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INTRODUÇÃO: • Doenças autoimunes, caracterizadas por cronicidade e inflamação do TGI • Doença de Crohn (DC) e Retocolite Ulcerativa (RCU) soa as principais representantes • Apresentam características em comum • Acredita-se que são duas doenças iguais mas com espectros diferenciados • A etiologia não e totalmente compreendida, mas acredita- se que seja causada pela desregulação do sistema imune causada por gatilho relacionado a microbiota intestinal e fatores ambientais em indivíduos geneticamente predispostos • O tratamento é direcionado para reduzir os processos inflamatório, prevenindo sintomas e complicações, mas não visa a cura da doença Doença de Crohn: • Doença inflamatória que envolve qualquer parte do TGI, da boca ao ânus • Mais propensa afetar íleo terminal e cólon proximal • Inflamação é descontinua ou salteada ao longo do intestino • Acomete todas as camadas, da mucosa a serosa • Pode ser complicada com estenoses, fístulas e necessita de intervenções cirúrgicas frequentes PRINCIPAIS SINTOMAS: • Diarreia • Dor abdominal • Perda de peso Retocolite Ulcerativa: • Afeta apenas cólon e reto • Acomete apenas a camada da mucosa intestinal • Não afeta intestino delgado PRINCIPAIS SINTOMAS: • Dor abdominal • Diarreia (principal sintoma) • Presença de sangue nas fezes • Urgência evacuatória • Tenesmo (vontade intensa de evacuar, mas sem esvaziamento completo após) OBS: reto na maioria dos casos é acometido SOI - IV Fisiopatologia e Manifestações Clínicas doenças inflamatórias intestinais EPIDEMIOLOGIA: • Relatada pela primeira vez em 1859 por Samuel Wilks • Em 1875 descrito o termo doença de Crohn • Incidência de 5 a 15 casos por 100.000 pessoas • Diagnostico pode se dar em qualquer idade, embora a maioria dos pacientes sejam diagnosticados na adolescência ou início da idade adulta • Prevalência em caucasianos, porém qualquer etnia pode ser afetada • Há aumento da incidência em etnias menos acometidas quando se mudam para áreas de alta prevalência, mostrando a importância dos fatores ambientais, principalmente em relação a hábitos alimentares • Brasil possui incidência média de acometimento • Ocorre mais nos EUA, Canadá, partes da Europa • Países com menos exposição solar tem incidência maior do que países tropicais • A retocolite é mais comum de ser observada ETIOLOGIA E PATOGÊNESE: • A patogênese é multifatorial e desconhecidas • A hipótese é que resultam de uma resposta imune mediada por células T que respondem a estímulos da microbiota e gatilhos ambientais em indivíduos geneticamente suscetíveis, causando danos agudo ou crônico a mucosa intestinal FATORES GENÉTICOS: • Risco em parentes de primeiro grau é 8-10 vezes maior • Estudos sugerem que as DII são espectros de uma mesma doença • Estudos em gêmeos homozigotos é de 67% para DC e entre 13-20% para RCU • O produto do gene NOD-2/CARD15 é uma proteína que funciona como sensor de bactérias, sendo expressa em macrófagos, linfócitos, fibroblastos e células epiteliais, especificamente células de Paneth • O defeito na proteína NOD-2/CARD15 reduz a capacidade da resposta antimicrobiana. Notadamente as células de paneth que produzem esse gene tem redução de produção de beta-defensinas • Indivíduos com mutação em apenas um alelo do gene NOD-2/CARD15 apresentam rico de 2 a 3 vezes maior de apresentar Crohn, sendo que esse risco aumenta em homozigotos • É a possível origem do desequilibro das bactérias observadas nas DII, uma vez que a proteína NOD-2 tem por função a ativação de uma resposta inflamatória a partir do reconhecimento de um produto bacteriano específico FATORES AMBIENTAIS: • Definição da microbiota no nascimento • Hipótese da higiene • Cigarro piora na doença de Crohn, na retocolite é fator protetor • Uso de anticoncepcionais, risco para DC e protetivo para RCU • Níveis baixos de vitamina D • Apendicectomia: risco de DC e