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Fernanda Jorge Martins – 3º Período @fernandamartins.med APG III SACO VAZIO NÃO PARA EM PÉ Objetivos: 1. Compreender a fisiopatologia da anemia. 2. Conhecer os principais tipos de anemias nutricionais. 3. Listar as principais causas e manifestações clínicas. 4. Entender como ocorre o diagnóstico e como o hemograma pode auxiliar. 5. Analisar o tratamento e profilaxia das anemias nutricionais principalmente na infância. Anemia Anemia é uma condição patológica em que ocorre a redução da concentração de hemoglobina do sangue abaixo de 13 g/dL em homens adultos e 12 g/dL em mulheres adultas; Essa diminuição geralmente é acompanhada por redução da contagem de eritrócitos e do hematócrito, porém esses valores podem ser normais em alguns pacientes com níveis baixos de hemoglobina; Raramente a anemia é a doença principal, na maioria das vezes é uma alteração secundária de uma doença de base. Por isso é fundamental além de estabelecer o diagnóstico da anemia, buscar suas possíveis causas. Epidemiologia Sendo um dos principais problemas de saúde pública, a anemia afeta cerca de 2 bilhões de pessoas em todo mundo; Tem alta prevalência e incidência, sobretudo em países em desenvolvimento, mas também afeta os países industrializados; A causa associada mais comum é a deficiência de ferro, principal carência nutricional negligenciada no mundo; A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) de 2006 mostra que a prevalência de deficiência de ferro entre crianças menores de 5 anos no Brasil é de 20,9%, com prevalência de 24,1% em menores de 2 anos e de 29,4% das mulheres férteis. Fisiopatologia Cada tipo de anemia tem suas características específicas. Entretanto, existem alguns aspectos fisiopatológicos comuns a todos os tipos; http://bvsms.saude.gov.br/bvs/pnds/anemia.php http://bvsms.saude.gov.br/bvs/pnds/anemia.php Fernanda Jorge Martins – 3º Período @fernandamartins.med APG III Os eritrócitos originam-se de células tronco hematopoiéticas da medula óssea que se dividem até formar o reticulócito, precursor da hemácia e que já pode ser detectado no sangue periférico; Os reticulócitos duram cerca de 24/48 horas até serem convertidos em hemácias sendo o hormônio envolvido nesse processo a eritropoetina produzida no rim e fígado que estimula a eritropoese a partir do nível de oxigênio tecidual; A anemia pode ser consequência de três mecanismos principais: Diminuição da sobrevida dos eritrócitos (hemorragias agudas/hemólise); Defeitos na produção medular (hipoproliferação); Defeitos na maturação dos eritrócitos (eritropoese ineficaz). Na anemia por hemorragias as manifestações dependem da velocidade de instalação do quadro; Uma hemorragia aguda, como nos traumas, pode levar rapidamente ao choque, enquanto a hemorragia crônica, comum em sangramentos do trato gastrointestinal, pode haver uma redução muito significante dos eritrócitos sem apresentar sintomas; O aumento dos reticulócitos, como compensação medular, não ocorre inicialmente nas hemorragias agudas, devido ao curto período para proliferação; Diferente da anemia hemolítica que está associada a altos índices de reticulócitos devido a compensação; A anemia hipoproliferativa pode ser resultado da redução da eritropoetina, como ocorre na insuficiência renal, pela carência de vitamina B12, ferro e ácido fólico, fundamentais para o processo de eritropoese, ou devido a doenças inflamatórias e neoplásicas. Quadro Clínico Os sintomas estão associados a redução do transporte de oxigênio pelo sangue, alteração do volume sanguíneo total e a resposta compensatória cardiopulmonar; Quanto mais abrupta a queda nos níveis de hemoglobina e/ou volume sanguíneo, mais intensos são os sintomas; É o que ocorre nas hemorragias agudas ou crises hemolíticas em que os pacientes podem apresentar dispneia, palpitação, tontura e fadiga; Já nas anemias crônicas, como a ferropriva, o paciente pode permanecer assintomático ou pouco sintomático, mesmo com baixos níveis de hemoglobina; O sinal mais comum das anemias é a palidez, que é mais bem detectada nas mucosas da boca, conjuntivas e leito ungueal; Também pode ocorrer icterícia e esplenomegalia sugerindo anemia hemolítica, a glossite pode ocorrer nas https://www.sanarmed.com/transplante-de-celulas-tronco-hematopoieticas https://www.sanarmed.com/transplante-de-celulas-tronco-hematopoieticas Fernanda Jorge Martins – 3º Período @fernandamartins.med APG III anemias carenciais e úlceras de pernas são comuns na anemia falciforme; Outros sintomas associados a anemias são: Cefaleia; Vertigem; Hipotensão postural; Fraqueza muscular. Classificação Existem diversas formas de classificar as anemias. A mais comum é segundo critérios morfológicos ou fisiopatológicos: Classificação fisiopatológica das anemias: Anemias por falta de produção: (podem acompanhar doenças inflamatórias, infecciosas e neoplásicas). Produção deficiente de glóbulos vermelhos por acometimento primário ou secundário da medula óssea; Falta de eritropoetina; Carência de ferro, vitamina B12 e ácido fólico. Anemias por excesso de destruição ou regenerativas: ocorre nas anemias hemolíticas ou anemias por perda de sangue; A hemólise pode ser causada por defeitos intrínsecos, como nas anemias. Tratamento O tratamento é muito variado e feito de acordo com a causa base da anemia; Abaixo o tratamento das principais anemias: Anemia ferropriva: Sulfato ferroso: Crianças: 3 a 6 mg/kg/dia de ferro elementar, sem ultrapassar 60 mg/dia; Gestantes: 60 a 200 mg/dia de ferro elementar associadas a 400 mcg/dia de ácido fólico; Adultos: 120 mg/dia de ferro elementar; Idosos: 15 mg/dia de ferro elementar. Anemia megaloblástica: Causada pela síntese defeituosa do DNA, levando a um atraso da maturação do núcleo em relação ao citoplasma. Em geral é causado por deficiência de vitamina B12 ou de ácido fólico. Fernanda Jorge Martins – 3º Período @fernandamartins.med APG III Vitamina B12: 1000 mcg, via parenteral, durante 4 semanas, seguido de injeções mensais; Ácido fólico: 1mg/dia, via oral, durante 1 mês. Anemia falciforme: Anemia hereditária que cursa com anemia hemolítica crônica, vasculopatias, lesões vaso- oclusivas e lesão aguda de órgãos. Ácido fólico: 1mg/dia; Hidroxiureia: 15-35 mg/kg/dia. Usada para prevenção das crises dolorosas; Transplante de medula óssea: único tratamento curativo, porém com alta morbimortalidade e necessita de um doador compatível. Anemia de doença crônica: Acomete pacientes com doenças inflamatórias crônicas, como tuberculose, doença de Crohn, pneumonias e doenças malignas como carcinomas e linfomas. O tratamento é feito com o controle da doença basal. Eritropoetina pode ser considerada em casos graves com anemia intensa. Eritropoetina: dose inicial de 100 U/Kg, via subcutânea, dividida em três doses semanais por um período de 8 a 12 semanas. Se não houver resposta terapêutica esperada, recomenda-se aumentar a dose de para 150 U/Kg até 300 U/Kg. Referências Bibliográficas DE SANTIS, G.C. Anemia: definição, epidemiologia, fisiopatologia, classificação e tratamento. Medicina (Ribeiräo Preto). v. 52, n. 3, p. 239-251, 2019.