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DISCORRER SOBRE OS TIPOS DE ANEMIA: Anemia ferropriva: Esta é a condição mais exacerbada da deficiência de ferro, sendo o tipo mais prevalente e atinge cerca de um bilhão de pessoas em todo o mundo. A maioria dos casos de AF decorre da perda aumentada de sangue ou da demanda aumentada por ferro, observada na infância, especialmente nos lactentes prematuros, na adolescência e na gestação. Nos adultos, presume-se que a AF decorra de perda de sangue, especialmente na menstruação. Nos homens e nas mulheres após a menopausa, é recomendável investigar sangramento por trato gastrointestinal, que pode ser oculto e assintomático. Anemia da doença inflamatória: também conhecida como anemia da doença crônica, é a segunda mais prevalente nos pacientes com anemia e a primeira em pacientes internados ou com doença crônica. A ADI ocorre em doenças que causam ativação imune e inflamação, tais como infecção crônica, doenças autoimunes e câncer. Anemia gestacional: Das causas de anemia na gestação, a mais comum é a deficiência de ferro, uma vez que a gestação requer uma quantidade adicional de ferro. Anemia da doença renal: Esse tipo de anemia ocorre por uma complicação que acomete a maioria dos indivíduos com insuficiência renal crônica (IRC) em estágio avançado e, nesses pacientes, estaria associada a piora da qualidade de vida e a risco aumentado de desenvolvimento de doença cardiovascular23 e de morte24. Sua instalação é gradual e piora à medida que piora a função renal. Anemia megaloblástica: está associada à deficiência de vitamina B12 (gerada geralmente por uma anemia perniciosa prévia, cirurgia de ressecção do íleo ou di-vertículos do intestino delgado) ou por uma deficiência de ácido fólico (mais comumente devido à desnutrição) Anemia de Fanconi: é caracterizada por um distúrbio autossômico recessivo caracterizado por anormalidades físicas e falência da medula óssea. Requer um acompanhamento multidisciplinar para que o manejo clínico adequado dos pacientes e suas famílias seja alcançado. Anemia Falciforme: Anemia falciforme é uma doença hereditária (passa dos pais para os filhos) caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice Anemia Aplásica: Caracterizada pela substituição do tecido hematopoiético normal por gordura, devido à produção insuficiente de células-tronco hematopoiéticas, que resulta na diminuição dos componentes sanguíneos. COMPREENDER A FISIOPATOLOGIA DA ANEMIA CARENCIAL: A anemia corresponde a um distúrbio hematológico, na qual os tecidos do organismo são insuficientemente oxigenados, devido a redução da massa de hemoglobina e do número de eritrócitos, portanto essas taxas encontram-se abaixo da faixa de normalidade para idade e sexo do indivíduo, levando a uma incapacidade de exercer suas funções metabólicas de maneira adequada. As anemias carenciais são um grupo de anemias caracterizadas por apresentar carência de elementos fundamentais para a eritropoiese: ferro, vitamina B12 ou folato. ANEMIA Dentre as anemias carenciais, encontram-se: Anemia ferropriva: A deficiência de ferro ocorre quando sua demanda é maior que sua absorção pela dieta, como por exemplo na gravidez e crescimento acelerado na infância. As principais causas de deficiência de ferro são: Perda de sangue: perdas menstruais excessivas, doenças do trato gastrointestinal (varizes, úlcera péptica, doenças inflamatórias intestinais, etc); doadores habituais de sangue, distúrbios da hemostasia, hematúria, uso de AINEs e anticoagulantes. Má absorção: doença celíaca, gastrite atrófica, gastrectomia, cirurgias bariátricas. Dieta: vegetarianos, crianças entre 6 meses e 2 anos, idosos. Anemia megaloblástica: Caracterizada como uma anemia macrocítica: caracterizadas por anormalidades morfológicas típicas das células precursoras das linhagens eritroide, granulocítica e megacariocitária da medula óssea. As principais causas de anemia megaloblástica são as deficiências de vitamina B12 ou de ácido fólico (folato). A vitamina B12 está presente somente em bactérias e alimentos de origem animal, como carnes, vísceras, ovos e laticínios, sendo absorvida no íleo terminal. Dietas vegetarianas, portanto, não são suficientes para manter equilíbrio adequado. Os folatos são sintetizados por microrganismos e plantas, como folhas verdes, frutas e proteína animal. A absorção é feita principalmente no jejuno. Exames e achados diagnósticos: Anemia ferropriva: O diagnóstico da anemia ferropriva é feito por meio do hemograma, em que se observa principalmente a quantidade de hemoglobina e os valores de RDW, VCM e HCM, que são índices presentes no hemograma. A redução da ferritina sérica é o melhor exame para comprovar deficiência de ferro. Anemia megaloblástica: - Análise do hemograma, acharemos um VCM aumentado, característico da megaloblastose, além de pancitopenia leve a moderada, devido a um defeito da produção de todas as células hematopoiéticas; - Esfregaço do sangue periférico, que terá como principal achado a hipersegmentação dos núcleos dos neutrófilos; - Realização do mielograma, o exame padrão ouro para diagnosticar anemia megaloblástica e que vai indicar uma medula óssea hipercelular e alterações morfológicas nucleares, como eritroblastos grandes com núcleos imaturos; Relembrar a Hematopoiese: Hematopoiese no período intra-uterino: As primeiras células sanguíneas do ser humano surgem no período embrionário (pré- hepático), por volta da sétima ou oitava semana de vida. Daí até o quarto mês, a formação das células se faz em agrupamentos de células redondas localizadas no saco vitelínico. Ocorre, nesse sítio, eritropoiese, que se desenvolve no mesoderma. Do quarto ao sexto mês de vida fetal, as células tronco hematopoiéticas emigram do saco vitelínico para o fígado e as células do sangue são, então, formadas no fígado e também no baço. É o período hepatoesplênico da hematopoiese. Nesse período, além de haver eritropoiese, surgem outras linhagens hemopoiéticas, como granulócitos e megacariócitos. Após o período hepatoesplênico, a hematopoiese passa a ser feita na porção esponjosa dos ossos, também denominado período medular. A medula óssea é o sítio hematopoiético mais importante a partir de 6 a 7 meses de vida fetal, durante a infância e na vida adulta. Hematopoiese no período Extra-uterino: Nos dois primeiros anos (fase criança), toda a medula óssea é hematopoiética. Porém, durante o resto da infância, há substituição progressiva da medula dos ossos longos por gordura, de modo que a medula hemopoética no adulto (fase adulta) é confinada ao esqueleto central e às extremidades proximais do fêmur e do úmero (convergência troncular da hematopoiese). REFERÊNCIAS: PIRES, Alessandra Laís Pinho Valente et al. Manifestações orofaciais associadas aos diferentes tipos de anemias. Rev. Fac. Odontol. Porto Alegre, p. 71-79, 2020. DE SANTIS, Gil Cunha. Anemia: definição, epidemiologia, fisiopatologia, classificação e tratamento. Medicina (Ribeirao Preto), v. 52, n. 3, p. 239-251, 2019.
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