protetivo em RCU • Café ou chá: protetor para DC e protetor para UC • Amamentação natural protetivo para os 2 • Comidas processadas são fatores de risco para ambos SISTEMA IMUNE: • A presença de secreções acidas e biliares no estomago, intestino delgado proximal e presença de trânsito acelerado contribuem para a redução da quantidade de bactérias nesses segmentos • No intestino delgado distal, devido a diminuição das secreções á aumento de bactérias • Uma única camada de células epiteliais separa o volume de bactérias do maior aparato imunológico do corpo, formado pelo GALT, que inclui placas de peyer, folículos linfoides isolados e linfonodos mesentéricos • Não existe imunotolerância em pacientes com DII • O equilíbrio proporcionado pelas imunidades inata e adquirida, impede ocorrência de resposta inflamatória medicada pela liberação de citocinas, cuja produção é estimulada a partir da presença de microrganismos ou outros antígenos • Na doença de Crohn, há liberação de TNF-a, IFN-alfa, Il- 112, il-17 • Na retocolite ulcerativa há liberação de il-13 Manifestações Clínicas Doença de Crohn: • Inflamação do íleo terminal e acometimento de cólon proximal • Pode ocorrer de a doença ser subclínica por anos • Cólica • Náusea • Vômitos causados por estenoses fibróticas • Diarreia usualmente presente, pode ser noturna • Febre • Desnutrição pode ocorrer por má absorção do TGI, quanto por baixo ingesta pelo medo de se alimentar • A dor é mais frequente e pronunciada que na RCU • Anemia é menos comum que em RCU • Doença perianal é comum, ocorrendo em ¼ dos pacientes, podendo se manifestar antes dos sintomas intestinais • Fissuras anais, lesões perianais, fistulas, abcessos, úlceras ou estenoses • Não é comum acometimento do TGI alto • No estomago e duodeno pode haver úlceras HP (H. Pylori) negativo • Acometimento esofágico é raro, ocorrendo em menos de 2% dos pacientes • Inflamação intestinal focal, presença de aftas e ulcerações entremeadas com áreas de mucosa normal sem nenhuma inflamação • Aspecto salteado • Presença de granulomas em 66% dos casos • Presença de ulcerações aftosas são achados iniciais, a medida em que a doença evolui, essas úlceras coalescem formando úlceras largas com aspecto estrelado. Quando estas úlceras fundem longitudinalmente ganham aspecto linear ou serpiginoso OBS: Na colonoscopia erosões no íleo terminal são comuns (ileite erosiva terminal inespecífica) – isso não significa que é doença de Crohn ACHADOS Doença de Crohn: • Acometimento transmural • Acometimento do íleo distal e colón proximal principalmente • 1/3 tem acometimento delgado • Úlceras largas e profundas com áreas de estenose são visas tardiamente • Presença de fissuras perianais e fistulas perianais, enterocutaneas, enterovaginal, enterovesical • 15-35% dos pacientes serão acometidos por fistulas perianais Úlcera aftoide: Íleo terminal e válvula ileocecal: Aspecto de “calçamento”: ACHADOS Retocolite ulcerativa: • Hiperemia da mucosa com apagamento da vascularização submucosa, presença de friabilidade da mucosa erosões e ulcerações • Demarcação nítida entre mucosa normal e início da mucosa acometida • Formação de pseudopolipos e mais comum que na DC (causado pela regeneração epitelial) • Inflamação restrita a mucosa • 45% dos pacientes têm procuro-te ou proctossigmoidite 35% colite esqueça e 20% pancolite • 75% dos pacientes com doença limitada ao cólon esquerdo têm envolvimento focal da área ao redor do óstio do apêndice ou válvula ileocecal • Pacientes com pancolite pode haver acometimento do íleo terminal MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Retocolite ulcerativa: • Diarreia mais intensa que DC • Urgência e tenesmo • Fedes com sangue e muco eventualmente pis • Anemia comum • Perda de peso depende da extensão da doença • Medo de comer Pseudopólipos em RCU:PRINCIPAIS DIFERENÇAS DC X RCU:
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