Buscar

Farmacologia - Epilepsia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Maria Eduarda Zen Biz | ATM 2025.1 
7° fase Medicina | 2022.2 
Farmacologia 
UCXX 
Epilepsia
A epilepsia é uma doença muito comum, ocorrendo entre 0,5% a 
1% da população mundial- 150.000 novos casos por ano. Dados 
brasileiros indicam prevalência de 1,8%. Não há distinção de raça, 
gênero, ou condição social. Existe distribuição bimodal da 
incidência, estando mais alta nas duas primeiras décadas e no final 
da vida. 
Uma crise epiléptica é a ocorrência transitória de sinais ou sintomas 
clínicos secundários a uma atividade neuronal anormal excessiva 
ou sincrônica. A definição de epilepsia requer a ocorrência de pelo 
menos uma crise epiléptica 
Após o diagnóstico do tipo de crise, deve-se definir o tipo de 
epilepsia, que inclui epilepsia focal, epilepsia generalizada, 
epilepsia focal e generalizada em conjunto, e também um grupo 
de epilepsias de tipo desconhecido. Essa classificação tem como 
objetivos principais: 
 Identificar os tipos de crises que são mais prováveis de ocorrer 
num determinado paciente, 
 Fatores desencadeadores das crises, 
 O prognóstico, pp em crianças (dificuldades de aprendizagem, 
déficit cognitivo, distúrbios psiquiátricos, risco de 
mortalidade) 
 Definição do tratamento 
Tratamento 
A escolha adequada dos fármacos antiepiléticos é baseado nas 
informações colhidas sobre o tipo de crise e ou síndrome epilética, 
idade, tolerabilidade, segurança e eficácia. O controle completo 
das crises é o principal objetivo da terapia farmacológica, no 
entanto, existe uma parcela de pacientes que não consegue 
controle total, em torno de 20% a 30%. Esses pacientes podem até 
apresentar um controle parcial, mas não obtêm remissão completa 
das crises 
O objetivo do tratamento da epilepsia é propiciar a melhor 
qualidade de vida possível para o paciente, pelo alcance de um 
adequado controle de crises, com um mínimo de efeitos adversos, 
buscando, idealmente, uma remissão total das crises. Deve‐se 
buscar um fármaco antiepiléptico com um mecanismo de ação 
eficaz sobre os mecanismos de geração e propagação. Os principais 
mecanismos de ação dos fármacos antiepilépticos são: bloqueio 
dos canais de sódio, aumento da inibição GABAérgica, bloqueio 
dos canais de cálcio e ligação à proteína SV2A da vesícula sináptica 
(inibe degradação/receptação do GABA). 
 Bloqueio de canais de Na ou potencializar respostas 
GABérgica: mais indicado para convulsões generalizadas 
 Bloqueio de canais de Ca: mais indicado para convulsões focais 
ou parciais 
Os fármacos antiepilépticos de 1ª linha/geração (ditos tradicionais), 
2ª linha (ditos recentes) e 3ª linha (ditos novos) têm eficácia 
equivalente, porém o perfil de efeitos adversos e de interações 
medicamentosas é mais favorável aos fármacos antiepilépticos 
mais recentes. Por outro lado, por serem recentes, não se 
conhecem os eventuais efeitos adversos do uso destes fármacos a 
longo prazo. 
A seleção do fármaco deverá levar em consideração outros fatores 
além da eficácia, tais como efeitos adversos, especialmente para 
alguns grupos de pacientes (crianças, gestantes e idosos), 
tolerabilidade individual e facilidade de administração. 
Especificamente para crises de ausência: eficácia semelhante para 
o ácido valproico e a etossuximida, e inferior para a lamotrigina. 
Tradicionalmente, se utiliza: 
 Adultos com epilepsia focal – carbamazepina, fenitoína e ácido 
valproico; 
 Crianças com epilepsia focal – carbamazepina; 
 Idosos com epilepsia focal – lamotrigina e gabapentina; 
Associação de medicamentos 
De forma geral, as associações devem utilizar um fármaco de 
espectro amplo – que atue em mais de um alvo biológico (ácido 
valproico, topiramato, levetiracetam) com um de espectro restrito 
– que seja efetivo apenas em um alvo biológico (fenobarbital). 
