aprendizagem, não é possível ensinar ou aprender sem avaliar. Assim, a avaliação não deve ocorrer apenas ao final de um processo, para atribuição de nota. Avaliar deve compreender todos os procedimentos didáticos variados. As avaliações devem integrar as atividades didáticas, assim como orien- tar alterações no planejamento das atividades desenvolvidas em sala de aula. A avaliação formativa é recomenda pela BNCC como uma ação das redes de ensino e escolas. De acordo com o documento da BNCC, os responsáveis pela educação das crianças e jovens devem: [...] construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de pro- cesso ou de resultado que levem em conta os contextos e as condições de aprendizagem, tomando tais registros como referência para melhorar o desempenho da escola, dos professores e dos alunos. (BRASIL, 2018, p. 17) A BNCC orienta também que os objetos de conhecimento devem ser atrelados às habilidades específicas da área e, nessa perspectiva, a avaliação deve levar em conta tanto os conhecimentos como as habilidades. Realização da segunda fase do vestibular da Universidade de São Paulo (Fuvest), 2019. Ronaldo Silva/Futura Press A avaliação deve ter como finalidade o aprimoramento do planeja- mento de ensino, oferecendo aos estudantes oportunidade para explorar diferentes possibilidades de aprendizagem. 25 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 25D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 25 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D Na Unidade 4, além da avaliação formativa ou processual, também foram apresentadas, para discussão e reflexão dos professores, outras formas de ava- liação da aprendizagem: avaliação diagnóstica ou inicial, e avaliação somativa ou final. Todas essas formas de avaliações são importantes para regular o plane- jamento e o processo de ensino. Particularmente, no ensino de Ciências, é pela avaliação diagnóstica que o professor identifica os conhecimentos prévios ou crenças e conhecimento de senso comum que podem dificultar a aprendizagem de determinados conceitos. Todas as atividades didáticas devem ser avaliadas no processo e, ao final do processo, é necessário testar a aprendizagem para corrigir, se necessário. Para contribuirmos com a reflexão sobre a avaliação formativa ou processual, apresentamos algumas sugestões para avaliação de diferentes modelos de ativi- dades, com abordagens pedagógicas mais abertas e investigativas. Dessa forma, foram apresentadas sugestões para avaliação de atividades experimentais inves- tigativas e de atividades baseadas em tecnologias interativas, no caso, uma simu- lação. Também foram apresentadas sugestões de como avaliar uma atividade que utiliza um filme ou um texto. A BNCC se apresenta como uma referência nacional para a formulação dos currículos dos sistemas e redes escolares e integração das políticas e ações educacionais no país. As aulas remotas adotadas em grande escala em 2020 em virtude da pande- mia da Covid-19 também inspiraram novas formas de avaliação. Por isso foram apresentadas algumas formas de atividades e avaliações para esse modelo de aulas, como: questionários on-line, rubrica de aprendizagem, portfólios, atividades metacognitivas, autoavaliação etc. Essas ações, entre outras finalidades, dizem respeito à elaboração de conteúdos educacionais e à avaliação. O texto da BNCC não apresenta diretrizes claras para a avaliação da aprendizagem, mas chama a atenção para “o enfoque adotado nas avaliações internacionais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que coordena o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes”. Em seguida, afirma que “ao adotar esse enfoque, a BNCC indica que as decisões pedagógicas devem estar orientadas para o desenvolvimento de com- petências” (BRASIL, 2018, p. 13). Assim, o modelo de avaliação Pisa, ao mesmo tempo que trata de avaliação sistêmica, externa e institucional, também tem relação com o ensino e a apren- dizagem, pois avalia conhecimentos, competências e habilidades. As avaliações externas, geralmente, avaliam o sistema de ensino. Elas possibilitam conhecer a situação de aprendizagem, das escolas e dos estudantes, destacando os seus aspectos positivos e negativos. Para que uma avaliação externa possa contribuir com o acompanhamento e intervenção no processo pedagógico, é necessário co- nhecer os detalhes da avaliação. 