Outro aspecto a ser observado é evitar usar dois fármacos com o 
mesmo mecanismo de ação (carbamazepina + fenitoína – ambos 
bloqueadores de canais de Na). 
O tempo de tratamento da epilepsia, em geral, não pode ser pré‐
determinado. Porém, há duas situações em que ele pode ser 
interrompido: por falha do tratamento ou por remissão completa 
das crises 
Critérios: A primeira indicação de tratamento para a epilepsia em 
geral é o uso de monoterapia, se não apresentar resposta 
satisfatória, realizar mais duas tentativas de monoterapia seguida 
de combinação. Há evidências de sinergismo entre o ácido 
valproico e a lamotrigina, quando utilizados em combinação, no 
tratamento de crises focais e generalizadas. Há, também, 
evidências de que o uso de carbamazepina em combinação com 
lamotrigina pode favorecer o aparecimento de efeitos adversos 
neurotóxicos devido a interações farmacodinâmicas adversas 
Troca de medicamentos 
Critérios para troca de fármaco (manutenção de monoterapia). 
Asseguradas a adesão ou nível sérico recomenda‐se a troca de 
fármacos nas seguintes situações: 
 Intolerância à primeira monoterapia ou 
 Falha no controle ou exacerbação de crises. 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
7° fase Medicina 
A troca de fármacos deve ser feita numa sequência racional, 
procedendo‐se primeiro à introdução gradual do segundo 
fármaco, com dose gradativa até que as crises sejam controladas, 
ou que o paciente demonstre intolerância. Se ocorrer o controle 
de crises, o primeiro fármaco passa a ser retirado gradativamente. 
Refratariedade 
Epilepsia refratária: quando não houver controle apropriado das 
crises com o uso de no mínimo duas ou três drogas antiepiléticas 
associadas, estando na dose máxima tolerada pelo período de 18 a 
24 meses, ou, se apresentar controle das crises epiléticas com 
efeito colateral inaceitável. 
A primeira indicação de tratamento para a epilepsia em geral é o 
uso de monoterapia, se não apresentar resposta satisfatória, 
realizar mais duas tentativas de monoterapia seguida de 
combinação. Se ainda sim persistir as crises e novas combinações 
falharem, avaliar intervenção cirúrgica. 
Principais mecanismos dos antiepilépticos (FAE) 
1. Diminuição da descarga repetida e mantida de um neurônio, 
efeito mediado pela inativação dos canais de Na+. (VIA 
EXCITATÓRIA) 
o Fenitoína (SUS), carbamazepina (SUS), ácido valproico* 
(SUS), topiramato e lamotrigina 
2. Potencialização da inibição sináptica mediada pelo ácido - 
aminobutírico (GABA). (VIA INIBITÓRIA) 
3. Diminuição da atividade de canais de cálcio especiais, 
conhecidos como corrente T (eficazes em forma menos 
comum de convulsão epilética – crise de ausência) (VIA 
EXCITATÓRIA) 
o Gabapentina, pregabalina 
Hidantoínas - Fenitoína 
1° GERAÇÃO, geralmente usada em IDOSOS 
INIBE a condutância de Na+ (principalmente), K+ e Ca++, os 
potenciais de membrana e as concentrações de aminoácidos bem 
como os neurotransmissores norepinefrina (noradrenalina), 
acetilcolina e ácido γ-aminobutírico (GABA). Estudos mostram que 
a fenitoína bloqueia o disparo repetitivo de alta frequência 
sustentado dos potenciais de ação. Trata-se de um efeito 
dependente do uso na condutância do Na+, que surge da ligação 
preferencial ao estado inativado do canal de Na+ e de seu 
prolongamento. 
Efeitos Adversos: incoordenação, sonolência, aumento do volume 
(hiperplasia) e sangramento das gengivas, crescimento de pelos 
no corpo e na face (Hirsutismo), alteração do paladar, náuseas, 
vômitos. Potente indutor P450. 
A absorção da fenitoína depende muito da formulação e da 
dosagem. O tamanho da partícula e os aditivos farmacêuticos 
afetam tanto a velocidade quanto a extensão de sua absorção. Há 
boa absorção da fenitoína sódica pelo TGI – Tmax= 3 a 12h. Injeção 
intramuscular: fosfenitoina (mais segura não precipita no músculo). 
A fenitoína liga-se altamente às proteínas plasmáticas, acumula-se 
no cérebro, no fígado, nos músculos e no tecido adiposo. É 
metabolizada no fígado e excretada na urina. A meia-vida da 
fenitoína varia de 12 a 36 horas, com média de 24h, mas meia-vida 
muito mais longas na presença de concentrações mais elevadas (5-
7 dias). 
Fenitoína: comprimidos de 100 mg, suspensão oral 20 mg/mL. 
 Dose inicial: 100 mg/dia. 
 Escalonamento: 100 mg/dia/semana. MÉDIA 200-300mg 
 Dose máxima: 500 mg/dia. 
 Intervalo de dose: 1‐2 administrações/dia. 
Indicações: 
 Tratamento de crises tônico‐clônicas generalizadas -TCG, 
focais complexas, ou combinação de ambas, em crianças, 
adolescentes e adultos; 
 Prevenção e tratamento de crises epilépticas durante ou após 
procedimento neurocirúrgico; 
 Tratamento das crises tônicas - da síndrome de Lennox‐
Gastaut (encefalopatia epilética severa da infância). 
Dibenzazepinas – carbamazepina, oxcarbazepina 
Carbamazepina é biotransformada no metabólito ativo = 
oxcarbazepina; GRÁVIDAS* 
Mecanismo de Ação: bloqueia os canais de Na+ em concentrações 
terapêuticas e inibe o disparo repetitivo de alta frequência. 
Também é descrito a potencialização de uma corrente de K + 
regulada por voltagem. 
Farmacocinética: Administrar com alimentos – aumento da 
absorção e diminui efeitos sobre o TGI. 
Efeitos adversos: diplopia, ataxia, sonolência, alterações de 
humor, náuseas, vômitos (TGI), vermelhidão na pele, impotência. 
Reações idiossincrásicas incluem leucopenia, anemia aplásica, rash 
e síndrome de Stevens Johnson. Potente indutor P450. Pode causar 
perda de apetite (bem aceito por adolescentes). 
Indicações: 
 Monoterapia ou terapia adjuvante de crises focais, com ou 
sem generalização secundária; 
 Crises TCG em pacientes com mais de um ano de idade. 
 Dores neuropáticas 
Carbamazepina: comprimidos de 200 e 400 mg, suspensão oral de 
20 mg/mL. 
 Dose inicial: Adultos: 200 mg/dia. 
 Escalonamento: Adultos: 200 mg/dia/semana. 
 Dose máxima: Adultos: 1.800 mg/dia. 
 Intervalo de dose: formulações de liberação imediata deve ser 
utilizada 3 a 4 vezes ao dia (geralmente em crianças), após 
alimentação. 
Etossuximida 
Exerce um efeito inibitório importante nas correntes de Ca++, 
reduzindo a corrente de baixo limiar (tipo T). Esse efeito é 
observado nos neurônios talâmicos, os quais são responsáveis pela 
geração da descarga cortical rítmica (comum nas crise de ausência). 
Por conseguinte, a inibição dessa corrente poderia explicar a ação 
terapêutica específica da etossuximida. Um efeito recentemente 
descrito sobre os canais de K+ retificadores de influxo também 
pode ser significativo. 
Efeitos adversos: náuseas, vômitos, diarreia. Outros efeitos 
colaterais relacionados com o aumento da dose consistem em 
letargia transitória ou fadiga e, com muito menos frequência, 
cefaleia, tontura, soluços e euforia. 
Usos: A etossuximida é útil no tratamento em monoterapia das 
crises de ausência típicas e como terapia adjuvante nas mioclonias 
negativas, crises atônicas e mioclonias. (CRISES FOCAIS/PARCIAIS) 
 Etossuximida: xarope de 50 mg/mL. 
 Dose inicial: 250 mg/dia. 
 Escalonamento: 250 mg/dia/semana. 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
7° fase Medicina 
 Dose máxima: 1.500 mg/dia. 
 Intervalo de dose: 2‐3 administrações/dia. 
Barbitúricos – Fenobarbital*, barbexaclona, 
primidona 
NÃO pode utilizar em grávidas 
 Barbexaclona: É um produto de adição equimolar de 
fenobarbital a substância adrenérgica propilexedrina, o que 
confere ao anticonvulsivante menor atividade hipnótica-
sedativa (ou seja, diminuir a sonolência) 
 Primidona: Substância congênere do fenobarbital, cujo 
oxigênio carbonílico da ureia foi substituído por dois átomos 
de hidrogênio. Usado comumente com a fenitoína. 