26 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 26D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 26 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D Na Unidade 4, para melhor entender a relação entre ensino, aprendizagem e avaliação, apresentamos para discussão e reflexão alguns aspectos da ava- liação Pisa. Esses aspectos levam em consideração três dimensões que devem ser consideradas nas situações de ensino: os contextos, as competências e os conhecimentos. Na avaliação Pisa são determinados três níveis de desempenho cognitivo: baixo, médio e alto. No nível mais baixo são requeridos processos liga- dos à memorização. No nível médio são avaliados conhecimentos conceituais e procedimentais ligados ao processo de compreensão, interpretação e análise. No nível alto, são avaliados conhecimentos mais complexos e capacidade de avaliar evidências e criar soluções para problemas práticos. Ao longo da unidade esses níveis avaliados foram detalhados e exemplificados, para melhor contribuir com a reflexão sobre esse modelo de avaliação. Para exemplificar a avaliação foi apresentado um item da avaliação de 2015, liberado pela OCDE, devidamente analisado. O contexto do item é recursos na- turais: combustíveis fósseis. O nível cognitivo exigido é médio. A análise desse item da avaliação Pisa tem como objetivo auxiliar na reflexão acerca da neces- sidade de adequar as demandas cognitivas às atividades de ensino, para que os estudantes desenvolvam as competências e habilidades que fazem parte da orientação da BNCC. Apresentamos também a análise de um item do Enem 2018, cujo contexto também foi recursos naturais: combustíveis fósseis. O Enem, proposto inicial- mente como um modelo de avaliação de desempenho, é realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e destina-se a estudantes concluintes do Ensino Médio no Brasil. As questões do Enem das Ciências da Natureza e suas Tecnologias são produzidas a partir de uma matriz contendo oito competências de área e 30 habilidades, distribuídas para cada competência, além de uma lista de conteúdos relacionados. A proposta do Enem, que tem sido realizada nas últimas décadas, valoriza o contexto de vida dos estudantes e também avalia as capacidades cognitivas deman- dadas em cada item. O objetivo do Enem é medir as habilidades dos estudantes, que são indicadas na Matriz de Referência. As medidas de proficiência dos estudantes são feitas a partir da Teoria de Resposta ao Item (TRI), que é um modelo estatístico adotado em diversas avaliações ao redor do mundo. O Enem poderá mudar em sua forma de aplicação futuramente, conforme a proposta de aplicação anual,como um Enem seriado. Entretanto, não há indícios de que haverá mudanças em seus funda- mentos, uma vez que a matriz é definida em termos de competências e habilidades e já mantém coerência com a BNCC porque avalia a área de conhecimento, e não o componente curricular. E, quanto à aplicação do modelo de resposta ao item, é um modelo adotado ao redor do mundo, assim podemos inferir que será mantido. Finalmente, apresentamos uma proposta de produção de itens de avaliação, para oportunizar a reflexão sobre a relação entre o ensino baseado no desen- volvimento de habilidades e na construção de itens com o objetivo de avaliar tais habilidades. 27 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 27D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2.indd 27 05/01/21 18:1405/01/21 18:14 G U I A P N L D ALVARENGA, Beatriz. Mulheres pioneiras. Sociedade Brasileira de Física. Disponível em: http://www1. fisica.org.br/gt-genero/images/arquivos/Mulheres_ Pioneiras_/beatriz_alvarenga.pdf. Acesso em: 23 out. 2020. O texto apresenta Beatriz Alvarenga, professora emérita de Física, e sua importante contribuição à divulgação da ciência e dedicação ao longo da carreira, em defesa da Física aplicada em sala de aula. ANDERSON, Lorin W.; KRATHWOHL, David (org.). A taxonomy for learning, teaching, and assessing: a revision of Bloom’s taxonomy of educational objectives. Nova York: Longman, 2001. A obra revisa conceitos originais de Benjamin S. Bloom, entre 1995 e 2000, e introduz os diferentes tipos e níveis de conhecimento: factual, conceitual, procedimental e metacognitivo. Isso permite plane- jar o ensino e as avaliações. ARAÚJO, Júlio Maria A. Química de alimentos: teoria e prática. 3. ed. Viçosa, MG: UFV, 2004. O livro é um importante apoio ao professor para a abordagem interdisciplinar. BACICH, L.; MORAN, J. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. Apresentação e estudo de práticas pedagógicas que valorizam o protagonismo dos estudantes, sob me- diação de docentes e de forma inovadora. BLOOM, Benjamin S.; HASTINGS, J. Thomas; MADAUS, George F. Manual de avaliação formativa e somativa do aprendizado escolar. São Paulo: Pioneira, 1983. A obra apresenta algumas características da ava- liação formativa, que pode ser utilizada em deci- sões relacionadas a procedimentos e tarefas alter- nativas de aprendizagem. BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394. htm. Acesso em: 12 nov. 2020. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Essa lei estabelece os princípios e as finali- dades da educação em todo o Brasil. BRASIL. Lei n. 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera as Leis n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1 de maio de 1943, e o Decreto-Lei n. 236, de 28 de fevereiro de 1967; revoga a Lei n. 11.161, de 5 de agosto de 2005; e institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Brasília, DF: Presidência da República, 2017. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13415.htm. Acesso em: 12 nov. 2020. Lei que trata da reforma do Ensino Médio. Altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), estabelece as mudanças na estrutura do Ensino Médio, define a nova organização curricular e amplia a carga horária mínima. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov. br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 12 nov. 2020. Elaborada por especialistas de todas as áreas do conhecimento, a BNCC é um documento com- pleto e contemporâneo que corresponde às de- mandas dos estudantes desta época e os prepara para o futuro. BRASIL. Ministério da Educação. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília, DF: MEC, 2019. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov. br/images/implementacao/contextualizacao_temas_ contemporaneos.pdf. Acesso em: 12 nov. 2020. Este documento explicita quais são os quinze temas contemporâneos, bem como seus objetivos e justifi- cativas na abordagem da BNCC. BRASIL. Ministério da Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução CEB n. 3, de 26 de junho de 1998. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília, DF: MEC/CEB, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/ rceb03_98.pdf. Acesso em: 12 nov. 2020. Referências bibliográficas comentadas 28 D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2-AVU.indd 28D5_VP_PRO_EM_6048_13_U0_FP_GOV21_v2-AVU.indd 28 07/01/21 17:3007/01/21 17:30 G U I A P N L D As diretrizes curriculares trazem definições dou- trinárias sobre princípios, fundamentos e proce- dimentos a serem observados na organização pe- dagógica e curricular de cada unidade escolar. A resolução destaca que é preciso vincular a educação ao mundo do trabalho e à prática social, como exer- cício da cidadania. BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB n. 11/2010, de 7 de julho de 2010. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Brasília, DF: MEC/CNE/CEB, 2010. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_ docman&view=download&alias=6324-pceb011 -10&category_slug=agosto-2010-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 12 nov. 2020. Das mudanças que o parecer apresenta, a mais significativa é a ampliação da duração do Ensino Fundamental para nove anos, mediante a matrí- cula obrigatória de crianças de 6 anos, objeto da Lei n. 11.274/2006. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, DF: MEC/Semtec, 1997. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec. gov.br/images/pcn/livro01.pdf. Acesso em: 2 jan. 2021. Primeira versão do documento elaborado com o ob- jetivo de apontar metas de qualidade que ajudem o estudante a enfrentar o mundo atual como cidadão conhecedor de seus direitos e deveres. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília, DF: MEC/ Semtec, 1999. Disponível em: http://portal.mec.gov. br/setec/arquivos/pdf/BasesLegais.pdf. Acesso em: 12 nov. 2020. Estes parâmetros difundem os princípios da re- forma curricular e orientam o professor na busca por novas abordagens e metodologias. BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN+ Ensino Médio: orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília , DF: MEC, Semtec, 2002. Disponível em: http:// portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/CienciasNatureza. pdf. Acesso em: 2 jan. 2021. Essas orientações oferecem subsídios para a im- plementação da reforma de ensino pretendida pelo Ministério da Educação. COSTA, Marisa Vorraber. Educar-se na sociedade de consumidores. In: COSTA, Marisa Vorraber (org.). A educação na cultura da mídia e do consumo. Rio de Janeiro: Lamparina, 2009. p. 35-37. O artigo reflete sobre as formas de educação e a re- lação de crianças e jovens com a mídia e o consumo, no universo escolar e na atuação dos educadores. FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (org.). O que é interdisciplinaridade? São Paulo: Cortez, 2008. A obra enfoca a interdisciplinaridade no currículo e na formação de professores. FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (org.); GODOY, Herminia
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