Mecanismo de Ação: promovem o prolongamento da abertura dos 
canais de cloro, por atuar como agonista alostéricos de receptores 
GABA‐A, promovem a hiperpolarização da membrana pós‐
sináptica. Também pode bloquear os canais de sódio e potássio, 
reduzir o influxo de cálcio pré‐sináptico. 
Apresenta rápida absorção por via oral, 1/2‐vida de eliminação 
longa (2 a 7 dias). As principais desvantagens são seus efeitos 
colaterais, principalmente na área cognitiva, o que limita seu uso 
tanto em crianças quanto em idosos. 
Farmacocinética: Administrar em jejum. Alimentos retardam e 
reduzem sua absorção, entretanto ↓ sintomas gastrintestinais. 
Efeitos adversos: TGI, tontura, sonolência, ataxia, depressão, 
mudança no comportamento, transtornos de memória e de 
concentração, hiperatividade em crianças. Interfere na absorção 
de vitaminas do complexo B. Potente indutor CYP450. 
 Tanto o fenobarbital quanto a fenitoína possuem como efeito 
idiossincrásico o rash cutâneo. 
 Fenobarbital interfere na absorção de B1, B6. B12, magnésio, 
cálcio, etc 
Indicação: Tratamento de crises focais e generalizadas de pacientes 
de qualquer idade, inclusive recém-nascidos. MONOTERAPIA 
*Ácido valproico, valproato de sódio, divalproato 
AMPLO ESPECTRO, mais usado que o fenobarbital, GRÁVIDAS 
 Bloqueia o disparo repetitivo de alta frequência - bloqueio 
canais de Na+ 
 Bloqueia a excitação mediada pelo receptor de NMDA → 
↓glutamato. 
 Vários estudos mostraram níveis elevados de GABA no cérebro 
o Facilita a ácido glutâmico-descarboxilase (GAD), a 
enzima responsável pela síntese de GABA. 
o Inibe o transportador de receptação do GABA, o GAT-1. 
 Em concentrações muito altas, o valproato inibe a 
GABAtransaminase no cérebro, bloqueando, assim, a 
degradação do GABA. 
O ácido valproico é um dos principais antiepilépticos utilizados, 
com eficácia estabelecida para múltiplos tipos de crises, a partir de 
10 anos de idade. 
O valproato é bem absorvido via oral, níveis sanguíneos máximos 
dentro de 2 horas (refeições reduzem distúrbios GI). É altamente 
ligado às proteínas plasmáticas (90%), e a meia‐vida de eliminação 
é de cerca de 15 horas (tomar 1-2x/dia). As doses de 25 a 30 
mg/kg/dia podem ser adequadas em alguns pacientes; todavia, 
outros podem necessitar de 60 mg/kg/dia ou até mesmo uma 
quantidade maior. Os níveis terapêuticos de valproato variam de 
50 a 100 mcg/mL. 
 Ácido valproico (valproato de sódio): comprimidos ou cápsulas 
de 250 mg, comprimidos de 500 mg e solução e xarope de 50 
mg/mL. 
 Dose inicial: 250 mg/dia. 
 Escalonamento: 250 mg/dia a cada 3 dias. 
 Dose máxima: 3.000 mg/dia. Usual: 1g/dia 
 Intervalo de dose: 2 administrações/dia. Intolerância gástrica 
significativa (menor com o uso de valproato de sódio). Tomar 
após alimentação. 
O ácido valpróico apresenta bom controle em crises generalizadas 
tônico clônicas, ausência, mioclonias, crises primárias 
generalizadas e com menor efeito, em focais. É efetivo contra crises 
de ausência e, com frequência, é preferido à etossuximida quando 
o paciente apresenta crises tônico-clônicas generalizadas 
concomitantes. Outros usos do valproato incluem o tratamento do 
transtorno bipolar e a profilaxia da enxaqueca. 
Efeitos Adversos: TGI, tremor, ganho de peso, dispepsias, náuseas, 
vômitos, anorexia, alopecia, sonolência, edema periférico, 
encefalopatia, teratogenicidade, agranulocitose, dermatite 
alérgica, síndrome de Stevens-Jhonson, hepatotoxicidade e 
alterações plaquetárias. 
Interação: Inibe metabolismo de vários fármacos (CYP 2C9). Além 
das interações de ligação, o valproato inibe o metabolismo de 
vários fármacos, incluindo o fenobarbital, a fenitoína e a 
carbamazepina, resultando em concentrações mais altas desses 
agentes no estado de equilíbrio dinâmico. Por exemplo, a inibição 
do metabolismo do fenobarbital pode causar uma acentuada 
elevação dos níveis do barbitúrico, resultando em estupor ou coma. 
O valproato pode reduzir drasticamente a depuração da 
lamotrigina. 
Topiramato 
3° GERAÇÃO - AMPLO ESPECTRO, não pode pra GRÁVIDAS 
(teratogênico) 
 Bloqueia o disparo repetitivo de neurônios por meio da 
inibição de canais de Na+ regulados por voltagem. 
 O topiramato também inibe canais de Ca++ ativados por alta 
voltagem (tipo L). 
 O fármaco potencializa o efeito inibitório do GABA, atuando 
em um local diferente dos sítios dos BDZ ou dos barbitúricos. 
 O topiramato também deprime a ação excitatória do 
glutamato em receptorestipo cainato (menos importante). Os 
múltiplos efeitos do fármaco podem surgir por uma ação 
principal sobre as cinases, alterando a fosforilação dos canais 
iônicos regulados por voltagem e por ligantes 
Este fármaco é bem absorvido (biodisponibilidade 80%) e 
minimamente ligado às proteínas plasmáticas. É parcialmente 
metabolizado no fígado, e cerca de 60% da dose são excretados de 
forma inalterada na urina. A meia-vida é de 20 a 30 horas. Seu 
metabolismo sofre a influência de fármacos indutores de enzimas 
hepáticas, tendo a meia‐vida diminuída com o uso concomitante 
destes fármacos. 
 Podem reduzir ação do estrogênio (ACO) – risco gravidez. 
 Topiramato: comprimidos 25, 50 e 100 mg. 
 Adultos: Dose inicial: 25 mg/dia. 
 Escalonamento: 25‐50 mg/semana. 
 Dose máxima: 400 mg/dia. 
 Intervalo de dose: 2 administrações/dia. 
 
 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
7° fase Medicina 
Indicações: 
 Monoterapia de crises focais ou primariamente do tipo TCG 
em pacientes mais de 10 anos de idade com intolerância ou 
refratariedade a outros medicamentos de primeira linha; 
 Terapia adjuvante de crises focais, primariamente 
generalizadas ou crises associadas com a síndrome de Lennox‐
Gastaut em pacientes mais de dois anos de idade. 
 Usado no tratamento da enxaqueca. 
Efeitos Adversos: sonolência, fadiga, tontura, “anormalidades 
pensamento – lentidão cognitiva”, parestesias, nervosismo e 
confusão. A miopia aguda e o glaucoma (interrupção de uso). Foi 
também relatada a ocorrência de urolitíase. O topiramato é 
teratogênico. 
Lamotrigina 
GRÁVIDAS 
Suprime o disparo rápido sustentado dos neurônios e produz 
bloqueio dos canais de Na+ dependente da voltagem. Inibição dos 
canais de Ca++ regulados por voltagem, particularmente os canais 
do tipo N e P/Q, o que explicaria sua eficácia nas convulsões 
generalizadas primárias na infância, incluindo crises de ausência. A 
lamotrigina também diminui a liberação sináptica do glutamato. 
Efeitos Adversos: cefaleia, náusea, vômitos, diplopia, tonturas, 
incoordenação e tremor; sonolência. Rash cutâneo – pode 
progredir para síndrome de Stevens-Johnson. 
Usada no transtorno bipolar. Tem um amplo espectro de atividade 
em vários tipos de crises epilépticas, tanto como adjuvante quanto 
em monoterapia. É ativa contra as crises de ausência e as crises 
mioclônicas em crianças. 
 Lamotrigina: comprimidos 25, 50 e 100 mg. 
 Monoterapia: Dose inicial: 25 mg/dia por 2 semanas; 50 
mg/dia por mais 2 semanas. Escalonamento: 50‐100 mg a cada 
1‐2 semanas. 
 Dose máxima: 500 mg/dia (1‐5 mg/kg/dia). Geralmente com 
250mg/dia, se ainda não obtiver resposta, provavelmente a 
monoterapia será inviável. 
 Intervalo de dose: 2 a 3 tomadas reduzem efeitos adversos de 
pico de dose 
Indicações: 
 Monoterapia de crises focais com ou sem generalização 
secundária em pacientes com mais de 12 anos de idade com 
intolerância ou refratariedade a FAE de primeira linha; 
 Monoterapia de crises primariamente generalizadas em 
pacientes com mais de 12 anos de idade com intolerância ou 
refratariedade a FAE de primeira linha; 
 Terapia adjuvante de crises focais em pacientes mais de 2 anos 
de idade; 
 Terapia adjuvante de crises generalizadas da síndrome de 
Lennox‐Gastaut em pacientes com mais de 2 anos de idade 
Vigabatrina 
A vigabatrina é um inibidor irreversível da GABAaminotransferase 
(GABA-T), a enzima responsável pela degradação do GABA. 
Também inibe o transportador de GABA vesicular. A vigabatrina 
produz um aumento sustentado na concentração extracelular de 
GABA no cérebro. 
As duas maiores indicações deste fármaco são o tratamento de 
crises de espasmos epilépticos e de crises focais refratárias. Seu uso 
em adultos restringe‐se a pacientes com epilepsia grave que não 
respondem a outros antiepiléticos. POUCO UTILIZADO 
Efeitos Adversos: sonolência, tontura, ganho de peso, alterações 
visuais mais comuns. Toxicidade: irritabilidade, insônia e distúrbios 
psiquiátricos. 
Gabapentina e Pregabalina 
A gabapentina e a pregabalina ligam-se intensamente à subunidade 
α2δ dos canais de Ca++ regulados por voltagem. Isso parece 
constituir a base do principal mecanismo de ação, que consiste em 
diminuir a entrada de Ca++. A diminuição da liberação sináptica de 
glutamato proporciona um efeito antiepiléptico. 
MUITO CARAS PENSANDO NO TRATAMENTO PARA EPILEPSIA 
Gabapentina: Terapia adjuvante de crises focais com ou sem 
generalização secundária em pacientes com mais de 3 anos de 
idade. Também tem sido indicada para o tratamento da dor 
neuropática. 
 Doses: eficaz para epilepsia - 900 mg/dia a 3600 mg/dia. O 
tratamento pode ser iniciado com a administração de 300 mg, 
três vezes ao dia no 1º dia com ajustes das doses. 
 Efeitos Adversos: aumento do apetite, ganho de peso, 
tontura, incoordenação, dor de cabeça, tremor, cansaço, 
náusea, comportamento agressivo (em crianças). 
Pregabalina: Tratamento adjuvante de crises parciais, com ou sem 
generalização secundária. Aprovado para tratamento da dor 
neuropática (neuropatia periférica diabética dolorosa e a neuralgia 
pós-herpética). Medicamento de primeira linha para o tratamento 
da fibromialgia (PADRÃO OURO) 
 A pregabalina, à semelhança da gabapentina, não é 
metabolizada e é quase totalmente excretada de modo 
inalterado na urina. 
 1/2vida varia de cerca de 4,5 a 7,0 horas. 
 Dose: 150 a 600 mg/dia, em geral em duas ou três doses 
fracionadas. Usual: 300mg 
 Efeitos Adversos: cefaleia, tontura, sonolência, edema 
periférico. 
Tiagabina 
A tiagabina é um inibidor da recaptação de GABA tanto nos 
neurônios quanto na glia. Inibe preferencialmente a isoforma do 
transportador 1 (GAT-1), e aumenta as concentrações 
extracelulares de GABA no prosencéfalo e no hipocampo, onde o 
GAT-1 está preferencialmente expresso. A tiagabina prolonga a 
ação inibitória do GABA sinapticamente liberado. 
 POUCO UTILIZADO 
Está indicada para o tratamento adjuvante das crises focais. 
Efeitos adversos: nervosismo, tontura, tremor, dificuldade de 
concentração e depressão. A confusão excessiva, a sonolência ou a 
ataxia podem exigir a suspensão do fármaco. Raramente, ocorre 
psicose. 
 
 
*BENZODIAZEPÍNICOS sempre utilizados na CRISE CONVULSIVA, 
nunca no tratamento de seguimento dos pacientes.

Outros materiais